CHICAGO - O pré-candidato republicano às eleições presidenciais dos Estados Unidos, Donald Trump, se viu obrigado a adiar um comício nesta sexta-feira, 11, em Chicago devido a enfrentamentos violentos entre opositores e partidários do magnata.
Em comunicado, a campanha de Trump anunciou o cancelamento do comício e sua transferência para outra data, depois que câmeras das principais emissoras do país mostraram imagens de confrontos violentos entre críticos e defensores do pré-candidato.
Trump pretendia falar a partir de 18h (horário local, 21h de Brasília) no Pavilhão Chicago da Universidade de Illinois, onde se concentraram centenas de manifestantes, que entraram em confronto com os também centenas de simpatizantes tanto dentro como fora do lugar.
Enquanto uns gritavam “Nós descartamos Trump” e “nazistas”, do outro, os manifestantes gritavam “Nós queremos Trump” e “comunistas”.
"Após um encontro com agentes da lei, Trump determinou que, pela segurança das centenas de milhares de pessoas reunidas dentro e nos arredores do pavilhão, o comício de hoje será adiado para outra data. Muito obrigado por sua presença e, por favor, saiam em paz", afirmou o comunicado da campanha do magnata.
Enquanto uma grande concentração de pessoas rodeava o pavilhão, dentro dele os manifestantes gritavam "Bernie, Bernie!", em referência ao pré-candidato democrata Bernie Sanders.
Um dos manifestantes chegou a subir no palanque no qual Trump falaria, mas logo foi rendido pelos agentes de segurança.
Os protestos pelo comício do pré-candidato presidencial tinham sido organizados há dias por uma coalizão de ativistas, estudantes, religiosos e políticos da cidade, entre eles várias organizações latinas e afro-americanas.
"Já temos milhares de adesões e o grupo segue crescendo", declarou na segunda-feira à agência EFE a pastora metodista Emma Lozano, que dirige os grupos pró-imigrantes Sem Fronteiras e Família Unida.
A tensão foi crescendo durante os últimos dias nos comícios de Trump e em um deles na quarta-feira, na Carolina do Norte, um dos presentes socou um manifestante negro depois que este interrompeu o evento a gritos.
Por outra parte, uma repórter do portal de notícias Breitbart denunciou hoje que foi agredida por Corey Lewandowski, responsável pela campanha de Trump, depois que supostamente a agarraram à força e a afastaram quando pretendia fazer uma pergunta ao empresário.
A jornalista postou ontem em sua conta no Twitter uma foto de seu braço arroxeado, enquanto Lewandowski rejeitou a acusação ao assinalar que a jornalista estava "delirando" e nunca a tocou nem a conhecia.
No mês passado, um fotógrafo da revista Time disse ter sido estrangulado e empurrado para o chão por um agente do Serviço Secreto dos EUA durante um evento da campanha de Trum. / EFE