Cerco à Basílica da Natividade termina em paz


Por Agencia Estado

O impasse na ancestral Basílica da Natividade, de Belém, teve início com uma tempestade de tiros - e terminou pacificamente, 39 dias depois. Israel e palestinos chegaram a um acordo no começo da semana para a suspensão do cerco à basílica do século IV, mas contratempos de último minuto mantiveram mais de 130 pessoas - incluindo policiais palestinos, clérigos e ativistas internacionais - dentro dos muros de pedra do complexo sagrado. O sítio começou em meio a duros enfrentamentos entre tropas israelenses e atiradores palestinos na Praça da Manjedoura, a praça maior em Belém, palco de celebrações cristãs anuais. Foi em 2 de abril, e Israel estava em seu quinto dia de uma ampla ofensiva na Cisjordânia, visando erradicar militantes palestinos responsáveis por uma série de ataques contra civis israelenses. Desesperados em busca de abrigo, cerca de 30 homens armados invadiram um monastério franciscano. Cerca de 170 palestinos, policiais e civis, os seguiram - e se viram encurralados, junto com várias dezenas de padres e freiras, dentro do complexo. Tropas de Israel não perseguiram os homens até dentro da igreja, mas cercaram-na com veículos blindados e atiradores de elite. O palco foi montado para um longo cerco, com as pessoas no interior sofrendo frio e fome, medo e tédio. A primeira vítima do impasse talvez tenha sido também a mais simbólica. Samir Ibrahim Salman, um palestino de 45 anos que trabalhava para a igreja e tocava os sinos, foi morto a tiros enquanto caminhava para seu serviço. Ele morreu a poucos passos da porta. O papa João Paulo II expressou grave preocupação com a segurança das pessoas - padres e freiras, militantes e civis palestinos - dentro da igreja. Quatro padres saíram do complexo no terceiro dia do impasse, mas a grande maioria disse que iria ficar para proteger a igreja, construída sobre o local onde, segundo a tradição, nasceu Jesus. Tiroteios explodiam com freqüência. Depois de um deles, em 8 de abril, uma autoridade franciscana acusou Israel de violação da decência humana. Mas Israel se manteve firme em sua recusa de levantar o cerco, exigindo a rendição ou o exílio dos homens procurados, abrigados no interior do templo. O secretário de Estado americano, Colin Powell, uniu-se a esforços para se resolver o impasse, reunindo-se com líderes cristãos durante uma visita à região, em meados de abril. As negociações tiveram início em 23 de abril, com os palestinos propondo que os homens procurados fossem levados para a Faixa de Gaza. Israel rejeitou a proposta, insistindo que eles tinham de ser julgados em território israelense, ou exilados. Atiradores de elite isralenses fizeram suas vítimas - cinco palestinos armados foram mortos dentro do complexo. Observando a igreja 24 horas por dia, os atiradores israelenses alvejavam qualquer homem armado que se aventurasse no pátio, tentasse apanhar legumes no jardim, ou mesmo que se aproximasse das janelas. Um monge franciscano foi baleado ao aproximar-se da janela de seu dormitório. Oficiais israelenses disseram várias vezes que pessoas desarmadas poderiam deixar a igreja, e afirmavam que pelo menos alguns dos civis eram reféns de milicianos palestinos. Mas ninguém, dentre as pessoas que ficaram no interior, disse estar lá à força. Os palestinos cercados davam razões diferentes para se manterem no local. Policiais e civis afirmavam que queriam demonstrar solidariedade para com a causa palestina. Alguns palestinos diziam temer por suas vidas. Finalmente, palestinos começaram a se render em pequenos grupos. Nove civis saíram em 25 de abril; quatro policiais se renderam no dia seguinte. O maior grupo, de 26 palestinos, se entregou em 30 de abril. Os que saíam apresentavam um relato desesperador das condições no complexo. As pessoas tinham de se manter juntas durante as noites frias nas cavernas da igreja, dividindo pratos de arroz ou macarrão uma vez por dia, ouvindo o lamento dos feridos e o odor dos mortos. A retirada dos feridos, e dos corpos, foi realizada várias vezes durante o cerco, mas normalmente com dias de atraso. A igreja do século IV, apesar de fétida e imunda, sobreviveu ao cerco com pequenos danos. Em 2 de maio, um incêndio irrompeu dentro do complexo, a poucos metros do prédio da igreja, durante uma troca de tiros entre palestinos e soldados israelenses. Ativistas internacionais, tentando proteger a igreja e as pessoas em seu interior, conseguiram, em 3 de maio, se infiltrar no complexo. Falando por telefone, eles deram um angustiante relato da situação, com as pessoas tendo para comer apenas grama e folhas. Com a aproximação da Páscoa ortodoxa - observada um mês depois da católica - as negociações se intensificaram. Mas a violência continuou, e um palestino foi morto dentro do complexo na véspera da Páscoa. Finalmente surgiu a boa nova de um acordo entre os dois lados. Em 7 de maio foi anunciado que os 13 palestinos considerados terroristas por Israel seriam enviados ao exílio e outros 26 militantes seriam transferidos para a Faixa de Gaza. Os demais seriam libertados. Mas outros três dias se passaram até que o Chipre acabou concordando em receber temporariamente os 13 homens. Hoje, o drama da Igreja da Natividade chegou ao fim. Leia o especial

O impasse na ancestral Basílica da Natividade, de Belém, teve início com uma tempestade de tiros - e terminou pacificamente, 39 dias depois. Israel e palestinos chegaram a um acordo no começo da semana para a suspensão do cerco à basílica do século IV, mas contratempos de último minuto mantiveram mais de 130 pessoas - incluindo policiais palestinos, clérigos e ativistas internacionais - dentro dos muros de pedra do complexo sagrado. O sítio começou em meio a duros enfrentamentos entre tropas israelenses e atiradores palestinos na Praça da Manjedoura, a praça maior em Belém, palco de celebrações cristãs anuais. Foi em 2 de abril, e Israel estava em seu quinto dia de uma ampla ofensiva na Cisjordânia, visando erradicar militantes palestinos responsáveis por uma série de ataques contra civis israelenses. Desesperados em busca de abrigo, cerca de 30 homens armados invadiram um monastério franciscano. Cerca de 170 palestinos, policiais e civis, os seguiram - e se viram encurralados, junto com várias dezenas de padres e freiras, dentro do complexo. Tropas de Israel não perseguiram os homens até dentro da igreja, mas cercaram-na com veículos blindados e atiradores de elite. O palco foi montado para um longo cerco, com as pessoas no interior sofrendo frio e fome, medo e tédio. A primeira vítima do impasse talvez tenha sido também a mais simbólica. Samir Ibrahim Salman, um palestino de 45 anos que trabalhava para a igreja e tocava os sinos, foi morto a tiros enquanto caminhava para seu serviço. Ele morreu a poucos passos da porta. O papa João Paulo II expressou grave preocupação com a segurança das pessoas - padres e freiras, militantes e civis palestinos - dentro da igreja. Quatro padres saíram do complexo no terceiro dia do impasse, mas a grande maioria disse que iria ficar para proteger a igreja, construída sobre o local onde, segundo a tradição, nasceu Jesus. Tiroteios explodiam com freqüência. Depois de um deles, em 8 de abril, uma autoridade franciscana acusou Israel de violação da decência humana. Mas Israel se manteve firme em sua recusa de levantar o cerco, exigindo a rendição ou o exílio dos homens procurados, abrigados no interior do templo. O secretário de Estado americano, Colin Powell, uniu-se a esforços para se resolver o impasse, reunindo-se com líderes cristãos durante uma visita à região, em meados de abril. As negociações tiveram início em 23 de abril, com os palestinos propondo que os homens procurados fossem levados para a Faixa de Gaza. Israel rejeitou a proposta, insistindo que eles tinham de ser julgados em território israelense, ou exilados. Atiradores de elite isralenses fizeram suas vítimas - cinco palestinos armados foram mortos dentro do complexo. Observando a igreja 24 horas por dia, os atiradores israelenses alvejavam qualquer homem armado que se aventurasse no pátio, tentasse apanhar legumes no jardim, ou mesmo que se aproximasse das janelas. Um monge franciscano foi baleado ao aproximar-se da janela de seu dormitório. Oficiais israelenses disseram várias vezes que pessoas desarmadas poderiam deixar a igreja, e afirmavam que pelo menos alguns dos civis eram reféns de milicianos palestinos. Mas ninguém, dentre as pessoas que ficaram no interior, disse estar lá à força. Os palestinos cercados davam razões diferentes para se manterem no local. Policiais e civis afirmavam que queriam demonstrar solidariedade para com a causa palestina. Alguns palestinos diziam temer por suas vidas. Finalmente, palestinos começaram a se render em pequenos grupos. Nove civis saíram em 25 de abril; quatro policiais se renderam no dia seguinte. O maior grupo, de 26 palestinos, se entregou em 30 de abril. Os que saíam apresentavam um relato desesperador das condições no complexo. As pessoas tinham de se manter juntas durante as noites frias nas cavernas da igreja, dividindo pratos de arroz ou macarrão uma vez por dia, ouvindo o lamento dos feridos e o odor dos mortos. A retirada dos feridos, e dos corpos, foi realizada várias vezes durante o cerco, mas normalmente com dias de atraso. A igreja do século IV, apesar de fétida e imunda, sobreviveu ao cerco com pequenos danos. Em 2 de maio, um incêndio irrompeu dentro do complexo, a poucos metros do prédio da igreja, durante uma troca de tiros entre palestinos e soldados israelenses. Ativistas internacionais, tentando proteger a igreja e as pessoas em seu interior, conseguiram, em 3 de maio, se infiltrar no complexo. Falando por telefone, eles deram um angustiante relato da situação, com as pessoas tendo para comer apenas grama e folhas. Com a aproximação da Páscoa ortodoxa - observada um mês depois da católica - as negociações se intensificaram. Mas a violência continuou, e um palestino foi morto dentro do complexo na véspera da Páscoa. Finalmente surgiu a boa nova de um acordo entre os dois lados. Em 7 de maio foi anunciado que os 13 palestinos considerados terroristas por Israel seriam enviados ao exílio e outros 26 militantes seriam transferidos para a Faixa de Gaza. Os demais seriam libertados. Mas outros três dias se passaram até que o Chipre acabou concordando em receber temporariamente os 13 homens. Hoje, o drama da Igreja da Natividade chegou ao fim. Leia o especial

O impasse na ancestral Basílica da Natividade, de Belém, teve início com uma tempestade de tiros - e terminou pacificamente, 39 dias depois. Israel e palestinos chegaram a um acordo no começo da semana para a suspensão do cerco à basílica do século IV, mas contratempos de último minuto mantiveram mais de 130 pessoas - incluindo policiais palestinos, clérigos e ativistas internacionais - dentro dos muros de pedra do complexo sagrado. O sítio começou em meio a duros enfrentamentos entre tropas israelenses e atiradores palestinos na Praça da Manjedoura, a praça maior em Belém, palco de celebrações cristãs anuais. Foi em 2 de abril, e Israel estava em seu quinto dia de uma ampla ofensiva na Cisjordânia, visando erradicar militantes palestinos responsáveis por uma série de ataques contra civis israelenses. Desesperados em busca de abrigo, cerca de 30 homens armados invadiram um monastério franciscano. Cerca de 170 palestinos, policiais e civis, os seguiram - e se viram encurralados, junto com várias dezenas de padres e freiras, dentro do complexo. Tropas de Israel não perseguiram os homens até dentro da igreja, mas cercaram-na com veículos blindados e atiradores de elite. O palco foi montado para um longo cerco, com as pessoas no interior sofrendo frio e fome, medo e tédio. A primeira vítima do impasse talvez tenha sido também a mais simbólica. Samir Ibrahim Salman, um palestino de 45 anos que trabalhava para a igreja e tocava os sinos, foi morto a tiros enquanto caminhava para seu serviço. Ele morreu a poucos passos da porta. O papa João Paulo II expressou grave preocupação com a segurança das pessoas - padres e freiras, militantes e civis palestinos - dentro da igreja. Quatro padres saíram do complexo no terceiro dia do impasse, mas a grande maioria disse que iria ficar para proteger a igreja, construída sobre o local onde, segundo a tradição, nasceu Jesus. Tiroteios explodiam com freqüência. Depois de um deles, em 8 de abril, uma autoridade franciscana acusou Israel de violação da decência humana. Mas Israel se manteve firme em sua recusa de levantar o cerco, exigindo a rendição ou o exílio dos homens procurados, abrigados no interior do templo. O secretário de Estado americano, Colin Powell, uniu-se a esforços para se resolver o impasse, reunindo-se com líderes cristãos durante uma visita à região, em meados de abril. As negociações tiveram início em 23 de abril, com os palestinos propondo que os homens procurados fossem levados para a Faixa de Gaza. Israel rejeitou a proposta, insistindo que eles tinham de ser julgados em território israelense, ou exilados. Atiradores de elite isralenses fizeram suas vítimas - cinco palestinos armados foram mortos dentro do complexo. Observando a igreja 24 horas por dia, os atiradores israelenses alvejavam qualquer homem armado que se aventurasse no pátio, tentasse apanhar legumes no jardim, ou mesmo que se aproximasse das janelas. Um monge franciscano foi baleado ao aproximar-se da janela de seu dormitório. Oficiais israelenses disseram várias vezes que pessoas desarmadas poderiam deixar a igreja, e afirmavam que pelo menos alguns dos civis eram reféns de milicianos palestinos. Mas ninguém, dentre as pessoas que ficaram no interior, disse estar lá à força. Os palestinos cercados davam razões diferentes para se manterem no local. Policiais e civis afirmavam que queriam demonstrar solidariedade para com a causa palestina. Alguns palestinos diziam temer por suas vidas. Finalmente, palestinos começaram a se render em pequenos grupos. Nove civis saíram em 25 de abril; quatro policiais se renderam no dia seguinte. O maior grupo, de 26 palestinos, se entregou em 30 de abril. Os que saíam apresentavam um relato desesperador das condições no complexo. As pessoas tinham de se manter juntas durante as noites frias nas cavernas da igreja, dividindo pratos de arroz ou macarrão uma vez por dia, ouvindo o lamento dos feridos e o odor dos mortos. A retirada dos feridos, e dos corpos, foi realizada várias vezes durante o cerco, mas normalmente com dias de atraso. A igreja do século IV, apesar de fétida e imunda, sobreviveu ao cerco com pequenos danos. Em 2 de maio, um incêndio irrompeu dentro do complexo, a poucos metros do prédio da igreja, durante uma troca de tiros entre palestinos e soldados israelenses. Ativistas internacionais, tentando proteger a igreja e as pessoas em seu interior, conseguiram, em 3 de maio, se infiltrar no complexo. Falando por telefone, eles deram um angustiante relato da situação, com as pessoas tendo para comer apenas grama e folhas. Com a aproximação da Páscoa ortodoxa - observada um mês depois da católica - as negociações se intensificaram. Mas a violência continuou, e um palestino foi morto dentro do complexo na véspera da Páscoa. Finalmente surgiu a boa nova de um acordo entre os dois lados. Em 7 de maio foi anunciado que os 13 palestinos considerados terroristas por Israel seriam enviados ao exílio e outros 26 militantes seriam transferidos para a Faixa de Gaza. Os demais seriam libertados. Mas outros três dias se passaram até que o Chipre acabou concordando em receber temporariamente os 13 homens. Hoje, o drama da Igreja da Natividade chegou ao fim. Leia o especial

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.