Cientistas sabiam pouco sobre projeto que desenvolviam


Bederson, então um soldado raso, era um dos poucos a conhecer a dimensão do programa atômico americano

Por Redação

Benjamin Bederson virou a página do diário que escreveu há muitos anos e falou das coisas que fez depois daquele verão de 1945. “Eu era físico atômico experimental’, disse. “Lecionei na Universidade de Nova York, ensinava praticamente todos os cursos de física, fui editor-chefe da American Physical Society e ajudei a introduzir as revistas de física na era eletrônica”. 

Deixou de lado a parte em que ajudou a dar início à era atômica – a parte sobre os testes de disparadores da bomba atômica lançada sobre Nagasaki em 9 de agosto de 1945. A parte em que conta que foi um dos soldados destinados ao Projeto Manhattan, o enorme esforço de pesquisa e desenvolvimento que produziu as primeiras bombas atômicas. A parte em que foi um dos poucos soldados enviados para os lugares mais importantes, nos momentos mais importantes, à medida que o trabalho avançava. “Isso o faz parecer algo grandioso”, disse modestamente o dr. Bederson, hoje com 93 anos. 

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Ele nem sequer tinha diploma de bacharel na época, porque interrompera a faculdade para se alistar. Depois de três dias de treinamento básico em Atlantic City, o Exército o enviou para Illinois e depois Ohio – e então cancelou o programa em que o colocara para ensinar-lhe engenharia eletrônica. Seu comandante ouvira dizer que uma coisa chamada Projeto Manhattan procurava soldados e disse que se candidatasse.

“Pouco depois eu estava em Oak Ridge, Tennessee.” Havia 45 mil pessoas vivendo e trabalhando lá – segundo a Atomic Heritage Foundation – consumindo em torno de 14% de toda a eletricidade gerada nos EUA. Por que eles devoravam tanta energia era um mistério. “Mais tarde descobri que estavam destilando U-235 de U-238.” U-235 é o isótopo que pode ser usado para alimentar reatores e fazer bombas. 

O dr. Bederson foi transferido mais uma vez, desta vez para Los Alamos, no Novo México. Lá, trabalhou no desenvolvimento de disparadores das bombas. Na primavera de 1945 recebeu novas ordens e viajou mais uma vez, primeiro para a base em Utah onde os pilotos dos bombardeiros recebiam treinamento, depois para Tinian, a ilha do Pacífico da qual decolou o B-29, conhecido como Enola Gay. Sua tarefa era testar os disparadores da bomba que foi lançada sobre Nagasaki. Das milhares de pessoas que trabalharam no projeto durante a guerra, o dr. Bederson foi aparentemente um dos poucos soldados a par de toda a sua dimensão – até mesmo a respeito do combustível enriquecido para construir uma bomba, e, com o fim da guerra na Europa em meados de 1945, que o primeiro alvo seria o Japão. 

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O trabalho do dr. Bederson foi escolhido por ninguém menos do que J. Robert Oppenheimer, o diretor da área científica do Projeto Manhattan, frequentemente chamado o pai d bomba atômica. “A operação final bem-sucedida da bomba de Nagasaki comprovou que você fez um excelente trabalho”, escreveu Oppenheimer em uma carta de recomendação. 

O dr. Bederson fez um buraco na página do diário, a do dia 6 de agosto de 1945, o dia em que a bomba foi lançada sobre Hiroshima. Quando a releu, semanas mais tarde – depois que o mundo já tinha mudado – percebeu que tinha escrito mais do que deveria sobre a bomba. Mesmo agora, ele não fala exatamente o que dizia a frase que apagou. Segredos são segredos. 

O dr. Bederson afirmou que acreditava na bomba atômica. “Ela poderia ter salvo muito mais vidas do que acabou custando.” “O Exército japonês não quis acabar a guerra.” Mas afirmou que escreveu no diário: “deveria haver um desarmamento nuclear total, e os países deveriam ser inteligentes o bastante para fazer isso”. 

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Hoje, o diário é protegido por uma capa azul, que ele guarda em seu apartamento em Greenwich Village. Também não falou de uma carta que começava com “Queridos Mãe e Pai” e estava assinada “Love, Benny”. Na capa estava também a carta de recomendação de Oppenheimer, que elogiava “a inteligência e perspicácia” do dr. Bederson em encontrar soluções simples para problemas técnicos inesperados. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

Benjamin Bederson virou a página do diário que escreveu há muitos anos e falou das coisas que fez depois daquele verão de 1945. “Eu era físico atômico experimental’, disse. “Lecionei na Universidade de Nova York, ensinava praticamente todos os cursos de física, fui editor-chefe da American Physical Society e ajudei a introduzir as revistas de física na era eletrônica”. 

Deixou de lado a parte em que ajudou a dar início à era atômica – a parte sobre os testes de disparadores da bomba atômica lançada sobre Nagasaki em 9 de agosto de 1945. A parte em que conta que foi um dos soldados destinados ao Projeto Manhattan, o enorme esforço de pesquisa e desenvolvimento que produziu as primeiras bombas atômicas. A parte em que foi um dos poucos soldados enviados para os lugares mais importantes, nos momentos mais importantes, à medida que o trabalho avançava. “Isso o faz parecer algo grandioso”, disse modestamente o dr. Bederson, hoje com 93 anos. 

Ele nem sequer tinha diploma de bacharel na época, porque interrompera a faculdade para se alistar. Depois de três dias de treinamento básico em Atlantic City, o Exército o enviou para Illinois e depois Ohio – e então cancelou o programa em que o colocara para ensinar-lhe engenharia eletrônica. Seu comandante ouvira dizer que uma coisa chamada Projeto Manhattan procurava soldados e disse que se candidatasse.

“Pouco depois eu estava em Oak Ridge, Tennessee.” Havia 45 mil pessoas vivendo e trabalhando lá – segundo a Atomic Heritage Foundation – consumindo em torno de 14% de toda a eletricidade gerada nos EUA. Por que eles devoravam tanta energia era um mistério. “Mais tarde descobri que estavam destilando U-235 de U-238.” U-235 é o isótopo que pode ser usado para alimentar reatores e fazer bombas. 

O dr. Bederson foi transferido mais uma vez, desta vez para Los Alamos, no Novo México. Lá, trabalhou no desenvolvimento de disparadores das bombas. Na primavera de 1945 recebeu novas ordens e viajou mais uma vez, primeiro para a base em Utah onde os pilotos dos bombardeiros recebiam treinamento, depois para Tinian, a ilha do Pacífico da qual decolou o B-29, conhecido como Enola Gay. Sua tarefa era testar os disparadores da bomba que foi lançada sobre Nagasaki. Das milhares de pessoas que trabalharam no projeto durante a guerra, o dr. Bederson foi aparentemente um dos poucos soldados a par de toda a sua dimensão – até mesmo a respeito do combustível enriquecido para construir uma bomba, e, com o fim da guerra na Europa em meados de 1945, que o primeiro alvo seria o Japão. 

O trabalho do dr. Bederson foi escolhido por ninguém menos do que J. Robert Oppenheimer, o diretor da área científica do Projeto Manhattan, frequentemente chamado o pai d bomba atômica. “A operação final bem-sucedida da bomba de Nagasaki comprovou que você fez um excelente trabalho”, escreveu Oppenheimer em uma carta de recomendação. 

O dr. Bederson fez um buraco na página do diário, a do dia 6 de agosto de 1945, o dia em que a bomba foi lançada sobre Hiroshima. Quando a releu, semanas mais tarde – depois que o mundo já tinha mudado – percebeu que tinha escrito mais do que deveria sobre a bomba. Mesmo agora, ele não fala exatamente o que dizia a frase que apagou. Segredos são segredos. 

O dr. Bederson afirmou que acreditava na bomba atômica. “Ela poderia ter salvo muito mais vidas do que acabou custando.” “O Exército japonês não quis acabar a guerra.” Mas afirmou que escreveu no diário: “deveria haver um desarmamento nuclear total, e os países deveriam ser inteligentes o bastante para fazer isso”. 

Hoje, o diário é protegido por uma capa azul, que ele guarda em seu apartamento em Greenwich Village. Também não falou de uma carta que começava com “Queridos Mãe e Pai” e estava assinada “Love, Benny”. Na capa estava também a carta de recomendação de Oppenheimer, que elogiava “a inteligência e perspicácia” do dr. Bederson em encontrar soluções simples para problemas técnicos inesperados. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

Benjamin Bederson virou a página do diário que escreveu há muitos anos e falou das coisas que fez depois daquele verão de 1945. “Eu era físico atômico experimental’, disse. “Lecionei na Universidade de Nova York, ensinava praticamente todos os cursos de física, fui editor-chefe da American Physical Society e ajudei a introduzir as revistas de física na era eletrônica”. 

Deixou de lado a parte em que ajudou a dar início à era atômica – a parte sobre os testes de disparadores da bomba atômica lançada sobre Nagasaki em 9 de agosto de 1945. A parte em que conta que foi um dos soldados destinados ao Projeto Manhattan, o enorme esforço de pesquisa e desenvolvimento que produziu as primeiras bombas atômicas. A parte em que foi um dos poucos soldados enviados para os lugares mais importantes, nos momentos mais importantes, à medida que o trabalho avançava. “Isso o faz parecer algo grandioso”, disse modestamente o dr. Bederson, hoje com 93 anos. 

Ele nem sequer tinha diploma de bacharel na época, porque interrompera a faculdade para se alistar. Depois de três dias de treinamento básico em Atlantic City, o Exército o enviou para Illinois e depois Ohio – e então cancelou o programa em que o colocara para ensinar-lhe engenharia eletrônica. Seu comandante ouvira dizer que uma coisa chamada Projeto Manhattan procurava soldados e disse que se candidatasse.

“Pouco depois eu estava em Oak Ridge, Tennessee.” Havia 45 mil pessoas vivendo e trabalhando lá – segundo a Atomic Heritage Foundation – consumindo em torno de 14% de toda a eletricidade gerada nos EUA. Por que eles devoravam tanta energia era um mistério. “Mais tarde descobri que estavam destilando U-235 de U-238.” U-235 é o isótopo que pode ser usado para alimentar reatores e fazer bombas. 

O dr. Bederson foi transferido mais uma vez, desta vez para Los Alamos, no Novo México. Lá, trabalhou no desenvolvimento de disparadores das bombas. Na primavera de 1945 recebeu novas ordens e viajou mais uma vez, primeiro para a base em Utah onde os pilotos dos bombardeiros recebiam treinamento, depois para Tinian, a ilha do Pacífico da qual decolou o B-29, conhecido como Enola Gay. Sua tarefa era testar os disparadores da bomba que foi lançada sobre Nagasaki. Das milhares de pessoas que trabalharam no projeto durante a guerra, o dr. Bederson foi aparentemente um dos poucos soldados a par de toda a sua dimensão – até mesmo a respeito do combustível enriquecido para construir uma bomba, e, com o fim da guerra na Europa em meados de 1945, que o primeiro alvo seria o Japão. 

O trabalho do dr. Bederson foi escolhido por ninguém menos do que J. Robert Oppenheimer, o diretor da área científica do Projeto Manhattan, frequentemente chamado o pai d bomba atômica. “A operação final bem-sucedida da bomba de Nagasaki comprovou que você fez um excelente trabalho”, escreveu Oppenheimer em uma carta de recomendação. 

O dr. Bederson fez um buraco na página do diário, a do dia 6 de agosto de 1945, o dia em que a bomba foi lançada sobre Hiroshima. Quando a releu, semanas mais tarde – depois que o mundo já tinha mudado – percebeu que tinha escrito mais do que deveria sobre a bomba. Mesmo agora, ele não fala exatamente o que dizia a frase que apagou. Segredos são segredos. 

O dr. Bederson afirmou que acreditava na bomba atômica. “Ela poderia ter salvo muito mais vidas do que acabou custando.” “O Exército japonês não quis acabar a guerra.” Mas afirmou que escreveu no diário: “deveria haver um desarmamento nuclear total, e os países deveriam ser inteligentes o bastante para fazer isso”. 

Hoje, o diário é protegido por uma capa azul, que ele guarda em seu apartamento em Greenwich Village. Também não falou de uma carta que começava com “Queridos Mãe e Pai” e estava assinada “Love, Benny”. Na capa estava também a carta de recomendação de Oppenheimer, que elogiava “a inteligência e perspicácia” do dr. Bederson em encontrar soluções simples para problemas técnicos inesperados. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

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