Cartão permite a chavismo conter sua abstenção


Identificação paralela ao RG garante gratificações de US$ 1,5 em datas festivas; valor equivale a metade do salário mínimo no país

Por Rodrigo Cavalheiro

Além da distribuição direta de alimentos, o chavismo tem uma segunda ferramenta para manter a fidelidade de seus subsidiados, a “carteira da pátria”, criada em janeiro de 2017. Trata-se de uma identificação paralela ao RG que garante gratificações de US$ 1,5 em datas festivas – Dia das Mães, dos Pais, da Independência, do Menino Jesus, entre outros. O valor é metade do salário mínimo.

Zulay Contreras emPetare, maior favela de Caracas, com um cartão do chavismo Foto: Rodrigo Cavalheiro / Estadão

Quem fez a carteira, opcional, será obrigado a apresentá-la na votação para seguir recebendo os benefícios, o que garante ao chavismo maior presença de seu eleitorado. Nicolás Maduro pediu que os que têm o cartão – 16 milhões – votem à primeira hora da manhã. Assim, o governo pode monitorar durante o dia a ausência de seus potenciais eleitores. E buscá-los em casa. “Não interessa ao governo esclarecer que essa carteira não permite saber o voto. Um terço dos eleitores pensa que o governo saberá sim”, diz Benigno Alcorcón, cientista político da Universidade Católica Andrés Bello.

continua após a publicidade

+ EUA impõem sanções contra líder chavista Diosdado Cabello

O governo argumenta que para receber as caixas de comida e a gratificação ligada à carteira não é preciso se apresentar como chavista. Na região visitada pela reportagem no bairro Petare, das 497 famílias que recebem as cestas, só 3 se negaram a fazer a carteira.

Uma das rebeldes é Rosa Alfonso, aposentada de 64 anos. “Eu recebo a cesta de alimentos mesmo sendo opositora, isso é verdade. Mas me neguei a fazer a carteira, mesmo perdendo as gratificações. O que os chavistas iam dizer? Ela vota na oposição, mas vive dos subsídios. Não quero bônus, quero que o país funcione”, desabafa. Rosa vive com uma pensão de US$ 3, que não cobre o preço de seu remédio para controlar a pressão. “É preciso escolher. Comer ou não ficar doente.”

continua após a publicidade

Seu navegador não suporta esse video.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu nesta quarta-feira diálogo com o governo dos Estados Unidos. Mas ele garantiu que não vai recuar diante das ameaças feitas pelo presidente americano Donald Trump de aplicar um embargo petrolífero ao país.

Além da distribuição direta de alimentos, o chavismo tem uma segunda ferramenta para manter a fidelidade de seus subsidiados, a “carteira da pátria”, criada em janeiro de 2017. Trata-se de uma identificação paralela ao RG que garante gratificações de US$ 1,5 em datas festivas – Dia das Mães, dos Pais, da Independência, do Menino Jesus, entre outros. O valor é metade do salário mínimo.

Zulay Contreras emPetare, maior favela de Caracas, com um cartão do chavismo Foto: Rodrigo Cavalheiro / Estadão

Quem fez a carteira, opcional, será obrigado a apresentá-la na votação para seguir recebendo os benefícios, o que garante ao chavismo maior presença de seu eleitorado. Nicolás Maduro pediu que os que têm o cartão – 16 milhões – votem à primeira hora da manhã. Assim, o governo pode monitorar durante o dia a ausência de seus potenciais eleitores. E buscá-los em casa. “Não interessa ao governo esclarecer que essa carteira não permite saber o voto. Um terço dos eleitores pensa que o governo saberá sim”, diz Benigno Alcorcón, cientista político da Universidade Católica Andrés Bello.

+ EUA impõem sanções contra líder chavista Diosdado Cabello

O governo argumenta que para receber as caixas de comida e a gratificação ligada à carteira não é preciso se apresentar como chavista. Na região visitada pela reportagem no bairro Petare, das 497 famílias que recebem as cestas, só 3 se negaram a fazer a carteira.

Uma das rebeldes é Rosa Alfonso, aposentada de 64 anos. “Eu recebo a cesta de alimentos mesmo sendo opositora, isso é verdade. Mas me neguei a fazer a carteira, mesmo perdendo as gratificações. O que os chavistas iam dizer? Ela vota na oposição, mas vive dos subsídios. Não quero bônus, quero que o país funcione”, desabafa. Rosa vive com uma pensão de US$ 3, que não cobre o preço de seu remédio para controlar a pressão. “É preciso escolher. Comer ou não ficar doente.”

Seu navegador não suporta esse video.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu nesta quarta-feira diálogo com o governo dos Estados Unidos. Mas ele garantiu que não vai recuar diante das ameaças feitas pelo presidente americano Donald Trump de aplicar um embargo petrolífero ao país.

Além da distribuição direta de alimentos, o chavismo tem uma segunda ferramenta para manter a fidelidade de seus subsidiados, a “carteira da pátria”, criada em janeiro de 2017. Trata-se de uma identificação paralela ao RG que garante gratificações de US$ 1,5 em datas festivas – Dia das Mães, dos Pais, da Independência, do Menino Jesus, entre outros. O valor é metade do salário mínimo.

Zulay Contreras emPetare, maior favela de Caracas, com um cartão do chavismo Foto: Rodrigo Cavalheiro / Estadão

Quem fez a carteira, opcional, será obrigado a apresentá-la na votação para seguir recebendo os benefícios, o que garante ao chavismo maior presença de seu eleitorado. Nicolás Maduro pediu que os que têm o cartão – 16 milhões – votem à primeira hora da manhã. Assim, o governo pode monitorar durante o dia a ausência de seus potenciais eleitores. E buscá-los em casa. “Não interessa ao governo esclarecer que essa carteira não permite saber o voto. Um terço dos eleitores pensa que o governo saberá sim”, diz Benigno Alcorcón, cientista político da Universidade Católica Andrés Bello.

+ EUA impõem sanções contra líder chavista Diosdado Cabello

O governo argumenta que para receber as caixas de comida e a gratificação ligada à carteira não é preciso se apresentar como chavista. Na região visitada pela reportagem no bairro Petare, das 497 famílias que recebem as cestas, só 3 se negaram a fazer a carteira.

Uma das rebeldes é Rosa Alfonso, aposentada de 64 anos. “Eu recebo a cesta de alimentos mesmo sendo opositora, isso é verdade. Mas me neguei a fazer a carteira, mesmo perdendo as gratificações. O que os chavistas iam dizer? Ela vota na oposição, mas vive dos subsídios. Não quero bônus, quero que o país funcione”, desabafa. Rosa vive com uma pensão de US$ 3, que não cobre o preço de seu remédio para controlar a pressão. “É preciso escolher. Comer ou não ficar doente.”

Seu navegador não suporta esse video.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu nesta quarta-feira diálogo com o governo dos Estados Unidos. Mas ele garantiu que não vai recuar diante das ameaças feitas pelo presidente americano Donald Trump de aplicar um embargo petrolífero ao país.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.