QUITO - A segunda maior cidade do Equador, Guayaquil, assinou nesta segunda-feira, 29, com o Ministério da Saúde um acordo para vacinar toda sua população de 1,8 milhão de habitantes contra a covid-19. A capital do país, Quito, iniciou nesta segunda-feira um plano semelhante de imunidade comunitária para sua população.
Em Guayaquil, cidade portuária e capital econômica do país, muitas pessoas perderam a vida esperando atendimento, com hospitais e cemitérios entrando em colapso. Guayaquil sofreu como nenhuma outra cidade latina a força destruidora da pandemia no seu início, antes mesmo de o pior chegar. Em abril do ano passado, a prefeita de Guayaquil, Cynthia Viteri, chegou a declarar que "não havia espaço nem para vivos, nem para mortos".
Nesta segunda-feira, a prefeita anunciou que os integrantes da chamada Mesa Técnica de Guayaquil ativarão na terça-feira sete postos de vacinação em massa, que contarão com 300 auxiliares de enfermagem e permitirão que em quatro meses os residentes de Guayaquil sejam vacinados contra covid-19.
A cidade de Quito iniciou nesta segunda-feira um plano semelhante. A capital equatoriana deu início ao que será o maior plano de vacinação de sua história e o próprio prefeito, Jorge Yunda, visitou algumas unidades de saúde para verificar o processo em que as doses contra a covid-19 estão sendo administradas em idosos. “Trabalhamos com rapidez para que, até 31 de agosto, toda a cidade esteja imunizada”, disse o prefeito.
Em uma cerimônia para marcar a implementação do plano, Yunda agradeceu ao ministro da Saúde, Mauro Falconí, por "sua decisão política de servir à cidade" e explicou que estão sendo montadas 100 brigadas de vacinação, 3 unidades médicas e cerca de 800 membros do pessoal de saúde estão aptos a vacinar.
Em breve, a capital equatoriana poderá ter 3,2 milhões de vacinas contra a covid-19 por conta do acordo com o Ministério da Saúde assinado no final de semana.
Os municípios equatorianos vinham exigindo a aprovação do Executivo nos últimos meses tanto para poder administrar a aquisição de vacinas por conta própria, como também as instalações para a distribuição das doses de vacinas entre a população.
O governo do Equador anunciou na quarta-feira a chegada de um sétimo lote de doses da farmacêutica americana Pfizer, em meio a críticas pelo lento programa de vacinação do país.
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A crise provocada pela pandemia no Equador levou serviços públicos de saúde e sanitários à exaustão. A situação é mais grave em Guayaquil, onde hospitais e cemitérios entraram em colapso. A prefeita da cidade disse que "não há espaço nem para vivos, nem para mortos".
O Equador iniciou seu plano nacional de vacinação em 21 de janeiro com uma fase piloto em que as vacinas foram distribuídas a profissionais de saúde da linha de frente, bem como a idosos e funcionários de centros geriátricos.
Em 4 de março, teve início a "Fase 1", na qual se espera que 2 milhões de pessoas sejam imunizadas até 20 de maio, um processo que avança lentamente e custou a dois ministros da Saúde seus empregos: Juan Carlos Zevallos e Rodolfo Farfán.
O Equador planeja um investimento de mais de US$ 200 milhões para seu programa de vacinação contra a covid-19, com o objetivo de imunizar até 60% de sua população este ano, o equivalente a 9 milhões de pessoas. O país, um dos mais atingidos da América Latina, acumula 325.124 casos de contágio e 16.746 mortes por covid-19.
As fronteiras terrestres e marítimas equatorianas estão fechadas há um ano e as aulas presenciais foram suspensas./EFE e AFP