Cinco vezes em que Lula e o governo não foram veementes ao condenar o terrorismo do Hamas


Em mais de 4 meses de guerra, o presidente e membros do governo não foram enfáticos em condenar ações do grupo terrorista em 7 de outubro

Por Redação
Atualização:

Neste sábado, 17, Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o primeiro-ministro da Autoridade Palestina (AP), Mohammad Shtayyeh, para discutir a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza. O encontro entre Lula e Shtayyeh ocorreu durante a cúpula anual da União Africana em Adis Abeba, na Etiópia. Antes da passagem pela Etiópia, Lula também foi ao Egito e se reuniu com o presidente Abdel Fatah al-Sisi. No encontro com o egípcio, Lula criticou as ações de Israel no enclave palestino e reiterou a condenação aos ataques terroristas do Hamas no dia 7 de outubro.

Essa não foi a primeira vez que Lula relativizou o ataque terrorista do Hamas. Em mais de quatro meses de guerra, o presidente do Brasil e membros do seu governo fizeram diversas declarações que não foram veementes em condenar o terrorismo do Hamas, o que gerou manifestações e críticas da comunidade judaica brasileira.

Veja abaixo cinco vezes em que em Lula ou pessoas de seu governo repetiram a prática de relativizar e deixar de ser enfático em relação aos ataques do grupo terrorista Hamas.

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Lula se encontrou com o Primeiro-Ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh, na Sede da União Africana em Adis Abeba, Etiópia Foto: Foto: Ricardo Stuckert / PR / undefined

PT e governo relutam em classificar Hamas como terrorista no começo da guerra

Na primeira semana após os ataques do grupo terrorista Hamas, Lula e o Partido dos Trabalhadores (PT) não classificaram as ações do Hamas como terroristas. Na época, petistas optaram por priorizar a manifestação de preocupações com “a escalada de violência envolvendo palestinos e israelenses” e a reforçar a defesa da política de “dois Estados, duas nações”.

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Já a nota oficial do PT, publicada no dia 7 de outubro nem sequer cita o Hamas nem os atos de terrorismo praticados. As notas de pesar divulgadas pelo Itamaraty sobre as mortes dos brasileiros Ranani Nidejelski Glazer e Bruna Valeanu também não mencionavam o grupo terrorista que as provocou.

No dia 10 de outubro, a deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, afirmou que um “genocídio” estava acontecendo na Faixa de Gaza e criticou o governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu. Na nota, Hoffman fala apenas da ofensiva israelense no enclave palestino, sem mencionar os ataques terroristas do Hamas.

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Paulo Pimenta condena Hamas, mas diz que Mandela já foi condenado de terrorismo

O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, afirmou, em entrevista ao programa Roda Viva no dia 23 de outubro que o Hamas precisa ser responsabilizado pelos ataques terroristas a Israel, mas relativizou ao ponderar que o Exército Republicano Irlandês (IRA), além do principal herói da luta contra o apartheid na África do Sul, Nelson Mandela, que viria a ser presidente do país também foram acusados de terrorismo.

“O Hamas tem que ser responsabilizado pelo que ele fez. Mas nós já vivemos situações no mundo em que o IRA era considerado terrorista e hoje faz parte do governo do Reino Unido”, disse o ministro.

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Declarações de Lula

No dia 24 de outubro, Lula afirmou que o ataque do grupo Hamas contra Israel, ação que classificou como “terrorista”, não justifica o país “matar milhões de inocentes”. O petista citou que a Organização das Nações Unidas (ONU) e os Estados Unidos poderiam ter uma interferência maior no conflito, “mas não querem”.

“Não é porque o Hamas cometeu um ato terrorista contra Israel, que Israel tem que matar milhões de inocentes. Não é possível que as pessoas não tenham sensibilidade”, disse no “Conversa com o Presidente”.

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O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, discursa na sede da Liga Árabe, no Cairo, Egito  Foto: Amr Nabil / AP

Ao dizer que Israel mata “milhões de inocentes na guerra”, Lula errou os números de mortos do lado palestino, inclusive pela contagem do grupo terrorista Hamas, que aponta que 28 mil palestinos morreram até agora. A contagem do Hamas não difere civis palestinos mortos de terroristas do grupo.

Lula diz que Israel ‘repete ataques ainda mais sérios do que o ato terrorista’ do Hamas

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Em entrevista à Al Jazeera no inicio de dezembro, o presidente brasileiro reconheceu os ataques que deixaram mais de 1.200 pessoas mortas em Israel como terroristas, mas disse que a resposta israelense, que inclui bombardeios aéreos e ofensiva terrestre no enclave palestino são “ainda mais sérias” que o ataque do grupo terrorista Hamas.

Lula também afirmou que o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, é um “extremista” e que não tem sensibilidade humana. “O primeiro-ministro de Israel não respeita a vida dos palestinos. Precisamos que eles tenham o mesmo respeito que os judeus e os palestinos têm direito a ter o seu próprio Estado, demarcado desde 1947 e a ONU deve obrigar Israel e os demais Estados a cumprir isso”. O presidente brasileiro voltou a chamar a ofensiva israelense de “genocídio”.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, se reuniu com o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, no Cairo, Egito  Foto: Assessoria de imprensa do presidente do Egito/ EFE

O presidente chegou a condenar o terrorismo do Hamas em mais de uma oportunidade, mas já se referiu à reação israelense como “insanidade” e genocídio. “Se o Hamas cometeu um ato de terrorismo, o Estado de Israel está cometendo mais um ato de terrorismo ao não levar em conta que as crianças não estão em guerra, que as mulheres não estão em guerra. Ao não levar em conta que eles não estão matando soldados, eles estão matando junto crianças”, disse o petista no dia 13 de novembro.

Em nota, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) criticou a declaração do presidente: “A Conib lamenta profundamente declarações do presidente Lula comparando as ações de defesa de Israel a genocídio. É uma acusação falsa que, vinda do presidente da República, ganha dimensões ainda mais graves. A Conib mais uma vez pede serenidade e equilíbrio às autoridades neste momento tão tenso e doloroso, com aumento de manifestações antissemitas no Brasil e no mundo”.

Lula faz críticas e afirma que Israel mata mulheres e crianças a pretexto de derrotar Hamas

Durante visita ao Egito na semana passada, Lula criticou novamente a ofensiva israelense na Faixa de Gaza e afirmou que Israel mata mulheres e crianças com o pretexto de derrotar o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza e que as ações militares do país no território palestino não têm justificativa nem explicação. O governo israelense, acrescentou Lula, ignora decisões das Nações Unidas.

“O Brasil foi um país que condenou de forma veemente a posição do Hamas no ataque de Israel e ao sequestro de centenas de pessoas. Nós condenamos e chamamos o ato de ato terrorista. Mas não tem nenhuma explicação o comportamento de Israel, a pretexto de derrotar o Hamas, estar matando mulheres e crianças, coisa jamais vista em qualquer guerra que eu tenha conhecimento”, disse Lula, ao lado do egípcio, no Palácio Presidencial de Heliópolis, no Cairo. “De qualquer ângulo que se olhe, a escala de violência cometida entre os 2 milhões de palestinos em Gaza não encontra justificativa.”

Neste sábado, 17, Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o primeiro-ministro da Autoridade Palestina (AP), Mohammad Shtayyeh, para discutir a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza. O encontro entre Lula e Shtayyeh ocorreu durante a cúpula anual da União Africana em Adis Abeba, na Etiópia. Antes da passagem pela Etiópia, Lula também foi ao Egito e se reuniu com o presidente Abdel Fatah al-Sisi. No encontro com o egípcio, Lula criticou as ações de Israel no enclave palestino e reiterou a condenação aos ataques terroristas do Hamas no dia 7 de outubro.

Essa não foi a primeira vez que Lula relativizou o ataque terrorista do Hamas. Em mais de quatro meses de guerra, o presidente do Brasil e membros do seu governo fizeram diversas declarações que não foram veementes em condenar o terrorismo do Hamas, o que gerou manifestações e críticas da comunidade judaica brasileira.

Veja abaixo cinco vezes em que em Lula ou pessoas de seu governo repetiram a prática de relativizar e deixar de ser enfático em relação aos ataques do grupo terrorista Hamas.

Lula se encontrou com o Primeiro-Ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh, na Sede da União Africana em Adis Abeba, Etiópia Foto: Foto: Ricardo Stuckert / PR / undefined

PT e governo relutam em classificar Hamas como terrorista no começo da guerra

Na primeira semana após os ataques do grupo terrorista Hamas, Lula e o Partido dos Trabalhadores (PT) não classificaram as ações do Hamas como terroristas. Na época, petistas optaram por priorizar a manifestação de preocupações com “a escalada de violência envolvendo palestinos e israelenses” e a reforçar a defesa da política de “dois Estados, duas nações”.

Já a nota oficial do PT, publicada no dia 7 de outubro nem sequer cita o Hamas nem os atos de terrorismo praticados. As notas de pesar divulgadas pelo Itamaraty sobre as mortes dos brasileiros Ranani Nidejelski Glazer e Bruna Valeanu também não mencionavam o grupo terrorista que as provocou.

No dia 10 de outubro, a deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, afirmou que um “genocídio” estava acontecendo na Faixa de Gaza e criticou o governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu. Na nota, Hoffman fala apenas da ofensiva israelense no enclave palestino, sem mencionar os ataques terroristas do Hamas.

Paulo Pimenta condena Hamas, mas diz que Mandela já foi condenado de terrorismo

O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, afirmou, em entrevista ao programa Roda Viva no dia 23 de outubro que o Hamas precisa ser responsabilizado pelos ataques terroristas a Israel, mas relativizou ao ponderar que o Exército Republicano Irlandês (IRA), além do principal herói da luta contra o apartheid na África do Sul, Nelson Mandela, que viria a ser presidente do país também foram acusados de terrorismo.

“O Hamas tem que ser responsabilizado pelo que ele fez. Mas nós já vivemos situações no mundo em que o IRA era considerado terrorista e hoje faz parte do governo do Reino Unido”, disse o ministro.

Declarações de Lula

No dia 24 de outubro, Lula afirmou que o ataque do grupo Hamas contra Israel, ação que classificou como “terrorista”, não justifica o país “matar milhões de inocentes”. O petista citou que a Organização das Nações Unidas (ONU) e os Estados Unidos poderiam ter uma interferência maior no conflito, “mas não querem”.

“Não é porque o Hamas cometeu um ato terrorista contra Israel, que Israel tem que matar milhões de inocentes. Não é possível que as pessoas não tenham sensibilidade”, disse no “Conversa com o Presidente”.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, discursa na sede da Liga Árabe, no Cairo, Egito  Foto: Amr Nabil / AP

Ao dizer que Israel mata “milhões de inocentes na guerra”, Lula errou os números de mortos do lado palestino, inclusive pela contagem do grupo terrorista Hamas, que aponta que 28 mil palestinos morreram até agora. A contagem do Hamas não difere civis palestinos mortos de terroristas do grupo.

Lula diz que Israel ‘repete ataques ainda mais sérios do que o ato terrorista’ do Hamas

Em entrevista à Al Jazeera no inicio de dezembro, o presidente brasileiro reconheceu os ataques que deixaram mais de 1.200 pessoas mortas em Israel como terroristas, mas disse que a resposta israelense, que inclui bombardeios aéreos e ofensiva terrestre no enclave palestino são “ainda mais sérias” que o ataque do grupo terrorista Hamas.

Lula também afirmou que o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, é um “extremista” e que não tem sensibilidade humana. “O primeiro-ministro de Israel não respeita a vida dos palestinos. Precisamos que eles tenham o mesmo respeito que os judeus e os palestinos têm direito a ter o seu próprio Estado, demarcado desde 1947 e a ONU deve obrigar Israel e os demais Estados a cumprir isso”. O presidente brasileiro voltou a chamar a ofensiva israelense de “genocídio”.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, se reuniu com o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, no Cairo, Egito  Foto: Assessoria de imprensa do presidente do Egito/ EFE

O presidente chegou a condenar o terrorismo do Hamas em mais de uma oportunidade, mas já se referiu à reação israelense como “insanidade” e genocídio. “Se o Hamas cometeu um ato de terrorismo, o Estado de Israel está cometendo mais um ato de terrorismo ao não levar em conta que as crianças não estão em guerra, que as mulheres não estão em guerra. Ao não levar em conta que eles não estão matando soldados, eles estão matando junto crianças”, disse o petista no dia 13 de novembro.

Em nota, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) criticou a declaração do presidente: “A Conib lamenta profundamente declarações do presidente Lula comparando as ações de defesa de Israel a genocídio. É uma acusação falsa que, vinda do presidente da República, ganha dimensões ainda mais graves. A Conib mais uma vez pede serenidade e equilíbrio às autoridades neste momento tão tenso e doloroso, com aumento de manifestações antissemitas no Brasil e no mundo”.

Lula faz críticas e afirma que Israel mata mulheres e crianças a pretexto de derrotar Hamas

Durante visita ao Egito na semana passada, Lula criticou novamente a ofensiva israelense na Faixa de Gaza e afirmou que Israel mata mulheres e crianças com o pretexto de derrotar o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza e que as ações militares do país no território palestino não têm justificativa nem explicação. O governo israelense, acrescentou Lula, ignora decisões das Nações Unidas.

“O Brasil foi um país que condenou de forma veemente a posição do Hamas no ataque de Israel e ao sequestro de centenas de pessoas. Nós condenamos e chamamos o ato de ato terrorista. Mas não tem nenhuma explicação o comportamento de Israel, a pretexto de derrotar o Hamas, estar matando mulheres e crianças, coisa jamais vista em qualquer guerra que eu tenha conhecimento”, disse Lula, ao lado do egípcio, no Palácio Presidencial de Heliópolis, no Cairo. “De qualquer ângulo que se olhe, a escala de violência cometida entre os 2 milhões de palestinos em Gaza não encontra justificativa.”

Neste sábado, 17, Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o primeiro-ministro da Autoridade Palestina (AP), Mohammad Shtayyeh, para discutir a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza. O encontro entre Lula e Shtayyeh ocorreu durante a cúpula anual da União Africana em Adis Abeba, na Etiópia. Antes da passagem pela Etiópia, Lula também foi ao Egito e se reuniu com o presidente Abdel Fatah al-Sisi. No encontro com o egípcio, Lula criticou as ações de Israel no enclave palestino e reiterou a condenação aos ataques terroristas do Hamas no dia 7 de outubro.

Essa não foi a primeira vez que Lula relativizou o ataque terrorista do Hamas. Em mais de quatro meses de guerra, o presidente do Brasil e membros do seu governo fizeram diversas declarações que não foram veementes em condenar o terrorismo do Hamas, o que gerou manifestações e críticas da comunidade judaica brasileira.

Veja abaixo cinco vezes em que em Lula ou pessoas de seu governo repetiram a prática de relativizar e deixar de ser enfático em relação aos ataques do grupo terrorista Hamas.

Lula se encontrou com o Primeiro-Ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh, na Sede da União Africana em Adis Abeba, Etiópia Foto: Foto: Ricardo Stuckert / PR / undefined

PT e governo relutam em classificar Hamas como terrorista no começo da guerra

Na primeira semana após os ataques do grupo terrorista Hamas, Lula e o Partido dos Trabalhadores (PT) não classificaram as ações do Hamas como terroristas. Na época, petistas optaram por priorizar a manifestação de preocupações com “a escalada de violência envolvendo palestinos e israelenses” e a reforçar a defesa da política de “dois Estados, duas nações”.

Já a nota oficial do PT, publicada no dia 7 de outubro nem sequer cita o Hamas nem os atos de terrorismo praticados. As notas de pesar divulgadas pelo Itamaraty sobre as mortes dos brasileiros Ranani Nidejelski Glazer e Bruna Valeanu também não mencionavam o grupo terrorista que as provocou.

No dia 10 de outubro, a deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, afirmou que um “genocídio” estava acontecendo na Faixa de Gaza e criticou o governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu. Na nota, Hoffman fala apenas da ofensiva israelense no enclave palestino, sem mencionar os ataques terroristas do Hamas.

Paulo Pimenta condena Hamas, mas diz que Mandela já foi condenado de terrorismo

O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, afirmou, em entrevista ao programa Roda Viva no dia 23 de outubro que o Hamas precisa ser responsabilizado pelos ataques terroristas a Israel, mas relativizou ao ponderar que o Exército Republicano Irlandês (IRA), além do principal herói da luta contra o apartheid na África do Sul, Nelson Mandela, que viria a ser presidente do país também foram acusados de terrorismo.

“O Hamas tem que ser responsabilizado pelo que ele fez. Mas nós já vivemos situações no mundo em que o IRA era considerado terrorista e hoje faz parte do governo do Reino Unido”, disse o ministro.

Declarações de Lula

No dia 24 de outubro, Lula afirmou que o ataque do grupo Hamas contra Israel, ação que classificou como “terrorista”, não justifica o país “matar milhões de inocentes”. O petista citou que a Organização das Nações Unidas (ONU) e os Estados Unidos poderiam ter uma interferência maior no conflito, “mas não querem”.

“Não é porque o Hamas cometeu um ato terrorista contra Israel, que Israel tem que matar milhões de inocentes. Não é possível que as pessoas não tenham sensibilidade”, disse no “Conversa com o Presidente”.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, discursa na sede da Liga Árabe, no Cairo, Egito  Foto: Amr Nabil / AP

Ao dizer que Israel mata “milhões de inocentes na guerra”, Lula errou os números de mortos do lado palestino, inclusive pela contagem do grupo terrorista Hamas, que aponta que 28 mil palestinos morreram até agora. A contagem do Hamas não difere civis palestinos mortos de terroristas do grupo.

Lula diz que Israel ‘repete ataques ainda mais sérios do que o ato terrorista’ do Hamas

Em entrevista à Al Jazeera no inicio de dezembro, o presidente brasileiro reconheceu os ataques que deixaram mais de 1.200 pessoas mortas em Israel como terroristas, mas disse que a resposta israelense, que inclui bombardeios aéreos e ofensiva terrestre no enclave palestino são “ainda mais sérias” que o ataque do grupo terrorista Hamas.

Lula também afirmou que o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, é um “extremista” e que não tem sensibilidade humana. “O primeiro-ministro de Israel não respeita a vida dos palestinos. Precisamos que eles tenham o mesmo respeito que os judeus e os palestinos têm direito a ter o seu próprio Estado, demarcado desde 1947 e a ONU deve obrigar Israel e os demais Estados a cumprir isso”. O presidente brasileiro voltou a chamar a ofensiva israelense de “genocídio”.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, se reuniu com o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, no Cairo, Egito  Foto: Assessoria de imprensa do presidente do Egito/ EFE

O presidente chegou a condenar o terrorismo do Hamas em mais de uma oportunidade, mas já se referiu à reação israelense como “insanidade” e genocídio. “Se o Hamas cometeu um ato de terrorismo, o Estado de Israel está cometendo mais um ato de terrorismo ao não levar em conta que as crianças não estão em guerra, que as mulheres não estão em guerra. Ao não levar em conta que eles não estão matando soldados, eles estão matando junto crianças”, disse o petista no dia 13 de novembro.

Em nota, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) criticou a declaração do presidente: “A Conib lamenta profundamente declarações do presidente Lula comparando as ações de defesa de Israel a genocídio. É uma acusação falsa que, vinda do presidente da República, ganha dimensões ainda mais graves. A Conib mais uma vez pede serenidade e equilíbrio às autoridades neste momento tão tenso e doloroso, com aumento de manifestações antissemitas no Brasil e no mundo”.

Lula faz críticas e afirma que Israel mata mulheres e crianças a pretexto de derrotar Hamas

Durante visita ao Egito na semana passada, Lula criticou novamente a ofensiva israelense na Faixa de Gaza e afirmou que Israel mata mulheres e crianças com o pretexto de derrotar o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza e que as ações militares do país no território palestino não têm justificativa nem explicação. O governo israelense, acrescentou Lula, ignora decisões das Nações Unidas.

“O Brasil foi um país que condenou de forma veemente a posição do Hamas no ataque de Israel e ao sequestro de centenas de pessoas. Nós condenamos e chamamos o ato de ato terrorista. Mas não tem nenhuma explicação o comportamento de Israel, a pretexto de derrotar o Hamas, estar matando mulheres e crianças, coisa jamais vista em qualquer guerra que eu tenha conhecimento”, disse Lula, ao lado do egípcio, no Palácio Presidencial de Heliópolis, no Cairo. “De qualquer ângulo que se olhe, a escala de violência cometida entre os 2 milhões de palestinos em Gaza não encontra justificativa.”

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