SANTIAGO - As autoridades sanitárias do Chile informaram nesta quinta-feira, 10, que a Região Metropolitana, que abrange a capital e onde habitam mais de 7 milhões de pessoas, voltará à quarentena total no sábado, devido ao aumento de casos de covid-19 nos últimos dias e ao alarmante colapso do sistema de saúde.
O Chile, onde mais de 30 mil pessoas já morreram por complicações decorrentes da covid-19, realiza um dos processos de vacinação mais bem-sucedidos do mundo e tem a população mais imunizada da América Latina. Mais de 11,2 milhões dos 19 milhões de habitantes do país já receberam ao menos uma dose das vacinas contra o novo coronavírus (74,5%) e 8,6 milhões receberam as duas doses em uma população alvo de 15,2 milhões.
Mas a ampla imunização não tem evitado o alto índice de infecções, embora tenha sido eficaz na redução das chances de pacientes chegarem à Unidade de Tratamento Intensiva (UTI). As autoridades afirmam que mais de 60% dos internados não foram inoculados ou receberam apenas uma dose.
“Embora em nosso país tenhamos visto alguma estabilização dos casos e em algumas regiões tendências positivas, a Região Metropolitana nos preocupa mais pelo número de habitantes e de leitos críticos”, disse a subsecretária de Saúde Pública, Paula Daza.
Segundo o Ministério da Saúde, a situação hospitalar em Santiago está no limite, com 98% dos leitos de UTI ocupados, apesar de alguns de seus bairros já estarem em regime de confinamento total há mais de nove semanas.
A disponibilidade de camas, disse Daza, é um dos elementos importantes com a chegada do inverno, uma vez que, com as baixas temperaturas, as pessoas tendem a permanecer em locais fechados em vez de ficarem ao ar livre e a ventilação dos espaços é reduzida, uma situação que pode levar a um aumento de casos.
É a terceira vez em 14 meses de pandemia que as autoridades tomam essa medida, em um dia em que foram registrados 7.716 novos casos e 198 mortes por covid-19, totalizando 1.453.478 infectados e 30.339 mortes desde a detecção do primeiro caso em Chile, em 3 de março de 2020.
Vacinação
A vacinação em massa no Chile começou no dia 3 de fevereiro e hoje é a vez dos maiores de 22 anos. A partir de 21 de junho, adolescentes a partir de 12 anos começarão a ser vacinados.
Nesta quinta-feira, o Instituto de Saúde Pública (ISP) aprovou o uso emergencial da vacina Janssen da Johnson & Johnson, que chegará ao país por meio do mecanismo internacional Covax da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Esta vacina de dose única é a quinta aprovada pelas autoridades chilenas e se junta às que já estão sendo aplicadas: Sinovac (17,1 milhões), Pfizer/BioNTech (4,5 milhões), AstraZeneca (693.600, também por meio da Covax) e CanSino (300.000), acrescentando um total de 22,7 milhões de doses que já chegaram ao país.
Consultadas a respeito da variante delta, que já foi identificada em países vizinhos como Argentina e Peru, as autoridades confirmaram que ainda não foi identificada no Chile, que permanecerá com suas fronteiras fechadas pelo menos até 30 de junho. /EFE, AFP e AP