Colômbia anuncia negociações de paz com rebeldes que rejeitaram acordo das Farc em 2016


Presidente Gustavo Petro diz que, com as novas negociações, metade das pessoas armadas do país está em processos de paz; procuradoria-geral retirou mandados de prisão contra representantes

Por Redação
Atualização:

O governo da Colômbia anunciou nesta segunda-feira, 13, que vai negociar com os rebeldes que se afastaram do acordo de paz assinado pelas extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em 2016 para tentar fazê-los cumprir o pacto. Os dissidentes chegam a cerca de dois mil e alimentam a violência que persiste após o pacto histórico.

O anúncio da negociação foi feito pelo presidente colombiano, Gustavo Petro. No Twitter, ele afirmou que se trata de um “segundo processo de paz” com antigos membros do que já foi a guerrilha mais poderosa do continente americano.

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Em paralelo, o Ministério Público da Colômbia suspendeu os mandados de prisão contra 19 líderes, que terão o papel de negociadores. A suspensão dos mandados foi pedido pelo governo colombiano ao procurador-geral do país, Francisco Barbosa.

A nova rodada em busca da paz foi comemorada por Sandra Ramírez, ex-membro das Farc e hoje senadora pelo partido Comunes. “Bem, presidente Petro! O compromisso com uma paz estável e duradoura deve ser apoiado”, disse.

O governo de Petro também estabeleceu negociações de paz com rebeldes do Exército de Libertação Nacional (ELN), a última guerrilha ativa do país, em dezembro do ano passado. Outras negociações semelhantes são buscadas com o cartel do Clã do Golfo, outras facções ligadas ao tráfico de drogas e a Segunda Marquetalia, outra facção de dissidentes das Farc que assinou e depois abandonou o processo de paz.

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“Com o início das negociações com o Estado-Maior Central, praticamente metade das pessoas hoje armadas entra em negociações com o governo”, escreveu Petro no Twitter.

Faixa na cidade colombiana de El Charco pede paz, em imagem do dia 3 deste mês. Governo anunciou novas negociações com dissidentes das Farcs Foto: Joaquín Sarmiento/AFP

‘Caráter político’

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Petro estava dividido entre reconhecer os dissidentes como atores políticos – apesar de ter rejeitado o acordo histórico que transformou as Farc em um partido – ou tratá-los como uma facção ligada ao tráfico de drogas. A suspensão dos mandados foi pela escolha da primeira opção, segundo justificou o procurador-geral. “Neste caso específico, há uma base porque o presidente deu o caráter político aos dissidentes que não assinaram o acordo de paz de Havana”, disse Francisco Barbosa.

O mesmo reconhecimento do governo colombiano foi dado aos membros da Segunda Marquetalia, mas os mandados não foram suspensos neste segundo caso.

Acordos de Paz

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Em março, um líder guerrilheiro do Estado-Maior Central (EMC), como é chamado o maior grupo dissidente das Farc, disse à agência de notícias France Presse que a suspensão dos mandados de prisão contra seus companheiros representou o início das negociações de paz, nas quais eles procurarão corrigir os “erros” do pacto de 2016.

Segundo estimativas independentes, a EMC tem mais de dois mil combatentes e está em crescimento. As Farc tinham cerca de sete mil guerrilheiros, do qual a maior parte foi desmobilizada em 2017.

Embora o acordo tenha aliviado a violência, os dissidentes estavam ganhando terreno em regiões remotas, onde o Estado demorou a chegar depois que o pacto foi assinado.

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Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, em discurso no Palácio Presidencial de Nariño, em Bogotá, no dia 13 de fevereiro deste ano. Líder busca acordos de paz com grupos armados do país Foto: Fernando Vergara / AP

Em junho de 2021, um comando da EMC atirou com fuzil contra o helicóptero em que o então presidente Iván Duque (2018-2022) viajava perto da fronteira com a Venezuela. Alguns meses depois, eles explodiram uma bomba em uma delegacia de polícia que matou dois menores em um bairro da classe trabalhadora de Bogotá.

Dezenas de militares e civis foram mortos nos últimos anos nas emboscadas de dissidentes contra as forças de segurança e nas batalhas que mantiveram com outros grupos armados.

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Com a chamada política de “Paz Total”, Petro procura extinguir o conflito interno de seis décadas. Seus delegados conversam desde novembro com guerrilheiros do ELN em locais como Caracas, Cidade do México e, em breve, em Havana.

Trégua frágil

A aplicação da lei e os dissidentes de todas as facções concordaram com um cessar-fogo de seis meses na véspera de ano-novo. Durante a trégua, vários militares e combatentes de outros grupos armados foram detidos e mais tarde libertados por dissidentes. O governo acusa um punhado de violações da cessação.

As diferentes facções dissidentes, os rebeldes do ELN e os grupos de narcotráfico herdeiros do paramilitarismo continuam a disputar em confrontos sangrentos a renda do tráfico de drogas e da mineração ilegal no país que mais produz cocaína em todo o mundo. /AFP, EFE

O governo da Colômbia anunciou nesta segunda-feira, 13, que vai negociar com os rebeldes que se afastaram do acordo de paz assinado pelas extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em 2016 para tentar fazê-los cumprir o pacto. Os dissidentes chegam a cerca de dois mil e alimentam a violência que persiste após o pacto histórico.

O anúncio da negociação foi feito pelo presidente colombiano, Gustavo Petro. No Twitter, ele afirmou que se trata de um “segundo processo de paz” com antigos membros do que já foi a guerrilha mais poderosa do continente americano.

Em paralelo, o Ministério Público da Colômbia suspendeu os mandados de prisão contra 19 líderes, que terão o papel de negociadores. A suspensão dos mandados foi pedido pelo governo colombiano ao procurador-geral do país, Francisco Barbosa.

A nova rodada em busca da paz foi comemorada por Sandra Ramírez, ex-membro das Farc e hoje senadora pelo partido Comunes. “Bem, presidente Petro! O compromisso com uma paz estável e duradoura deve ser apoiado”, disse.

O governo de Petro também estabeleceu negociações de paz com rebeldes do Exército de Libertação Nacional (ELN), a última guerrilha ativa do país, em dezembro do ano passado. Outras negociações semelhantes são buscadas com o cartel do Clã do Golfo, outras facções ligadas ao tráfico de drogas e a Segunda Marquetalia, outra facção de dissidentes das Farc que assinou e depois abandonou o processo de paz.

“Com o início das negociações com o Estado-Maior Central, praticamente metade das pessoas hoje armadas entra em negociações com o governo”, escreveu Petro no Twitter.

Faixa na cidade colombiana de El Charco pede paz, em imagem do dia 3 deste mês. Governo anunciou novas negociações com dissidentes das Farcs Foto: Joaquín Sarmiento/AFP

‘Caráter político’

Petro estava dividido entre reconhecer os dissidentes como atores políticos – apesar de ter rejeitado o acordo histórico que transformou as Farc em um partido – ou tratá-los como uma facção ligada ao tráfico de drogas. A suspensão dos mandados foi pela escolha da primeira opção, segundo justificou o procurador-geral. “Neste caso específico, há uma base porque o presidente deu o caráter político aos dissidentes que não assinaram o acordo de paz de Havana”, disse Francisco Barbosa.

O mesmo reconhecimento do governo colombiano foi dado aos membros da Segunda Marquetalia, mas os mandados não foram suspensos neste segundo caso.

Acordos de Paz

Em março, um líder guerrilheiro do Estado-Maior Central (EMC), como é chamado o maior grupo dissidente das Farc, disse à agência de notícias France Presse que a suspensão dos mandados de prisão contra seus companheiros representou o início das negociações de paz, nas quais eles procurarão corrigir os “erros” do pacto de 2016.

Segundo estimativas independentes, a EMC tem mais de dois mil combatentes e está em crescimento. As Farc tinham cerca de sete mil guerrilheiros, do qual a maior parte foi desmobilizada em 2017.

Embora o acordo tenha aliviado a violência, os dissidentes estavam ganhando terreno em regiões remotas, onde o Estado demorou a chegar depois que o pacto foi assinado.

Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, em discurso no Palácio Presidencial de Nariño, em Bogotá, no dia 13 de fevereiro deste ano. Líder busca acordos de paz com grupos armados do país Foto: Fernando Vergara / AP

Em junho de 2021, um comando da EMC atirou com fuzil contra o helicóptero em que o então presidente Iván Duque (2018-2022) viajava perto da fronteira com a Venezuela. Alguns meses depois, eles explodiram uma bomba em uma delegacia de polícia que matou dois menores em um bairro da classe trabalhadora de Bogotá.

Dezenas de militares e civis foram mortos nos últimos anos nas emboscadas de dissidentes contra as forças de segurança e nas batalhas que mantiveram com outros grupos armados.

Com a chamada política de “Paz Total”, Petro procura extinguir o conflito interno de seis décadas. Seus delegados conversam desde novembro com guerrilheiros do ELN em locais como Caracas, Cidade do México e, em breve, em Havana.

Trégua frágil

A aplicação da lei e os dissidentes de todas as facções concordaram com um cessar-fogo de seis meses na véspera de ano-novo. Durante a trégua, vários militares e combatentes de outros grupos armados foram detidos e mais tarde libertados por dissidentes. O governo acusa um punhado de violações da cessação.

As diferentes facções dissidentes, os rebeldes do ELN e os grupos de narcotráfico herdeiros do paramilitarismo continuam a disputar em confrontos sangrentos a renda do tráfico de drogas e da mineração ilegal no país que mais produz cocaína em todo o mundo. /AFP, EFE

O governo da Colômbia anunciou nesta segunda-feira, 13, que vai negociar com os rebeldes que se afastaram do acordo de paz assinado pelas extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em 2016 para tentar fazê-los cumprir o pacto. Os dissidentes chegam a cerca de dois mil e alimentam a violência que persiste após o pacto histórico.

O anúncio da negociação foi feito pelo presidente colombiano, Gustavo Petro. No Twitter, ele afirmou que se trata de um “segundo processo de paz” com antigos membros do que já foi a guerrilha mais poderosa do continente americano.

Em paralelo, o Ministério Público da Colômbia suspendeu os mandados de prisão contra 19 líderes, que terão o papel de negociadores. A suspensão dos mandados foi pedido pelo governo colombiano ao procurador-geral do país, Francisco Barbosa.

A nova rodada em busca da paz foi comemorada por Sandra Ramírez, ex-membro das Farc e hoje senadora pelo partido Comunes. “Bem, presidente Petro! O compromisso com uma paz estável e duradoura deve ser apoiado”, disse.

O governo de Petro também estabeleceu negociações de paz com rebeldes do Exército de Libertação Nacional (ELN), a última guerrilha ativa do país, em dezembro do ano passado. Outras negociações semelhantes são buscadas com o cartel do Clã do Golfo, outras facções ligadas ao tráfico de drogas e a Segunda Marquetalia, outra facção de dissidentes das Farc que assinou e depois abandonou o processo de paz.

“Com o início das negociações com o Estado-Maior Central, praticamente metade das pessoas hoje armadas entra em negociações com o governo”, escreveu Petro no Twitter.

Faixa na cidade colombiana de El Charco pede paz, em imagem do dia 3 deste mês. Governo anunciou novas negociações com dissidentes das Farcs Foto: Joaquín Sarmiento/AFP

‘Caráter político’

Petro estava dividido entre reconhecer os dissidentes como atores políticos – apesar de ter rejeitado o acordo histórico que transformou as Farc em um partido – ou tratá-los como uma facção ligada ao tráfico de drogas. A suspensão dos mandados foi pela escolha da primeira opção, segundo justificou o procurador-geral. “Neste caso específico, há uma base porque o presidente deu o caráter político aos dissidentes que não assinaram o acordo de paz de Havana”, disse Francisco Barbosa.

O mesmo reconhecimento do governo colombiano foi dado aos membros da Segunda Marquetalia, mas os mandados não foram suspensos neste segundo caso.

Acordos de Paz

Em março, um líder guerrilheiro do Estado-Maior Central (EMC), como é chamado o maior grupo dissidente das Farc, disse à agência de notícias France Presse que a suspensão dos mandados de prisão contra seus companheiros representou o início das negociações de paz, nas quais eles procurarão corrigir os “erros” do pacto de 2016.

Segundo estimativas independentes, a EMC tem mais de dois mil combatentes e está em crescimento. As Farc tinham cerca de sete mil guerrilheiros, do qual a maior parte foi desmobilizada em 2017.

Embora o acordo tenha aliviado a violência, os dissidentes estavam ganhando terreno em regiões remotas, onde o Estado demorou a chegar depois que o pacto foi assinado.

Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, em discurso no Palácio Presidencial de Nariño, em Bogotá, no dia 13 de fevereiro deste ano. Líder busca acordos de paz com grupos armados do país Foto: Fernando Vergara / AP

Em junho de 2021, um comando da EMC atirou com fuzil contra o helicóptero em que o então presidente Iván Duque (2018-2022) viajava perto da fronteira com a Venezuela. Alguns meses depois, eles explodiram uma bomba em uma delegacia de polícia que matou dois menores em um bairro da classe trabalhadora de Bogotá.

Dezenas de militares e civis foram mortos nos últimos anos nas emboscadas de dissidentes contra as forças de segurança e nas batalhas que mantiveram com outros grupos armados.

Com a chamada política de “Paz Total”, Petro procura extinguir o conflito interno de seis décadas. Seus delegados conversam desde novembro com guerrilheiros do ELN em locais como Caracas, Cidade do México e, em breve, em Havana.

Trégua frágil

A aplicação da lei e os dissidentes de todas as facções concordaram com um cessar-fogo de seis meses na véspera de ano-novo. Durante a trégua, vários militares e combatentes de outros grupos armados foram detidos e mais tarde libertados por dissidentes. O governo acusa um punhado de violações da cessação.

As diferentes facções dissidentes, os rebeldes do ELN e os grupos de narcotráfico herdeiros do paramilitarismo continuam a disputar em confrontos sangrentos a renda do tráfico de drogas e da mineração ilegal no país que mais produz cocaína em todo o mundo. /AFP, EFE

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