Com onda de calor, Portugal e Espanha se preocupam com possíveis incêndios em florestas abandonadas


Este ano, cerca de 200 mil hectares queimaram na Espanha e 48,1 mil, em Portugal

Por Redação
Atualização:

Diante dos devastadores incêndios florestais que ameaçam se multiplicar devido à mudança climática, Espanha e Portugal precisam administrar melhor suas florestas para evitar que milhares de hectares sejam queimados todos os verões.

Este ano, cerca de 200 mil hectares queimaram na Espanha, segundo o sistema europeu de informação sobre incêndios florestais, o pior recorde do continente, à frente da Romênia (149.264 ha) e Portugal (48.106 ha).

A propagação do incêndio depende “da topografia, do clima e da vegetação”, explica Mónica Parrilla, do Greenpeace Espanha, uma das organizações ambientais que foram recebidas na quinta-feira pelo primeiro-ministro Pedro Sánchez, para discutir principalmente a prevenção dos incêndios.

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Bombeiros combatem incêndio na província de Zamora, Espanha, em imagem do dia 18 de julho. Baixa diversidade de massa florestal contribui para incêndios no país  Foto: Isabel Infantes/Reuters

Pouca chuva por meses, temperaturas extremas e ventos fortes. “Neste momento temos o cenário perfeito para incêndios de alta intensidade”, diz Parrilla. E a única variável em que se pode intervir é a vegetação.

Parrilla explica que, quando a vegetação está seca, torna-se combustível para os incêndios. “O que podemos fazer é agir sobre esse combustível”, explica. Ela cita como exemplos limpar o mato, fazer “corta-fogo” e fazer queimadas controladas (destruição preventiva de ervas, galhos e madeira morta).

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Massa florestal irregular e diversificada

A contenção do fogo também precisa de uma massa florestal mais irregular e diversificada, acrescenta Parrilla. “É isso que vai garantir que essa massa florestal seja muito mais forte e resiliente”, declarou. Segundo ela, a atual é composta principalmente por pinheiros inflamáveis e eucaliptos.

Em Portugal, especialistas e ambientalistas apelam também à plantação de espécies nativas mais resistentes ao fogo, como castanheiros, carvalhos, medronheiros ou sobreiros.

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Muito extensa (36% do seu território, segundo o Banco Mundial, semelhante à Espanha), a massa florestal portuguesa é composta por um quarto de eucaliptos, muito cobiçados pela poderosa indústria papeleira do país, mas geralmente destacados pelo seu papel na propagação de incêndios.

Neste país, traumatizado pelos incêndios de 2017 e pelas centenas de mortes derivadas, 83% dos terrenos queimados entre 2011 e 2020 foram plantados com pinheiro-bravo e eucalipto, segundo o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

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“Uma verdadeira política de prevenção permitiria, por exemplo, incentivos econômicos para pequenos produtores, para que eles possam esperar vários anos para que essas árvores mais resistentes se tornem rentáveis e não recorram sistematicamente ao eucalipto”, avalia Marta Leandro, vice-presidente da associação para a defesa do meio ambiente Quercus.

Êxodo rural

Na Espanha, onde uma boa parte do território é denominado “Espanha Vazia” devido a um processo de despovoamento, o êxodo rural tem um impacto muito negativo na manutenção da massa florestal.

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De fato, os incêndios mais devastadores dos últimos dias ocorreram nessas regiões, como Castilla y León e Extremadura. Um problema que também aflige Portugal.

Muitos campos estão abandonados, as florestas são mal cuidadas e o mato não é limpo. Os proprietários estão velhos demais para continuar esses trabalhos e os rebanhos, que costumavam conter a vegetação, são bem menos numerosos.

Seria necessário reduzir drasticamente a vegetação seca para 10 toneladas por hectare, ou seja, 1 kg por m², nas áreas mais críticas, considera Javier Madrigal, do Instituto Nacional de Pesquisa e Tecnologia Agrícola e Alimentar (INIA).

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A ministra espanhola da Transição Ecológica, Teresa Ribera, destacou na quinta-feira, 21, a importância da “presença do homem (...) nas áreas rurais”, pessoas que sejam “os verdadeiros guardiões do território e, portanto, ativos na prevenção dos incêndios”.

O ministro do Interior português, José Luis Carneiro, falou em “aproveitar o desenvolvimento rural no combate aos incêndios”. /AFP

Diante dos devastadores incêndios florestais que ameaçam se multiplicar devido à mudança climática, Espanha e Portugal precisam administrar melhor suas florestas para evitar que milhares de hectares sejam queimados todos os verões.

Este ano, cerca de 200 mil hectares queimaram na Espanha, segundo o sistema europeu de informação sobre incêndios florestais, o pior recorde do continente, à frente da Romênia (149.264 ha) e Portugal (48.106 ha).

A propagação do incêndio depende “da topografia, do clima e da vegetação”, explica Mónica Parrilla, do Greenpeace Espanha, uma das organizações ambientais que foram recebidas na quinta-feira pelo primeiro-ministro Pedro Sánchez, para discutir principalmente a prevenção dos incêndios.

Bombeiros combatem incêndio na província de Zamora, Espanha, em imagem do dia 18 de julho. Baixa diversidade de massa florestal contribui para incêndios no país  Foto: Isabel Infantes/Reuters

Pouca chuva por meses, temperaturas extremas e ventos fortes. “Neste momento temos o cenário perfeito para incêndios de alta intensidade”, diz Parrilla. E a única variável em que se pode intervir é a vegetação.

Parrilla explica que, quando a vegetação está seca, torna-se combustível para os incêndios. “O que podemos fazer é agir sobre esse combustível”, explica. Ela cita como exemplos limpar o mato, fazer “corta-fogo” e fazer queimadas controladas (destruição preventiva de ervas, galhos e madeira morta).

Massa florestal irregular e diversificada

A contenção do fogo também precisa de uma massa florestal mais irregular e diversificada, acrescenta Parrilla. “É isso que vai garantir que essa massa florestal seja muito mais forte e resiliente”, declarou. Segundo ela, a atual é composta principalmente por pinheiros inflamáveis e eucaliptos.

Em Portugal, especialistas e ambientalistas apelam também à plantação de espécies nativas mais resistentes ao fogo, como castanheiros, carvalhos, medronheiros ou sobreiros.

Muito extensa (36% do seu território, segundo o Banco Mundial, semelhante à Espanha), a massa florestal portuguesa é composta por um quarto de eucaliptos, muito cobiçados pela poderosa indústria papeleira do país, mas geralmente destacados pelo seu papel na propagação de incêndios.

Neste país, traumatizado pelos incêndios de 2017 e pelas centenas de mortes derivadas, 83% dos terrenos queimados entre 2011 e 2020 foram plantados com pinheiro-bravo e eucalipto, segundo o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

“Uma verdadeira política de prevenção permitiria, por exemplo, incentivos econômicos para pequenos produtores, para que eles possam esperar vários anos para que essas árvores mais resistentes se tornem rentáveis e não recorram sistematicamente ao eucalipto”, avalia Marta Leandro, vice-presidente da associação para a defesa do meio ambiente Quercus.

Êxodo rural

Na Espanha, onde uma boa parte do território é denominado “Espanha Vazia” devido a um processo de despovoamento, o êxodo rural tem um impacto muito negativo na manutenção da massa florestal.

De fato, os incêndios mais devastadores dos últimos dias ocorreram nessas regiões, como Castilla y León e Extremadura. Um problema que também aflige Portugal.

Muitos campos estão abandonados, as florestas são mal cuidadas e o mato não é limpo. Os proprietários estão velhos demais para continuar esses trabalhos e os rebanhos, que costumavam conter a vegetação, são bem menos numerosos.

Seria necessário reduzir drasticamente a vegetação seca para 10 toneladas por hectare, ou seja, 1 kg por m², nas áreas mais críticas, considera Javier Madrigal, do Instituto Nacional de Pesquisa e Tecnologia Agrícola e Alimentar (INIA).

A ministra espanhola da Transição Ecológica, Teresa Ribera, destacou na quinta-feira, 21, a importância da “presença do homem (...) nas áreas rurais”, pessoas que sejam “os verdadeiros guardiões do território e, portanto, ativos na prevenção dos incêndios”.

O ministro do Interior português, José Luis Carneiro, falou em “aproveitar o desenvolvimento rural no combate aos incêndios”. /AFP

Diante dos devastadores incêndios florestais que ameaçam se multiplicar devido à mudança climática, Espanha e Portugal precisam administrar melhor suas florestas para evitar que milhares de hectares sejam queimados todos os verões.

Este ano, cerca de 200 mil hectares queimaram na Espanha, segundo o sistema europeu de informação sobre incêndios florestais, o pior recorde do continente, à frente da Romênia (149.264 ha) e Portugal (48.106 ha).

A propagação do incêndio depende “da topografia, do clima e da vegetação”, explica Mónica Parrilla, do Greenpeace Espanha, uma das organizações ambientais que foram recebidas na quinta-feira pelo primeiro-ministro Pedro Sánchez, para discutir principalmente a prevenção dos incêndios.

Bombeiros combatem incêndio na província de Zamora, Espanha, em imagem do dia 18 de julho. Baixa diversidade de massa florestal contribui para incêndios no país  Foto: Isabel Infantes/Reuters

Pouca chuva por meses, temperaturas extremas e ventos fortes. “Neste momento temos o cenário perfeito para incêndios de alta intensidade”, diz Parrilla. E a única variável em que se pode intervir é a vegetação.

Parrilla explica que, quando a vegetação está seca, torna-se combustível para os incêndios. “O que podemos fazer é agir sobre esse combustível”, explica. Ela cita como exemplos limpar o mato, fazer “corta-fogo” e fazer queimadas controladas (destruição preventiva de ervas, galhos e madeira morta).

Massa florestal irregular e diversificada

A contenção do fogo também precisa de uma massa florestal mais irregular e diversificada, acrescenta Parrilla. “É isso que vai garantir que essa massa florestal seja muito mais forte e resiliente”, declarou. Segundo ela, a atual é composta principalmente por pinheiros inflamáveis e eucaliptos.

Em Portugal, especialistas e ambientalistas apelam também à plantação de espécies nativas mais resistentes ao fogo, como castanheiros, carvalhos, medronheiros ou sobreiros.

Muito extensa (36% do seu território, segundo o Banco Mundial, semelhante à Espanha), a massa florestal portuguesa é composta por um quarto de eucaliptos, muito cobiçados pela poderosa indústria papeleira do país, mas geralmente destacados pelo seu papel na propagação de incêndios.

Neste país, traumatizado pelos incêndios de 2017 e pelas centenas de mortes derivadas, 83% dos terrenos queimados entre 2011 e 2020 foram plantados com pinheiro-bravo e eucalipto, segundo o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

“Uma verdadeira política de prevenção permitiria, por exemplo, incentivos econômicos para pequenos produtores, para que eles possam esperar vários anos para que essas árvores mais resistentes se tornem rentáveis e não recorram sistematicamente ao eucalipto”, avalia Marta Leandro, vice-presidente da associação para a defesa do meio ambiente Quercus.

Êxodo rural

Na Espanha, onde uma boa parte do território é denominado “Espanha Vazia” devido a um processo de despovoamento, o êxodo rural tem um impacto muito negativo na manutenção da massa florestal.

De fato, os incêndios mais devastadores dos últimos dias ocorreram nessas regiões, como Castilla y León e Extremadura. Um problema que também aflige Portugal.

Muitos campos estão abandonados, as florestas são mal cuidadas e o mato não é limpo. Os proprietários estão velhos demais para continuar esses trabalhos e os rebanhos, que costumavam conter a vegetação, são bem menos numerosos.

Seria necessário reduzir drasticamente a vegetação seca para 10 toneladas por hectare, ou seja, 1 kg por m², nas áreas mais críticas, considera Javier Madrigal, do Instituto Nacional de Pesquisa e Tecnologia Agrícola e Alimentar (INIA).

A ministra espanhola da Transição Ecológica, Teresa Ribera, destacou na quinta-feira, 21, a importância da “presença do homem (...) nas áreas rurais”, pessoas que sejam “os verdadeiros guardiões do território e, portanto, ativos na prevenção dos incêndios”.

O ministro do Interior português, José Luis Carneiro, falou em “aproveitar o desenvolvimento rural no combate aos incêndios”. /AFP

Diante dos devastadores incêndios florestais que ameaçam se multiplicar devido à mudança climática, Espanha e Portugal precisam administrar melhor suas florestas para evitar que milhares de hectares sejam queimados todos os verões.

Este ano, cerca de 200 mil hectares queimaram na Espanha, segundo o sistema europeu de informação sobre incêndios florestais, o pior recorde do continente, à frente da Romênia (149.264 ha) e Portugal (48.106 ha).

A propagação do incêndio depende “da topografia, do clima e da vegetação”, explica Mónica Parrilla, do Greenpeace Espanha, uma das organizações ambientais que foram recebidas na quinta-feira pelo primeiro-ministro Pedro Sánchez, para discutir principalmente a prevenção dos incêndios.

Bombeiros combatem incêndio na província de Zamora, Espanha, em imagem do dia 18 de julho. Baixa diversidade de massa florestal contribui para incêndios no país  Foto: Isabel Infantes/Reuters

Pouca chuva por meses, temperaturas extremas e ventos fortes. “Neste momento temos o cenário perfeito para incêndios de alta intensidade”, diz Parrilla. E a única variável em que se pode intervir é a vegetação.

Parrilla explica que, quando a vegetação está seca, torna-se combustível para os incêndios. “O que podemos fazer é agir sobre esse combustível”, explica. Ela cita como exemplos limpar o mato, fazer “corta-fogo” e fazer queimadas controladas (destruição preventiva de ervas, galhos e madeira morta).

Massa florestal irregular e diversificada

A contenção do fogo também precisa de uma massa florestal mais irregular e diversificada, acrescenta Parrilla. “É isso que vai garantir que essa massa florestal seja muito mais forte e resiliente”, declarou. Segundo ela, a atual é composta principalmente por pinheiros inflamáveis e eucaliptos.

Em Portugal, especialistas e ambientalistas apelam também à plantação de espécies nativas mais resistentes ao fogo, como castanheiros, carvalhos, medronheiros ou sobreiros.

Muito extensa (36% do seu território, segundo o Banco Mundial, semelhante à Espanha), a massa florestal portuguesa é composta por um quarto de eucaliptos, muito cobiçados pela poderosa indústria papeleira do país, mas geralmente destacados pelo seu papel na propagação de incêndios.

Neste país, traumatizado pelos incêndios de 2017 e pelas centenas de mortes derivadas, 83% dos terrenos queimados entre 2011 e 2020 foram plantados com pinheiro-bravo e eucalipto, segundo o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

“Uma verdadeira política de prevenção permitiria, por exemplo, incentivos econômicos para pequenos produtores, para que eles possam esperar vários anos para que essas árvores mais resistentes se tornem rentáveis e não recorram sistematicamente ao eucalipto”, avalia Marta Leandro, vice-presidente da associação para a defesa do meio ambiente Quercus.

Êxodo rural

Na Espanha, onde uma boa parte do território é denominado “Espanha Vazia” devido a um processo de despovoamento, o êxodo rural tem um impacto muito negativo na manutenção da massa florestal.

De fato, os incêndios mais devastadores dos últimos dias ocorreram nessas regiões, como Castilla y León e Extremadura. Um problema que também aflige Portugal.

Muitos campos estão abandonados, as florestas são mal cuidadas e o mato não é limpo. Os proprietários estão velhos demais para continuar esses trabalhos e os rebanhos, que costumavam conter a vegetação, são bem menos numerosos.

Seria necessário reduzir drasticamente a vegetação seca para 10 toneladas por hectare, ou seja, 1 kg por m², nas áreas mais críticas, considera Javier Madrigal, do Instituto Nacional de Pesquisa e Tecnologia Agrícola e Alimentar (INIA).

A ministra espanhola da Transição Ecológica, Teresa Ribera, destacou na quinta-feira, 21, a importância da “presença do homem (...) nas áreas rurais”, pessoas que sejam “os verdadeiros guardiões do território e, portanto, ativos na prevenção dos incêndios”.

O ministro do Interior português, José Luis Carneiro, falou em “aproveitar o desenvolvimento rural no combate aos incêndios”. /AFP

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