O Reino Unido pode considerar a possibilidade de reconhecer um Estado palestino como parte dos esforços para obter um acordo de paz “irreversível” e frear o conflito entre israelenses e palestinos, segundo afirmou o ministro das Relações Exteriores do país, David Cameron.
Em um evento de recepção para embaixadores de países árabes no Parlamento britânico, o chanceler afirmou que a medida - que é rejeitada pelo primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu - ajudaria a iniciar um “processo irreversível” para acabar com o conflito.
“Devemos começar a considerar como seria um Estado palestino, o que incluiria e como funcionaria”, disse o chefe da diplomacia britânica. “Nesse momento, examinaremos com nossos aliados a questão do reconhecimento de um Estado palestino, inclusive nas Nações Unidas”, acrescentou.
O embaixador palestino no Reino Unido, Husam Zomlot, celebrou essas palavras como um fato “importante”. No entanto, entre os membros do partido conservador britânico, no poder, a deputada Theresa Villiers considerou que avançar na questão do reconhecimento de um Estado palestino “recompensaria as atrocidades do Hamas”.
O Reino Unido defende há muito tempo uma solução de dois Estados. Após as palavras de Cameron, Downing Street enfatizou que Londres não mudou sua posição.
“Sempre fomos claros de que reconheceremos um Estado palestino quando isso servir melhor à causa da paz, e estamos comprometidos com a solução de dois Estados”, disse um porta-voz do primeiro-ministro, Rishi Sunak.
David Cameron viajará ao Oriente Médio nesta semana, em sua quarta visita à região desde sua nomeação em novembro. /AFP