Cartéis do México limitam acesso às ruínas Maias com homens armados e ‘postos de controle’


Guias relatam que criminosos checam documentos e celulares dos turistas em meio à disputa por rotas de tráfico no sul do país

Por Redação

ASSOCIATED PRESS, CIDADE DO MÉXICO - O México admitiu que dois famosos sítios de ruínas dos povos Maias estão inacessíveis para os visitantes. O motivo é a violência impulsionada pelos cartéis e a disputa por terras no Estado de Chiapas, sul do país.

A explosão do tráfico de drogas na região impede o acesso às ruínas da antiga cidade de Yaxchilán que ficam no meio da selva, onde só é possível chegar de barco. Com medo dos tiroteios constantes, os moradores passaram a bloquear as estradas que dão acesso ao embarque de turistas. O trajeto é considerado tão perigoso que os guias têm desistido de conduzir as excursões até lá.

Já no caso das pirâmides de Tonina, o problema é que um proprietário de terras fechou a entrada e exige pagamentos do governo para liberar o acesso, admitiram as autoridades locais.

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Guias turísticos do Estado de Chiapas afirmam que para chegar a outros dois sítios que, segundo o governo estão abertos para os visitantes, é preciso passar por uma espécie de posto de verificação das organizações criminosas. O controle, quase constante, foi estabelecido pelas gangues que disputam o controle da rota para tráfico de drogas e pessoas, perto da fronteira com a Guatemala.

Sítio arqueológico de Yaxchilan, México.  Foto: Eduardo Verdugo/AP

Segundo os guias, visitantes são obrigados a entregar documentos e celulares para chegar ao sítio arqueológico Lagartero, um complexo de pirâmides rodeado por lagoas azul-turquesa. “Eles pegam a sua identificação, para ver se você é da região”, disse um deles ao descrever o controle dos cartéis na estrada. “Pegam o celular, exigem que você desbloqueie e olham as suas conversas para ver se você pertence a alguma outra gangue. A qualquer momento pode chegar um grupo rival e começar um tiroteio”, acrescentou.

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Os guias, que falaram em condição de anonimato porque continuam trabalhando na região, afirmam que homens armados são vistos com frequência na estrada que leva a um dos sítios arqueológicos mais importantes da cultura Maia, o Bonampak, conhecido pelos seus murais.

O governo tem minimizado o problema, em linha com a política do presidente Andrés Manuel López Obrador, mesmo com os cartéis ganhando cada vez mais terreno no México. “Bonampak e Lagartero estão abertos ao público,” afirmou em nota o Instituto Nacional de Antropologia e História. “É falso, tendencioso e irresponsável dizer que esses sítios arqueológicos são ameaçados pelos traficantes”, acrescentou a agência.

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A violência não atinge o sítio arqueológico mais conhecido em Chiapas, o complexo de templos em Palenque, que segue aberto para visitações e ainda é considerado seguro. Mesmo assim, os guias afirmam que 5% das reservas de viagens foram canceladas pelos próprios turistas desde dezembro. Eles temem que esse número aumente, prejudicando ainda mais as comunidades indígenas que dependem do turismo.

“Há comunidades que vendem artesanato, que fornecem hospedagem, passeios de barco. Isso afeta muito a economia”, disse um dos guias. “Você tem que lembrar de este é um Estado agrícola que não tem indústria, nem fábricas, então o turismo se tornou uma alavanca econômica, uma das poucas fontes de trabalho”, acrescentou.

As batalhas entre cartéis se intensificaram em Chiapas no ano passado, o que coincide com o aumento no número de migrantes. Cerca de meio milhão de pessoas passam anualmente pelo estreito de Darién, a “selva da morte”, porta de entrada para os imigrantes que saem da América do Sul em direção à América Central na tentativa de chegar aos Estados Unidos.

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Como muitos dos novos migrantes são de Cuba, Ásia e África, e podem pagar mais do que os centro-americanos, as rotas se tornaram mais valiosas para o crime organizado, que desafia as forças de segurança.

Policial na fronteira entre Panamá e Colômbia, onde tem aumentado a imigração pelo estreito de Darién, conhecido como "selva da morte".  Foto: Abraham Teran/AFP
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Nas últimas semanas, a Guarda Nacional de López Obrador foi atacada por moradores de Chiapas com paus e pedras. Segundo os guias, isso acontece porque os cartéis de Sinaloa e Jalisco têm recrutado e às vezes obrigado as pessoas que vivem ali a atuar para o crime organizado, impedindo o acesso dos agentes.

Em Chiapas, boa parte dos moradores pertence a grupos indígenas como os Choles e os Lacandones, descendentes dos antigos maias. Alguns têm poucos membros sobreviventes ou já estão envolvidos em disputas territoriais, o que aumenta os riscos desse recrutamento.

ASSOCIATED PRESS, CIDADE DO MÉXICO - O México admitiu que dois famosos sítios de ruínas dos povos Maias estão inacessíveis para os visitantes. O motivo é a violência impulsionada pelos cartéis e a disputa por terras no Estado de Chiapas, sul do país.

A explosão do tráfico de drogas na região impede o acesso às ruínas da antiga cidade de Yaxchilán que ficam no meio da selva, onde só é possível chegar de barco. Com medo dos tiroteios constantes, os moradores passaram a bloquear as estradas que dão acesso ao embarque de turistas. O trajeto é considerado tão perigoso que os guias têm desistido de conduzir as excursões até lá.

Já no caso das pirâmides de Tonina, o problema é que um proprietário de terras fechou a entrada e exige pagamentos do governo para liberar o acesso, admitiram as autoridades locais.

Guias turísticos do Estado de Chiapas afirmam que para chegar a outros dois sítios que, segundo o governo estão abertos para os visitantes, é preciso passar por uma espécie de posto de verificação das organizações criminosas. O controle, quase constante, foi estabelecido pelas gangues que disputam o controle da rota para tráfico de drogas e pessoas, perto da fronteira com a Guatemala.

Sítio arqueológico de Yaxchilan, México.  Foto: Eduardo Verdugo/AP

Segundo os guias, visitantes são obrigados a entregar documentos e celulares para chegar ao sítio arqueológico Lagartero, um complexo de pirâmides rodeado por lagoas azul-turquesa. “Eles pegam a sua identificação, para ver se você é da região”, disse um deles ao descrever o controle dos cartéis na estrada. “Pegam o celular, exigem que você desbloqueie e olham as suas conversas para ver se você pertence a alguma outra gangue. A qualquer momento pode chegar um grupo rival e começar um tiroteio”, acrescentou.

Os guias, que falaram em condição de anonimato porque continuam trabalhando na região, afirmam que homens armados são vistos com frequência na estrada que leva a um dos sítios arqueológicos mais importantes da cultura Maia, o Bonampak, conhecido pelos seus murais.

O governo tem minimizado o problema, em linha com a política do presidente Andrés Manuel López Obrador, mesmo com os cartéis ganhando cada vez mais terreno no México. “Bonampak e Lagartero estão abertos ao público,” afirmou em nota o Instituto Nacional de Antropologia e História. “É falso, tendencioso e irresponsável dizer que esses sítios arqueológicos são ameaçados pelos traficantes”, acrescentou a agência.

A violência não atinge o sítio arqueológico mais conhecido em Chiapas, o complexo de templos em Palenque, que segue aberto para visitações e ainda é considerado seguro. Mesmo assim, os guias afirmam que 5% das reservas de viagens foram canceladas pelos próprios turistas desde dezembro. Eles temem que esse número aumente, prejudicando ainda mais as comunidades indígenas que dependem do turismo.

“Há comunidades que vendem artesanato, que fornecem hospedagem, passeios de barco. Isso afeta muito a economia”, disse um dos guias. “Você tem que lembrar de este é um Estado agrícola que não tem indústria, nem fábricas, então o turismo se tornou uma alavanca econômica, uma das poucas fontes de trabalho”, acrescentou.

As batalhas entre cartéis se intensificaram em Chiapas no ano passado, o que coincide com o aumento no número de migrantes. Cerca de meio milhão de pessoas passam anualmente pelo estreito de Darién, a “selva da morte”, porta de entrada para os imigrantes que saem da América do Sul em direção à América Central na tentativa de chegar aos Estados Unidos.

Como muitos dos novos migrantes são de Cuba, Ásia e África, e podem pagar mais do que os centro-americanos, as rotas se tornaram mais valiosas para o crime organizado, que desafia as forças de segurança.

Policial na fronteira entre Panamá e Colômbia, onde tem aumentado a imigração pelo estreito de Darién, conhecido como "selva da morte".  Foto: Abraham Teran/AFP

Nas últimas semanas, a Guarda Nacional de López Obrador foi atacada por moradores de Chiapas com paus e pedras. Segundo os guias, isso acontece porque os cartéis de Sinaloa e Jalisco têm recrutado e às vezes obrigado as pessoas que vivem ali a atuar para o crime organizado, impedindo o acesso dos agentes.

Em Chiapas, boa parte dos moradores pertence a grupos indígenas como os Choles e os Lacandones, descendentes dos antigos maias. Alguns têm poucos membros sobreviventes ou já estão envolvidos em disputas territoriais, o que aumenta os riscos desse recrutamento.

ASSOCIATED PRESS, CIDADE DO MÉXICO - O México admitiu que dois famosos sítios de ruínas dos povos Maias estão inacessíveis para os visitantes. O motivo é a violência impulsionada pelos cartéis e a disputa por terras no Estado de Chiapas, sul do país.

A explosão do tráfico de drogas na região impede o acesso às ruínas da antiga cidade de Yaxchilán que ficam no meio da selva, onde só é possível chegar de barco. Com medo dos tiroteios constantes, os moradores passaram a bloquear as estradas que dão acesso ao embarque de turistas. O trajeto é considerado tão perigoso que os guias têm desistido de conduzir as excursões até lá.

Já no caso das pirâmides de Tonina, o problema é que um proprietário de terras fechou a entrada e exige pagamentos do governo para liberar o acesso, admitiram as autoridades locais.

Guias turísticos do Estado de Chiapas afirmam que para chegar a outros dois sítios que, segundo o governo estão abertos para os visitantes, é preciso passar por uma espécie de posto de verificação das organizações criminosas. O controle, quase constante, foi estabelecido pelas gangues que disputam o controle da rota para tráfico de drogas e pessoas, perto da fronteira com a Guatemala.

Sítio arqueológico de Yaxchilan, México.  Foto: Eduardo Verdugo/AP

Segundo os guias, visitantes são obrigados a entregar documentos e celulares para chegar ao sítio arqueológico Lagartero, um complexo de pirâmides rodeado por lagoas azul-turquesa. “Eles pegam a sua identificação, para ver se você é da região”, disse um deles ao descrever o controle dos cartéis na estrada. “Pegam o celular, exigem que você desbloqueie e olham as suas conversas para ver se você pertence a alguma outra gangue. A qualquer momento pode chegar um grupo rival e começar um tiroteio”, acrescentou.

Os guias, que falaram em condição de anonimato porque continuam trabalhando na região, afirmam que homens armados são vistos com frequência na estrada que leva a um dos sítios arqueológicos mais importantes da cultura Maia, o Bonampak, conhecido pelos seus murais.

O governo tem minimizado o problema, em linha com a política do presidente Andrés Manuel López Obrador, mesmo com os cartéis ganhando cada vez mais terreno no México. “Bonampak e Lagartero estão abertos ao público,” afirmou em nota o Instituto Nacional de Antropologia e História. “É falso, tendencioso e irresponsável dizer que esses sítios arqueológicos são ameaçados pelos traficantes”, acrescentou a agência.

A violência não atinge o sítio arqueológico mais conhecido em Chiapas, o complexo de templos em Palenque, que segue aberto para visitações e ainda é considerado seguro. Mesmo assim, os guias afirmam que 5% das reservas de viagens foram canceladas pelos próprios turistas desde dezembro. Eles temem que esse número aumente, prejudicando ainda mais as comunidades indígenas que dependem do turismo.

“Há comunidades que vendem artesanato, que fornecem hospedagem, passeios de barco. Isso afeta muito a economia”, disse um dos guias. “Você tem que lembrar de este é um Estado agrícola que não tem indústria, nem fábricas, então o turismo se tornou uma alavanca econômica, uma das poucas fontes de trabalho”, acrescentou.

As batalhas entre cartéis se intensificaram em Chiapas no ano passado, o que coincide com o aumento no número de migrantes. Cerca de meio milhão de pessoas passam anualmente pelo estreito de Darién, a “selva da morte”, porta de entrada para os imigrantes que saem da América do Sul em direção à América Central na tentativa de chegar aos Estados Unidos.

Como muitos dos novos migrantes são de Cuba, Ásia e África, e podem pagar mais do que os centro-americanos, as rotas se tornaram mais valiosas para o crime organizado, que desafia as forças de segurança.

Policial na fronteira entre Panamá e Colômbia, onde tem aumentado a imigração pelo estreito de Darién, conhecido como "selva da morte".  Foto: Abraham Teran/AFP

Nas últimas semanas, a Guarda Nacional de López Obrador foi atacada por moradores de Chiapas com paus e pedras. Segundo os guias, isso acontece porque os cartéis de Sinaloa e Jalisco têm recrutado e às vezes obrigado as pessoas que vivem ali a atuar para o crime organizado, impedindo o acesso dos agentes.

Em Chiapas, boa parte dos moradores pertence a grupos indígenas como os Choles e os Lacandones, descendentes dos antigos maias. Alguns têm poucos membros sobreviventes ou já estão envolvidos em disputas territoriais, o que aumenta os riscos desse recrutamento.

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