Opinião|Vitória de Trump nos EUA representa risco elevado para o Brasil e para o governo Lula


Retorno de Trump é ameaça para o Brasil menos pelas diferenças ideológicas entre ele e Lula, e mais por causa do pacote de políticas que o republicano Trump pretende implementar

Por Matias Spektor
Atualização:

A vitória de Donald Trump nas eleições desta semana representa um risco elevado para o Brasil e para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O principal perigo não reside nas diferenças ideológicas entre os dois presidentes, mas no pacote de políticas que Trump pretende implementar, com impacto econômico direto sobre o Brasil.

Para seu segundo mandato, Trump já contratou um cenário inflacionário, decorrente do fechamento progressivo do país ao comércio internacional e da imposição de restrições à entrada de imigrantes no mercado de trabalho americano. Mesmo que essas políticas sejam aplicadas com menos intensidade do que sugere a retórica de campanha, elas inviabilizarão a redução da taxa de juros por parte do Federal Reserve (Fed), o banco central americano.

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Nesse cenário, os juros americanos poderão deixar de cair no final de 2025 e começar a subir no primeiro semestre de 2026, em resposta ao aumento da inflação e à desaceleração da atividade econômica dos EUA. Este cenário representa uma séria ameaça ao governo Lula porque dificultaria o plano do Banco Central brasileiro de reduzir a taxa de juros no contexto eleitoral de 2026, abrindo espaço político para a oposição.

Além disso, uma vitória de Trump provavelmente leva a uma saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris no momento em que o Brasil pretende mostrar suas credenciais ambientais e demonstrar sua capacidade de articulação internacional na COP 30. A ausência do governo americano reduziria o espaço para uma agenda positiva em questões climáticas globais porque seria um golpe contra o esforço brasileiro de aumentar a ajuda dos países ricos ao financiamento da transição ecológica do Sul Global.

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O candidato republicano para a presidência, o ex-presidente dos EUA Donald Trump, discursa durante um comício de campanha na Universidade East Carolina em Greenville, Carolina do Norte, em 21 de outubro de 2024 Foto: Win Mcnamee/AFP

Há também potencial para fricções entre o Brasil e o governo Trump no contexto da presidência brasileira dos Brics. Se a reunião do grupo, a ser realizada no Brasil, focar na redução da dependência global do dólar para transações comerciais e financeiras, isso poderá atrair atenção negativa do governo Trump. A possível adesão do Brasil à Iniciativa do Cinturão e Rota da China também poderia ser alvo da Casa Branca, assim como uma agenda dos Brics voltada para fortalecer diplomaticamente o Irã no contexto dos conflitos que assolam o Oriente Médio.

Ao contrário do que se pensa, o agronegócio brasileiro tampouco seria vencedor com o governo Trump. Durante o primeiro mandato de Trump, produtores brasileiros de soja beneficiaram-se da guerra comercial entre Estados Unidos e China, substituindo parte da produção americana no mercado chinês.

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No entanto, desta vez é pouco provável que o Brasil consiga se beneficiar de forma semelhante. Os produtores brasileiros de soja já ganharam terreno sobre os americanos, havendo pouco espaço adicional para crescimento expressivo. Ao contrário, agora, a dependência brasileira da China aumenta em um cenário em que Trump promete intensificar a rivalidade com os chineses.

Por fim, o novo governo Trump cria um desafio adicional para o Brasil na América do Sul. Na Argentina, o presidente Javier Milei promete alinhar-se completamente à agenda de Trump, visando obter apoio da Casa Branca junto ao FMI. Nesse contexto, Milei buscará rivalizar com Lula e apresentar-se como uma liderança diplomática alternativa na região.

Dada a natureza do desafio, a vitória de Trump promete reduzir o espaço de manobra do Brasil no mundo e do governo Lula numa eventual campanha pela reeleição.

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A vitória de Donald Trump nas eleições desta semana representa um risco elevado para o Brasil e para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O principal perigo não reside nas diferenças ideológicas entre os dois presidentes, mas no pacote de políticas que Trump pretende implementar, com impacto econômico direto sobre o Brasil.

Para seu segundo mandato, Trump já contratou um cenário inflacionário, decorrente do fechamento progressivo do país ao comércio internacional e da imposição de restrições à entrada de imigrantes no mercado de trabalho americano. Mesmo que essas políticas sejam aplicadas com menos intensidade do que sugere a retórica de campanha, elas inviabilizarão a redução da taxa de juros por parte do Federal Reserve (Fed), o banco central americano.

Nesse cenário, os juros americanos poderão deixar de cair no final de 2025 e começar a subir no primeiro semestre de 2026, em resposta ao aumento da inflação e à desaceleração da atividade econômica dos EUA. Este cenário representa uma séria ameaça ao governo Lula porque dificultaria o plano do Banco Central brasileiro de reduzir a taxa de juros no contexto eleitoral de 2026, abrindo espaço político para a oposição.

Além disso, uma vitória de Trump provavelmente leva a uma saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris no momento em que o Brasil pretende mostrar suas credenciais ambientais e demonstrar sua capacidade de articulação internacional na COP 30. A ausência do governo americano reduziria o espaço para uma agenda positiva em questões climáticas globais porque seria um golpe contra o esforço brasileiro de aumentar a ajuda dos países ricos ao financiamento da transição ecológica do Sul Global.

O candidato republicano para a presidência, o ex-presidente dos EUA Donald Trump, discursa durante um comício de campanha na Universidade East Carolina em Greenville, Carolina do Norte, em 21 de outubro de 2024 Foto: Win Mcnamee/AFP

Há também potencial para fricções entre o Brasil e o governo Trump no contexto da presidência brasileira dos Brics. Se a reunião do grupo, a ser realizada no Brasil, focar na redução da dependência global do dólar para transações comerciais e financeiras, isso poderá atrair atenção negativa do governo Trump. A possível adesão do Brasil à Iniciativa do Cinturão e Rota da China também poderia ser alvo da Casa Branca, assim como uma agenda dos Brics voltada para fortalecer diplomaticamente o Irã no contexto dos conflitos que assolam o Oriente Médio.

Ao contrário do que se pensa, o agronegócio brasileiro tampouco seria vencedor com o governo Trump. Durante o primeiro mandato de Trump, produtores brasileiros de soja beneficiaram-se da guerra comercial entre Estados Unidos e China, substituindo parte da produção americana no mercado chinês.

No entanto, desta vez é pouco provável que o Brasil consiga se beneficiar de forma semelhante. Os produtores brasileiros de soja já ganharam terreno sobre os americanos, havendo pouco espaço adicional para crescimento expressivo. Ao contrário, agora, a dependência brasileira da China aumenta em um cenário em que Trump promete intensificar a rivalidade com os chineses.

Por fim, o novo governo Trump cria um desafio adicional para o Brasil na América do Sul. Na Argentina, o presidente Javier Milei promete alinhar-se completamente à agenda de Trump, visando obter apoio da Casa Branca junto ao FMI. Nesse contexto, Milei buscará rivalizar com Lula e apresentar-se como uma liderança diplomática alternativa na região.

Dada a natureza do desafio, a vitória de Trump promete reduzir o espaço de manobra do Brasil no mundo e do governo Lula numa eventual campanha pela reeleição.

A vitória de Donald Trump nas eleições desta semana representa um risco elevado para o Brasil e para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O principal perigo não reside nas diferenças ideológicas entre os dois presidentes, mas no pacote de políticas que Trump pretende implementar, com impacto econômico direto sobre o Brasil.

Para seu segundo mandato, Trump já contratou um cenário inflacionário, decorrente do fechamento progressivo do país ao comércio internacional e da imposição de restrições à entrada de imigrantes no mercado de trabalho americano. Mesmo que essas políticas sejam aplicadas com menos intensidade do que sugere a retórica de campanha, elas inviabilizarão a redução da taxa de juros por parte do Federal Reserve (Fed), o banco central americano.

Nesse cenário, os juros americanos poderão deixar de cair no final de 2025 e começar a subir no primeiro semestre de 2026, em resposta ao aumento da inflação e à desaceleração da atividade econômica dos EUA. Este cenário representa uma séria ameaça ao governo Lula porque dificultaria o plano do Banco Central brasileiro de reduzir a taxa de juros no contexto eleitoral de 2026, abrindo espaço político para a oposição.

Além disso, uma vitória de Trump provavelmente leva a uma saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris no momento em que o Brasil pretende mostrar suas credenciais ambientais e demonstrar sua capacidade de articulação internacional na COP 30. A ausência do governo americano reduziria o espaço para uma agenda positiva em questões climáticas globais porque seria um golpe contra o esforço brasileiro de aumentar a ajuda dos países ricos ao financiamento da transição ecológica do Sul Global.

O candidato republicano para a presidência, o ex-presidente dos EUA Donald Trump, discursa durante um comício de campanha na Universidade East Carolina em Greenville, Carolina do Norte, em 21 de outubro de 2024 Foto: Win Mcnamee/AFP

Há também potencial para fricções entre o Brasil e o governo Trump no contexto da presidência brasileira dos Brics. Se a reunião do grupo, a ser realizada no Brasil, focar na redução da dependência global do dólar para transações comerciais e financeiras, isso poderá atrair atenção negativa do governo Trump. A possível adesão do Brasil à Iniciativa do Cinturão e Rota da China também poderia ser alvo da Casa Branca, assim como uma agenda dos Brics voltada para fortalecer diplomaticamente o Irã no contexto dos conflitos que assolam o Oriente Médio.

Ao contrário do que se pensa, o agronegócio brasileiro tampouco seria vencedor com o governo Trump. Durante o primeiro mandato de Trump, produtores brasileiros de soja beneficiaram-se da guerra comercial entre Estados Unidos e China, substituindo parte da produção americana no mercado chinês.

No entanto, desta vez é pouco provável que o Brasil consiga se beneficiar de forma semelhante. Os produtores brasileiros de soja já ganharam terreno sobre os americanos, havendo pouco espaço adicional para crescimento expressivo. Ao contrário, agora, a dependência brasileira da China aumenta em um cenário em que Trump promete intensificar a rivalidade com os chineses.

Por fim, o novo governo Trump cria um desafio adicional para o Brasil na América do Sul. Na Argentina, o presidente Javier Milei promete alinhar-se completamente à agenda de Trump, visando obter apoio da Casa Branca junto ao FMI. Nesse contexto, Milei buscará rivalizar com Lula e apresentar-se como uma liderança diplomática alternativa na região.

Dada a natureza do desafio, a vitória de Trump promete reduzir o espaço de manobra do Brasil no mundo e do governo Lula numa eventual campanha pela reeleição.

A vitória de Donald Trump nas eleições desta semana representa um risco elevado para o Brasil e para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O principal perigo não reside nas diferenças ideológicas entre os dois presidentes, mas no pacote de políticas que Trump pretende implementar, com impacto econômico direto sobre o Brasil.

Para seu segundo mandato, Trump já contratou um cenário inflacionário, decorrente do fechamento progressivo do país ao comércio internacional e da imposição de restrições à entrada de imigrantes no mercado de trabalho americano. Mesmo que essas políticas sejam aplicadas com menos intensidade do que sugere a retórica de campanha, elas inviabilizarão a redução da taxa de juros por parte do Federal Reserve (Fed), o banco central americano.

Nesse cenário, os juros americanos poderão deixar de cair no final de 2025 e começar a subir no primeiro semestre de 2026, em resposta ao aumento da inflação e à desaceleração da atividade econômica dos EUA. Este cenário representa uma séria ameaça ao governo Lula porque dificultaria o plano do Banco Central brasileiro de reduzir a taxa de juros no contexto eleitoral de 2026, abrindo espaço político para a oposição.

Além disso, uma vitória de Trump provavelmente leva a uma saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris no momento em que o Brasil pretende mostrar suas credenciais ambientais e demonstrar sua capacidade de articulação internacional na COP 30. A ausência do governo americano reduziria o espaço para uma agenda positiva em questões climáticas globais porque seria um golpe contra o esforço brasileiro de aumentar a ajuda dos países ricos ao financiamento da transição ecológica do Sul Global.

O candidato republicano para a presidência, o ex-presidente dos EUA Donald Trump, discursa durante um comício de campanha na Universidade East Carolina em Greenville, Carolina do Norte, em 21 de outubro de 2024 Foto: Win Mcnamee/AFP

Há também potencial para fricções entre o Brasil e o governo Trump no contexto da presidência brasileira dos Brics. Se a reunião do grupo, a ser realizada no Brasil, focar na redução da dependência global do dólar para transações comerciais e financeiras, isso poderá atrair atenção negativa do governo Trump. A possível adesão do Brasil à Iniciativa do Cinturão e Rota da China também poderia ser alvo da Casa Branca, assim como uma agenda dos Brics voltada para fortalecer diplomaticamente o Irã no contexto dos conflitos que assolam o Oriente Médio.

Ao contrário do que se pensa, o agronegócio brasileiro tampouco seria vencedor com o governo Trump. Durante o primeiro mandato de Trump, produtores brasileiros de soja beneficiaram-se da guerra comercial entre Estados Unidos e China, substituindo parte da produção americana no mercado chinês.

No entanto, desta vez é pouco provável que o Brasil consiga se beneficiar de forma semelhante. Os produtores brasileiros de soja já ganharam terreno sobre os americanos, havendo pouco espaço adicional para crescimento expressivo. Ao contrário, agora, a dependência brasileira da China aumenta em um cenário em que Trump promete intensificar a rivalidade com os chineses.

Por fim, o novo governo Trump cria um desafio adicional para o Brasil na América do Sul. Na Argentina, o presidente Javier Milei promete alinhar-se completamente à agenda de Trump, visando obter apoio da Casa Branca junto ao FMI. Nesse contexto, Milei buscará rivalizar com Lula e apresentar-se como uma liderança diplomática alternativa na região.

Dada a natureza do desafio, a vitória de Trump promete reduzir o espaço de manobra do Brasil no mundo e do governo Lula numa eventual campanha pela reeleição.

A vitória de Donald Trump nas eleições desta semana representa um risco elevado para o Brasil e para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O principal perigo não reside nas diferenças ideológicas entre os dois presidentes, mas no pacote de políticas que Trump pretende implementar, com impacto econômico direto sobre o Brasil.

Para seu segundo mandato, Trump já contratou um cenário inflacionário, decorrente do fechamento progressivo do país ao comércio internacional e da imposição de restrições à entrada de imigrantes no mercado de trabalho americano. Mesmo que essas políticas sejam aplicadas com menos intensidade do que sugere a retórica de campanha, elas inviabilizarão a redução da taxa de juros por parte do Federal Reserve (Fed), o banco central americano.

Nesse cenário, os juros americanos poderão deixar de cair no final de 2025 e começar a subir no primeiro semestre de 2026, em resposta ao aumento da inflação e à desaceleração da atividade econômica dos EUA. Este cenário representa uma séria ameaça ao governo Lula porque dificultaria o plano do Banco Central brasileiro de reduzir a taxa de juros no contexto eleitoral de 2026, abrindo espaço político para a oposição.

Além disso, uma vitória de Trump provavelmente leva a uma saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris no momento em que o Brasil pretende mostrar suas credenciais ambientais e demonstrar sua capacidade de articulação internacional na COP 30. A ausência do governo americano reduziria o espaço para uma agenda positiva em questões climáticas globais porque seria um golpe contra o esforço brasileiro de aumentar a ajuda dos países ricos ao financiamento da transição ecológica do Sul Global.

O candidato republicano para a presidência, o ex-presidente dos EUA Donald Trump, discursa durante um comício de campanha na Universidade East Carolina em Greenville, Carolina do Norte, em 21 de outubro de 2024 Foto: Win Mcnamee/AFP

Há também potencial para fricções entre o Brasil e o governo Trump no contexto da presidência brasileira dos Brics. Se a reunião do grupo, a ser realizada no Brasil, focar na redução da dependência global do dólar para transações comerciais e financeiras, isso poderá atrair atenção negativa do governo Trump. A possível adesão do Brasil à Iniciativa do Cinturão e Rota da China também poderia ser alvo da Casa Branca, assim como uma agenda dos Brics voltada para fortalecer diplomaticamente o Irã no contexto dos conflitos que assolam o Oriente Médio.

Ao contrário do que se pensa, o agronegócio brasileiro tampouco seria vencedor com o governo Trump. Durante o primeiro mandato de Trump, produtores brasileiros de soja beneficiaram-se da guerra comercial entre Estados Unidos e China, substituindo parte da produção americana no mercado chinês.

No entanto, desta vez é pouco provável que o Brasil consiga se beneficiar de forma semelhante. Os produtores brasileiros de soja já ganharam terreno sobre os americanos, havendo pouco espaço adicional para crescimento expressivo. Ao contrário, agora, a dependência brasileira da China aumenta em um cenário em que Trump promete intensificar a rivalidade com os chineses.

Por fim, o novo governo Trump cria um desafio adicional para o Brasil na América do Sul. Na Argentina, o presidente Javier Milei promete alinhar-se completamente à agenda de Trump, visando obter apoio da Casa Branca junto ao FMI. Nesse contexto, Milei buscará rivalizar com Lula e apresentar-se como uma liderança diplomática alternativa na região.

Dada a natureza do desafio, a vitória de Trump promete reduzir o espaço de manobra do Brasil no mundo e do governo Lula numa eventual campanha pela reeleição.

Opinião por Matias Spektor

Professor de Política e Relações Internacionais na Fundação Getúlio Vargas, e pesquisador do Carnegie Endowment. É autor de "18 dias: quando Lula e FHC se uniram para conquistar o apoio de Bush" (2014), "Kissinger e o Brasil" (2009).

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