Uma forte tempestade atingiu a região metropolitana de Nova York nesta sexta-feira, 29, afetando praticamente todo o serviço de metrô da cidade, inundando ruas e rodovias e atrasando voos para o Aeroporto de LaGuardia. O prefeito da cidade, bem como a governadora de Nova York, Kathy Hochul, declaram estado de emergência na metrópole.
O Serviço Meteorológico Nacional emitiu um alerta de enchente repentina para Manhattan, Brooklyn e Queens que deveria durar até 12h30 (13h30, no horário de Brasília). Alertas adicionais estavam em vigor para o Bronx, Staten Island e Jersey City, em Nova Jersey.
Ao meio-dia, embora tenha havido uma pausa nas nuvens, o prefeito Eric Adams pediu às pessoas que permanecessem onde estavam, se possível. “Não acabou, e não quero que essas lacunas na chuva forte dêem a impressão de que acabou”, disse ele em entrevista coletiva.
Este é o segundo setembro mais chuvoso da história da cidade de Nova York, de acordo com estatísticas do Serviço Meteorológico Nacional: às 11h, mais de 30 centímetros de chuva haviam caído, o maior número em mais de 140 anos, quando a cidade registrou 43 centímetros em setembro de 1882.
Nenhuma morte ou ferimento crítico relacionado à tempestade foi relatado até o meio-dia, disseram autoridades municipais. Mas os moradores lutaram para contornar a metrópole inundada.
O trânsito ficou paralisado, com água acima dos pneus dos carros. Alguns motoristas abandonaram seus veículos. Priscilla Fontallio disse que ficou presa em seu carro, que estava em um trecho da rodovia que não estava alagado, mas parado, por três horas, a partir das 11h. “Nunca vi nada assim na minha vida”, disse ela.
Praticamente todas as linhas de metrô foram pelo menos parcialmente suspensas, redirecionadas ou com atrasos, e duas das três linhas de trem foram suspensas. As equipes se esforçaram para ajustar o serviço, enquanto fortes chuvas inundavam algumas estações e despejavam água nos trilhos de outras.
Uma multidão ficou do lado de fora da estação Clark Street, no Brooklyn, às 9h, sem saber como proceder. Em uma rua em South Williamsburg, também no Brooklyn, trabalhadores estavam com água até os joelhos enquanto tentavam desentupir um ralo enquanto papelão e outros detritos flutuavam.
Os voos para LaGuardia foram brevemente interrompidos de manhã e depois atrasados, por causa da água na área de reabastecimento do aeroporto. As inundações também obrigaram fechamento de um dos três terminais do aeroporto.
À medida que a chuva diminuiu brevemente, os moradores do Brooklyn saíram de suas casas para avaliar os danos e começar a drenar a água que atingia o topo de muitas portas de porões. Algumas pessoas arrumaram caixotes e tábuas de madeira para atravessar as calçadas alagadas, com água chegando à cintura no meio de algumas ruas.
O estudante do ensino médio Malachi Clark olhou para um cruzamento inundado, sem saber como proceder enquanto tentava chegar em casa. Ele tentou pegar um ônibus e depois um trem. “Quando os ônibus param, você sabe que a situação é ruim”, disse ele. O serviço de ônibus foi severamente interrompido em toda a cidade, de acordo com as autoridades.
Uma escola primária do Brooklyn foi evacuada porque a caldeira do aquecedor no local estava soltando fumaça, possivelmente porque entrou água, disse o diretor das escolas, David Banks, na coletiva de imprensa. Em entrevista na manhã de sexta-feira, a governadora disse à NBC que as autoridades receberam relatos de algumas escolas que estavam sofrendo inundações, embora tenha dito que nenhuma criança estava em perigo.
Dominic Ramunni, meteorologista do Serviço Meteorológico Nacional de Nova York, disse por telefone que as chuvas de sexta-feira foram causadas por uma tempestade costeira, com a baixa pressão na costa leste ajudando a trazer um pouco de umidade profunda do Oceano Atlântico. “Este será um dos dias mais chuvosos em algum tempo”, disse ele.
Autoridades da cidade de Nova York disseram ter recebido relatos de seis apartamentos no subsolo que foram inundados, mas todos os ocupantes saíram com segurança. Hochul implorou aos residentes que evacuassem suas casas se a água começar a subir. “As pessoas precisam levar isso muito a sério”, disse a governadora./Associated Press e The New York Times.