China tem 248 milhões de habitantes com covid em dezembro e confisca produtos farmacêuticos


Farmácias das grandes cidades chinesas ficaram sem produtos e o governo optou pela intervenção para ajudar a ‘garantir o fornecimento’ de medicamentos

Por Redação

A China confiscou a produção de material médico de algumas empresas farmacêuticas depois de registrar problemas no abastecimento de remédios básicos e testes de diagnóstico com o aumento de contágios de covid-19. Somente em dezembro, 248 milhões de habitantes, ou seja, 18% da população do país, contraíram a doença.

O fim da política de tolerância zero com a covid após grandes protestos na China levou a uma abertura depois de quase três anos de confinamentos, quarentenas e testes em larga escala. Com isso, o aumento do número de casos positivos fora de controle levou ao cenário de hospitais e serviços funerários lotados.

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As farmácias das grandes cidades chinesas ficaram sem produtos. As autoridades recomendaram que as pessoas com sintomas leves permanecessem em casa e optassem pelo autotratamento, o que provocou a compra compulsiva de analgésicos, como o ibuprofeno, ou de testes de antígenos.

Fila de espera em clínicas e hospitais da China aumentaram muito em dezembro após mudança de política com a doença Foto: Gilles Sabrie/The New York Times

Para solucionar a escassez, o governo optou pela intervenção em mais de 10 empresas farmacêuticas chinesas para ajudar a “garantir o fornecimento” de medicamentos, segundo a imprensa local e fontes entrevistadas pela agência France-Press.

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Ao menos 11 dos 42 fabricantes de testes de diagnóstico cujos produtos estão autorizados pelas agências reguladoras chinesas viram grande parte de sua produção apreendida pelo governo ou receberam ordens do Estado para entregar os produtos.

A medida vem no momento em que a Comissão Nacional de Saúde da China realiza reuniões para tratar do avanço da doença. Segundo o que foi discutido, em 24 horas o país chegou a registrar 37 milhões de novos casos da covid, batendo o recorde que era de 4 de janeiro de 2022, quando 4 milhões de pessoas foram infectadas em 24 horas. As informações foram divulgadas pela Bloomberg.

A situação tem sobrecarregado os hospitais. Em Xangai, uma correspondente da AFP observou os corredores de uma emergência de hospital lotados de pacientes com cilindros de oxigênio em macas.

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Acesso a medicamentos

Em toda a China, milhões de pessoas não têm acesso a produtos farmacêuticos básicos.

“Toda minha família está doente e não consigo comprar remédio para febre”, disse à AFP Yanyan, moradora de Chengdu (sudoeste do país).

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Filas nos crematórios e hospitais lotados. A China sofre com as consequências da flexibilização das medidas anticovid

Várias farmácias do país relataram que os medicamentos para tratamento da febre estavam no fim. “Não recebemos nada durante uma semana ou duas. Ainda restam alguns analgésicos, mas muito poucos”, disse o funcionário de uma farmácia da região de Ningxia (noroeste).

Alguns governos locais adotaram sistemas de racionamento. Na cidade de Zhuhai (sul), perto de Macau, as autoridades anunciaram a exigência da apresentação de documento de identidade para a compra de remédios para febre em mais de 500 farmácias, assim como a limitação da aquisição a seis comprimidos por semana.

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Nanjing, a capital da província de Jiangsu (leste), conseguiu adquirir dois milhões de comprimidos, mas também limitou as compras a seis pílulas por semana.

A cidade de Hangzhou pediu aos cidadãos que comprem medicamentos de maneira “racional”, com base em suas necessidades. “Não façam estoque de remédios. Deixem para as pessoas que realmente precisam”, afirma um anúncio do município.

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Segundo Zhou Zhicheng, diretor da Federação Chinesa de Logística e Compras, o maior problema está na logística, e não na produção. “A indústria e as autoridades estão adotando medidas para assegurar a produção, mas a logística está longe de ser tranquila, especialmente nos canais tradicionais de hospitais e farmácias.”

Impacto em Hong Kong

O avanço da covid na China continental tem consequências na cidade semi autônoma de Hong Kong, onde as compras registraram aumento expressivo nas farmácias, que estão com as prateleiras parcialmente vazias há duas semanas.

Hospitais ficam lotados com aumento do número de pessoas com covid na China Foto: Noel CELIS / AFP

“Na semana passada, algumas pessoas compraram uma dúzia ou duas dúzias de caixas de remédios para febre para enviar para a China continental”, disse um farmacêutico à AFP. A principal rede de farmácias da cidade, Mannings, limitou as compras de remédios contra febre, resfriado, gripe e tosse após o “súbito aumento da demanda”.

O diretor da Câmara Geral de Farmácias de Hong Kong disse que a maioria dos medicamentos provavelmente será direcionada para o restante da China.

As autoridades de Taiwan também registraram um aumento nas compras de medicamentos e afirmaram que, em caso de agravamento da situação, podem adotar o racionamento. / AFP e W. POST

A China confiscou a produção de material médico de algumas empresas farmacêuticas depois de registrar problemas no abastecimento de remédios básicos e testes de diagnóstico com o aumento de contágios de covid-19. Somente em dezembro, 248 milhões de habitantes, ou seja, 18% da população do país, contraíram a doença.

O fim da política de tolerância zero com a covid após grandes protestos na China levou a uma abertura depois de quase três anos de confinamentos, quarentenas e testes em larga escala. Com isso, o aumento do número de casos positivos fora de controle levou ao cenário de hospitais e serviços funerários lotados.

As farmácias das grandes cidades chinesas ficaram sem produtos. As autoridades recomendaram que as pessoas com sintomas leves permanecessem em casa e optassem pelo autotratamento, o que provocou a compra compulsiva de analgésicos, como o ibuprofeno, ou de testes de antígenos.

Fila de espera em clínicas e hospitais da China aumentaram muito em dezembro após mudança de política com a doença Foto: Gilles Sabrie/The New York Times

Para solucionar a escassez, o governo optou pela intervenção em mais de 10 empresas farmacêuticas chinesas para ajudar a “garantir o fornecimento” de medicamentos, segundo a imprensa local e fontes entrevistadas pela agência France-Press.

Ao menos 11 dos 42 fabricantes de testes de diagnóstico cujos produtos estão autorizados pelas agências reguladoras chinesas viram grande parte de sua produção apreendida pelo governo ou receberam ordens do Estado para entregar os produtos.

A medida vem no momento em que a Comissão Nacional de Saúde da China realiza reuniões para tratar do avanço da doença. Segundo o que foi discutido, em 24 horas o país chegou a registrar 37 milhões de novos casos da covid, batendo o recorde que era de 4 de janeiro de 2022, quando 4 milhões de pessoas foram infectadas em 24 horas. As informações foram divulgadas pela Bloomberg.

A situação tem sobrecarregado os hospitais. Em Xangai, uma correspondente da AFP observou os corredores de uma emergência de hospital lotados de pacientes com cilindros de oxigênio em macas.

Acesso a medicamentos

Em toda a China, milhões de pessoas não têm acesso a produtos farmacêuticos básicos.

“Toda minha família está doente e não consigo comprar remédio para febre”, disse à AFP Yanyan, moradora de Chengdu (sudoeste do país).

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Várias farmácias do país relataram que os medicamentos para tratamento da febre estavam no fim. “Não recebemos nada durante uma semana ou duas. Ainda restam alguns analgésicos, mas muito poucos”, disse o funcionário de uma farmácia da região de Ningxia (noroeste).

Alguns governos locais adotaram sistemas de racionamento. Na cidade de Zhuhai (sul), perto de Macau, as autoridades anunciaram a exigência da apresentação de documento de identidade para a compra de remédios para febre em mais de 500 farmácias, assim como a limitação da aquisição a seis comprimidos por semana.

Nanjing, a capital da província de Jiangsu (leste), conseguiu adquirir dois milhões de comprimidos, mas também limitou as compras a seis pílulas por semana.

A cidade de Hangzhou pediu aos cidadãos que comprem medicamentos de maneira “racional”, com base em suas necessidades. “Não façam estoque de remédios. Deixem para as pessoas que realmente precisam”, afirma um anúncio do município.

Segundo Zhou Zhicheng, diretor da Federação Chinesa de Logística e Compras, o maior problema está na logística, e não na produção. “A indústria e as autoridades estão adotando medidas para assegurar a produção, mas a logística está longe de ser tranquila, especialmente nos canais tradicionais de hospitais e farmácias.”

Impacto em Hong Kong

O avanço da covid na China continental tem consequências na cidade semi autônoma de Hong Kong, onde as compras registraram aumento expressivo nas farmácias, que estão com as prateleiras parcialmente vazias há duas semanas.

Hospitais ficam lotados com aumento do número de pessoas com covid na China Foto: Noel CELIS / AFP

“Na semana passada, algumas pessoas compraram uma dúzia ou duas dúzias de caixas de remédios para febre para enviar para a China continental”, disse um farmacêutico à AFP. A principal rede de farmácias da cidade, Mannings, limitou as compras de remédios contra febre, resfriado, gripe e tosse após o “súbito aumento da demanda”.

O diretor da Câmara Geral de Farmácias de Hong Kong disse que a maioria dos medicamentos provavelmente será direcionada para o restante da China.

As autoridades de Taiwan também registraram um aumento nas compras de medicamentos e afirmaram que, em caso de agravamento da situação, podem adotar o racionamento. / AFP e W. POST

A China confiscou a produção de material médico de algumas empresas farmacêuticas depois de registrar problemas no abastecimento de remédios básicos e testes de diagnóstico com o aumento de contágios de covid-19. Somente em dezembro, 248 milhões de habitantes, ou seja, 18% da população do país, contraíram a doença.

O fim da política de tolerância zero com a covid após grandes protestos na China levou a uma abertura depois de quase três anos de confinamentos, quarentenas e testes em larga escala. Com isso, o aumento do número de casos positivos fora de controle levou ao cenário de hospitais e serviços funerários lotados.

As farmácias das grandes cidades chinesas ficaram sem produtos. As autoridades recomendaram que as pessoas com sintomas leves permanecessem em casa e optassem pelo autotratamento, o que provocou a compra compulsiva de analgésicos, como o ibuprofeno, ou de testes de antígenos.

Fila de espera em clínicas e hospitais da China aumentaram muito em dezembro após mudança de política com a doença Foto: Gilles Sabrie/The New York Times

Para solucionar a escassez, o governo optou pela intervenção em mais de 10 empresas farmacêuticas chinesas para ajudar a “garantir o fornecimento” de medicamentos, segundo a imprensa local e fontes entrevistadas pela agência France-Press.

Ao menos 11 dos 42 fabricantes de testes de diagnóstico cujos produtos estão autorizados pelas agências reguladoras chinesas viram grande parte de sua produção apreendida pelo governo ou receberam ordens do Estado para entregar os produtos.

A medida vem no momento em que a Comissão Nacional de Saúde da China realiza reuniões para tratar do avanço da doença. Segundo o que foi discutido, em 24 horas o país chegou a registrar 37 milhões de novos casos da covid, batendo o recorde que era de 4 de janeiro de 2022, quando 4 milhões de pessoas foram infectadas em 24 horas. As informações foram divulgadas pela Bloomberg.

A situação tem sobrecarregado os hospitais. Em Xangai, uma correspondente da AFP observou os corredores de uma emergência de hospital lotados de pacientes com cilindros de oxigênio em macas.

Acesso a medicamentos

Em toda a China, milhões de pessoas não têm acesso a produtos farmacêuticos básicos.

“Toda minha família está doente e não consigo comprar remédio para febre”, disse à AFP Yanyan, moradora de Chengdu (sudoeste do país).

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Filas nos crematórios e hospitais lotados. A China sofre com as consequências da flexibilização das medidas anticovid

Várias farmácias do país relataram que os medicamentos para tratamento da febre estavam no fim. “Não recebemos nada durante uma semana ou duas. Ainda restam alguns analgésicos, mas muito poucos”, disse o funcionário de uma farmácia da região de Ningxia (noroeste).

Alguns governos locais adotaram sistemas de racionamento. Na cidade de Zhuhai (sul), perto de Macau, as autoridades anunciaram a exigência da apresentação de documento de identidade para a compra de remédios para febre em mais de 500 farmácias, assim como a limitação da aquisição a seis comprimidos por semana.

Nanjing, a capital da província de Jiangsu (leste), conseguiu adquirir dois milhões de comprimidos, mas também limitou as compras a seis pílulas por semana.

A cidade de Hangzhou pediu aos cidadãos que comprem medicamentos de maneira “racional”, com base em suas necessidades. “Não façam estoque de remédios. Deixem para as pessoas que realmente precisam”, afirma um anúncio do município.

Segundo Zhou Zhicheng, diretor da Federação Chinesa de Logística e Compras, o maior problema está na logística, e não na produção. “A indústria e as autoridades estão adotando medidas para assegurar a produção, mas a logística está longe de ser tranquila, especialmente nos canais tradicionais de hospitais e farmácias.”

Impacto em Hong Kong

O avanço da covid na China continental tem consequências na cidade semi autônoma de Hong Kong, onde as compras registraram aumento expressivo nas farmácias, que estão com as prateleiras parcialmente vazias há duas semanas.

Hospitais ficam lotados com aumento do número de pessoas com covid na China Foto: Noel CELIS / AFP

“Na semana passada, algumas pessoas compraram uma dúzia ou duas dúzias de caixas de remédios para febre para enviar para a China continental”, disse um farmacêutico à AFP. A principal rede de farmácias da cidade, Mannings, limitou as compras de remédios contra febre, resfriado, gripe e tosse após o “súbito aumento da demanda”.

O diretor da Câmara Geral de Farmácias de Hong Kong disse que a maioria dos medicamentos provavelmente será direcionada para o restante da China.

As autoridades de Taiwan também registraram um aumento nas compras de medicamentos e afirmaram que, em caso de agravamento da situação, podem adotar o racionamento. / AFP e W. POST

A China confiscou a produção de material médico de algumas empresas farmacêuticas depois de registrar problemas no abastecimento de remédios básicos e testes de diagnóstico com o aumento de contágios de covid-19. Somente em dezembro, 248 milhões de habitantes, ou seja, 18% da população do país, contraíram a doença.

O fim da política de tolerância zero com a covid após grandes protestos na China levou a uma abertura depois de quase três anos de confinamentos, quarentenas e testes em larga escala. Com isso, o aumento do número de casos positivos fora de controle levou ao cenário de hospitais e serviços funerários lotados.

As farmácias das grandes cidades chinesas ficaram sem produtos. As autoridades recomendaram que as pessoas com sintomas leves permanecessem em casa e optassem pelo autotratamento, o que provocou a compra compulsiva de analgésicos, como o ibuprofeno, ou de testes de antígenos.

Fila de espera em clínicas e hospitais da China aumentaram muito em dezembro após mudança de política com a doença Foto: Gilles Sabrie/The New York Times

Para solucionar a escassez, o governo optou pela intervenção em mais de 10 empresas farmacêuticas chinesas para ajudar a “garantir o fornecimento” de medicamentos, segundo a imprensa local e fontes entrevistadas pela agência France-Press.

Ao menos 11 dos 42 fabricantes de testes de diagnóstico cujos produtos estão autorizados pelas agências reguladoras chinesas viram grande parte de sua produção apreendida pelo governo ou receberam ordens do Estado para entregar os produtos.

A medida vem no momento em que a Comissão Nacional de Saúde da China realiza reuniões para tratar do avanço da doença. Segundo o que foi discutido, em 24 horas o país chegou a registrar 37 milhões de novos casos da covid, batendo o recorde que era de 4 de janeiro de 2022, quando 4 milhões de pessoas foram infectadas em 24 horas. As informações foram divulgadas pela Bloomberg.

A situação tem sobrecarregado os hospitais. Em Xangai, uma correspondente da AFP observou os corredores de uma emergência de hospital lotados de pacientes com cilindros de oxigênio em macas.

Acesso a medicamentos

Em toda a China, milhões de pessoas não têm acesso a produtos farmacêuticos básicos.

“Toda minha família está doente e não consigo comprar remédio para febre”, disse à AFP Yanyan, moradora de Chengdu (sudoeste do país).

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Filas nos crematórios e hospitais lotados. A China sofre com as consequências da flexibilização das medidas anticovid

Várias farmácias do país relataram que os medicamentos para tratamento da febre estavam no fim. “Não recebemos nada durante uma semana ou duas. Ainda restam alguns analgésicos, mas muito poucos”, disse o funcionário de uma farmácia da região de Ningxia (noroeste).

Alguns governos locais adotaram sistemas de racionamento. Na cidade de Zhuhai (sul), perto de Macau, as autoridades anunciaram a exigência da apresentação de documento de identidade para a compra de remédios para febre em mais de 500 farmácias, assim como a limitação da aquisição a seis comprimidos por semana.

Nanjing, a capital da província de Jiangsu (leste), conseguiu adquirir dois milhões de comprimidos, mas também limitou as compras a seis pílulas por semana.

A cidade de Hangzhou pediu aos cidadãos que comprem medicamentos de maneira “racional”, com base em suas necessidades. “Não façam estoque de remédios. Deixem para as pessoas que realmente precisam”, afirma um anúncio do município.

Segundo Zhou Zhicheng, diretor da Federação Chinesa de Logística e Compras, o maior problema está na logística, e não na produção. “A indústria e as autoridades estão adotando medidas para assegurar a produção, mas a logística está longe de ser tranquila, especialmente nos canais tradicionais de hospitais e farmácias.”

Impacto em Hong Kong

O avanço da covid na China continental tem consequências na cidade semi autônoma de Hong Kong, onde as compras registraram aumento expressivo nas farmácias, que estão com as prateleiras parcialmente vazias há duas semanas.

Hospitais ficam lotados com aumento do número de pessoas com covid na China Foto: Noel CELIS / AFP

“Na semana passada, algumas pessoas compraram uma dúzia ou duas dúzias de caixas de remédios para febre para enviar para a China continental”, disse um farmacêutico à AFP. A principal rede de farmácias da cidade, Mannings, limitou as compras de remédios contra febre, resfriado, gripe e tosse após o “súbito aumento da demanda”.

O diretor da Câmara Geral de Farmácias de Hong Kong disse que a maioria dos medicamentos provavelmente será direcionada para o restante da China.

As autoridades de Taiwan também registraram um aumento nas compras de medicamentos e afirmaram que, em caso de agravamento da situação, podem adotar o racionamento. / AFP e W. POST

A China confiscou a produção de material médico de algumas empresas farmacêuticas depois de registrar problemas no abastecimento de remédios básicos e testes de diagnóstico com o aumento de contágios de covid-19. Somente em dezembro, 248 milhões de habitantes, ou seja, 18% da população do país, contraíram a doença.

O fim da política de tolerância zero com a covid após grandes protestos na China levou a uma abertura depois de quase três anos de confinamentos, quarentenas e testes em larga escala. Com isso, o aumento do número de casos positivos fora de controle levou ao cenário de hospitais e serviços funerários lotados.

As farmácias das grandes cidades chinesas ficaram sem produtos. As autoridades recomendaram que as pessoas com sintomas leves permanecessem em casa e optassem pelo autotratamento, o que provocou a compra compulsiva de analgésicos, como o ibuprofeno, ou de testes de antígenos.

Fila de espera em clínicas e hospitais da China aumentaram muito em dezembro após mudança de política com a doença Foto: Gilles Sabrie/The New York Times

Para solucionar a escassez, o governo optou pela intervenção em mais de 10 empresas farmacêuticas chinesas para ajudar a “garantir o fornecimento” de medicamentos, segundo a imprensa local e fontes entrevistadas pela agência France-Press.

Ao menos 11 dos 42 fabricantes de testes de diagnóstico cujos produtos estão autorizados pelas agências reguladoras chinesas viram grande parte de sua produção apreendida pelo governo ou receberam ordens do Estado para entregar os produtos.

A medida vem no momento em que a Comissão Nacional de Saúde da China realiza reuniões para tratar do avanço da doença. Segundo o que foi discutido, em 24 horas o país chegou a registrar 37 milhões de novos casos da covid, batendo o recorde que era de 4 de janeiro de 2022, quando 4 milhões de pessoas foram infectadas em 24 horas. As informações foram divulgadas pela Bloomberg.

A situação tem sobrecarregado os hospitais. Em Xangai, uma correspondente da AFP observou os corredores de uma emergência de hospital lotados de pacientes com cilindros de oxigênio em macas.

Acesso a medicamentos

Em toda a China, milhões de pessoas não têm acesso a produtos farmacêuticos básicos.

“Toda minha família está doente e não consigo comprar remédio para febre”, disse à AFP Yanyan, moradora de Chengdu (sudoeste do país).

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Filas nos crematórios e hospitais lotados. A China sofre com as consequências da flexibilização das medidas anticovid

Várias farmácias do país relataram que os medicamentos para tratamento da febre estavam no fim. “Não recebemos nada durante uma semana ou duas. Ainda restam alguns analgésicos, mas muito poucos”, disse o funcionário de uma farmácia da região de Ningxia (noroeste).

Alguns governos locais adotaram sistemas de racionamento. Na cidade de Zhuhai (sul), perto de Macau, as autoridades anunciaram a exigência da apresentação de documento de identidade para a compra de remédios para febre em mais de 500 farmácias, assim como a limitação da aquisição a seis comprimidos por semana.

Nanjing, a capital da província de Jiangsu (leste), conseguiu adquirir dois milhões de comprimidos, mas também limitou as compras a seis pílulas por semana.

A cidade de Hangzhou pediu aos cidadãos que comprem medicamentos de maneira “racional”, com base em suas necessidades. “Não façam estoque de remédios. Deixem para as pessoas que realmente precisam”, afirma um anúncio do município.

Segundo Zhou Zhicheng, diretor da Federação Chinesa de Logística e Compras, o maior problema está na logística, e não na produção. “A indústria e as autoridades estão adotando medidas para assegurar a produção, mas a logística está longe de ser tranquila, especialmente nos canais tradicionais de hospitais e farmácias.”

Impacto em Hong Kong

O avanço da covid na China continental tem consequências na cidade semi autônoma de Hong Kong, onde as compras registraram aumento expressivo nas farmácias, que estão com as prateleiras parcialmente vazias há duas semanas.

Hospitais ficam lotados com aumento do número de pessoas com covid na China Foto: Noel CELIS / AFP

“Na semana passada, algumas pessoas compraram uma dúzia ou duas dúzias de caixas de remédios para febre para enviar para a China continental”, disse um farmacêutico à AFP. A principal rede de farmácias da cidade, Mannings, limitou as compras de remédios contra febre, resfriado, gripe e tosse após o “súbito aumento da demanda”.

O diretor da Câmara Geral de Farmácias de Hong Kong disse que a maioria dos medicamentos provavelmente será direcionada para o restante da China.

As autoridades de Taiwan também registraram um aumento nas compras de medicamentos e afirmaram que, em caso de agravamento da situação, podem adotar o racionamento. / AFP e W. POST

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