A revista americana Time mesclou o rosto do presidente dos EUA, Donald Trump, com o do líder russo, Vladimir Putin, na foto que ilustra a capa da edição desta quinta-feira, 19. A imagem faz referência ao encontro entre os dois mandatários realizado em Helsinque, na Finlândia, na segunda-feira.
A matéria da capa, sob o título “Trump queria uma reunião com Putin. Ele conseguiu muito mais do que negociou”, começa com uma pergunta: “Em quem você acredita?”. O texto questiona o posicionamento do americano diante do que foi dito por Putin durante a cúpula.
Durante o encontro, o líder russo negou mais uma vez que seu país tenha interferido nas eleições americanas de 2016. Mas o Departamento de Justiça americano, a comunidade de inteligência internacional e o Congresso dos EUA defendem o contrário. A matéria questiona em qual lado Trump confia mais.
Na quarta-feira, o republicano afirmou que a Rússia não interfere mais no sistema político americano, contradizendo o diretor de inteligência do país, Dan Coats.
Dois dias antes, Coats havia divulgado um comunicado expressando que, além de interferir na eleição presidencial de 2016, a Rússia mantém "esforços ainda ativos e generalizados para minar a democracia".
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Em um momento em que a administração de Trump enfrenta críticas por seus laços com Moscou, o presidente russo Vladimir Putin, convocou nesta quinta-feira uma "restauração do diálogo" entre os serviços de inteligência russos e americanos.
Horas depois da resposta de Trump, no entanto, a Casa Branca negou que o presidente tenha dito que a Rússia não interfere mais no país e explicou que o "não" de Trump para a jornalista tinha como objetivo dizer que ele se recusava a responder a pergunta.
"O presidente estava dizendo que 'não' responderia perguntas", afirmou a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders. "O presidente e seu governo estão trabalhando duro para garantir que a Rússia seja incapaz de interferir nas nossas eleições como já fizeram no passado."
Os personagens envolvidos na crise EUA-Rússia
A Casa Branca e muitos membros do Congresso americano estão preocupados com a possibilidade de Moscou influenciar a eleição legislativa de meio de mandato, em novembro, mas as declarações de Trump parecem dar pouca importância para essa possibilidade. / com EFE