O plano fracassado dos republicanos para derrubar o Obamacare com uma proposta de último minuto deixou algumas lições:
O processo é importante: os republicanos se queixaram da maneira sigilosa como o líder da maioria, o senador Mitch McConnell, elaborou a proposta, sem nenhuma audiência pública e tampouco sessões de redação do projeto.
Trump não ajudou: com outro republicano na Casa Branca, a revogação teria sido concluída com um veto. Trump, por sua vez, não se mostrou convincente nos últimos dias.
Intimidação não é eficaz: depois que senadora republicana Lisa Murkowski votou contra o início de um debate, Trump orientou o secretário do Interior, Ryan Zinke, a lembrá-la de que os assuntos ligados ao Alasca, seu Estado, são controlados por seu departamento. Mas ela não só preside a Comissão de Energia e Recursos Naturais, que tem jurisdição sobre o departamento, como também a subcomissão de dotações orçamentárias, que financia esse setor.
Debate sobre aborto não facilitou: a tarefa difícil de apresentar uma lei de assistência à saúde de grande alcance se tornou mais desafiadora diante das diferentes opiniões no caso do aborto, assunto que sempre foi uma complicação persistente.
Maioria pequena tem seus limites: opiniões divergentes poderiam não ser um problema se os republicanos tivessem uma grande maioria no Senado. Mas com apenas 52 cadeiras, seus líderes tinham de se preocupar em agradar aos mais conservadores e aos mais moderados. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO