HONG KONG - Fortes chuvas atingem o sul da China e Hong Kong, uma semana depois da passagem de um tufão. Em Hong Kong, foi registrada a pior tempestade em quase 140 anos, desde que as medições começaram, em 1884, e já deixou pelo menos dois mortos.
Em apenas 24 horas, choveu o equivalente a 25% do ano inteiro, observou o centro meteorológico local. A tempestade paralisou a megalópole onde vivem 17 milhões de pessoas e a Bolsa de Valores de Hong Kong, a principal da Ásia, não operou nesta sexta-feira, 8.
A Europa e o Brasil também enfrentam problemas climáticos. Grécia, Turquia e Bulgária sofrem inundações. No Rio Grande do Sul, um ciclone deixou mais de 40 mortos.
Vídeos que circulam das redes sociais mostram carros boiando e socorristas navegando de bote pelas ruas inundadas. A água também avançou pelas estações de metrô, e os moradores estão sob o nível mais alto de alerta. As aulas foram suspensas e só devem sair de casa os trabalhadores dos serviços considerados essenciais.
Na província de Shenzhen, que liga Hong Kong à China continental, as chuvas são as piores em 70 anos. A região, que registrou um recorde de calor neste verão, tem sido atingida por eventos climáticos extremos agravados pelo aquecimento global, avaliam os cientistas.
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Segundo as autoridades locais, as “condições extremas” devem continuar ao longo desta sexta-feira na China. A capital Pequim também está em alerta para a previsão de chuva forte em vários bairros.
Grécia debaixo d’água
Longe da China, a Grécia também sofre com o clima extremo. Depois de ser castigada por uma onda de calor que alimentou incêndios florestais, o país agora enfrenta chuvas torrenciais.
Centenas de socorristas equipados com barcos e helicópteros trabalham para regatar os moradores de áreas inundadas. Até o momento, há quatro mortos e pelo menos seis desaparecidos.
As chuvas intensas começaram entre segunda e terça-feira, na região de Magnésia, 300 km ao norte de Atenas, e se deslocaram ao longo da semana.
Em parte do país, como na região de Tessália, os rios transbordaram e as ruas se transformaram em córregos. Casas foram inundadas, carros foram arrastados e algumas cidades ficaram sem energia.
“É um dos momentos mais difíceis da minha vida; a água entrou na minha casa e as crianças tiveram que ir para a casa de um vizinho”, disse Eleftheria Kotarela, uma mãe de três filhos, com lágrimas nos olhos.
“A situação é dramática. Há tanta água que não acredito que possamos evitar danos”, acrescentou Dimitris Theodorou, de 70 anos, que teve as plantações de milho inundadas.
A tempestade Daniel trouxe chuva recordes no período de 24 horas, e foi classificada como um fenômeno extremo. As enchentes atingem a Grécia depois dos incêndios devastadores que mataram 26 pessoas e transformaram o sonho do verão europeu nas ilhas gregas em um pesadelo para os turistas.
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“Infelizmente, estamos indo de uma catástrofe natural para outra na Grécia”, lamentou o porta-voz da Comissão Europeia Balazs Ujvari, em Bruxelas.
O aquecimento do planeta aumenta o vapor de água na atmosfera e, consequentemente, eleva o risco de tempestades especialmente na América Latina, Ásia e parte da Europa. Na Turquia e na Bulgária, vizinhos da Grécia, as fortes chuvas dos últimos dias deixaram um total de 12 mortos./AFP e AP