O que é diferente no caso de Kuczynski é que ele não foi acusado de receber propina. A Força Popular, que deu 24 horas para ele deixar o cargo e evitar o espetáculo do impeachment, acusou-o de prevaricação e de conflito de interesse.
Kuczynski era ministro da Economia de Toledo, e posteriormente chefiou o gabinete de ministros quando os pagamentos a sua consultoria, a Westfield Capital, foram feitos. O presidente afirma que, quando participou do governo de Toledo, a Westfield era dirigida por Gerardo Sepúlveda.
A Odebrecht confirmou que os serviços de consultoria da Westfield foram legais. Mas no dia 17 o presidente admitiu a jornalistas que havia recebido dividendos da empresa e seus opositores usaram a declaração como prova de um conflito de interesse não declarado. A Força Popular também foi alcançada pelo escândalo. Keiko Fujimori figura na documentação da Odebrecht. Ela nega que tenha recebido suborno. Kuczynski afirmou, justificadamente, que o “impeachment às pressas” constitui “um ataque contra a ordem democrática”.
Ele deve ser substituído pelo vice Martín Vizcarra. E se ele também cair (Vizcarra teve de se demitir do cargo de ministro dos Transportes em razão de problemas com um contrato de um aeroporto), a seguinte na linha de sucessão é Mercedes Aráoz. Se ela rejeitar o cargo ou se for destituída, a função passará para o presidente do Congresso, que terá de convocar imediatamente novas eleições. A provável vencedora? Keiko Fujimori. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO © 2017 THE ECONOMIST NEWSPAPER LIMITED. DIREITOS RESERVADOS. PUBLICADO SOB LICENÇA. O TEXTO ORIGINAL EM INGLÊS ESTÁ EM WWW.ECONOMIST.COM