Assento para o Brasil no Conselho de Segurança da ONU é uma miragem; leia a análise


Presidente americano Joe Biden defendeu ampliação do órgão decisório da ONU em discurso na Assembleia-Geral

Por Lourival Sant'Anna

Miragens podem fazer um viajante se perder no deserto ou seguir sem saber no rumo certo. Parece ser o caso do pleito brasileiro por assento permanente no Conselho de Segurança (CS) da ONU e do desejo de Lula de se projetar como líder global.

A China é o principal obstáculo à ampliação do CS. Dois candidatos são seus adversários: Japão e Índia. Desde 2004, o governo chinês tem obtido concessões reais do Brasil em troca de acenos vagos de expansão do organismo.

EUA, Reino Unido e França lançaram a ideia nos anos 90, no calor das guerras nos Bálcãs, para que Alemanha e Japão assumissem responsabilidades na manutenção da ordem internacional. A China se opôs. Quando Índia, Brasil e África se lançaram, os ocidentais perderam o interesse.

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Com a invasão da Ucrânia e a intenção chinesa de anexar Taiwan, a ideia voltou a interessar os americanos. O presidente Joe Biden defendeu a ampliação na Assembleia-Geral da ONU. No dia seguinte, reuniu-se com Lula.

Encontro dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Joe Biden às margens da Assembleia Geral da ONU, Nova York, 20 de setembro de 2023. Foto: JIM WATSON / AFP

O objetivo do encontro era lançar uma iniciativa pelos direitos trabalhistas, de modo a cimentar a afinidade entre os dois líderes, abalada pela proximidade de Lula com Rússia e China. Acabaram tratando de Ucrânia, Venezuela e Haiti.

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Diferentemente de China e Rússia, que também apoia da boca para fora um assento permanente para o Brasil, Biden tem interesse real nessa ampliação. A última vez que os EUA violaram nessa escala a Carta da ONU foi em 2003, ao invadir o Iraque. Hoje, quem precisa da proteção do poder de veto no CS são China e Rússia.

Para que o CS voltasse a ter influência, o poder de veto precisaria ser extinto. As decisões do órgão, como bloqueios econômicos e intervenções militares, seriam aprovadas por maioria. O Brasil e outros candidatos não têm problemas com isso. Mas, como contornar o veto de China e Rússia? Esse impasse permanece sem solução.

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O interesse real de Biden — e tudo mudaria com uma eleição de Donald Trump — pode atrair Lula. O mesmo acontece em relação à integração de empresas brasileiras nas cadeias de valor da transição energética americana, uma política industrial de US$ 400 bilhões. O ministro Fernando Haddad fez menção a isso ao sair de reunião com o enviado para o Clima, John Kerry.

É outra coisa improvável de acontecer: a disputa política com a corrente Maga (“Faça a América Grande de Novo”) do Partido Republicano torna temerário para os democratas exportar empregos.

O desejo de Lula de se projetar também o levou a se reunir com Volodmir Zelenski, para atenuar a imagem de aliado de Putin. O encontro não terá resultado, porque a guerra só acabará quando um dos dois países for derrotado.

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Mas, pelo menos, essas miragens podem reorientar a política externa brasileira.

Miragens podem fazer um viajante se perder no deserto ou seguir sem saber no rumo certo. Parece ser o caso do pleito brasileiro por assento permanente no Conselho de Segurança (CS) da ONU e do desejo de Lula de se projetar como líder global.

A China é o principal obstáculo à ampliação do CS. Dois candidatos são seus adversários: Japão e Índia. Desde 2004, o governo chinês tem obtido concessões reais do Brasil em troca de acenos vagos de expansão do organismo.

EUA, Reino Unido e França lançaram a ideia nos anos 90, no calor das guerras nos Bálcãs, para que Alemanha e Japão assumissem responsabilidades na manutenção da ordem internacional. A China se opôs. Quando Índia, Brasil e África se lançaram, os ocidentais perderam o interesse.

Com a invasão da Ucrânia e a intenção chinesa de anexar Taiwan, a ideia voltou a interessar os americanos. O presidente Joe Biden defendeu a ampliação na Assembleia-Geral da ONU. No dia seguinte, reuniu-se com Lula.

Encontro dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Joe Biden às margens da Assembleia Geral da ONU, Nova York, 20 de setembro de 2023. Foto: JIM WATSON / AFP

O objetivo do encontro era lançar uma iniciativa pelos direitos trabalhistas, de modo a cimentar a afinidade entre os dois líderes, abalada pela proximidade de Lula com Rússia e China. Acabaram tratando de Ucrânia, Venezuela e Haiti.

Diferentemente de China e Rússia, que também apoia da boca para fora um assento permanente para o Brasil, Biden tem interesse real nessa ampliação. A última vez que os EUA violaram nessa escala a Carta da ONU foi em 2003, ao invadir o Iraque. Hoje, quem precisa da proteção do poder de veto no CS são China e Rússia.

Para que o CS voltasse a ter influência, o poder de veto precisaria ser extinto. As decisões do órgão, como bloqueios econômicos e intervenções militares, seriam aprovadas por maioria. O Brasil e outros candidatos não têm problemas com isso. Mas, como contornar o veto de China e Rússia? Esse impasse permanece sem solução.

O interesse real de Biden — e tudo mudaria com uma eleição de Donald Trump — pode atrair Lula. O mesmo acontece em relação à integração de empresas brasileiras nas cadeias de valor da transição energética americana, uma política industrial de US$ 400 bilhões. O ministro Fernando Haddad fez menção a isso ao sair de reunião com o enviado para o Clima, John Kerry.

É outra coisa improvável de acontecer: a disputa política com a corrente Maga (“Faça a América Grande de Novo”) do Partido Republicano torna temerário para os democratas exportar empregos.

O desejo de Lula de se projetar também o levou a se reunir com Volodmir Zelenski, para atenuar a imagem de aliado de Putin. O encontro não terá resultado, porque a guerra só acabará quando um dos dois países for derrotado.

Mas, pelo menos, essas miragens podem reorientar a política externa brasileira.

Miragens podem fazer um viajante se perder no deserto ou seguir sem saber no rumo certo. Parece ser o caso do pleito brasileiro por assento permanente no Conselho de Segurança (CS) da ONU e do desejo de Lula de se projetar como líder global.

A China é o principal obstáculo à ampliação do CS. Dois candidatos são seus adversários: Japão e Índia. Desde 2004, o governo chinês tem obtido concessões reais do Brasil em troca de acenos vagos de expansão do organismo.

EUA, Reino Unido e França lançaram a ideia nos anos 90, no calor das guerras nos Bálcãs, para que Alemanha e Japão assumissem responsabilidades na manutenção da ordem internacional. A China se opôs. Quando Índia, Brasil e África se lançaram, os ocidentais perderam o interesse.

Com a invasão da Ucrânia e a intenção chinesa de anexar Taiwan, a ideia voltou a interessar os americanos. O presidente Joe Biden defendeu a ampliação na Assembleia-Geral da ONU. No dia seguinte, reuniu-se com Lula.

Encontro dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Joe Biden às margens da Assembleia Geral da ONU, Nova York, 20 de setembro de 2023. Foto: JIM WATSON / AFP

O objetivo do encontro era lançar uma iniciativa pelos direitos trabalhistas, de modo a cimentar a afinidade entre os dois líderes, abalada pela proximidade de Lula com Rússia e China. Acabaram tratando de Ucrânia, Venezuela e Haiti.

Diferentemente de China e Rússia, que também apoia da boca para fora um assento permanente para o Brasil, Biden tem interesse real nessa ampliação. A última vez que os EUA violaram nessa escala a Carta da ONU foi em 2003, ao invadir o Iraque. Hoje, quem precisa da proteção do poder de veto no CS são China e Rússia.

Para que o CS voltasse a ter influência, o poder de veto precisaria ser extinto. As decisões do órgão, como bloqueios econômicos e intervenções militares, seriam aprovadas por maioria. O Brasil e outros candidatos não têm problemas com isso. Mas, como contornar o veto de China e Rússia? Esse impasse permanece sem solução.

O interesse real de Biden — e tudo mudaria com uma eleição de Donald Trump — pode atrair Lula. O mesmo acontece em relação à integração de empresas brasileiras nas cadeias de valor da transição energética americana, uma política industrial de US$ 400 bilhões. O ministro Fernando Haddad fez menção a isso ao sair de reunião com o enviado para o Clima, John Kerry.

É outra coisa improvável de acontecer: a disputa política com a corrente Maga (“Faça a América Grande de Novo”) do Partido Republicano torna temerário para os democratas exportar empregos.

O desejo de Lula de se projetar também o levou a se reunir com Volodmir Zelenski, para atenuar a imagem de aliado de Putin. O encontro não terá resultado, porque a guerra só acabará quando um dos dois países for derrotado.

Mas, pelo menos, essas miragens podem reorientar a política externa brasileira.

Miragens podem fazer um viajante se perder no deserto ou seguir sem saber no rumo certo. Parece ser o caso do pleito brasileiro por assento permanente no Conselho de Segurança (CS) da ONU e do desejo de Lula de se projetar como líder global.

A China é o principal obstáculo à ampliação do CS. Dois candidatos são seus adversários: Japão e Índia. Desde 2004, o governo chinês tem obtido concessões reais do Brasil em troca de acenos vagos de expansão do organismo.

EUA, Reino Unido e França lançaram a ideia nos anos 90, no calor das guerras nos Bálcãs, para que Alemanha e Japão assumissem responsabilidades na manutenção da ordem internacional. A China se opôs. Quando Índia, Brasil e África se lançaram, os ocidentais perderam o interesse.

Com a invasão da Ucrânia e a intenção chinesa de anexar Taiwan, a ideia voltou a interessar os americanos. O presidente Joe Biden defendeu a ampliação na Assembleia-Geral da ONU. No dia seguinte, reuniu-se com Lula.

Encontro dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Joe Biden às margens da Assembleia Geral da ONU, Nova York, 20 de setembro de 2023. Foto: JIM WATSON / AFP

O objetivo do encontro era lançar uma iniciativa pelos direitos trabalhistas, de modo a cimentar a afinidade entre os dois líderes, abalada pela proximidade de Lula com Rússia e China. Acabaram tratando de Ucrânia, Venezuela e Haiti.

Diferentemente de China e Rússia, que também apoia da boca para fora um assento permanente para o Brasil, Biden tem interesse real nessa ampliação. A última vez que os EUA violaram nessa escala a Carta da ONU foi em 2003, ao invadir o Iraque. Hoje, quem precisa da proteção do poder de veto no CS são China e Rússia.

Para que o CS voltasse a ter influência, o poder de veto precisaria ser extinto. As decisões do órgão, como bloqueios econômicos e intervenções militares, seriam aprovadas por maioria. O Brasil e outros candidatos não têm problemas com isso. Mas, como contornar o veto de China e Rússia? Esse impasse permanece sem solução.

O interesse real de Biden — e tudo mudaria com uma eleição de Donald Trump — pode atrair Lula. O mesmo acontece em relação à integração de empresas brasileiras nas cadeias de valor da transição energética americana, uma política industrial de US$ 400 bilhões. O ministro Fernando Haddad fez menção a isso ao sair de reunião com o enviado para o Clima, John Kerry.

É outra coisa improvável de acontecer: a disputa política com a corrente Maga (“Faça a América Grande de Novo”) do Partido Republicano torna temerário para os democratas exportar empregos.

O desejo de Lula de se projetar também o levou a se reunir com Volodmir Zelenski, para atenuar a imagem de aliado de Putin. O encontro não terá resultado, porque a guerra só acabará quando um dos dois países for derrotado.

Mas, pelo menos, essas miragens podem reorientar a política externa brasileira.

Miragens podem fazer um viajante se perder no deserto ou seguir sem saber no rumo certo. Parece ser o caso do pleito brasileiro por assento permanente no Conselho de Segurança (CS) da ONU e do desejo de Lula de se projetar como líder global.

A China é o principal obstáculo à ampliação do CS. Dois candidatos são seus adversários: Japão e Índia. Desde 2004, o governo chinês tem obtido concessões reais do Brasil em troca de acenos vagos de expansão do organismo.

EUA, Reino Unido e França lançaram a ideia nos anos 90, no calor das guerras nos Bálcãs, para que Alemanha e Japão assumissem responsabilidades na manutenção da ordem internacional. A China se opôs. Quando Índia, Brasil e África se lançaram, os ocidentais perderam o interesse.

Com a invasão da Ucrânia e a intenção chinesa de anexar Taiwan, a ideia voltou a interessar os americanos. O presidente Joe Biden defendeu a ampliação na Assembleia-Geral da ONU. No dia seguinte, reuniu-se com Lula.

Encontro dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Joe Biden às margens da Assembleia Geral da ONU, Nova York, 20 de setembro de 2023. Foto: JIM WATSON / AFP

O objetivo do encontro era lançar uma iniciativa pelos direitos trabalhistas, de modo a cimentar a afinidade entre os dois líderes, abalada pela proximidade de Lula com Rússia e China. Acabaram tratando de Ucrânia, Venezuela e Haiti.

Diferentemente de China e Rússia, que também apoia da boca para fora um assento permanente para o Brasil, Biden tem interesse real nessa ampliação. A última vez que os EUA violaram nessa escala a Carta da ONU foi em 2003, ao invadir o Iraque. Hoje, quem precisa da proteção do poder de veto no CS são China e Rússia.

Para que o CS voltasse a ter influência, o poder de veto precisaria ser extinto. As decisões do órgão, como bloqueios econômicos e intervenções militares, seriam aprovadas por maioria. O Brasil e outros candidatos não têm problemas com isso. Mas, como contornar o veto de China e Rússia? Esse impasse permanece sem solução.

O interesse real de Biden — e tudo mudaria com uma eleição de Donald Trump — pode atrair Lula. O mesmo acontece em relação à integração de empresas brasileiras nas cadeias de valor da transição energética americana, uma política industrial de US$ 400 bilhões. O ministro Fernando Haddad fez menção a isso ao sair de reunião com o enviado para o Clima, John Kerry.

É outra coisa improvável de acontecer: a disputa política com a corrente Maga (“Faça a América Grande de Novo”) do Partido Republicano torna temerário para os democratas exportar empregos.

O desejo de Lula de se projetar também o levou a se reunir com Volodmir Zelenski, para atenuar a imagem de aliado de Putin. O encontro não terá resultado, porque a guerra só acabará quando um dos dois países for derrotado.

Mas, pelo menos, essas miragens podem reorientar a política externa brasileira.

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