China busca expansão do seu arsenal nuclear e aumenta tensão com Ocidente


País asiático manteve durante anos um arsenal relativamente pequeno de cerca de 200 ogivas nucleares, mas tem reforçado esse arsenal ‘muito rapidamente’ nos últimos anos

Por Bryan Pietsch
Atualização:

A China está no meio de uma expansão “significativa” das suas capacidades nucleares e poderá ter tantos mísseis balísticos intercontinentais quanto os Estados Unidos ou a Rússia até 2030, de acordo com uma nova análise global de armas nucleares.

Pequim está aumentando e modernizando seu arsenal nuclear, de acordo com um relatório anual divulgado no domingo pelo Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI), um grupo que monitora a segurança global e o controle de armas. O arsenal militar da China cresceu de 410 ogivas nucleares no ano passado para 500 em janeiro, concluiu o relatório.

A expansão das capacidades da China ocorre enquanto o SIPRI alertou que, embora o número total de ogivas nucleares em todo o mundo estivesse diminuindo conforme as armas da era da Guerra Fria eram eliminadas, havia aumentos constantes, ano após ano, no número de ogivas operacionais que poderiam ser usadas rapidamente em caso de conflito.

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Cerca de 2.100 ogivas nucleares mobilizadas são mantidas em estado de “alerta operacional máximo” em mísseis balísticos – e embora quase todas pertençam à Rússia ou aos EUA, acredita-se que a China tenha colocado algumas ogivas nesse nível de alerta pela primeira vez, revelou o SIPRI.

Hans M. Kristensen, diretor do Projeto de Informação Nuclear do grupo sem fins lucrativos Federação de Cientistas Americanos e membro sênior associado do SIPRI, disse em um comunicado que a China estava “expandindo seu arsenal nuclear mais rápido do que qualquer outro país”, mas acrescentou que “em quase todos os estados com armas nucleares há planos ou um esforço significativo para aumentar as forças nucleares”.

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As estimativas do SIPRI se alinharam com os números recentemente incluídos em um relatório do Pentágono ao Congresso, que afirmava que a China provavelmente tinha “mais de” 500 ogivas nucleares operacionais até maio e estava “em uma trajetória que excederia as projeções anteriores”.

Em uma recente conferência sobre desarmamento nuclear, um funcionário do alto escalão do governo de Joe Biden alertou que talvez os EUA precisem mobilizar um arsenal maior de armas nucleares se rivais como a Rússia e a China continuarem nesse rumo.

O arsenal militar da China cresceu de 410 ogivas nucleares no ano passado para 500 em janeiro. Na foto, presidente chinês Xi Jinping. Foto: REUTERS/Tingshu Wang/Pool
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“Na ausência de uma mudança na trajetória dos arsenais adversários, poderemos chegar a um ponto nos próximos anos em que será necessário um aumento em relação aos números atualmente mobilizados”, disse Pranay Vaddi, funcionário do Conselho de Segurança Nacional especializado em armas nucleares, em uma reunião anual da Associação de Controle de Armas em Washington este mês.

A China manteve durante anos um arsenal relativamente pequeno de cerca de 200 ogivas, mas tem reforçado esse arsenal “muito rapidamente” nos anos mais recentes, disse Tong Zhao, membro sênior do Programa de Política Nuclear e do Carnegie China no Carnegie Endowment for International Peace, que não esteve envolvido na pesquisa do SIPRI.

Pequim nega estar promovendo uma grande expansão nuclear, mas, com base na trajetória atual, poderá ter mais de 700 ogivas até 2027 e 1.000 até ao fim da década, disse Zhao, supondo que o crescimento mantenha o ritmo atual.

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A estimativa para 2030 ainda seria inferior a um quinto do tamanho atual do estoque dos EUA, que, de acordo com o relatório do SIPRI, era de 5.044 ogivas em janeiro. A Rússia tem 5.580, de acordo com o relatório.

“Pessoalmente, não creio que a China tenha tomado a decisão de alcançar a paridade nuclear com os EUA”, disse Zhao. “Mas entendo que muitos especialistas americanos já supõem que a paridade nuclear seja o objetivo da expansão chinesa.”

A acumulação silenciosa do arsenal nuclear da China ocorre em um momento em que vários conflitos continuam ocorrendo em todo o mundo, incluindo as guerras na Ucrânia e em Gaza. A guerra na Ucrânia teve um “impacto negativo” nas negociações envolvendo o controle de armas nucleares e “diminuiu as oportunidades de romper o impasse de longa data no controle de armas nucleares e inverter a tendência preocupante de Estados com armas nucleares desenvolverem e implantarem novos sistemas de armas”, disse o relatório do SIPRI.

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Pequim nega estar promovendo uma grande expansão nuclear, mas estimativas apontam que o país poderá ter mais de 700 ogivas até 2027 e 1.000 até ao fim da década. Foto: REUTERS/Tingshu Wang/Pool

Falando no evento sobre controle de armas em Washington este mês, Vaddi disse que a China, bem como a Rússia e a Coreia do Norte, estão “expandindo e diversificando seus arsenais nucleares a um ritmo vertiginoso, mostrando pouco ou nenhum interesse no controle de armas”.

Ele acrescentou que os três países, bem como o Irã, estão “cada vez mais cooperando e coordenando seus esforços entre si – de formas que vão contra a paz e a estabilidade, ameaçam os EUA, nossos aliados e nossos parceiros, e exacerbam a tensão regional”.

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Entre os esforços recentes da China está o desenvolvimento de uma tríade nuclear – o aumento do seu número de submarinos e a adição de um elemento aerotransportado, além das capacidades de lançamento terrestres existentes, disse Zhao.

“Esta é uma grande mudança”, disse Zhao, “porque, historicamente, a China criticou os EUA e a Rússia por manterem uma tríade nuclear”.

Submarino de mísseis balísticos classe 094A Jin movido a energia nuclear da Marinha do Exército de Libertação do Povo Chinês em exibição militar no Mar da China Meridional em abril de 2018.  Foto: China Stringer Network/REUTERS

Acredita-se também que, pela primeira vez, a China tenha mobilizado um pequeno número de ogivas em tempos de paz – preparando-as em mísseis, em vez de armazená-las separadamente dos veículos que podem lançá-las contra um alvo, de acordo com o SIPRI. Das 500 ogivas da China, 24 foram mobilizadas até janeiro, de acordo com o relatório – menos de 5% do arsenal do país.

Em comparação, os EUA tinham preparado quase metade das suas ogivas, com 1.770 das 3.708 ogivas do seu arsenal mobilizadas (o seu inventário de 5.044 ogivas inclui esse arsenal, bem como as ogivas que estão prestes a ser desmanteladas).

Zhao disse que não está claro o que está por trás das recentes mudanças na postura nuclear de Pequim. “Minhas próprias pesquisas me fazem acreditar que a recente expansão nuclear chinesa não é impulsionada por objetivos militares claramente definidos”, disse ele.

Em vez disso, disse ele, parece que o presidente chinês, Xi Jinping, acredita que capacidades estratégicas mais fortes terão impacto na percepção que o Ocidente tem da China, possivelmente convencendo os Estados Unidos e outros a tratar a China como “um país igualmente poderoso que merece respeito, merece ser tratado como igual”./TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

A China está no meio de uma expansão “significativa” das suas capacidades nucleares e poderá ter tantos mísseis balísticos intercontinentais quanto os Estados Unidos ou a Rússia até 2030, de acordo com uma nova análise global de armas nucleares.

Pequim está aumentando e modernizando seu arsenal nuclear, de acordo com um relatório anual divulgado no domingo pelo Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI), um grupo que monitora a segurança global e o controle de armas. O arsenal militar da China cresceu de 410 ogivas nucleares no ano passado para 500 em janeiro, concluiu o relatório.

A expansão das capacidades da China ocorre enquanto o SIPRI alertou que, embora o número total de ogivas nucleares em todo o mundo estivesse diminuindo conforme as armas da era da Guerra Fria eram eliminadas, havia aumentos constantes, ano após ano, no número de ogivas operacionais que poderiam ser usadas rapidamente em caso de conflito.

Cerca de 2.100 ogivas nucleares mobilizadas são mantidas em estado de “alerta operacional máximo” em mísseis balísticos – e embora quase todas pertençam à Rússia ou aos EUA, acredita-se que a China tenha colocado algumas ogivas nesse nível de alerta pela primeira vez, revelou o SIPRI.

Hans M. Kristensen, diretor do Projeto de Informação Nuclear do grupo sem fins lucrativos Federação de Cientistas Americanos e membro sênior associado do SIPRI, disse em um comunicado que a China estava “expandindo seu arsenal nuclear mais rápido do que qualquer outro país”, mas acrescentou que “em quase todos os estados com armas nucleares há planos ou um esforço significativo para aumentar as forças nucleares”.

As estimativas do SIPRI se alinharam com os números recentemente incluídos em um relatório do Pentágono ao Congresso, que afirmava que a China provavelmente tinha “mais de” 500 ogivas nucleares operacionais até maio e estava “em uma trajetória que excederia as projeções anteriores”.

Em uma recente conferência sobre desarmamento nuclear, um funcionário do alto escalão do governo de Joe Biden alertou que talvez os EUA precisem mobilizar um arsenal maior de armas nucleares se rivais como a Rússia e a China continuarem nesse rumo.

O arsenal militar da China cresceu de 410 ogivas nucleares no ano passado para 500 em janeiro. Na foto, presidente chinês Xi Jinping. Foto: REUTERS/Tingshu Wang/Pool

“Na ausência de uma mudança na trajetória dos arsenais adversários, poderemos chegar a um ponto nos próximos anos em que será necessário um aumento em relação aos números atualmente mobilizados”, disse Pranay Vaddi, funcionário do Conselho de Segurança Nacional especializado em armas nucleares, em uma reunião anual da Associação de Controle de Armas em Washington este mês.

A China manteve durante anos um arsenal relativamente pequeno de cerca de 200 ogivas, mas tem reforçado esse arsenal “muito rapidamente” nos anos mais recentes, disse Tong Zhao, membro sênior do Programa de Política Nuclear e do Carnegie China no Carnegie Endowment for International Peace, que não esteve envolvido na pesquisa do SIPRI.

Pequim nega estar promovendo uma grande expansão nuclear, mas, com base na trajetória atual, poderá ter mais de 700 ogivas até 2027 e 1.000 até ao fim da década, disse Zhao, supondo que o crescimento mantenha o ritmo atual.

A estimativa para 2030 ainda seria inferior a um quinto do tamanho atual do estoque dos EUA, que, de acordo com o relatório do SIPRI, era de 5.044 ogivas em janeiro. A Rússia tem 5.580, de acordo com o relatório.

“Pessoalmente, não creio que a China tenha tomado a decisão de alcançar a paridade nuclear com os EUA”, disse Zhao. “Mas entendo que muitos especialistas americanos já supõem que a paridade nuclear seja o objetivo da expansão chinesa.”

A acumulação silenciosa do arsenal nuclear da China ocorre em um momento em que vários conflitos continuam ocorrendo em todo o mundo, incluindo as guerras na Ucrânia e em Gaza. A guerra na Ucrânia teve um “impacto negativo” nas negociações envolvendo o controle de armas nucleares e “diminuiu as oportunidades de romper o impasse de longa data no controle de armas nucleares e inverter a tendência preocupante de Estados com armas nucleares desenvolverem e implantarem novos sistemas de armas”, disse o relatório do SIPRI.

Pequim nega estar promovendo uma grande expansão nuclear, mas estimativas apontam que o país poderá ter mais de 700 ogivas até 2027 e 1.000 até ao fim da década. Foto: REUTERS/Tingshu Wang/Pool

Falando no evento sobre controle de armas em Washington este mês, Vaddi disse que a China, bem como a Rússia e a Coreia do Norte, estão “expandindo e diversificando seus arsenais nucleares a um ritmo vertiginoso, mostrando pouco ou nenhum interesse no controle de armas”.

Ele acrescentou que os três países, bem como o Irã, estão “cada vez mais cooperando e coordenando seus esforços entre si – de formas que vão contra a paz e a estabilidade, ameaçam os EUA, nossos aliados e nossos parceiros, e exacerbam a tensão regional”.

Entre os esforços recentes da China está o desenvolvimento de uma tríade nuclear – o aumento do seu número de submarinos e a adição de um elemento aerotransportado, além das capacidades de lançamento terrestres existentes, disse Zhao.

“Esta é uma grande mudança”, disse Zhao, “porque, historicamente, a China criticou os EUA e a Rússia por manterem uma tríade nuclear”.

Submarino de mísseis balísticos classe 094A Jin movido a energia nuclear da Marinha do Exército de Libertação do Povo Chinês em exibição militar no Mar da China Meridional em abril de 2018.  Foto: China Stringer Network/REUTERS

Acredita-se também que, pela primeira vez, a China tenha mobilizado um pequeno número de ogivas em tempos de paz – preparando-as em mísseis, em vez de armazená-las separadamente dos veículos que podem lançá-las contra um alvo, de acordo com o SIPRI. Das 500 ogivas da China, 24 foram mobilizadas até janeiro, de acordo com o relatório – menos de 5% do arsenal do país.

Em comparação, os EUA tinham preparado quase metade das suas ogivas, com 1.770 das 3.708 ogivas do seu arsenal mobilizadas (o seu inventário de 5.044 ogivas inclui esse arsenal, bem como as ogivas que estão prestes a ser desmanteladas).

Zhao disse que não está claro o que está por trás das recentes mudanças na postura nuclear de Pequim. “Minhas próprias pesquisas me fazem acreditar que a recente expansão nuclear chinesa não é impulsionada por objetivos militares claramente definidos”, disse ele.

Em vez disso, disse ele, parece que o presidente chinês, Xi Jinping, acredita que capacidades estratégicas mais fortes terão impacto na percepção que o Ocidente tem da China, possivelmente convencendo os Estados Unidos e outros a tratar a China como “um país igualmente poderoso que merece respeito, merece ser tratado como igual”./TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

A China está no meio de uma expansão “significativa” das suas capacidades nucleares e poderá ter tantos mísseis balísticos intercontinentais quanto os Estados Unidos ou a Rússia até 2030, de acordo com uma nova análise global de armas nucleares.

Pequim está aumentando e modernizando seu arsenal nuclear, de acordo com um relatório anual divulgado no domingo pelo Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI), um grupo que monitora a segurança global e o controle de armas. O arsenal militar da China cresceu de 410 ogivas nucleares no ano passado para 500 em janeiro, concluiu o relatório.

A expansão das capacidades da China ocorre enquanto o SIPRI alertou que, embora o número total de ogivas nucleares em todo o mundo estivesse diminuindo conforme as armas da era da Guerra Fria eram eliminadas, havia aumentos constantes, ano após ano, no número de ogivas operacionais que poderiam ser usadas rapidamente em caso de conflito.

Cerca de 2.100 ogivas nucleares mobilizadas são mantidas em estado de “alerta operacional máximo” em mísseis balísticos – e embora quase todas pertençam à Rússia ou aos EUA, acredita-se que a China tenha colocado algumas ogivas nesse nível de alerta pela primeira vez, revelou o SIPRI.

Hans M. Kristensen, diretor do Projeto de Informação Nuclear do grupo sem fins lucrativos Federação de Cientistas Americanos e membro sênior associado do SIPRI, disse em um comunicado que a China estava “expandindo seu arsenal nuclear mais rápido do que qualquer outro país”, mas acrescentou que “em quase todos os estados com armas nucleares há planos ou um esforço significativo para aumentar as forças nucleares”.

As estimativas do SIPRI se alinharam com os números recentemente incluídos em um relatório do Pentágono ao Congresso, que afirmava que a China provavelmente tinha “mais de” 500 ogivas nucleares operacionais até maio e estava “em uma trajetória que excederia as projeções anteriores”.

Em uma recente conferência sobre desarmamento nuclear, um funcionário do alto escalão do governo de Joe Biden alertou que talvez os EUA precisem mobilizar um arsenal maior de armas nucleares se rivais como a Rússia e a China continuarem nesse rumo.

O arsenal militar da China cresceu de 410 ogivas nucleares no ano passado para 500 em janeiro. Na foto, presidente chinês Xi Jinping. Foto: REUTERS/Tingshu Wang/Pool

“Na ausência de uma mudança na trajetória dos arsenais adversários, poderemos chegar a um ponto nos próximos anos em que será necessário um aumento em relação aos números atualmente mobilizados”, disse Pranay Vaddi, funcionário do Conselho de Segurança Nacional especializado em armas nucleares, em uma reunião anual da Associação de Controle de Armas em Washington este mês.

A China manteve durante anos um arsenal relativamente pequeno de cerca de 200 ogivas, mas tem reforçado esse arsenal “muito rapidamente” nos anos mais recentes, disse Tong Zhao, membro sênior do Programa de Política Nuclear e do Carnegie China no Carnegie Endowment for International Peace, que não esteve envolvido na pesquisa do SIPRI.

Pequim nega estar promovendo uma grande expansão nuclear, mas, com base na trajetória atual, poderá ter mais de 700 ogivas até 2027 e 1.000 até ao fim da década, disse Zhao, supondo que o crescimento mantenha o ritmo atual.

A estimativa para 2030 ainda seria inferior a um quinto do tamanho atual do estoque dos EUA, que, de acordo com o relatório do SIPRI, era de 5.044 ogivas em janeiro. A Rússia tem 5.580, de acordo com o relatório.

“Pessoalmente, não creio que a China tenha tomado a decisão de alcançar a paridade nuclear com os EUA”, disse Zhao. “Mas entendo que muitos especialistas americanos já supõem que a paridade nuclear seja o objetivo da expansão chinesa.”

A acumulação silenciosa do arsenal nuclear da China ocorre em um momento em que vários conflitos continuam ocorrendo em todo o mundo, incluindo as guerras na Ucrânia e em Gaza. A guerra na Ucrânia teve um “impacto negativo” nas negociações envolvendo o controle de armas nucleares e “diminuiu as oportunidades de romper o impasse de longa data no controle de armas nucleares e inverter a tendência preocupante de Estados com armas nucleares desenvolverem e implantarem novos sistemas de armas”, disse o relatório do SIPRI.

Pequim nega estar promovendo uma grande expansão nuclear, mas estimativas apontam que o país poderá ter mais de 700 ogivas até 2027 e 1.000 até ao fim da década. Foto: REUTERS/Tingshu Wang/Pool

Falando no evento sobre controle de armas em Washington este mês, Vaddi disse que a China, bem como a Rússia e a Coreia do Norte, estão “expandindo e diversificando seus arsenais nucleares a um ritmo vertiginoso, mostrando pouco ou nenhum interesse no controle de armas”.

Ele acrescentou que os três países, bem como o Irã, estão “cada vez mais cooperando e coordenando seus esforços entre si – de formas que vão contra a paz e a estabilidade, ameaçam os EUA, nossos aliados e nossos parceiros, e exacerbam a tensão regional”.

Entre os esforços recentes da China está o desenvolvimento de uma tríade nuclear – o aumento do seu número de submarinos e a adição de um elemento aerotransportado, além das capacidades de lançamento terrestres existentes, disse Zhao.

“Esta é uma grande mudança”, disse Zhao, “porque, historicamente, a China criticou os EUA e a Rússia por manterem uma tríade nuclear”.

Submarino de mísseis balísticos classe 094A Jin movido a energia nuclear da Marinha do Exército de Libertação do Povo Chinês em exibição militar no Mar da China Meridional em abril de 2018.  Foto: China Stringer Network/REUTERS

Acredita-se também que, pela primeira vez, a China tenha mobilizado um pequeno número de ogivas em tempos de paz – preparando-as em mísseis, em vez de armazená-las separadamente dos veículos que podem lançá-las contra um alvo, de acordo com o SIPRI. Das 500 ogivas da China, 24 foram mobilizadas até janeiro, de acordo com o relatório – menos de 5% do arsenal do país.

Em comparação, os EUA tinham preparado quase metade das suas ogivas, com 1.770 das 3.708 ogivas do seu arsenal mobilizadas (o seu inventário de 5.044 ogivas inclui esse arsenal, bem como as ogivas que estão prestes a ser desmanteladas).

Zhao disse que não está claro o que está por trás das recentes mudanças na postura nuclear de Pequim. “Minhas próprias pesquisas me fazem acreditar que a recente expansão nuclear chinesa não é impulsionada por objetivos militares claramente definidos”, disse ele.

Em vez disso, disse ele, parece que o presidente chinês, Xi Jinping, acredita que capacidades estratégicas mais fortes terão impacto na percepção que o Ocidente tem da China, possivelmente convencendo os Estados Unidos e outros a tratar a China como “um país igualmente poderoso que merece respeito, merece ser tratado como igual”./TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

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