Chile autoriza voo de repatriação de venezuelanos retidos na fronteira com o Peru


País confirmou decolagem na última quinta-feira; dificuldades no controle de imigração motivaram o retorno

Por Redação
Atualização:

CHILE - Um avião com imigrantes venezuelanos decolou neste domingo, 7, da cidade de Arica, no Chile, em um voo de repatriação em direção à Caracas para pessoas que buscam deixar o país há semanas devido ao endurecimento dos controles de imigração no país. Na última quinta-feira, 4, o Chile autorizou que voo fosse realizado, retirando os imigrantes retidos na fronteira com o Peru.

“O avião (...) para Caracas acaba de decolar e 115 pessoas que estavam registradas embarcaram nele”, informou o delegado do governo chileno, Ricardo Sanzana, à repórteres na cidade de Arica, 2 mil quilômetros ao norte de Santiago.

Imigrantes sem documentos permanecem presos no Chile depois que o Peru se recusou a abrir suas fronteiras para migrantes, na área de Chacalluta, em Arica, no Chile Foto: REUTERS / REUTERS
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A aeronave recolheu migrantes que aguardavam do lado chileno na passagem fronteiriça de Chacalluta e outro grupo que estava na cidade peruana de Tacna. Segundo informações, apesar de entrarem no voo, nem todos queriam voltar para a Venezuela. O país vive uma grave crise social e política sob o regime de Nicolás Maduro.

Na quinta, o chanceler chileno, Alberto van Klaveren, confirmou a chegado do avião ao aeroporto de Arica “para recolher um grupo bastante importante de migrantes que estão bloqueados na fronteira”, disse.

Programa ‘Retorno à Pátria’

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A operação é realizada por uma companhia aérea privada e não pela empresa pública venezuelana Conviasa, e faz parte do programa “Retorno à Pátria”, impulsionado pelo governo da Venezuela, de acordo com as autoridades locais.

“É um primeiro voo, esperamos que em breve possa haver mais, mas é algo que teremos que conversar com nossa contraparte venezuelana”, acrescentou o chanceler chileno, ressaltando, ainda, “a boa disposição do governo venezuelano para buscar soluções para o problema dos migrantes que estão na fronteira norte”.

‘Meu destino é outro’

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Na passagem fronteiriça de Chacalluta, o anúncio da chegada do avião foi recebido com ceticismo entre os venezuelanos. Muitos deles não querem voltar para o seu país, mas sim emigrar para outro destino. Também há colombianos e haitianos, para quem, no entanto, não há outra solução.

“Falam de um voo humanitário para a Venezuela, mas, para mim, não serve um voo humanitário, porque eu vou para os Estados Unidos. Ir para a Venezuela significa que podem danificar os meus documentos, podem cercear os meus direitos porque quando alguém chega lá, essa pessoa é um traidor da pátria”, relata na fronteira venezuelana Mariol Ramírez, de 50 anos, que trabalhava como faxineira em Santiago.

Policiais peruanos montam guarda ao lado de migrantes sem documentos enquanto eles permanecem presos no Chile, depois que o Peru se recusou a abrir suas fronteiras para migrantes, na área de Chacalluta, em Arica, no Chile Foto: REUTERS / REUTERS
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“Meu destino é outro, não posso ir obrigada, a estar lá para morrer de fome na Venezuela. Estou fora do meu país justamente para isso, para ajudar a minha família e seguir adiante”, disse à AFP.

Há aqueles que se cansaram por não conseguirem os papéis para poder trabalhar legalmente no Chile e querem voltar para a Venezuela, especialmente para reencontrar suas famílias.

“Nunca fui preso no meu país e nem aqui, vou preso por trabalhar ou simplesmente porque não tenho papéis? Não é lógico. Então, decidi voltar para a Venezuela”, assegura Edumar Briceño, de 50 anos, que há dois anos não vê sua esposa e nem sua filha que ficaram na Venezuela.

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Avanço importante

Há mais de duas semanas, centenas de migrantes, principalmente venezuelanos, permanecem na fronteira norte após deixarem o Chile depois do endurecimento dos controles migratórios no país.

O Peru impede sua passagem, alegando falta de documentação. O país decretou também estado de emergência por 60 dias em suas fronteiras e ordenou o envio de militares para reforçar a vigilância e enfrentar a insegurança associada a estrangeiros, segundo a presidente Dina Boluarte.

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O Chile já havia militarizado sua fronteira norte na tentativa de controlar a entrada irregular de migrantes. Adicionalmente, o Congresso aprovou leis que endurecem o controle migratório, como uma que ordena a detenção de quem não tenha documentação e outra que estende o prazo da detenção para poder gerenciar a expulsão.

Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), diariamente concentram-se, em média, entre 150 e 200 migrantes nas fronteiras entre Chile e Peru. Diante do bloqueio das autoridades peruanas, alguns cruzaram passagens irregulares para a cidade fronteiriça peruana de Tacna e outros se instalaram do lado chileno, na cidade de Arica.

“Acredito que é um avanço importante que permite enfrentar adequadamente este problema humanitário”, afirmou o diplomata chileno./AFP

CHILE - Um avião com imigrantes venezuelanos decolou neste domingo, 7, da cidade de Arica, no Chile, em um voo de repatriação em direção à Caracas para pessoas que buscam deixar o país há semanas devido ao endurecimento dos controles de imigração no país. Na última quinta-feira, 4, o Chile autorizou que voo fosse realizado, retirando os imigrantes retidos na fronteira com o Peru.

“O avião (...) para Caracas acaba de decolar e 115 pessoas que estavam registradas embarcaram nele”, informou o delegado do governo chileno, Ricardo Sanzana, à repórteres na cidade de Arica, 2 mil quilômetros ao norte de Santiago.

Imigrantes sem documentos permanecem presos no Chile depois que o Peru se recusou a abrir suas fronteiras para migrantes, na área de Chacalluta, em Arica, no Chile Foto: REUTERS / REUTERS

A aeronave recolheu migrantes que aguardavam do lado chileno na passagem fronteiriça de Chacalluta e outro grupo que estava na cidade peruana de Tacna. Segundo informações, apesar de entrarem no voo, nem todos queriam voltar para a Venezuela. O país vive uma grave crise social e política sob o regime de Nicolás Maduro.

Na quinta, o chanceler chileno, Alberto van Klaveren, confirmou a chegado do avião ao aeroporto de Arica “para recolher um grupo bastante importante de migrantes que estão bloqueados na fronteira”, disse.

Programa ‘Retorno à Pátria’

A operação é realizada por uma companhia aérea privada e não pela empresa pública venezuelana Conviasa, e faz parte do programa “Retorno à Pátria”, impulsionado pelo governo da Venezuela, de acordo com as autoridades locais.

“É um primeiro voo, esperamos que em breve possa haver mais, mas é algo que teremos que conversar com nossa contraparte venezuelana”, acrescentou o chanceler chileno, ressaltando, ainda, “a boa disposição do governo venezuelano para buscar soluções para o problema dos migrantes que estão na fronteira norte”.

‘Meu destino é outro’

Na passagem fronteiriça de Chacalluta, o anúncio da chegada do avião foi recebido com ceticismo entre os venezuelanos. Muitos deles não querem voltar para o seu país, mas sim emigrar para outro destino. Também há colombianos e haitianos, para quem, no entanto, não há outra solução.

“Falam de um voo humanitário para a Venezuela, mas, para mim, não serve um voo humanitário, porque eu vou para os Estados Unidos. Ir para a Venezuela significa que podem danificar os meus documentos, podem cercear os meus direitos porque quando alguém chega lá, essa pessoa é um traidor da pátria”, relata na fronteira venezuelana Mariol Ramírez, de 50 anos, que trabalhava como faxineira em Santiago.

Policiais peruanos montam guarda ao lado de migrantes sem documentos enquanto eles permanecem presos no Chile, depois que o Peru se recusou a abrir suas fronteiras para migrantes, na área de Chacalluta, em Arica, no Chile Foto: REUTERS / REUTERS

“Meu destino é outro, não posso ir obrigada, a estar lá para morrer de fome na Venezuela. Estou fora do meu país justamente para isso, para ajudar a minha família e seguir adiante”, disse à AFP.

Há aqueles que se cansaram por não conseguirem os papéis para poder trabalhar legalmente no Chile e querem voltar para a Venezuela, especialmente para reencontrar suas famílias.

“Nunca fui preso no meu país e nem aqui, vou preso por trabalhar ou simplesmente porque não tenho papéis? Não é lógico. Então, decidi voltar para a Venezuela”, assegura Edumar Briceño, de 50 anos, que há dois anos não vê sua esposa e nem sua filha que ficaram na Venezuela.

Avanço importante

Há mais de duas semanas, centenas de migrantes, principalmente venezuelanos, permanecem na fronteira norte após deixarem o Chile depois do endurecimento dos controles migratórios no país.

O Peru impede sua passagem, alegando falta de documentação. O país decretou também estado de emergência por 60 dias em suas fronteiras e ordenou o envio de militares para reforçar a vigilância e enfrentar a insegurança associada a estrangeiros, segundo a presidente Dina Boluarte.

O Chile já havia militarizado sua fronteira norte na tentativa de controlar a entrada irregular de migrantes. Adicionalmente, o Congresso aprovou leis que endurecem o controle migratório, como uma que ordena a detenção de quem não tenha documentação e outra que estende o prazo da detenção para poder gerenciar a expulsão.

Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), diariamente concentram-se, em média, entre 150 e 200 migrantes nas fronteiras entre Chile e Peru. Diante do bloqueio das autoridades peruanas, alguns cruzaram passagens irregulares para a cidade fronteiriça peruana de Tacna e outros se instalaram do lado chileno, na cidade de Arica.

“Acredito que é um avanço importante que permite enfrentar adequadamente este problema humanitário”, afirmou o diplomata chileno./AFP

CHILE - Um avião com imigrantes venezuelanos decolou neste domingo, 7, da cidade de Arica, no Chile, em um voo de repatriação em direção à Caracas para pessoas que buscam deixar o país há semanas devido ao endurecimento dos controles de imigração no país. Na última quinta-feira, 4, o Chile autorizou que voo fosse realizado, retirando os imigrantes retidos na fronteira com o Peru.

“O avião (...) para Caracas acaba de decolar e 115 pessoas que estavam registradas embarcaram nele”, informou o delegado do governo chileno, Ricardo Sanzana, à repórteres na cidade de Arica, 2 mil quilômetros ao norte de Santiago.

Imigrantes sem documentos permanecem presos no Chile depois que o Peru se recusou a abrir suas fronteiras para migrantes, na área de Chacalluta, em Arica, no Chile Foto: REUTERS / REUTERS

A aeronave recolheu migrantes que aguardavam do lado chileno na passagem fronteiriça de Chacalluta e outro grupo que estava na cidade peruana de Tacna. Segundo informações, apesar de entrarem no voo, nem todos queriam voltar para a Venezuela. O país vive uma grave crise social e política sob o regime de Nicolás Maduro.

Na quinta, o chanceler chileno, Alberto van Klaveren, confirmou a chegado do avião ao aeroporto de Arica “para recolher um grupo bastante importante de migrantes que estão bloqueados na fronteira”, disse.

Programa ‘Retorno à Pátria’

A operação é realizada por uma companhia aérea privada e não pela empresa pública venezuelana Conviasa, e faz parte do programa “Retorno à Pátria”, impulsionado pelo governo da Venezuela, de acordo com as autoridades locais.

“É um primeiro voo, esperamos que em breve possa haver mais, mas é algo que teremos que conversar com nossa contraparte venezuelana”, acrescentou o chanceler chileno, ressaltando, ainda, “a boa disposição do governo venezuelano para buscar soluções para o problema dos migrantes que estão na fronteira norte”.

‘Meu destino é outro’

Na passagem fronteiriça de Chacalluta, o anúncio da chegada do avião foi recebido com ceticismo entre os venezuelanos. Muitos deles não querem voltar para o seu país, mas sim emigrar para outro destino. Também há colombianos e haitianos, para quem, no entanto, não há outra solução.

“Falam de um voo humanitário para a Venezuela, mas, para mim, não serve um voo humanitário, porque eu vou para os Estados Unidos. Ir para a Venezuela significa que podem danificar os meus documentos, podem cercear os meus direitos porque quando alguém chega lá, essa pessoa é um traidor da pátria”, relata na fronteira venezuelana Mariol Ramírez, de 50 anos, que trabalhava como faxineira em Santiago.

Policiais peruanos montam guarda ao lado de migrantes sem documentos enquanto eles permanecem presos no Chile, depois que o Peru se recusou a abrir suas fronteiras para migrantes, na área de Chacalluta, em Arica, no Chile Foto: REUTERS / REUTERS

“Meu destino é outro, não posso ir obrigada, a estar lá para morrer de fome na Venezuela. Estou fora do meu país justamente para isso, para ajudar a minha família e seguir adiante”, disse à AFP.

Há aqueles que se cansaram por não conseguirem os papéis para poder trabalhar legalmente no Chile e querem voltar para a Venezuela, especialmente para reencontrar suas famílias.

“Nunca fui preso no meu país e nem aqui, vou preso por trabalhar ou simplesmente porque não tenho papéis? Não é lógico. Então, decidi voltar para a Venezuela”, assegura Edumar Briceño, de 50 anos, que há dois anos não vê sua esposa e nem sua filha que ficaram na Venezuela.

Avanço importante

Há mais de duas semanas, centenas de migrantes, principalmente venezuelanos, permanecem na fronteira norte após deixarem o Chile depois do endurecimento dos controles migratórios no país.

O Peru impede sua passagem, alegando falta de documentação. O país decretou também estado de emergência por 60 dias em suas fronteiras e ordenou o envio de militares para reforçar a vigilância e enfrentar a insegurança associada a estrangeiros, segundo a presidente Dina Boluarte.

O Chile já havia militarizado sua fronteira norte na tentativa de controlar a entrada irregular de migrantes. Adicionalmente, o Congresso aprovou leis que endurecem o controle migratório, como uma que ordena a detenção de quem não tenha documentação e outra que estende o prazo da detenção para poder gerenciar a expulsão.

Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), diariamente concentram-se, em média, entre 150 e 200 migrantes nas fronteiras entre Chile e Peru. Diante do bloqueio das autoridades peruanas, alguns cruzaram passagens irregulares para a cidade fronteiriça peruana de Tacna e outros se instalaram do lado chileno, na cidade de Arica.

“Acredito que é um avanço importante que permite enfrentar adequadamente este problema humanitário”, afirmou o diplomata chileno./AFP

CHILE - Um avião com imigrantes venezuelanos decolou neste domingo, 7, da cidade de Arica, no Chile, em um voo de repatriação em direção à Caracas para pessoas que buscam deixar o país há semanas devido ao endurecimento dos controles de imigração no país. Na última quinta-feira, 4, o Chile autorizou que voo fosse realizado, retirando os imigrantes retidos na fronteira com o Peru.

“O avião (...) para Caracas acaba de decolar e 115 pessoas que estavam registradas embarcaram nele”, informou o delegado do governo chileno, Ricardo Sanzana, à repórteres na cidade de Arica, 2 mil quilômetros ao norte de Santiago.

Imigrantes sem documentos permanecem presos no Chile depois que o Peru se recusou a abrir suas fronteiras para migrantes, na área de Chacalluta, em Arica, no Chile Foto: REUTERS / REUTERS

A aeronave recolheu migrantes que aguardavam do lado chileno na passagem fronteiriça de Chacalluta e outro grupo que estava na cidade peruana de Tacna. Segundo informações, apesar de entrarem no voo, nem todos queriam voltar para a Venezuela. O país vive uma grave crise social e política sob o regime de Nicolás Maduro.

Na quinta, o chanceler chileno, Alberto van Klaveren, confirmou a chegado do avião ao aeroporto de Arica “para recolher um grupo bastante importante de migrantes que estão bloqueados na fronteira”, disse.

Programa ‘Retorno à Pátria’

A operação é realizada por uma companhia aérea privada e não pela empresa pública venezuelana Conviasa, e faz parte do programa “Retorno à Pátria”, impulsionado pelo governo da Venezuela, de acordo com as autoridades locais.

“É um primeiro voo, esperamos que em breve possa haver mais, mas é algo que teremos que conversar com nossa contraparte venezuelana”, acrescentou o chanceler chileno, ressaltando, ainda, “a boa disposição do governo venezuelano para buscar soluções para o problema dos migrantes que estão na fronteira norte”.

‘Meu destino é outro’

Na passagem fronteiriça de Chacalluta, o anúncio da chegada do avião foi recebido com ceticismo entre os venezuelanos. Muitos deles não querem voltar para o seu país, mas sim emigrar para outro destino. Também há colombianos e haitianos, para quem, no entanto, não há outra solução.

“Falam de um voo humanitário para a Venezuela, mas, para mim, não serve um voo humanitário, porque eu vou para os Estados Unidos. Ir para a Venezuela significa que podem danificar os meus documentos, podem cercear os meus direitos porque quando alguém chega lá, essa pessoa é um traidor da pátria”, relata na fronteira venezuelana Mariol Ramírez, de 50 anos, que trabalhava como faxineira em Santiago.

Policiais peruanos montam guarda ao lado de migrantes sem documentos enquanto eles permanecem presos no Chile, depois que o Peru se recusou a abrir suas fronteiras para migrantes, na área de Chacalluta, em Arica, no Chile Foto: REUTERS / REUTERS

“Meu destino é outro, não posso ir obrigada, a estar lá para morrer de fome na Venezuela. Estou fora do meu país justamente para isso, para ajudar a minha família e seguir adiante”, disse à AFP.

Há aqueles que se cansaram por não conseguirem os papéis para poder trabalhar legalmente no Chile e querem voltar para a Venezuela, especialmente para reencontrar suas famílias.

“Nunca fui preso no meu país e nem aqui, vou preso por trabalhar ou simplesmente porque não tenho papéis? Não é lógico. Então, decidi voltar para a Venezuela”, assegura Edumar Briceño, de 50 anos, que há dois anos não vê sua esposa e nem sua filha que ficaram na Venezuela.

Avanço importante

Há mais de duas semanas, centenas de migrantes, principalmente venezuelanos, permanecem na fronteira norte após deixarem o Chile depois do endurecimento dos controles migratórios no país.

O Peru impede sua passagem, alegando falta de documentação. O país decretou também estado de emergência por 60 dias em suas fronteiras e ordenou o envio de militares para reforçar a vigilância e enfrentar a insegurança associada a estrangeiros, segundo a presidente Dina Boluarte.

O Chile já havia militarizado sua fronteira norte na tentativa de controlar a entrada irregular de migrantes. Adicionalmente, o Congresso aprovou leis que endurecem o controle migratório, como uma que ordena a detenção de quem não tenha documentação e outra que estende o prazo da detenção para poder gerenciar a expulsão.

Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), diariamente concentram-se, em média, entre 150 e 200 migrantes nas fronteiras entre Chile e Peru. Diante do bloqueio das autoridades peruanas, alguns cruzaram passagens irregulares para a cidade fronteiriça peruana de Tacna e outros se instalaram do lado chileno, na cidade de Arica.

“Acredito que é um avanço importante que permite enfrentar adequadamente este problema humanitário”, afirmou o diplomata chileno./AFP

CHILE - Um avião com imigrantes venezuelanos decolou neste domingo, 7, da cidade de Arica, no Chile, em um voo de repatriação em direção à Caracas para pessoas que buscam deixar o país há semanas devido ao endurecimento dos controles de imigração no país. Na última quinta-feira, 4, o Chile autorizou que voo fosse realizado, retirando os imigrantes retidos na fronteira com o Peru.

“O avião (...) para Caracas acaba de decolar e 115 pessoas que estavam registradas embarcaram nele”, informou o delegado do governo chileno, Ricardo Sanzana, à repórteres na cidade de Arica, 2 mil quilômetros ao norte de Santiago.

Imigrantes sem documentos permanecem presos no Chile depois que o Peru se recusou a abrir suas fronteiras para migrantes, na área de Chacalluta, em Arica, no Chile Foto: REUTERS / REUTERS

A aeronave recolheu migrantes que aguardavam do lado chileno na passagem fronteiriça de Chacalluta e outro grupo que estava na cidade peruana de Tacna. Segundo informações, apesar de entrarem no voo, nem todos queriam voltar para a Venezuela. O país vive uma grave crise social e política sob o regime de Nicolás Maduro.

Na quinta, o chanceler chileno, Alberto van Klaveren, confirmou a chegado do avião ao aeroporto de Arica “para recolher um grupo bastante importante de migrantes que estão bloqueados na fronteira”, disse.

Programa ‘Retorno à Pátria’

A operação é realizada por uma companhia aérea privada e não pela empresa pública venezuelana Conviasa, e faz parte do programa “Retorno à Pátria”, impulsionado pelo governo da Venezuela, de acordo com as autoridades locais.

“É um primeiro voo, esperamos que em breve possa haver mais, mas é algo que teremos que conversar com nossa contraparte venezuelana”, acrescentou o chanceler chileno, ressaltando, ainda, “a boa disposição do governo venezuelano para buscar soluções para o problema dos migrantes que estão na fronteira norte”.

‘Meu destino é outro’

Na passagem fronteiriça de Chacalluta, o anúncio da chegada do avião foi recebido com ceticismo entre os venezuelanos. Muitos deles não querem voltar para o seu país, mas sim emigrar para outro destino. Também há colombianos e haitianos, para quem, no entanto, não há outra solução.

“Falam de um voo humanitário para a Venezuela, mas, para mim, não serve um voo humanitário, porque eu vou para os Estados Unidos. Ir para a Venezuela significa que podem danificar os meus documentos, podem cercear os meus direitos porque quando alguém chega lá, essa pessoa é um traidor da pátria”, relata na fronteira venezuelana Mariol Ramírez, de 50 anos, que trabalhava como faxineira em Santiago.

Policiais peruanos montam guarda ao lado de migrantes sem documentos enquanto eles permanecem presos no Chile, depois que o Peru se recusou a abrir suas fronteiras para migrantes, na área de Chacalluta, em Arica, no Chile Foto: REUTERS / REUTERS

“Meu destino é outro, não posso ir obrigada, a estar lá para morrer de fome na Venezuela. Estou fora do meu país justamente para isso, para ajudar a minha família e seguir adiante”, disse à AFP.

Há aqueles que se cansaram por não conseguirem os papéis para poder trabalhar legalmente no Chile e querem voltar para a Venezuela, especialmente para reencontrar suas famílias.

“Nunca fui preso no meu país e nem aqui, vou preso por trabalhar ou simplesmente porque não tenho papéis? Não é lógico. Então, decidi voltar para a Venezuela”, assegura Edumar Briceño, de 50 anos, que há dois anos não vê sua esposa e nem sua filha que ficaram na Venezuela.

Avanço importante

Há mais de duas semanas, centenas de migrantes, principalmente venezuelanos, permanecem na fronteira norte após deixarem o Chile depois do endurecimento dos controles migratórios no país.

O Peru impede sua passagem, alegando falta de documentação. O país decretou também estado de emergência por 60 dias em suas fronteiras e ordenou o envio de militares para reforçar a vigilância e enfrentar a insegurança associada a estrangeiros, segundo a presidente Dina Boluarte.

O Chile já havia militarizado sua fronteira norte na tentativa de controlar a entrada irregular de migrantes. Adicionalmente, o Congresso aprovou leis que endurecem o controle migratório, como uma que ordena a detenção de quem não tenha documentação e outra que estende o prazo da detenção para poder gerenciar a expulsão.

Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), diariamente concentram-se, em média, entre 150 e 200 migrantes nas fronteiras entre Chile e Peru. Diante do bloqueio das autoridades peruanas, alguns cruzaram passagens irregulares para a cidade fronteiriça peruana de Tacna e outros se instalaram do lado chileno, na cidade de Arica.

“Acredito que é um avanço importante que permite enfrentar adequadamente este problema humanitário”, afirmou o diplomata chileno./AFP

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