Comissão Europeia diz que negociações com Mercosul estão ‘muito avançadas’


Brasil quer anunciar conclusão do acordo durante cúpula no Rio de Janeiro, antes de entregar a presidência rotativa do Mercosul

Por Redação

BRUXELAS - A Comissão Europeia disse nesta segunda-feira, 27, que as negociações técnicas para concluir o acordo comercial com o Mercosul estão “muito avançadas”. Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou a intenção de anunciar a conclusão durante a Cúpula do Rio de Janeiro, ato final da presidência brasileira no bloco sul-americano.

“Pode-se dizer que as negociações técnicas estão prontas para o impulso político final”, disse o vice-presidente de Comércio da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, depois de uma reunião com representantes comerciais dos países da União Europeia.

Vice-presidente de Comércio da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, fala em sessão no Parlamento Europeu.  Foto: EFE/EPA/RONALD WITTEK
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A secretária de Comércio da Espanha, Xiana Méndez, destacou que, neste momento, “há pouquíssimas questões sobre a mesa, pouquíssimas linhas vermelhas e muitas áreas de acordo”. “O trabalho das equipes técnicas tem sido muito significativo nas últimas semanas”, acrescentou Méndez, ressaltando que UE e Mercosul nunca estiveram “tão perto” de concluir as negociações.

O acordo comercial foi firmado em 2019, após duas décadas de negociação, mas os blocos ainda discutem os dois lados para que o texto seja formalizado. As conversas se intensificaram nas últimas semanas e existe a expectativa de anúncio durante a cúpula em 7 de dezembro, dias antes de Javier Milei, um crítico do Mercosul, tomar posse na Argentina.

O ex-embaixador Rubens Barbosa já se mostrou otimista com a possibilidade e lembrou que o acordo também será vantajoso para Buenos Aires. “Acredito que deve ser concluído no nível técnico e que vai ser anunciado na cúpula”, disse o diplomata de carreira em entrevista ao Estadão na semana passada. “São duas regiões muito populosas é o maior acordo de livre comércio que existe, não tem nada desse tamanha no mundo. É importante para Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai (Estados-membros do Mercosul)”, conclui.

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Outros analistas, no entanto, são mais céticos com relação ao acordo e ponderam que a criação de uma zona de livre comércio entre Mercosul e União Europeia já enfrentava resistências mesmo antes da vitória de Milei, que chamou o bloco sul-americano de “estorvo” durante a campanha.

“Desde que as discussões começaram, o lado europeu é reticente pelo temor de que a produtividade do agronegócio dos países do Mercosul afete a agricultura na União Europeia”, lembra o ex-embaixador Luiz Augusto de Castro Neves.

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Pressionada pelos produtores locais, a União Europeia apresentou uma carta com exigências adicionais na área ambiental para fechar o acordo. Nesse ponto, o secretário de Comércio francês, Olivier Becht, pediu “mais do que nunca” que as medidas-espelho sejam respeitadas para que os padrões que a UE impõe a produtores locais sejam cumpridos do outro lado do Atlântico.

“As incertezas e tensões geopolíticas tornam mais necessário do que nunca ter uma política comercial que seja resiliente e aberta ao mundo. Aberta, mas não sem nenhuma condição. Obviamente respeitando nossos valores, obviamente respeitando o desenvolvimento sustentável e o planeta e obviamente respeitando as regras de concorrência, que são regras de concorrência justa”, disse Becht ao chegar à reunião.

Já o secretário de Comércio irlandês, Simon Coveney, declarou que seu país não se oporia ao texto que está sendo negociado, desde que as cotas sobre as importações de carne do Mercosul sejam mantidas, um ponto que também é de particular preocupação para Paris./COM INFORMAÇÕES DE EFE

BRUXELAS - A Comissão Europeia disse nesta segunda-feira, 27, que as negociações técnicas para concluir o acordo comercial com o Mercosul estão “muito avançadas”. Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou a intenção de anunciar a conclusão durante a Cúpula do Rio de Janeiro, ato final da presidência brasileira no bloco sul-americano.

“Pode-se dizer que as negociações técnicas estão prontas para o impulso político final”, disse o vice-presidente de Comércio da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, depois de uma reunião com representantes comerciais dos países da União Europeia.

Vice-presidente de Comércio da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, fala em sessão no Parlamento Europeu.  Foto: EFE/EPA/RONALD WITTEK

A secretária de Comércio da Espanha, Xiana Méndez, destacou que, neste momento, “há pouquíssimas questões sobre a mesa, pouquíssimas linhas vermelhas e muitas áreas de acordo”. “O trabalho das equipes técnicas tem sido muito significativo nas últimas semanas”, acrescentou Méndez, ressaltando que UE e Mercosul nunca estiveram “tão perto” de concluir as negociações.

O acordo comercial foi firmado em 2019, após duas décadas de negociação, mas os blocos ainda discutem os dois lados para que o texto seja formalizado. As conversas se intensificaram nas últimas semanas e existe a expectativa de anúncio durante a cúpula em 7 de dezembro, dias antes de Javier Milei, um crítico do Mercosul, tomar posse na Argentina.

O ex-embaixador Rubens Barbosa já se mostrou otimista com a possibilidade e lembrou que o acordo também será vantajoso para Buenos Aires. “Acredito que deve ser concluído no nível técnico e que vai ser anunciado na cúpula”, disse o diplomata de carreira em entrevista ao Estadão na semana passada. “São duas regiões muito populosas é o maior acordo de livre comércio que existe, não tem nada desse tamanha no mundo. É importante para Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai (Estados-membros do Mercosul)”, conclui.

Outros analistas, no entanto, são mais céticos com relação ao acordo e ponderam que a criação de uma zona de livre comércio entre Mercosul e União Europeia já enfrentava resistências mesmo antes da vitória de Milei, que chamou o bloco sul-americano de “estorvo” durante a campanha.

“Desde que as discussões começaram, o lado europeu é reticente pelo temor de que a produtividade do agronegócio dos países do Mercosul afete a agricultura na União Europeia”, lembra o ex-embaixador Luiz Augusto de Castro Neves.

Pressionada pelos produtores locais, a União Europeia apresentou uma carta com exigências adicionais na área ambiental para fechar o acordo. Nesse ponto, o secretário de Comércio francês, Olivier Becht, pediu “mais do que nunca” que as medidas-espelho sejam respeitadas para que os padrões que a UE impõe a produtores locais sejam cumpridos do outro lado do Atlântico.

“As incertezas e tensões geopolíticas tornam mais necessário do que nunca ter uma política comercial que seja resiliente e aberta ao mundo. Aberta, mas não sem nenhuma condição. Obviamente respeitando nossos valores, obviamente respeitando o desenvolvimento sustentável e o planeta e obviamente respeitando as regras de concorrência, que são regras de concorrência justa”, disse Becht ao chegar à reunião.

Já o secretário de Comércio irlandês, Simon Coveney, declarou que seu país não se oporia ao texto que está sendo negociado, desde que as cotas sobre as importações de carne do Mercosul sejam mantidas, um ponto que também é de particular preocupação para Paris./COM INFORMAÇÕES DE EFE

BRUXELAS - A Comissão Europeia disse nesta segunda-feira, 27, que as negociações técnicas para concluir o acordo comercial com o Mercosul estão “muito avançadas”. Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou a intenção de anunciar a conclusão durante a Cúpula do Rio de Janeiro, ato final da presidência brasileira no bloco sul-americano.

“Pode-se dizer que as negociações técnicas estão prontas para o impulso político final”, disse o vice-presidente de Comércio da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, depois de uma reunião com representantes comerciais dos países da União Europeia.

Vice-presidente de Comércio da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, fala em sessão no Parlamento Europeu.  Foto: EFE/EPA/RONALD WITTEK

A secretária de Comércio da Espanha, Xiana Méndez, destacou que, neste momento, “há pouquíssimas questões sobre a mesa, pouquíssimas linhas vermelhas e muitas áreas de acordo”. “O trabalho das equipes técnicas tem sido muito significativo nas últimas semanas”, acrescentou Méndez, ressaltando que UE e Mercosul nunca estiveram “tão perto” de concluir as negociações.

O acordo comercial foi firmado em 2019, após duas décadas de negociação, mas os blocos ainda discutem os dois lados para que o texto seja formalizado. As conversas se intensificaram nas últimas semanas e existe a expectativa de anúncio durante a cúpula em 7 de dezembro, dias antes de Javier Milei, um crítico do Mercosul, tomar posse na Argentina.

O ex-embaixador Rubens Barbosa já se mostrou otimista com a possibilidade e lembrou que o acordo também será vantajoso para Buenos Aires. “Acredito que deve ser concluído no nível técnico e que vai ser anunciado na cúpula”, disse o diplomata de carreira em entrevista ao Estadão na semana passada. “São duas regiões muito populosas é o maior acordo de livre comércio que existe, não tem nada desse tamanha no mundo. É importante para Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai (Estados-membros do Mercosul)”, conclui.

Outros analistas, no entanto, são mais céticos com relação ao acordo e ponderam que a criação de uma zona de livre comércio entre Mercosul e União Europeia já enfrentava resistências mesmo antes da vitória de Milei, que chamou o bloco sul-americano de “estorvo” durante a campanha.

“Desde que as discussões começaram, o lado europeu é reticente pelo temor de que a produtividade do agronegócio dos países do Mercosul afete a agricultura na União Europeia”, lembra o ex-embaixador Luiz Augusto de Castro Neves.

Pressionada pelos produtores locais, a União Europeia apresentou uma carta com exigências adicionais na área ambiental para fechar o acordo. Nesse ponto, o secretário de Comércio francês, Olivier Becht, pediu “mais do que nunca” que as medidas-espelho sejam respeitadas para que os padrões que a UE impõe a produtores locais sejam cumpridos do outro lado do Atlântico.

“As incertezas e tensões geopolíticas tornam mais necessário do que nunca ter uma política comercial que seja resiliente e aberta ao mundo. Aberta, mas não sem nenhuma condição. Obviamente respeitando nossos valores, obviamente respeitando o desenvolvimento sustentável e o planeta e obviamente respeitando as regras de concorrência, que são regras de concorrência justa”, disse Becht ao chegar à reunião.

Já o secretário de Comércio irlandês, Simon Coveney, declarou que seu país não se oporia ao texto que está sendo negociado, desde que as cotas sobre as importações de carne do Mercosul sejam mantidas, um ponto que também é de particular preocupação para Paris./COM INFORMAÇÕES DE EFE

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