BOGOTÁ - A Colômbia descarta "dissolver" sua Força Pública após selar o acordo de paz com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que busca acabar com um conflito armado de 52 anos, declarou na terça-feira o ministro da Defesa, Luis Carlos Villegas.
"Não cometerá a Colômbia o erro que se cometeu, por exemplo, na América Central, de pensar que ao se firmar acordos de paz tudo está resolvido", afirmou o ministro em um debate sobre o orçamento de 2017 no Congresso.
O governo do presidente Juan Manuel Santos e as Farc chegaram na semana passada a um acordo de paz e decretaram um cessar-fogo bilateral e definitivo, que entrou em vigor na segunda-feira.
"Esta paz exige as Forças Armadas mais poderosas de nossa história para podermos enfrentar dois desafios: a manutenção de uma paz estável e duradoura como foi negociado, e as ameaças que persistem", declarou Villegas, em referência aos demais grupos armados ilegais que operam no país.
Colombianos comemoram acordo de paz entre o governo e as Farc
O ministro confirmou ainda que o confronto armado com as Farc foi reduzido em 98% após o "avanço das negociações de paz". "As pessoas realmente estão levando a sério o cessar-fogo e o fim das hostilidades. Estamos voltando aos territórios proibidos e há tranquilidade no tráfego noturno".
O orçamento nacional para 2017 estipula 28,7 trilhões de pesos (US$ 9,75 bilhões) para o setor de Defesa, soma superior aos 28,1 trilhões (US$ 9,5 bilhões) destinados em 2016. / AFP
Veja abaixo: Colombianos festejam acordo de paz
Seu navegador não suporta esse video.
O presidente colombiano Juan Manuel Santos afirmou que o plebiscito sobre o acordo de paz com as Farc vai ser realizado no dia 2 de outubro. Ele foi parabenizado pelo presidente americano Barack Obama, enquanto uma multidão comemorava nas ruas de Bogotá.