China confina ‘cidade do iPhone’ após aumento da covid no país e protestos em instalações da Foxconn


País registrou mais de 31 mil casos de covid-19 nesta quinta-feira, o que elevou medidas restritivas pelo país; em Zhengzhou, oito distritos terão confinamento

Por Redação
Atualização:

PEQUIM ― O governo da China ordenou o confinamento de seis milhões de pessoas em oito distritos da cidade de Zhengzhou, após o país registrar um novo recorde de casos diários de covid-19. Conhecida como “cidade do iPhone” por abrigar a maior fábrica do smartphone da Apple no país, de propriedade da empresa Foxconn, Zhengzhou foi palco de protestos violentos na quarta-feira, 23, quando trabalhadores cobraram o pagamento de um bônus anunciado pela companhia e melhores condições em suas instalações.

A estratégia restritiva de “covid zero” da China está cada vez mais difícil de bancar pelos vários novos surtos da doença no país, que registrou nesta quinta-feira, 24, 31.444 casos diários desde o início da pandemia. O mal-estar com a imposição contínua de medidas tem provocado manifestações contrárias ao governo.

Em Zhengzhou, os moradores do centro da cidade só poderão sair da área de confinamento apresentando um teste negativo de covid e permissão das autoridades. Também não poderão sair de casa, “exceto em caso de necessidade”. Estima-se que mais de seis milhões de pessoas, quase metade da população da cidade, será afetada. O confinamento, contudo, não abrange a zona onde está localizada a fábrica de iPhone da Foxconn ― cujos trabalhadores enfrentam restrições impostas pela empresa há várias semanas, e que motivaram, em parte, os protestos de quarta.

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Captura de imagem tirada de um vídeo mostra trabalhadores da fábrica de iPhone da Foxconn, em Zhengzhou, no centro da China, em confronto com a polícia de choque, bem como pessoas vestindo trajes de proteção. Foto: AFPTV Foto: AFPTV

As medidas restritivas começam a valer a partir das 00h de sexta-feira, 25, (13h de quinta-feira no horário de Brasília), no que vem sendo chamado pelas autoridades de “guerra de aniquilação, controle e prevenção da pandemia”. O recorde anterior de casos de covid-19 data de meados de abril deste ano, com 29.317 infecções.

Nas redes sociais do país, como o Weibo - equivalente ao Twitter, censurado na China - a população reagiu instantaneamente à decisão e questionou a duração de apenas cinco dias para o fechamento. “Se me disserem meio mês, ainda posso acreditar, mas em cinco dias é um sonho”, disse um dos comentários de um internauta do Weibo sobre a experiência de quase três anos de pandemia e anúncios semelhantes.

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“Vi muitos jovens indo para casa com bagagem antes do bloqueio de Zhengzhou, e um deles me disse que não achava que voltaria em 5 dias”, afirmou outro relato, em uma situação que se assemelha ao vivido nas horas que antecederam o primeiro fechamento da cidade de Wuhan (centro), suposta origem da pandemia, em janeiro de 2020.

Com 1,4 bilhão de habitantes, a China é a única grande economia do mundo que ainda busca manter a política de ‘covid zero’. Na tentativa de erradicar completamente o vírus de seu território, determina bloqueios de cidades inteiras, isolamento de contatos positivos e testagens em massa.

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Pequim, capital chinesa, notificou quase 1.500 novos casos da doença na quarta-feira, a maioria assintomáticos, em uma população de 22 milhões de habitantes. É o valor mais alto da cidade, embora muito baixo em comparação com os padrões internacionais.

Escolas, restaurantes e lojas fecharam por medo de serem colocados em quarentena enquanto o esgotamento e cansaço mental dos habitantes continua a aumentar devido a restrições consideradas, muitas vezes, vagas e mutáveis. A duração nunca é anunciada com antecedência.

Protestos na Foxconn e pedido de desculpas

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Na quarta-feira, trabalhadores da fábrica Foxconn foram espancados e detidos após protestos por melhores salários e exigências de controle da covid-19 nas instalações da empresa. Vídeos postados nas redes sociais Weibo e Twitter mostraram os funcionários protestando em plena luz do dia em Zhengzhou, com alguns entrando em confronto com a polícia de choque e pessoas em trajes de proteção.

Um funcionário ouvido em anonimato pela France-Presse explicou que o protesto começou por uma disputa relacionada ao pagamento de um bônus prometido pela Foxconn, que confinou os trabalhadores dentro do complexo. De acordo com a fonte, a empresa havia prometido um pagamento adicional de 3.000 yuanes (cerca de R$ 2.250), mas os funcionários receberam apenas 30 yuanes (R$ 22,50). Além disso, muitos trabalhadores reclamavam das condições de vida “caóticas” dentro da fábrica, segundo o funcionário.

Protestos violentos eclodiram em torno da vasta fábrica de iPhones da Foxconn, no centro da China, enquanto os trabalhadores entravam em confronto com o pessoal de segurança sobre salários e condições de vida na fábrica. Foto: AFPTV Foto: AFPTV
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A empresa taiwanesa apresentou nesta quinta-feira um pedido de desculpas e atribuiu o problema a um “erro técnico” no sistema de pagamentos de salários. Também afirmou que “entende completamente” as inquietações dos funcionários e que “tentará fazer o máximo para solucionar as preocupações e demandas razoáveis” da equipe.

“Nossa equipe está investigando o assunto e descobriu um erro técnico durante o processo de integração”, afirmou em comunicado. “Pedimos desculpa pelo erro no sistema informático e garantimos que o salário é o mesmo acordado”, acrescentou.

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Desde 2020, grandes fábricas na China, como a da Foxconn em Zhengzhou, respondeu a surtos em áreas próximas estabelecendo um “circuito fechado”, que isola os trabalhadores por longos períodos de tempo nas instalações para evitar o contágio do exterior e manter a produção, o que às vezes causa protestos más condições sanitárias ou falta de alimentos.

No comunicado anterior, a empresa ainda chegou a declarar que “o salário sempre foi pago com base na obrigação contratual” e nega que tenha alojado novos trabalhadores junto a funcionários que testaram positivo para covid-19. Além disso, prometeu “evitar incidentes semelhantes”, no futuro, o que seria uma confirmação dos incidentes ocorridos ontem, mas censurados nas redes sociais do país asiático./ EFE e AFP

PEQUIM ― O governo da China ordenou o confinamento de seis milhões de pessoas em oito distritos da cidade de Zhengzhou, após o país registrar um novo recorde de casos diários de covid-19. Conhecida como “cidade do iPhone” por abrigar a maior fábrica do smartphone da Apple no país, de propriedade da empresa Foxconn, Zhengzhou foi palco de protestos violentos na quarta-feira, 23, quando trabalhadores cobraram o pagamento de um bônus anunciado pela companhia e melhores condições em suas instalações.

A estratégia restritiva de “covid zero” da China está cada vez mais difícil de bancar pelos vários novos surtos da doença no país, que registrou nesta quinta-feira, 24, 31.444 casos diários desde o início da pandemia. O mal-estar com a imposição contínua de medidas tem provocado manifestações contrárias ao governo.

Em Zhengzhou, os moradores do centro da cidade só poderão sair da área de confinamento apresentando um teste negativo de covid e permissão das autoridades. Também não poderão sair de casa, “exceto em caso de necessidade”. Estima-se que mais de seis milhões de pessoas, quase metade da população da cidade, será afetada. O confinamento, contudo, não abrange a zona onde está localizada a fábrica de iPhone da Foxconn ― cujos trabalhadores enfrentam restrições impostas pela empresa há várias semanas, e que motivaram, em parte, os protestos de quarta.

Captura de imagem tirada de um vídeo mostra trabalhadores da fábrica de iPhone da Foxconn, em Zhengzhou, no centro da China, em confronto com a polícia de choque, bem como pessoas vestindo trajes de proteção. Foto: AFPTV Foto: AFPTV

As medidas restritivas começam a valer a partir das 00h de sexta-feira, 25, (13h de quinta-feira no horário de Brasília), no que vem sendo chamado pelas autoridades de “guerra de aniquilação, controle e prevenção da pandemia”. O recorde anterior de casos de covid-19 data de meados de abril deste ano, com 29.317 infecções.

Nas redes sociais do país, como o Weibo - equivalente ao Twitter, censurado na China - a população reagiu instantaneamente à decisão e questionou a duração de apenas cinco dias para o fechamento. “Se me disserem meio mês, ainda posso acreditar, mas em cinco dias é um sonho”, disse um dos comentários de um internauta do Weibo sobre a experiência de quase três anos de pandemia e anúncios semelhantes.

“Vi muitos jovens indo para casa com bagagem antes do bloqueio de Zhengzhou, e um deles me disse que não achava que voltaria em 5 dias”, afirmou outro relato, em uma situação que se assemelha ao vivido nas horas que antecederam o primeiro fechamento da cidade de Wuhan (centro), suposta origem da pandemia, em janeiro de 2020.

Com 1,4 bilhão de habitantes, a China é a única grande economia do mundo que ainda busca manter a política de ‘covid zero’. Na tentativa de erradicar completamente o vírus de seu território, determina bloqueios de cidades inteiras, isolamento de contatos positivos e testagens em massa.

Pequim, capital chinesa, notificou quase 1.500 novos casos da doença na quarta-feira, a maioria assintomáticos, em uma população de 22 milhões de habitantes. É o valor mais alto da cidade, embora muito baixo em comparação com os padrões internacionais.

Escolas, restaurantes e lojas fecharam por medo de serem colocados em quarentena enquanto o esgotamento e cansaço mental dos habitantes continua a aumentar devido a restrições consideradas, muitas vezes, vagas e mutáveis. A duração nunca é anunciada com antecedência.

Protestos na Foxconn e pedido de desculpas

Na quarta-feira, trabalhadores da fábrica Foxconn foram espancados e detidos após protestos por melhores salários e exigências de controle da covid-19 nas instalações da empresa. Vídeos postados nas redes sociais Weibo e Twitter mostraram os funcionários protestando em plena luz do dia em Zhengzhou, com alguns entrando em confronto com a polícia de choque e pessoas em trajes de proteção.

Um funcionário ouvido em anonimato pela France-Presse explicou que o protesto começou por uma disputa relacionada ao pagamento de um bônus prometido pela Foxconn, que confinou os trabalhadores dentro do complexo. De acordo com a fonte, a empresa havia prometido um pagamento adicional de 3.000 yuanes (cerca de R$ 2.250), mas os funcionários receberam apenas 30 yuanes (R$ 22,50). Além disso, muitos trabalhadores reclamavam das condições de vida “caóticas” dentro da fábrica, segundo o funcionário.

Protestos violentos eclodiram em torno da vasta fábrica de iPhones da Foxconn, no centro da China, enquanto os trabalhadores entravam em confronto com o pessoal de segurança sobre salários e condições de vida na fábrica. Foto: AFPTV Foto: AFPTV

A empresa taiwanesa apresentou nesta quinta-feira um pedido de desculpas e atribuiu o problema a um “erro técnico” no sistema de pagamentos de salários. Também afirmou que “entende completamente” as inquietações dos funcionários e que “tentará fazer o máximo para solucionar as preocupações e demandas razoáveis” da equipe.

“Nossa equipe está investigando o assunto e descobriu um erro técnico durante o processo de integração”, afirmou em comunicado. “Pedimos desculpa pelo erro no sistema informático e garantimos que o salário é o mesmo acordado”, acrescentou.

Desde 2020, grandes fábricas na China, como a da Foxconn em Zhengzhou, respondeu a surtos em áreas próximas estabelecendo um “circuito fechado”, que isola os trabalhadores por longos períodos de tempo nas instalações para evitar o contágio do exterior e manter a produção, o que às vezes causa protestos más condições sanitárias ou falta de alimentos.

No comunicado anterior, a empresa ainda chegou a declarar que “o salário sempre foi pago com base na obrigação contratual” e nega que tenha alojado novos trabalhadores junto a funcionários que testaram positivo para covid-19. Além disso, prometeu “evitar incidentes semelhantes”, no futuro, o que seria uma confirmação dos incidentes ocorridos ontem, mas censurados nas redes sociais do país asiático./ EFE e AFP

PEQUIM ― O governo da China ordenou o confinamento de seis milhões de pessoas em oito distritos da cidade de Zhengzhou, após o país registrar um novo recorde de casos diários de covid-19. Conhecida como “cidade do iPhone” por abrigar a maior fábrica do smartphone da Apple no país, de propriedade da empresa Foxconn, Zhengzhou foi palco de protestos violentos na quarta-feira, 23, quando trabalhadores cobraram o pagamento de um bônus anunciado pela companhia e melhores condições em suas instalações.

A estratégia restritiva de “covid zero” da China está cada vez mais difícil de bancar pelos vários novos surtos da doença no país, que registrou nesta quinta-feira, 24, 31.444 casos diários desde o início da pandemia. O mal-estar com a imposição contínua de medidas tem provocado manifestações contrárias ao governo.

Em Zhengzhou, os moradores do centro da cidade só poderão sair da área de confinamento apresentando um teste negativo de covid e permissão das autoridades. Também não poderão sair de casa, “exceto em caso de necessidade”. Estima-se que mais de seis milhões de pessoas, quase metade da população da cidade, será afetada. O confinamento, contudo, não abrange a zona onde está localizada a fábrica de iPhone da Foxconn ― cujos trabalhadores enfrentam restrições impostas pela empresa há várias semanas, e que motivaram, em parte, os protestos de quarta.

Captura de imagem tirada de um vídeo mostra trabalhadores da fábrica de iPhone da Foxconn, em Zhengzhou, no centro da China, em confronto com a polícia de choque, bem como pessoas vestindo trajes de proteção. Foto: AFPTV Foto: AFPTV

As medidas restritivas começam a valer a partir das 00h de sexta-feira, 25, (13h de quinta-feira no horário de Brasília), no que vem sendo chamado pelas autoridades de “guerra de aniquilação, controle e prevenção da pandemia”. O recorde anterior de casos de covid-19 data de meados de abril deste ano, com 29.317 infecções.

Nas redes sociais do país, como o Weibo - equivalente ao Twitter, censurado na China - a população reagiu instantaneamente à decisão e questionou a duração de apenas cinco dias para o fechamento. “Se me disserem meio mês, ainda posso acreditar, mas em cinco dias é um sonho”, disse um dos comentários de um internauta do Weibo sobre a experiência de quase três anos de pandemia e anúncios semelhantes.

“Vi muitos jovens indo para casa com bagagem antes do bloqueio de Zhengzhou, e um deles me disse que não achava que voltaria em 5 dias”, afirmou outro relato, em uma situação que se assemelha ao vivido nas horas que antecederam o primeiro fechamento da cidade de Wuhan (centro), suposta origem da pandemia, em janeiro de 2020.

Com 1,4 bilhão de habitantes, a China é a única grande economia do mundo que ainda busca manter a política de ‘covid zero’. Na tentativa de erradicar completamente o vírus de seu território, determina bloqueios de cidades inteiras, isolamento de contatos positivos e testagens em massa.

Pequim, capital chinesa, notificou quase 1.500 novos casos da doença na quarta-feira, a maioria assintomáticos, em uma população de 22 milhões de habitantes. É o valor mais alto da cidade, embora muito baixo em comparação com os padrões internacionais.

Escolas, restaurantes e lojas fecharam por medo de serem colocados em quarentena enquanto o esgotamento e cansaço mental dos habitantes continua a aumentar devido a restrições consideradas, muitas vezes, vagas e mutáveis. A duração nunca é anunciada com antecedência.

Protestos na Foxconn e pedido de desculpas

Na quarta-feira, trabalhadores da fábrica Foxconn foram espancados e detidos após protestos por melhores salários e exigências de controle da covid-19 nas instalações da empresa. Vídeos postados nas redes sociais Weibo e Twitter mostraram os funcionários protestando em plena luz do dia em Zhengzhou, com alguns entrando em confronto com a polícia de choque e pessoas em trajes de proteção.

Um funcionário ouvido em anonimato pela France-Presse explicou que o protesto começou por uma disputa relacionada ao pagamento de um bônus prometido pela Foxconn, que confinou os trabalhadores dentro do complexo. De acordo com a fonte, a empresa havia prometido um pagamento adicional de 3.000 yuanes (cerca de R$ 2.250), mas os funcionários receberam apenas 30 yuanes (R$ 22,50). Além disso, muitos trabalhadores reclamavam das condições de vida “caóticas” dentro da fábrica, segundo o funcionário.

Protestos violentos eclodiram em torno da vasta fábrica de iPhones da Foxconn, no centro da China, enquanto os trabalhadores entravam em confronto com o pessoal de segurança sobre salários e condições de vida na fábrica. Foto: AFPTV Foto: AFPTV

A empresa taiwanesa apresentou nesta quinta-feira um pedido de desculpas e atribuiu o problema a um “erro técnico” no sistema de pagamentos de salários. Também afirmou que “entende completamente” as inquietações dos funcionários e que “tentará fazer o máximo para solucionar as preocupações e demandas razoáveis” da equipe.

“Nossa equipe está investigando o assunto e descobriu um erro técnico durante o processo de integração”, afirmou em comunicado. “Pedimos desculpa pelo erro no sistema informático e garantimos que o salário é o mesmo acordado”, acrescentou.

Desde 2020, grandes fábricas na China, como a da Foxconn em Zhengzhou, respondeu a surtos em áreas próximas estabelecendo um “circuito fechado”, que isola os trabalhadores por longos períodos de tempo nas instalações para evitar o contágio do exterior e manter a produção, o que às vezes causa protestos más condições sanitárias ou falta de alimentos.

No comunicado anterior, a empresa ainda chegou a declarar que “o salário sempre foi pago com base na obrigação contratual” e nega que tenha alojado novos trabalhadores junto a funcionários que testaram positivo para covid-19. Além disso, prometeu “evitar incidentes semelhantes”, no futuro, o que seria uma confirmação dos incidentes ocorridos ontem, mas censurados nas redes sociais do país asiático./ EFE e AFP

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