Chanceler da Venezuela ataca Paraguai e Brasil: ‘foram ao banheiro’


Enviada de Maduro disse que representantes brasileiro e paraguaio recorreram ao toalete para evitá-la durante reunião do Mercosul no Uruguai

Por Rodrigo Cavalheiro e Montevidéu

MONTEVIDÉU - A chanceler venezuelana sorria ao deixar, no início da tarde de ontem, a reunião para a qual não tinha convite, no Ministério das Relações Exteriores uruguaio, centro de Montevidéu. Foi a última a chegar e a primeira a sair.

Os 50 jornalistas que esperavam na Rua Colonia tinham sido avisados havia uma hora por um assessor que Delcy Rodríguez desceria “em 5 minutos”. Cercada, Delcy ignorou a pergunta mais frequente, sobre a transmissão da presidência do bloco.

Chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, conversa com jornalistas no Uruguai depois de chegar sem convite parareunião do Mercosul Foto: REUTERS/Andres Stapff
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“O chanceler paraguaio e o vice-chanceler brasileiro (sic) se esconderam no banheiro. Não quiseram mostrar a cara à Venezuela”, afirmou, gesticulado, sob os microfones.

“O que a senhora quer dizer com ‘se esconderam no banheiro’”?, questionou um jornalista, em dúvida se Delcy estava sendo literal. “Se esconderam, ué. Estavam no banheiro, não pudemos ver a cara deles. Foi uma vergonha.”

Delcy foi interrompida pelos palavrões de um cinegrafista contra um fotógrafo que bloqueou seu campo de visão. Quando voltou a falar, a chanceler disse que havia sido decidido que Caracas assumiria o controle do Mercosul “nos próximos dias”. Parte dos jornalistas desconfiou, corretamente, que o anúncio era tão inverossímil quanto a cena dos diplomatas no toalete, com medo dela. 

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Assessores do chanceler paraguaio, Eladio Loizaga, disseram que ele ficou irritado com a visita de Delcy, da qual ficou sabendo de manhã. Também estava insatisfeito com os uruguaios, que a deixaram entrar. A delegação paraguaia disse que Delcy não entrou na sala da reunião - ela ignorava que o Brasil não estava representado pelo vice-chanceler. O embaixador Paulo Estivallet, que falou em nome do Brasil, disse não ter levado a sério a provocação dela. “Não deixa de ser estranho vir sem ser convidada. Nunca tinha visto isso.”

No fim da declaração conjunta que desmentiu Delcy, Loizaga brincou com a acusação de covardia. “Seria um encontro desnecessário. Não fugimos. Se estivemos no banheiro, talvez tenha sido porque a necessidade fisiológica nos chamou.”

Figuras políticas e grupos pelo mundo criticam governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro

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Figuras políticas e grupos pelo mundo criticam governo do preside

Foto: EFE/MIGUEL GUTIÉRREZ
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Foto: Jacquelyn Martin/AP
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Foto: AP Photo/Jacquelyn Martin, File
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Foto: REUTERS/Jeon Heon-Kyun
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Foto: AP Photo/Andre Penner
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Foto: Charles Dharapak/AP
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Foto: AP Photo/Ronald Zak
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Foto: Reuters
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MONTEVIDÉU - A chanceler venezuelana sorria ao deixar, no início da tarde de ontem, a reunião para a qual não tinha convite, no Ministério das Relações Exteriores uruguaio, centro de Montevidéu. Foi a última a chegar e a primeira a sair.

Os 50 jornalistas que esperavam na Rua Colonia tinham sido avisados havia uma hora por um assessor que Delcy Rodríguez desceria “em 5 minutos”. Cercada, Delcy ignorou a pergunta mais frequente, sobre a transmissão da presidência do bloco.

Chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, conversa com jornalistas no Uruguai depois de chegar sem convite parareunião do Mercosul Foto: REUTERS/Andres Stapff

“O chanceler paraguaio e o vice-chanceler brasileiro (sic) se esconderam no banheiro. Não quiseram mostrar a cara à Venezuela”, afirmou, gesticulado, sob os microfones.

“O que a senhora quer dizer com ‘se esconderam no banheiro’”?, questionou um jornalista, em dúvida se Delcy estava sendo literal. “Se esconderam, ué. Estavam no banheiro, não pudemos ver a cara deles. Foi uma vergonha.”

Delcy foi interrompida pelos palavrões de um cinegrafista contra um fotógrafo que bloqueou seu campo de visão. Quando voltou a falar, a chanceler disse que havia sido decidido que Caracas assumiria o controle do Mercosul “nos próximos dias”. Parte dos jornalistas desconfiou, corretamente, que o anúncio era tão inverossímil quanto a cena dos diplomatas no toalete, com medo dela. 

Assessores do chanceler paraguaio, Eladio Loizaga, disseram que ele ficou irritado com a visita de Delcy, da qual ficou sabendo de manhã. Também estava insatisfeito com os uruguaios, que a deixaram entrar. A delegação paraguaia disse que Delcy não entrou na sala da reunião - ela ignorava que o Brasil não estava representado pelo vice-chanceler. O embaixador Paulo Estivallet, que falou em nome do Brasil, disse não ter levado a sério a provocação dela. “Não deixa de ser estranho vir sem ser convidada. Nunca tinha visto isso.”

No fim da declaração conjunta que desmentiu Delcy, Loizaga brincou com a acusação de covardia. “Seria um encontro desnecessário. Não fugimos. Se estivemos no banheiro, talvez tenha sido porque a necessidade fisiológica nos chamou.”

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Foto: AP Photo/Jacquelyn Martin, File
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MONTEVIDÉU - A chanceler venezuelana sorria ao deixar, no início da tarde de ontem, a reunião para a qual não tinha convite, no Ministério das Relações Exteriores uruguaio, centro de Montevidéu. Foi a última a chegar e a primeira a sair.

Os 50 jornalistas que esperavam na Rua Colonia tinham sido avisados havia uma hora por um assessor que Delcy Rodríguez desceria “em 5 minutos”. Cercada, Delcy ignorou a pergunta mais frequente, sobre a transmissão da presidência do bloco.

Chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, conversa com jornalistas no Uruguai depois de chegar sem convite parareunião do Mercosul Foto: REUTERS/Andres Stapff

“O chanceler paraguaio e o vice-chanceler brasileiro (sic) se esconderam no banheiro. Não quiseram mostrar a cara à Venezuela”, afirmou, gesticulado, sob os microfones.

“O que a senhora quer dizer com ‘se esconderam no banheiro’”?, questionou um jornalista, em dúvida se Delcy estava sendo literal. “Se esconderam, ué. Estavam no banheiro, não pudemos ver a cara deles. Foi uma vergonha.”

Delcy foi interrompida pelos palavrões de um cinegrafista contra um fotógrafo que bloqueou seu campo de visão. Quando voltou a falar, a chanceler disse que havia sido decidido que Caracas assumiria o controle do Mercosul “nos próximos dias”. Parte dos jornalistas desconfiou, corretamente, que o anúncio era tão inverossímil quanto a cena dos diplomatas no toalete, com medo dela. 

Assessores do chanceler paraguaio, Eladio Loizaga, disseram que ele ficou irritado com a visita de Delcy, da qual ficou sabendo de manhã. Também estava insatisfeito com os uruguaios, que a deixaram entrar. A delegação paraguaia disse que Delcy não entrou na sala da reunião - ela ignorava que o Brasil não estava representado pelo vice-chanceler. O embaixador Paulo Estivallet, que falou em nome do Brasil, disse não ter levado a sério a provocação dela. “Não deixa de ser estranho vir sem ser convidada. Nunca tinha visto isso.”

No fim da declaração conjunta que desmentiu Delcy, Loizaga brincou com a acusação de covardia. “Seria um encontro desnecessário. Não fugimos. Se estivemos no banheiro, talvez tenha sido porque a necessidade fisiológica nos chamou.”

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