Chuva em Dubai: semeadura de nuvens não tem relação com enchentes, dizem especialistas


Tempestade desta semana foi a mais intensa já registrada nos Emirados Árabes Unidos desde o início da coleta de dados metereológicos em 1949

Por Seth Borenstein e Brittany Peterson

A água da chuva ainda cobria parte de rodovias e estradas do Emirados Árabes Unidos nesta quinta-feira, 18, que trabalham para se recuperar das chuvas que atingiram sobretudo a região de Dubai nesta semana. A intensidade das tempestades despertou dúvidas sobre a relação com a semeadura de nuvens, uma técnica que o país utiliza para alterar o volume de precipitações.

Especialistas ouvidos pela agência Associated Press argumentam que a prática, também conhecida como chuva artificial, pode fazer chover, mas não provoca chuva torrencial ou inundações — pelo menos nada como foi visto em Dubai. A chuva foi a mais intensa já registrada desde o início da coleta de dados metereológicos na região, em 1949.

Nesta quinta-feira, 18, carros permaneciam submersos em ruas de Dubai após as fortes chuvas que atingiram o país desde segunda-feira, 15. Foto: Giuseppe Cacace/AFP
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A semeadura de nuvens, embora já exista há décadas, ainda é controversa na comunidade metereológica, principalmente porque tem sido difícil provar que ela faça muito. Ninguém reportou inundações como atingiram os Emirados Árabes Unidos na terça-feira, 16, que muitas vezes utiliza a tecnologia na tentativa de espremer cada gota de umidade do céu que normalmente produz menos de 10 a 13 centímetros de chuva por ano.

“É quase certo que não é semeadura de nuvens”, disse o metereologista Ryan Maue, ex-cientista-chefe da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos. “Se isso ocorreu com semeadura de nuvens, eles teriam água o tempo inteiro. Você não pode criar chuva do nada e obter 15 centímetros de água. Isso é semelhante à tecnologia de movimento perpétuo.”

Metereologistas e cientistas climáicas disseram que as chuvas extremas são semelhantes ao que o mundo espera das mudanças climáticas causadas pelo homem, e uma forma de saber com certeza que elas não foram causadas por alterações nas nuvens é que foram previstas com dias de antecedência. O pesquisador de ciências atmosféricas Tomer Burg indicou modelos de computador que seis dias antes previam vários centímetros de chuva — a quantidade típica para um ano inteiro nos Emirados Árabes Unidos.

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Três sistemas de baixa pressão formaram uma série de tempestades se movendo lentamente ao longo de uma corrente de jato — o rio de ar que move os sistemas climáticos — em direção ao Golfo Pérsico, disse o cientista climático da Universidade da Pensilvânia Michael Mann. De acordo com ele, culpar a semeadura de chuvas ignora as previsões do tempo e suas causas.

A maioria das pessoas que estava culpando a semeadura de nuvens são negacionistas das mudanças climáticas que estão tentando divergir a atenção do que realmente importa, Mann e outros cientistas falaram.

“Quando nós falamos sobre fortes chuvas, nós precisamos falar sobre mudanças climáticas. Focar na semeadura de nuvens é desinformação”, disse cientista climática do Imperial College de Londres, que lidera uma equipe que faz atribuição rápida de eventos climáticos extremos para ver se foram causados pelo aquecimento global ou não. “As chuvas estão tornando-se muito mais intensas em todo o mundo à medida que o clima aquece, porque uma atmosfera mais quente pode reter mais humidade.”

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Emirados Árabes Unidos costuma utilizar a tecnologia de semeadura de nuvens para tentar obter mais chuva, mas técnica possivelmente não tem ligação com inundações, segundo especialistas. Foto: Christopher Pike/AP

Entenda a técnica

As nuvens precisam de pequenas gotas de água ou gelo chamadas núcleos para fazer chover. A técnica usa aviões e canhões terrestres para lançar partículas nas nuvens e produzir mais núcleos. Assim, a chuva artificial não é criada a partir de um céu limpo. As partículas são lançadas em uma nuvem de tempestade que já retém umidade para fazê-la cair, ou cair mais do que cairia naturalmente.

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Governos de regiões afetadas pela seca, como o Oeste dos Estados Unidos e os Emirados Árabes Unidos estão frequentemente dispostos a investir em tecnologia como esta. O Estado de Utah estima que a semeadura de nuvens ajudou a aumentar o abastecimento de água em 12% em 2018, de acordo com uma análise da Divisão de Recursos Hídricos estatal. Dezenas de países na Ásia e no Oriente Médio também utilizam o método.

Aeroporto de Dubai retoma atividades aos poucos

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O Aeroporto Internacional de Dubai, o mais movimentado do mundo para voos internacionais, trabalhava para restaurar as operações normais nesta quinta-feira, mesmo com as enchentes ainda cobrindo partes das principais rodovias e estradas.

O aeroporto permitiu que companhias aéreas globais voassem novamente para o Terminal 1 do campo de aviação na manhã de quinta-feira. “Os voos continuam atrasados e interrompidos, por isso pedimos que você só venha ao Terminal 1 se tiver uma reserva confirmada”, disse o aeroporto na plataforma social X.

A Emirates, cujas operações vinham enfrentando dificuldades desde a tempestade de terça-feira, impediu que os viajantes que saíam dos Emirados Árabes Unidos fizessem check-in em seus voos enquanto tentavam retirar passageiros de conexão. Pilotos e tripulações lutavam para chegar ao aeroporto devido à água nas estradas.

A água da chuva ainda cobria parte de rodovias e estradas do Emirados Árabes Unidos nesta quinta-feira, 18, que trabalham para se recuperar das chuvas que atingiram sobretudo a região de Dubai nesta semana. A intensidade das tempestades despertou dúvidas sobre a relação com a semeadura de nuvens, uma técnica que o país utiliza para alterar o volume de precipitações.

Especialistas ouvidos pela agência Associated Press argumentam que a prática, também conhecida como chuva artificial, pode fazer chover, mas não provoca chuva torrencial ou inundações — pelo menos nada como foi visto em Dubai. A chuva foi a mais intensa já registrada desde o início da coleta de dados metereológicos na região, em 1949.

Nesta quinta-feira, 18, carros permaneciam submersos em ruas de Dubai após as fortes chuvas que atingiram o país desde segunda-feira, 15. Foto: Giuseppe Cacace/AFP

A semeadura de nuvens, embora já exista há décadas, ainda é controversa na comunidade metereológica, principalmente porque tem sido difícil provar que ela faça muito. Ninguém reportou inundações como atingiram os Emirados Árabes Unidos na terça-feira, 16, que muitas vezes utiliza a tecnologia na tentativa de espremer cada gota de umidade do céu que normalmente produz menos de 10 a 13 centímetros de chuva por ano.

“É quase certo que não é semeadura de nuvens”, disse o metereologista Ryan Maue, ex-cientista-chefe da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos. “Se isso ocorreu com semeadura de nuvens, eles teriam água o tempo inteiro. Você não pode criar chuva do nada e obter 15 centímetros de água. Isso é semelhante à tecnologia de movimento perpétuo.”

Metereologistas e cientistas climáicas disseram que as chuvas extremas são semelhantes ao que o mundo espera das mudanças climáticas causadas pelo homem, e uma forma de saber com certeza que elas não foram causadas por alterações nas nuvens é que foram previstas com dias de antecedência. O pesquisador de ciências atmosféricas Tomer Burg indicou modelos de computador que seis dias antes previam vários centímetros de chuva — a quantidade típica para um ano inteiro nos Emirados Árabes Unidos.

Três sistemas de baixa pressão formaram uma série de tempestades se movendo lentamente ao longo de uma corrente de jato — o rio de ar que move os sistemas climáticos — em direção ao Golfo Pérsico, disse o cientista climático da Universidade da Pensilvânia Michael Mann. De acordo com ele, culpar a semeadura de chuvas ignora as previsões do tempo e suas causas.

A maioria das pessoas que estava culpando a semeadura de nuvens são negacionistas das mudanças climáticas que estão tentando divergir a atenção do que realmente importa, Mann e outros cientistas falaram.

“Quando nós falamos sobre fortes chuvas, nós precisamos falar sobre mudanças climáticas. Focar na semeadura de nuvens é desinformação”, disse cientista climática do Imperial College de Londres, que lidera uma equipe que faz atribuição rápida de eventos climáticos extremos para ver se foram causados pelo aquecimento global ou não. “As chuvas estão tornando-se muito mais intensas em todo o mundo à medida que o clima aquece, porque uma atmosfera mais quente pode reter mais humidade.”

Emirados Árabes Unidos costuma utilizar a tecnologia de semeadura de nuvens para tentar obter mais chuva, mas técnica possivelmente não tem ligação com inundações, segundo especialistas. Foto: Christopher Pike/AP

Entenda a técnica

As nuvens precisam de pequenas gotas de água ou gelo chamadas núcleos para fazer chover. A técnica usa aviões e canhões terrestres para lançar partículas nas nuvens e produzir mais núcleos. Assim, a chuva artificial não é criada a partir de um céu limpo. As partículas são lançadas em uma nuvem de tempestade que já retém umidade para fazê-la cair, ou cair mais do que cairia naturalmente.

Governos de regiões afetadas pela seca, como o Oeste dos Estados Unidos e os Emirados Árabes Unidos estão frequentemente dispostos a investir em tecnologia como esta. O Estado de Utah estima que a semeadura de nuvens ajudou a aumentar o abastecimento de água em 12% em 2018, de acordo com uma análise da Divisão de Recursos Hídricos estatal. Dezenas de países na Ásia e no Oriente Médio também utilizam o método.

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O Aeroporto Internacional de Dubai, o mais movimentado do mundo para voos internacionais, trabalhava para restaurar as operações normais nesta quinta-feira, mesmo com as enchentes ainda cobrindo partes das principais rodovias e estradas.

O aeroporto permitiu que companhias aéreas globais voassem novamente para o Terminal 1 do campo de aviação na manhã de quinta-feira. “Os voos continuam atrasados e interrompidos, por isso pedimos que você só venha ao Terminal 1 se tiver uma reserva confirmada”, disse o aeroporto na plataforma social X.

A Emirates, cujas operações vinham enfrentando dificuldades desde a tempestade de terça-feira, impediu que os viajantes que saíam dos Emirados Árabes Unidos fizessem check-in em seus voos enquanto tentavam retirar passageiros de conexão. Pilotos e tripulações lutavam para chegar ao aeroporto devido à água nas estradas.

A água da chuva ainda cobria parte de rodovias e estradas do Emirados Árabes Unidos nesta quinta-feira, 18, que trabalham para se recuperar das chuvas que atingiram sobretudo a região de Dubai nesta semana. A intensidade das tempestades despertou dúvidas sobre a relação com a semeadura de nuvens, uma técnica que o país utiliza para alterar o volume de precipitações.

Especialistas ouvidos pela agência Associated Press argumentam que a prática, também conhecida como chuva artificial, pode fazer chover, mas não provoca chuva torrencial ou inundações — pelo menos nada como foi visto em Dubai. A chuva foi a mais intensa já registrada desde o início da coleta de dados metereológicos na região, em 1949.

Nesta quinta-feira, 18, carros permaneciam submersos em ruas de Dubai após as fortes chuvas que atingiram o país desde segunda-feira, 15. Foto: Giuseppe Cacace/AFP

A semeadura de nuvens, embora já exista há décadas, ainda é controversa na comunidade metereológica, principalmente porque tem sido difícil provar que ela faça muito. Ninguém reportou inundações como atingiram os Emirados Árabes Unidos na terça-feira, 16, que muitas vezes utiliza a tecnologia na tentativa de espremer cada gota de umidade do céu que normalmente produz menos de 10 a 13 centímetros de chuva por ano.

“É quase certo que não é semeadura de nuvens”, disse o metereologista Ryan Maue, ex-cientista-chefe da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos. “Se isso ocorreu com semeadura de nuvens, eles teriam água o tempo inteiro. Você não pode criar chuva do nada e obter 15 centímetros de água. Isso é semelhante à tecnologia de movimento perpétuo.”

Metereologistas e cientistas climáicas disseram que as chuvas extremas são semelhantes ao que o mundo espera das mudanças climáticas causadas pelo homem, e uma forma de saber com certeza que elas não foram causadas por alterações nas nuvens é que foram previstas com dias de antecedência. O pesquisador de ciências atmosféricas Tomer Burg indicou modelos de computador que seis dias antes previam vários centímetros de chuva — a quantidade típica para um ano inteiro nos Emirados Árabes Unidos.

Três sistemas de baixa pressão formaram uma série de tempestades se movendo lentamente ao longo de uma corrente de jato — o rio de ar que move os sistemas climáticos — em direção ao Golfo Pérsico, disse o cientista climático da Universidade da Pensilvânia Michael Mann. De acordo com ele, culpar a semeadura de chuvas ignora as previsões do tempo e suas causas.

A maioria das pessoas que estava culpando a semeadura de nuvens são negacionistas das mudanças climáticas que estão tentando divergir a atenção do que realmente importa, Mann e outros cientistas falaram.

“Quando nós falamos sobre fortes chuvas, nós precisamos falar sobre mudanças climáticas. Focar na semeadura de nuvens é desinformação”, disse cientista climática do Imperial College de Londres, que lidera uma equipe que faz atribuição rápida de eventos climáticos extremos para ver se foram causados pelo aquecimento global ou não. “As chuvas estão tornando-se muito mais intensas em todo o mundo à medida que o clima aquece, porque uma atmosfera mais quente pode reter mais humidade.”

Emirados Árabes Unidos costuma utilizar a tecnologia de semeadura de nuvens para tentar obter mais chuva, mas técnica possivelmente não tem ligação com inundações, segundo especialistas. Foto: Christopher Pike/AP

Entenda a técnica

As nuvens precisam de pequenas gotas de água ou gelo chamadas núcleos para fazer chover. A técnica usa aviões e canhões terrestres para lançar partículas nas nuvens e produzir mais núcleos. Assim, a chuva artificial não é criada a partir de um céu limpo. As partículas são lançadas em uma nuvem de tempestade que já retém umidade para fazê-la cair, ou cair mais do que cairia naturalmente.

Governos de regiões afetadas pela seca, como o Oeste dos Estados Unidos e os Emirados Árabes Unidos estão frequentemente dispostos a investir em tecnologia como esta. O Estado de Utah estima que a semeadura de nuvens ajudou a aumentar o abastecimento de água em 12% em 2018, de acordo com uma análise da Divisão de Recursos Hídricos estatal. Dezenas de países na Ásia e no Oriente Médio também utilizam o método.

Aeroporto de Dubai retoma atividades aos poucos

O Aeroporto Internacional de Dubai, o mais movimentado do mundo para voos internacionais, trabalhava para restaurar as operações normais nesta quinta-feira, mesmo com as enchentes ainda cobrindo partes das principais rodovias e estradas.

O aeroporto permitiu que companhias aéreas globais voassem novamente para o Terminal 1 do campo de aviação na manhã de quinta-feira. “Os voos continuam atrasados e interrompidos, por isso pedimos que você só venha ao Terminal 1 se tiver uma reserva confirmada”, disse o aeroporto na plataforma social X.

A Emirates, cujas operações vinham enfrentando dificuldades desde a tempestade de terça-feira, impediu que os viajantes que saíam dos Emirados Árabes Unidos fizessem check-in em seus voos enquanto tentavam retirar passageiros de conexão. Pilotos e tripulações lutavam para chegar ao aeroporto devido à água nas estradas.

A água da chuva ainda cobria parte de rodovias e estradas do Emirados Árabes Unidos nesta quinta-feira, 18, que trabalham para se recuperar das chuvas que atingiram sobretudo a região de Dubai nesta semana. A intensidade das tempestades despertou dúvidas sobre a relação com a semeadura de nuvens, uma técnica que o país utiliza para alterar o volume de precipitações.

Especialistas ouvidos pela agência Associated Press argumentam que a prática, também conhecida como chuva artificial, pode fazer chover, mas não provoca chuva torrencial ou inundações — pelo menos nada como foi visto em Dubai. A chuva foi a mais intensa já registrada desde o início da coleta de dados metereológicos na região, em 1949.

Nesta quinta-feira, 18, carros permaneciam submersos em ruas de Dubai após as fortes chuvas que atingiram o país desde segunda-feira, 15. Foto: Giuseppe Cacace/AFP

A semeadura de nuvens, embora já exista há décadas, ainda é controversa na comunidade metereológica, principalmente porque tem sido difícil provar que ela faça muito. Ninguém reportou inundações como atingiram os Emirados Árabes Unidos na terça-feira, 16, que muitas vezes utiliza a tecnologia na tentativa de espremer cada gota de umidade do céu que normalmente produz menos de 10 a 13 centímetros de chuva por ano.

“É quase certo que não é semeadura de nuvens”, disse o metereologista Ryan Maue, ex-cientista-chefe da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos. “Se isso ocorreu com semeadura de nuvens, eles teriam água o tempo inteiro. Você não pode criar chuva do nada e obter 15 centímetros de água. Isso é semelhante à tecnologia de movimento perpétuo.”

Metereologistas e cientistas climáicas disseram que as chuvas extremas são semelhantes ao que o mundo espera das mudanças climáticas causadas pelo homem, e uma forma de saber com certeza que elas não foram causadas por alterações nas nuvens é que foram previstas com dias de antecedência. O pesquisador de ciências atmosféricas Tomer Burg indicou modelos de computador que seis dias antes previam vários centímetros de chuva — a quantidade típica para um ano inteiro nos Emirados Árabes Unidos.

Três sistemas de baixa pressão formaram uma série de tempestades se movendo lentamente ao longo de uma corrente de jato — o rio de ar que move os sistemas climáticos — em direção ao Golfo Pérsico, disse o cientista climático da Universidade da Pensilvânia Michael Mann. De acordo com ele, culpar a semeadura de chuvas ignora as previsões do tempo e suas causas.

A maioria das pessoas que estava culpando a semeadura de nuvens são negacionistas das mudanças climáticas que estão tentando divergir a atenção do que realmente importa, Mann e outros cientistas falaram.

“Quando nós falamos sobre fortes chuvas, nós precisamos falar sobre mudanças climáticas. Focar na semeadura de nuvens é desinformação”, disse cientista climática do Imperial College de Londres, que lidera uma equipe que faz atribuição rápida de eventos climáticos extremos para ver se foram causados pelo aquecimento global ou não. “As chuvas estão tornando-se muito mais intensas em todo o mundo à medida que o clima aquece, porque uma atmosfera mais quente pode reter mais humidade.”

Emirados Árabes Unidos costuma utilizar a tecnologia de semeadura de nuvens para tentar obter mais chuva, mas técnica possivelmente não tem ligação com inundações, segundo especialistas. Foto: Christopher Pike/AP

Entenda a técnica

As nuvens precisam de pequenas gotas de água ou gelo chamadas núcleos para fazer chover. A técnica usa aviões e canhões terrestres para lançar partículas nas nuvens e produzir mais núcleos. Assim, a chuva artificial não é criada a partir de um céu limpo. As partículas são lançadas em uma nuvem de tempestade que já retém umidade para fazê-la cair, ou cair mais do que cairia naturalmente.

Governos de regiões afetadas pela seca, como o Oeste dos Estados Unidos e os Emirados Árabes Unidos estão frequentemente dispostos a investir em tecnologia como esta. O Estado de Utah estima que a semeadura de nuvens ajudou a aumentar o abastecimento de água em 12% em 2018, de acordo com uma análise da Divisão de Recursos Hídricos estatal. Dezenas de países na Ásia e no Oriente Médio também utilizam o método.

Aeroporto de Dubai retoma atividades aos poucos

O Aeroporto Internacional de Dubai, o mais movimentado do mundo para voos internacionais, trabalhava para restaurar as operações normais nesta quinta-feira, mesmo com as enchentes ainda cobrindo partes das principais rodovias e estradas.

O aeroporto permitiu que companhias aéreas globais voassem novamente para o Terminal 1 do campo de aviação na manhã de quinta-feira. “Os voos continuam atrasados e interrompidos, por isso pedimos que você só venha ao Terminal 1 se tiver uma reserva confirmada”, disse o aeroporto na plataforma social X.

A Emirates, cujas operações vinham enfrentando dificuldades desde a tempestade de terça-feira, impediu que os viajantes que saíam dos Emirados Árabes Unidos fizessem check-in em seus voos enquanto tentavam retirar passageiros de conexão. Pilotos e tripulações lutavam para chegar ao aeroporto devido à água nas estradas.

A água da chuva ainda cobria parte de rodovias e estradas do Emirados Árabes Unidos nesta quinta-feira, 18, que trabalham para se recuperar das chuvas que atingiram sobretudo a região de Dubai nesta semana. A intensidade das tempestades despertou dúvidas sobre a relação com a semeadura de nuvens, uma técnica que o país utiliza para alterar o volume de precipitações.

Especialistas ouvidos pela agência Associated Press argumentam que a prática, também conhecida como chuva artificial, pode fazer chover, mas não provoca chuva torrencial ou inundações — pelo menos nada como foi visto em Dubai. A chuva foi a mais intensa já registrada desde o início da coleta de dados metereológicos na região, em 1949.

Nesta quinta-feira, 18, carros permaneciam submersos em ruas de Dubai após as fortes chuvas que atingiram o país desde segunda-feira, 15. Foto: Giuseppe Cacace/AFP

A semeadura de nuvens, embora já exista há décadas, ainda é controversa na comunidade metereológica, principalmente porque tem sido difícil provar que ela faça muito. Ninguém reportou inundações como atingiram os Emirados Árabes Unidos na terça-feira, 16, que muitas vezes utiliza a tecnologia na tentativa de espremer cada gota de umidade do céu que normalmente produz menos de 10 a 13 centímetros de chuva por ano.

“É quase certo que não é semeadura de nuvens”, disse o metereologista Ryan Maue, ex-cientista-chefe da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos. “Se isso ocorreu com semeadura de nuvens, eles teriam água o tempo inteiro. Você não pode criar chuva do nada e obter 15 centímetros de água. Isso é semelhante à tecnologia de movimento perpétuo.”

Metereologistas e cientistas climáicas disseram que as chuvas extremas são semelhantes ao que o mundo espera das mudanças climáticas causadas pelo homem, e uma forma de saber com certeza que elas não foram causadas por alterações nas nuvens é que foram previstas com dias de antecedência. O pesquisador de ciências atmosféricas Tomer Burg indicou modelos de computador que seis dias antes previam vários centímetros de chuva — a quantidade típica para um ano inteiro nos Emirados Árabes Unidos.

Três sistemas de baixa pressão formaram uma série de tempestades se movendo lentamente ao longo de uma corrente de jato — o rio de ar que move os sistemas climáticos — em direção ao Golfo Pérsico, disse o cientista climático da Universidade da Pensilvânia Michael Mann. De acordo com ele, culpar a semeadura de chuvas ignora as previsões do tempo e suas causas.

A maioria das pessoas que estava culpando a semeadura de nuvens são negacionistas das mudanças climáticas que estão tentando divergir a atenção do que realmente importa, Mann e outros cientistas falaram.

“Quando nós falamos sobre fortes chuvas, nós precisamos falar sobre mudanças climáticas. Focar na semeadura de nuvens é desinformação”, disse cientista climática do Imperial College de Londres, que lidera uma equipe que faz atribuição rápida de eventos climáticos extremos para ver se foram causados pelo aquecimento global ou não. “As chuvas estão tornando-se muito mais intensas em todo o mundo à medida que o clima aquece, porque uma atmosfera mais quente pode reter mais humidade.”

Emirados Árabes Unidos costuma utilizar a tecnologia de semeadura de nuvens para tentar obter mais chuva, mas técnica possivelmente não tem ligação com inundações, segundo especialistas. Foto: Christopher Pike/AP

Entenda a técnica

As nuvens precisam de pequenas gotas de água ou gelo chamadas núcleos para fazer chover. A técnica usa aviões e canhões terrestres para lançar partículas nas nuvens e produzir mais núcleos. Assim, a chuva artificial não é criada a partir de um céu limpo. As partículas são lançadas em uma nuvem de tempestade que já retém umidade para fazê-la cair, ou cair mais do que cairia naturalmente.

Governos de regiões afetadas pela seca, como o Oeste dos Estados Unidos e os Emirados Árabes Unidos estão frequentemente dispostos a investir em tecnologia como esta. O Estado de Utah estima que a semeadura de nuvens ajudou a aumentar o abastecimento de água em 12% em 2018, de acordo com uma análise da Divisão de Recursos Hídricos estatal. Dezenas de países na Ásia e no Oriente Médio também utilizam o método.

Aeroporto de Dubai retoma atividades aos poucos

O Aeroporto Internacional de Dubai, o mais movimentado do mundo para voos internacionais, trabalhava para restaurar as operações normais nesta quinta-feira, mesmo com as enchentes ainda cobrindo partes das principais rodovias e estradas.

O aeroporto permitiu que companhias aéreas globais voassem novamente para o Terminal 1 do campo de aviação na manhã de quinta-feira. “Os voos continuam atrasados e interrompidos, por isso pedimos que você só venha ao Terminal 1 se tiver uma reserva confirmada”, disse o aeroporto na plataforma social X.

A Emirates, cujas operações vinham enfrentando dificuldades desde a tempestade de terça-feira, impediu que os viajantes que saíam dos Emirados Árabes Unidos fizessem check-in em seus voos enquanto tentavam retirar passageiros de conexão. Pilotos e tripulações lutavam para chegar ao aeroporto devido à água nas estradas.

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