Autoridades de saúde da China relataram duas mortes por covid-19 neste sábado, 19, (sexta-feira, 18, no Brasil), as primeiras confirmadas pelo país em mais de um ano, em um momento em que o avanço da variante Ômicron preocupa o governo de Pequim.
As mortes, ambas na província de Jilin, no nordeste, elevaram o número total de óbitos em decorrência do coronavírus no país para 4.638.
De acordo com o The Paper, uma publicação estatal de Xangai, uma vítima tinha 87 anos e a outra 65. Segundo Jiao Yahui, um alto funcionário da Comissão Nacional de Saúde chinesa, um dos mortos não havia sido vacinado. A causa direta da morte de ambas as vítimas foram doenças subjacentes, acrescentou.
Mais de 95% das quase 30 mil pessoas hospitalizadas com covid na China apresentam sintomas leves ou inexistentes, acrescentou Jiao.
A China registrou 2.157 novos casos de covid-19 por transmissão comunitária no sábado, a maioria em Jilin. A província proibiu viagens e agora as pessoas precisam de permissão da polícia para transitar através das fronteiras.
O país continua a impor uma dura estratégia tolerância zero em relação aos novos casos, isolando cidades inteiras ao menor sinal de um possível surto e realizando campanhas de testagem em massa.
A estratégia recebeu apoio popular e evitou o grande número de mortes observadas em outros países, muitos dos quais começaram a renunciar a qualquer tipo de medida de distanciamento social.
Com a China agora enfrentando seu pior surto desde o final de 2019, as autoridades prometeram dobrar a estratégia de tolerância zero para conter o aumento atual.
No entanto, o líder chinês Xi Jinping reconheceu pela primeira vez o ônus das medidas na quinta-feira, 17, dizendo que o país deve buscar “efeito máximo” com “custo mínimo” no controle do vírus.
A China registrou 4.636 mortes desde o início da pandemia na cidade central de Wuhan no final de 2019. Ela revisou seu número de mortos uma vez em abril de 2020, acrescentando novos óbitos que não foram listados inicialmente, pois a pandemia sobrecarregou os hospitais e outros sistemas da cidade.
Os dados do covid-19 da China continental são contados separadamente dos de Hong Kong, que é uma região administrativa especial na região e está enfrentando um surto muito maior com número superior de mortes. /AP e REUTERS