‘Cocaína deveria ser totalmente legalizada’, defende revista The Economist


Segundo a publicação britânica, a regulamentação em países consumidores seria mais benéfica para a economia e o combate à violência do que os custos da atual ‘guerra às drogas’

Por Redação
Atualização:

LONDRES - A revista britânica The Economist publicou na última quarta-feira, 12, um artigo defendendo a total legalização da cocaína, desde o consumo à produção e comercialização, visando reduzir a violência gerada pela “guerra às drogas”. A publicação ocorre poucos dias depois que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, concedeu o perdão federal aos condenados por portar maconha, mas, para a revista, a ação ainda é “muito tímida”.

Segundo a revista, a política de proibição de drogas no geral não tem funcionado, mas destaca os dados da cocaína como mais significativos. “Desde que Richard Nixon lançou a ‘guerra às drogas’ há meio século, o fluxo de cocaína para os Estados Unidos aumentou. A produção global atingiu um recorde de 1.982 toneladas em 2020, de acordo com os dados mais recentes, embora isso provavelmente seja subestimado. Esse recorde é apesar de décadas de esforços extenuantes e caros para cortar o fornecimento”, escreve.

A publicação destaca que as consequências maiores, para além dos milhares de americanos mortos por overdose de opioides, recai sobre os países produtores da América Latina, especialmente Colômbia. “[Gustavo] Petro sugeriu afastar a polícia dos plantadores de coca descriminalizando a produção de folhas de coca e permitindo que os colombianos consumam cocaína com segurança. São boas ideias, mas as gangues de cocaína continuarão poderosas enquanto seu produto for ilegal nos países ricos que mais consomem, como os Estados Unidos.”

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Folhas de coca à venda são retratadas em um mercado da Bolívia Foto: Claudia Morales/Reuters

“Se produzir o material ainda for ilegal, serão os criminosos que o produzirão, e a descriminalização do consumo provavelmente aumentará a demanda e aumentará seus lucros. A resposta real é a legalização total, permitindo que não-criminosos forneçam um produto estritamente regulamentado e altamente tributado, assim como os fabricantes de uísque e cigarro fazem. (A publicidade deveria ser proibida.)”, defende.

Além de pontuar a regulamentação e tributação do produto como benéficas economicamente, a revista sugere que os governos teriam controle sobre uma produção mais legítima e não adulterada da cocaína, diminuindo assim a sua letalidade.

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“A legalização acabaria com as gangues. Obviamente, alguns encontrariam outras receitas, mas a perda dos lucros da cocaína ajudaria a reduzir seu poder de recrutar, comprar armas de ponta e funcionários corruptos. Isso reduziria a violência relacionada às drogas em todos os lugares, mas principalmente na região mais afetada, a América Latina.”

A publicação, no entanto, ressalta que a droga é viciante e são necessárias mais pesquisas antes de fazer comparações com álcool e tabaco. “Mais estudos são necessários, assim como maiores esforços para tratar o vício. Isso poderia ser financiado pelo dinheiro economizado se a ‘guerra’ fosse encerrada. [...] Os benefícios – cocaína mais segura, ruas mais seguras e maior estabilidade política nas Américas – superam em muito os custos”, finaliza.

LONDRES - A revista britânica The Economist publicou na última quarta-feira, 12, um artigo defendendo a total legalização da cocaína, desde o consumo à produção e comercialização, visando reduzir a violência gerada pela “guerra às drogas”. A publicação ocorre poucos dias depois que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, concedeu o perdão federal aos condenados por portar maconha, mas, para a revista, a ação ainda é “muito tímida”.

Segundo a revista, a política de proibição de drogas no geral não tem funcionado, mas destaca os dados da cocaína como mais significativos. “Desde que Richard Nixon lançou a ‘guerra às drogas’ há meio século, o fluxo de cocaína para os Estados Unidos aumentou. A produção global atingiu um recorde de 1.982 toneladas em 2020, de acordo com os dados mais recentes, embora isso provavelmente seja subestimado. Esse recorde é apesar de décadas de esforços extenuantes e caros para cortar o fornecimento”, escreve.

A publicação destaca que as consequências maiores, para além dos milhares de americanos mortos por overdose de opioides, recai sobre os países produtores da América Latina, especialmente Colômbia. “[Gustavo] Petro sugeriu afastar a polícia dos plantadores de coca descriminalizando a produção de folhas de coca e permitindo que os colombianos consumam cocaína com segurança. São boas ideias, mas as gangues de cocaína continuarão poderosas enquanto seu produto for ilegal nos países ricos que mais consomem, como os Estados Unidos.”

Folhas de coca à venda são retratadas em um mercado da Bolívia Foto: Claudia Morales/Reuters

“Se produzir o material ainda for ilegal, serão os criminosos que o produzirão, e a descriminalização do consumo provavelmente aumentará a demanda e aumentará seus lucros. A resposta real é a legalização total, permitindo que não-criminosos forneçam um produto estritamente regulamentado e altamente tributado, assim como os fabricantes de uísque e cigarro fazem. (A publicidade deveria ser proibida.)”, defende.

Além de pontuar a regulamentação e tributação do produto como benéficas economicamente, a revista sugere que os governos teriam controle sobre uma produção mais legítima e não adulterada da cocaína, diminuindo assim a sua letalidade.

“A legalização acabaria com as gangues. Obviamente, alguns encontrariam outras receitas, mas a perda dos lucros da cocaína ajudaria a reduzir seu poder de recrutar, comprar armas de ponta e funcionários corruptos. Isso reduziria a violência relacionada às drogas em todos os lugares, mas principalmente na região mais afetada, a América Latina.”

A publicação, no entanto, ressalta que a droga é viciante e são necessárias mais pesquisas antes de fazer comparações com álcool e tabaco. “Mais estudos são necessários, assim como maiores esforços para tratar o vício. Isso poderia ser financiado pelo dinheiro economizado se a ‘guerra’ fosse encerrada. [...] Os benefícios – cocaína mais segura, ruas mais seguras e maior estabilidade política nas Américas – superam em muito os custos”, finaliza.

LONDRES - A revista britânica The Economist publicou na última quarta-feira, 12, um artigo defendendo a total legalização da cocaína, desde o consumo à produção e comercialização, visando reduzir a violência gerada pela “guerra às drogas”. A publicação ocorre poucos dias depois que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, concedeu o perdão federal aos condenados por portar maconha, mas, para a revista, a ação ainda é “muito tímida”.

Segundo a revista, a política de proibição de drogas no geral não tem funcionado, mas destaca os dados da cocaína como mais significativos. “Desde que Richard Nixon lançou a ‘guerra às drogas’ há meio século, o fluxo de cocaína para os Estados Unidos aumentou. A produção global atingiu um recorde de 1.982 toneladas em 2020, de acordo com os dados mais recentes, embora isso provavelmente seja subestimado. Esse recorde é apesar de décadas de esforços extenuantes e caros para cortar o fornecimento”, escreve.

A publicação destaca que as consequências maiores, para além dos milhares de americanos mortos por overdose de opioides, recai sobre os países produtores da América Latina, especialmente Colômbia. “[Gustavo] Petro sugeriu afastar a polícia dos plantadores de coca descriminalizando a produção de folhas de coca e permitindo que os colombianos consumam cocaína com segurança. São boas ideias, mas as gangues de cocaína continuarão poderosas enquanto seu produto for ilegal nos países ricos que mais consomem, como os Estados Unidos.”

Folhas de coca à venda são retratadas em um mercado da Bolívia Foto: Claudia Morales/Reuters

“Se produzir o material ainda for ilegal, serão os criminosos que o produzirão, e a descriminalização do consumo provavelmente aumentará a demanda e aumentará seus lucros. A resposta real é a legalização total, permitindo que não-criminosos forneçam um produto estritamente regulamentado e altamente tributado, assim como os fabricantes de uísque e cigarro fazem. (A publicidade deveria ser proibida.)”, defende.

Além de pontuar a regulamentação e tributação do produto como benéficas economicamente, a revista sugere que os governos teriam controle sobre uma produção mais legítima e não adulterada da cocaína, diminuindo assim a sua letalidade.

“A legalização acabaria com as gangues. Obviamente, alguns encontrariam outras receitas, mas a perda dos lucros da cocaína ajudaria a reduzir seu poder de recrutar, comprar armas de ponta e funcionários corruptos. Isso reduziria a violência relacionada às drogas em todos os lugares, mas principalmente na região mais afetada, a América Latina.”

A publicação, no entanto, ressalta que a droga é viciante e são necessárias mais pesquisas antes de fazer comparações com álcool e tabaco. “Mais estudos são necessários, assim como maiores esforços para tratar o vício. Isso poderia ser financiado pelo dinheiro economizado se a ‘guerra’ fosse encerrada. [...] Os benefícios – cocaína mais segura, ruas mais seguras e maior estabilidade política nas Américas – superam em muito os custos”, finaliza.

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