O ex-presidente Donald Trump foi vítima de um atentado durante comício em Butler, Pensilvânia, neste sábado, 13. O líder republicano foi atingido na orelha ao ter o discurso interrompido por rajadas de tiros e deixou o palco com o rosto ensanguentado, escoltado por agentes do Serviço Secreto. O presidente Joe Biden e líderes internacionais condenaram a violência.
“Fui atingido por uma bala que perfurou a parte superior da minha orelha direita”, disse Trump em sua rede, a Truth Social. “Percebi imediatamente que algo estava errado, pois ouvi um zumbido, tiros e imediatamente senti a bala rasgando a pele. Houve muito sangramento, então percebi o que estava acontecendo“, relatou.
O suposto atirador foi identificado posteriormente pelo FBI como Thomas Matthew Crooks, um jovem de 20 anos de Bethel Park, Pensilvânia, mas as autoridades não divulgaram mais informações sobre ele ou o motivo do atentado.
O ex-presidente agradeceu o Serviço Secreto dos Estados Unidos pela resposta rápida e se solidarizou com os apoiadores que também foram atingidos. “É incrível que um ato como esse possa ocorrer em nosso país”, lamentou.
Em um comunicado, o porta-voz do Serviço Secreto Anthony Guglielmi disse que um espectador do comício foi morto e outros dois ficaram gravemente feridos. O suspeito “disparou vários tiros em direção ao palco de uma posição elevada fora do local do comício”, disse Guglielmi. O suposto atirador foi morto.
Sob condição de anonimato, autoridades policiais disseram à Associated Press que o caso está sendo investigado como tentativa de assassinato do ex-presidente.
Trump falava sobre as travessias na fronteira em evento de campanha na Pensilvânia, Estado-chave nas eleições americanas, quando estrondos começaram a ecoar pela multidão. Ele colocou a mão na orelha e se jogou no chão, enquanto seus apoiadores nas arquibancadas se abaixavam aos gritos. Rapidamente, a segurança pulou sobre o ex-presidente para protegê-lo.
Após uma breve pausa, Trump se levantou, rodeado por agentes uniformizados do Serviço Secreto. Ele ergueu o punho enquanto era ovacionado pela multidão ao ser retirado do palco e levado para sua comitiva, que rapidamente deixou o local do comício.
Steven Cheung, um porta-voz de Trump, disse que o ex-presidente estava bem e havia sido levado para um centro médico local para ser examinado. Ele acrescentou que Trump “agradece às autoridades policiais e aos socorristas por sua rápida ação durante este ato hediondo”.
Biden diz que não há lugar para violência nos EUA
O presidente americano Joe Biden, adversário de Trump nas eleições, se manifestou por meio de nota.
“Fui informado sobre o ataque a tiros no comício de Donald Trump na Pensilvânia. Estou grato em saber que ele está seguro e bem. Estou rezando por ele e sua família e por todos aqueles que estiveram presentes no comício, enquanto aguardamos mais informações. (A primeira-dama) Jill e eu estamos gratos ao Serviço Secreto por tê-lo colocado em segurança”, escreveu. “Não há lugar para esse tipo de violência na América. Devemos nos unir como uma nação para condená-lo”, concluiu.
Em breve declaração à imprensa, Joe Biden disse que tentou entrar em contato com Donald Trump, mas que o ex-presidente ainda estava sob atendimento médico. “Espero falar com ele hoje à noite”, disse o democrata que, mais uma vez, repudiou a violência.
Questionado se o ataque foi uma tentativa de assassinato, Biden se limitou a dizer que tem uma opinião, mas que só falará sobre isso quando tiver informações concretas.
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Democratas e republicanos condenam ataque
Nas redes sociais, o filho mais velho do ex-presidente, Donald Trump Jr., escreveu que o pai “nunca vai parar de lutar para salvar a América”. A mensagem foi acompanhada por uma foto do ex-presidente sendo retirado do palco.
Os cotados ao cargo de vice de Trump também se manifestaram rapidamente. Os senadores Doug Burgum (Dakota do Norte), Marco Rubio (Flórida) e JD Vance (Ohio), todos na lista de possíveis companheiros de chapa, expressaram preocupação com o líder republicano.
Rubio compartilhou uma foto tirada quando Trump foi escoltado para fora do palco com o punho no ar e uma mancha de sangue no rosto, juntamente com as palavras: “Deus protegeu o Presidente Trump”.
Reince Priebus, presidente do comitê que recebe a Convenção Nacional Republicana na semana que vem disse que “essa violência horrível não tem lugar nos Estados Unidos”. A Convenção, marcada para ocorrer entre a segunda e quinta-feira, deve ser mantida.
“Os convidados já começaram a chegar a Wisconsin e estamos ansiosos para trabalhar com o Comitê Nacional Republicano”, disse Priebus.
Os líderes do Partido Democrata na Câmara e no Senado se solidarizam com Donald Trump. “Estou horrorizado com o que aconteceu no comício de Trump na Pensilvânia e aliviado com o fato de o ex-presidente Trump estar em segurança. A violência política não tem lugar em nosso país”, escreveu o senador Chuck Schumer.
O deputado Hakeem Jeffries disse, em nota, que seus pensamentos e orações estão com Trump e agradeceu pela ação da polícia. ”Os Estados Unidos são uma democracia. Violência política de qualquer tipo nunca é aceitável”, escreveu.
“A violência direcionada a qualquer partido político ou líder político é absolutamente inaceitável”, escreveu o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, do Partido Democrata, no X. “Isso não tem lugar na Pensilvânia ou nos Estados Unidos.”
O ex-presidente Barack Obama desejou rápida recuperação a Donald Trump. “Todos nós devemos ficar aliviados pelo fato de o ex-presidente Trump não ter sido gravemente ferido e usar este momento para nos comprometermos novamente com a civilidade e o respeito em nossa política”, disse em nota.
Reação internacional
Fora dos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou o ataque. “O atentado contra o ex-presidente Donald Trump deve ser repudiado veementemente por todos os defensores da democracia e do diálogo na política. O que vimos hoje é inaceitável”, escreveu no X.
O ex-presidente Jair Bolsonaro expressou solidariedade “ao maior líder mundial do momento” e desejou pronta recuperação. Ele encerrou a mensagem dizendo “Nos veremos na posse” em alusão à possível vitória de Donald Trump nas eleições, em novembro.
O argentino Javier Milei expressou “enérgico repúdio” ao que classificou como tentativa de assassinato do ex-presidente Donald Trump. “A bala que lhe atingiu a cabeça não é apenas um ataque à democracia, mas a todos que defendemos o mundo livre”, afirmou, em nota.
“A República Argentina reafirma o seu compromisso inabalável com a defesa da liberdade, da democracia e dos valores ocidentais, e apela à comunidade internacional para que condene veementemente este ataque e se junte à luta contra os inimigos da liberdade”, conclui./COM AFP, AP, NY TIMES e W. POST
*Notícia em atualização