Cenário: Juan Guaidó foi o grande derrotado na Venezuela


O autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, blefou e perdeu feio. A crise na Venezuela vive seu pior momento, mas uma solução parece cada vez mais distante.

Por Eliane Cantanhêde

O autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, blefou e perdeu feio. Assim como Jânio Quadros imaginou ser carregado nos braços do povo em São Paulo, após a renúncia, em 1961, Guaidó pensou que bastaria convocar novas manifestações para o dia 1.º de Maio e puxaria uma deserção em massa nas Forças Armadas. Jânio ficou sozinho.

Juan Guaidó anuncia ter apoio de militares para derrubar governo Maduro Foto: Twitter/JuanGuaidó

Guaidó demonstrou fraqueza. Assim, a crise na Venezuela vive seu pior momento, mas uma solução parece cada vez mais distante. “Vai demorar”, lamentou ontem à noite o vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão, que acompanha de perto as idas e vindas venezuelanas e analisou que Guaidó “foi para o tudo ou nada”. Só restam duas alternativas: ou Maduro sai, ou os opositores são presos.

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O chanceler Ernesto Araujo conversou, em Washington, justamente na segunda-feira, com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeu, e com o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, e um dos temas foi a Venezuela. Todos sabiam que Guaidó convocaria manifestações de rua, mas o governo brasileiro jura que não sabia que o opositor se aquartelaria de véspera numa base militar, esperando um apoio das Forças Armadas que não veio.

Venezuelanos se protegem durante confrontos que tomam conta deruas em Caracas Foto: Yuri CORTEZ/ AFP

Na avaliação de oficiais brasileiros, há um forte motivo para os militares manterem o apoio ao presidente oficial, Nicolás Maduro: eles são cúmplices, que vêm comprando as Forças Armadas ao longo dos anos, até mesmo dando mais de mil patentes de general para eles. Logo, não acreditam nas promessas de anistia, que seriam demolidas em questão de meses.

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Se havia “muita expectativa” positiva diante das manifestações de ontem, como disse Ernesto Araújo nos EUA, a sensação no Palácio do Planalto e arredores era de uma grande derrota de Guaidó, que perdeu força e deixou ainda mais longe uma saída para a crise. O primeiro sintoma disso foi a manifestação do comando militar em favor de Maduro.

O próximo a fugir pode ser o próprio Guaidó, até porque a tendência do regime é endurecer ainda mais a repressão aos opositores. Resumindo: foi uma operação desastrosa. Para Hamilton Mourão, porém, ainda há um fiapo de esperança. Por quê? Porque Maduro não apareceu nem abriu a boca e porque o Exército também não foi para as ruas defender o regime. Para o vice, portanto, a situação continua “indefinida” e, por isso, pode demorar.

Na mensagem publicada nas redes sociais,Guaidóconvocou outros militares a se juntarem a seu movimento e pediu que a população saia às ruas"de forma pacífica" para apoiar sua reivindicação. Foto: Ariana Cubillos / AP

O autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, blefou e perdeu feio. Assim como Jânio Quadros imaginou ser carregado nos braços do povo em São Paulo, após a renúncia, em 1961, Guaidó pensou que bastaria convocar novas manifestações para o dia 1.º de Maio e puxaria uma deserção em massa nas Forças Armadas. Jânio ficou sozinho.

Juan Guaidó anuncia ter apoio de militares para derrubar governo Maduro Foto: Twitter/JuanGuaidó

Guaidó demonstrou fraqueza. Assim, a crise na Venezuela vive seu pior momento, mas uma solução parece cada vez mais distante. “Vai demorar”, lamentou ontem à noite o vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão, que acompanha de perto as idas e vindas venezuelanas e analisou que Guaidó “foi para o tudo ou nada”. Só restam duas alternativas: ou Maduro sai, ou os opositores são presos.

O chanceler Ernesto Araujo conversou, em Washington, justamente na segunda-feira, com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeu, e com o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, e um dos temas foi a Venezuela. Todos sabiam que Guaidó convocaria manifestações de rua, mas o governo brasileiro jura que não sabia que o opositor se aquartelaria de véspera numa base militar, esperando um apoio das Forças Armadas que não veio.

Venezuelanos se protegem durante confrontos que tomam conta deruas em Caracas Foto: Yuri CORTEZ/ AFP

Na avaliação de oficiais brasileiros, há um forte motivo para os militares manterem o apoio ao presidente oficial, Nicolás Maduro: eles são cúmplices, que vêm comprando as Forças Armadas ao longo dos anos, até mesmo dando mais de mil patentes de general para eles. Logo, não acreditam nas promessas de anistia, que seriam demolidas em questão de meses.

Se havia “muita expectativa” positiva diante das manifestações de ontem, como disse Ernesto Araújo nos EUA, a sensação no Palácio do Planalto e arredores era de uma grande derrota de Guaidó, que perdeu força e deixou ainda mais longe uma saída para a crise. O primeiro sintoma disso foi a manifestação do comando militar em favor de Maduro.

O próximo a fugir pode ser o próprio Guaidó, até porque a tendência do regime é endurecer ainda mais a repressão aos opositores. Resumindo: foi uma operação desastrosa. Para Hamilton Mourão, porém, ainda há um fiapo de esperança. Por quê? Porque Maduro não apareceu nem abriu a boca e porque o Exército também não foi para as ruas defender o regime. Para o vice, portanto, a situação continua “indefinida” e, por isso, pode demorar.

Na mensagem publicada nas redes sociais,Guaidóconvocou outros militares a se juntarem a seu movimento e pediu que a população saia às ruas"de forma pacífica" para apoiar sua reivindicação. Foto: Ariana Cubillos / AP

O autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, blefou e perdeu feio. Assim como Jânio Quadros imaginou ser carregado nos braços do povo em São Paulo, após a renúncia, em 1961, Guaidó pensou que bastaria convocar novas manifestações para o dia 1.º de Maio e puxaria uma deserção em massa nas Forças Armadas. Jânio ficou sozinho.

Juan Guaidó anuncia ter apoio de militares para derrubar governo Maduro Foto: Twitter/JuanGuaidó

Guaidó demonstrou fraqueza. Assim, a crise na Venezuela vive seu pior momento, mas uma solução parece cada vez mais distante. “Vai demorar”, lamentou ontem à noite o vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão, que acompanha de perto as idas e vindas venezuelanas e analisou que Guaidó “foi para o tudo ou nada”. Só restam duas alternativas: ou Maduro sai, ou os opositores são presos.

O chanceler Ernesto Araujo conversou, em Washington, justamente na segunda-feira, com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeu, e com o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, e um dos temas foi a Venezuela. Todos sabiam que Guaidó convocaria manifestações de rua, mas o governo brasileiro jura que não sabia que o opositor se aquartelaria de véspera numa base militar, esperando um apoio das Forças Armadas que não veio.

Venezuelanos se protegem durante confrontos que tomam conta deruas em Caracas Foto: Yuri CORTEZ/ AFP

Na avaliação de oficiais brasileiros, há um forte motivo para os militares manterem o apoio ao presidente oficial, Nicolás Maduro: eles são cúmplices, que vêm comprando as Forças Armadas ao longo dos anos, até mesmo dando mais de mil patentes de general para eles. Logo, não acreditam nas promessas de anistia, que seriam demolidas em questão de meses.

Se havia “muita expectativa” positiva diante das manifestações de ontem, como disse Ernesto Araújo nos EUA, a sensação no Palácio do Planalto e arredores era de uma grande derrota de Guaidó, que perdeu força e deixou ainda mais longe uma saída para a crise. O primeiro sintoma disso foi a manifestação do comando militar em favor de Maduro.

O próximo a fugir pode ser o próprio Guaidó, até porque a tendência do regime é endurecer ainda mais a repressão aos opositores. Resumindo: foi uma operação desastrosa. Para Hamilton Mourão, porém, ainda há um fiapo de esperança. Por quê? Porque Maduro não apareceu nem abriu a boca e porque o Exército também não foi para as ruas defender o regime. Para o vice, portanto, a situação continua “indefinida” e, por isso, pode demorar.

Na mensagem publicada nas redes sociais,Guaidóconvocou outros militares a se juntarem a seu movimento e pediu que a população saia às ruas"de forma pacífica" para apoiar sua reivindicação. Foto: Ariana Cubillos / AP

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