O general reformado e ex-diretor da polícia secreta da Colômbia, Miguel Maza Márquez, se entregou ontem às autoridades. Ele é acusado pela promotoria do país de ter envolvimento no assassinato do candidato presidencial Luis Carlos Galán, em 1989. Maza Márquez se apresentou voluntariamente horas após um promotor da unidade de direitos humanos abrir uma denúncia contra o militar pelo crime de homicídio qualificado. Agentes da promotoria enviaram o general reformado a uma detenção não divulgada. Galán, de 45 anos, dirigente do movimento político Novo Liberalismo, foi assassinado por matadores de aluguel, aparentemente contratados por narcotraficantes, na praça principal da localidade de Soacha, poucos quilômetros ao sul de Bogotá. Ele participava de um comício no dia 18 de agosto de 1989. O político prometia, caso vencesse, lançar uma guerra ao narcotráfico. Em represália, as máfias teriam ordenado sua morte.Maza Márquez foi vinculado à investigação do assassinato há um mês, quando o então promotor-geral Mario Iguarán concluiu que havia indícios suficientes para interrogá-lo. O general nega qualquer relação com o caso e afirma que ele mesmo foi vítima em pelo menos duas tentativas de homicídio, ordenadas pelo falecido chefe das drogas Pablo Escobar Gaviria, morto pela polícia em dezembro de 1993.Segundo a família do candidato assassinado, a polícia secreta (DAS) ordenou a troca da guarda de Galán pouco antes do crime. Maza Márquez, à época diretor da DAS, rebateu as acusações, afirmando que isso ocorreu a pedido do próprio Galán. A Promotoria estuda meios para impedir que o crime prescreva. Segundo a lei colombiana, os processos judiciais prescrevem em 20 anos.
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