Como as eleições legislativas nos EUA colocaram o Partido Republicano no divã; leia a análise


Diferente do que se havia projetado os republicanos não conseguiram sustentar uma ‘onda vermelha’ no Congresso

Por Fernanda Magnotta*

As eleições legislativas de meio de mandato (midterms, como são conhecidas nos Estados Unidos), mal terminaram e, pelos corredores de Washington, não se fala em outra coisa: os resultados devem mandar o Partido Republicano das urnas diretamente para o divã.

Diferente do que se havia projetado os republicanos não conseguiram sustentar uma “onda vermelha” no Congresso. Não foram capazes de recuperar o controle do Senado e embora devam alcançar a maioria na Câmara dos Representantes, possuirão uma margem muito mais modesta do que o esperado. É simplesmente o pior resultado de um partido de oposição em décadas nas eleições de meio de mandato.

Isso torna-se ainda mais emblemático neste momento da História em particular: os Estados Unidos vivem a maior alta inflacionária em 40 anos e o presidente é considerado uma liderança fraca, com índices de popularidade baixos, como não se via desde Dwigth Eisenhower, nos anos 1950, pelo menos.

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Ao menos 03 grandes crises pairam, neste momento, sobre o futuro do Partido Republicano:

1) como criar novos consensos capazes de acomodar mudanças geracionais e demográficas que afetam profundamente a realidade política dos Estados Unidos e reverberam sobre disputas eleitorais importantes

2) como ressignificar a própria identidade partidária, de modo a sustentar uma narrativa que consistentemente equilibre o conservadorismo e a defesa do livre mercado de sempre com demandas e preocupações que ganharam espaço nos últimos anos a partir da emergência de uma “nova direita”

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3) como reduzir a dependência de Donald Trump, um candidato não apenas vulnerável pelos inúmeros processos que enfrenta na Justiça, mas cujo endosso mostrou-se tóxico ao partido nas midterms, com praticamente todos os seus indicados estratégicos retumbantemente rejeitados pelo eleitorado.

É claro que os republicanos tiveram vitórias em 2022. Pressionarão o governo Biden sempre que tiverem a oportunidade. Serão tão ativos em favorecer legislações que desejam aprovar quanto para barrar aquilo que não lhes for conveniente.

Incidirão sobre a agenda, além de serem vozes ativas para determinar quem liderará importantes comitês da Câmara, por exemplo. Também tentarão contrabalançar os danos reputacionais causados desde a invasão do Capitólio, em 06 de janeiro de 2021, submetendo Biden a exaustivas investigações. Inundarão o presidente com acusações e críticas já mirando o pleito de 2024.

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Apesar disso tudo, saem das eleições de meio de mandato com um gosto amargo de derrota na boca. O antídoto passará por reconhecer que é preciso falar sobre outras coisas que não apenas economia, que será necessário estimular o diálogo de quadros capazes de fortalecer a direita democrática dentro dos Estados Unidos e que, na política, é importante impor severos limites ao culto à personalidade, especialmente de populistas.

*Doutora, especialista em Estados Unidos, coordenadora de Relações Internacionais na FAAP e pesquisadora visitante na University of Southern California.

As eleições legislativas de meio de mandato (midterms, como são conhecidas nos Estados Unidos), mal terminaram e, pelos corredores de Washington, não se fala em outra coisa: os resultados devem mandar o Partido Republicano das urnas diretamente para o divã.

Diferente do que se havia projetado os republicanos não conseguiram sustentar uma “onda vermelha” no Congresso. Não foram capazes de recuperar o controle do Senado e embora devam alcançar a maioria na Câmara dos Representantes, possuirão uma margem muito mais modesta do que o esperado. É simplesmente o pior resultado de um partido de oposição em décadas nas eleições de meio de mandato.

Isso torna-se ainda mais emblemático neste momento da História em particular: os Estados Unidos vivem a maior alta inflacionária em 40 anos e o presidente é considerado uma liderança fraca, com índices de popularidade baixos, como não se via desde Dwigth Eisenhower, nos anos 1950, pelo menos.

Ao menos 03 grandes crises pairam, neste momento, sobre o futuro do Partido Republicano:

1) como criar novos consensos capazes de acomodar mudanças geracionais e demográficas que afetam profundamente a realidade política dos Estados Unidos e reverberam sobre disputas eleitorais importantes

2) como ressignificar a própria identidade partidária, de modo a sustentar uma narrativa que consistentemente equilibre o conservadorismo e a defesa do livre mercado de sempre com demandas e preocupações que ganharam espaço nos últimos anos a partir da emergência de uma “nova direita”

3) como reduzir a dependência de Donald Trump, um candidato não apenas vulnerável pelos inúmeros processos que enfrenta na Justiça, mas cujo endosso mostrou-se tóxico ao partido nas midterms, com praticamente todos os seus indicados estratégicos retumbantemente rejeitados pelo eleitorado.

É claro que os republicanos tiveram vitórias em 2022. Pressionarão o governo Biden sempre que tiverem a oportunidade. Serão tão ativos em favorecer legislações que desejam aprovar quanto para barrar aquilo que não lhes for conveniente.

Incidirão sobre a agenda, além de serem vozes ativas para determinar quem liderará importantes comitês da Câmara, por exemplo. Também tentarão contrabalançar os danos reputacionais causados desde a invasão do Capitólio, em 06 de janeiro de 2021, submetendo Biden a exaustivas investigações. Inundarão o presidente com acusações e críticas já mirando o pleito de 2024.

Apesar disso tudo, saem das eleições de meio de mandato com um gosto amargo de derrota na boca. O antídoto passará por reconhecer que é preciso falar sobre outras coisas que não apenas economia, que será necessário estimular o diálogo de quadros capazes de fortalecer a direita democrática dentro dos Estados Unidos e que, na política, é importante impor severos limites ao culto à personalidade, especialmente de populistas.

*Doutora, especialista em Estados Unidos, coordenadora de Relações Internacionais na FAAP e pesquisadora visitante na University of Southern California.

As eleições legislativas de meio de mandato (midterms, como são conhecidas nos Estados Unidos), mal terminaram e, pelos corredores de Washington, não se fala em outra coisa: os resultados devem mandar o Partido Republicano das urnas diretamente para o divã.

Diferente do que se havia projetado os republicanos não conseguiram sustentar uma “onda vermelha” no Congresso. Não foram capazes de recuperar o controle do Senado e embora devam alcançar a maioria na Câmara dos Representantes, possuirão uma margem muito mais modesta do que o esperado. É simplesmente o pior resultado de um partido de oposição em décadas nas eleições de meio de mandato.

Isso torna-se ainda mais emblemático neste momento da História em particular: os Estados Unidos vivem a maior alta inflacionária em 40 anos e o presidente é considerado uma liderança fraca, com índices de popularidade baixos, como não se via desde Dwigth Eisenhower, nos anos 1950, pelo menos.

Ao menos 03 grandes crises pairam, neste momento, sobre o futuro do Partido Republicano:

1) como criar novos consensos capazes de acomodar mudanças geracionais e demográficas que afetam profundamente a realidade política dos Estados Unidos e reverberam sobre disputas eleitorais importantes

2) como ressignificar a própria identidade partidária, de modo a sustentar uma narrativa que consistentemente equilibre o conservadorismo e a defesa do livre mercado de sempre com demandas e preocupações que ganharam espaço nos últimos anos a partir da emergência de uma “nova direita”

3) como reduzir a dependência de Donald Trump, um candidato não apenas vulnerável pelos inúmeros processos que enfrenta na Justiça, mas cujo endosso mostrou-se tóxico ao partido nas midterms, com praticamente todos os seus indicados estratégicos retumbantemente rejeitados pelo eleitorado.

É claro que os republicanos tiveram vitórias em 2022. Pressionarão o governo Biden sempre que tiverem a oportunidade. Serão tão ativos em favorecer legislações que desejam aprovar quanto para barrar aquilo que não lhes for conveniente.

Incidirão sobre a agenda, além de serem vozes ativas para determinar quem liderará importantes comitês da Câmara, por exemplo. Também tentarão contrabalançar os danos reputacionais causados desde a invasão do Capitólio, em 06 de janeiro de 2021, submetendo Biden a exaustivas investigações. Inundarão o presidente com acusações e críticas já mirando o pleito de 2024.

Apesar disso tudo, saem das eleições de meio de mandato com um gosto amargo de derrota na boca. O antídoto passará por reconhecer que é preciso falar sobre outras coisas que não apenas economia, que será necessário estimular o diálogo de quadros capazes de fortalecer a direita democrática dentro dos Estados Unidos e que, na política, é importante impor severos limites ao culto à personalidade, especialmente de populistas.

*Doutora, especialista em Estados Unidos, coordenadora de Relações Internacionais na FAAP e pesquisadora visitante na University of Southern California.

As eleições legislativas de meio de mandato (midterms, como são conhecidas nos Estados Unidos), mal terminaram e, pelos corredores de Washington, não se fala em outra coisa: os resultados devem mandar o Partido Republicano das urnas diretamente para o divã.

Diferente do que se havia projetado os republicanos não conseguiram sustentar uma “onda vermelha” no Congresso. Não foram capazes de recuperar o controle do Senado e embora devam alcançar a maioria na Câmara dos Representantes, possuirão uma margem muito mais modesta do que o esperado. É simplesmente o pior resultado de um partido de oposição em décadas nas eleições de meio de mandato.

Isso torna-se ainda mais emblemático neste momento da História em particular: os Estados Unidos vivem a maior alta inflacionária em 40 anos e o presidente é considerado uma liderança fraca, com índices de popularidade baixos, como não se via desde Dwigth Eisenhower, nos anos 1950, pelo menos.

Ao menos 03 grandes crises pairam, neste momento, sobre o futuro do Partido Republicano:

1) como criar novos consensos capazes de acomodar mudanças geracionais e demográficas que afetam profundamente a realidade política dos Estados Unidos e reverberam sobre disputas eleitorais importantes

2) como ressignificar a própria identidade partidária, de modo a sustentar uma narrativa que consistentemente equilibre o conservadorismo e a defesa do livre mercado de sempre com demandas e preocupações que ganharam espaço nos últimos anos a partir da emergência de uma “nova direita”

3) como reduzir a dependência de Donald Trump, um candidato não apenas vulnerável pelos inúmeros processos que enfrenta na Justiça, mas cujo endosso mostrou-se tóxico ao partido nas midterms, com praticamente todos os seus indicados estratégicos retumbantemente rejeitados pelo eleitorado.

É claro que os republicanos tiveram vitórias em 2022. Pressionarão o governo Biden sempre que tiverem a oportunidade. Serão tão ativos em favorecer legislações que desejam aprovar quanto para barrar aquilo que não lhes for conveniente.

Incidirão sobre a agenda, além de serem vozes ativas para determinar quem liderará importantes comitês da Câmara, por exemplo. Também tentarão contrabalançar os danos reputacionais causados desde a invasão do Capitólio, em 06 de janeiro de 2021, submetendo Biden a exaustivas investigações. Inundarão o presidente com acusações e críticas já mirando o pleito de 2024.

Apesar disso tudo, saem das eleições de meio de mandato com um gosto amargo de derrota na boca. O antídoto passará por reconhecer que é preciso falar sobre outras coisas que não apenas economia, que será necessário estimular o diálogo de quadros capazes de fortalecer a direita democrática dentro dos Estados Unidos e que, na política, é importante impor severos limites ao culto à personalidade, especialmente de populistas.

*Doutora, especialista em Estados Unidos, coordenadora de Relações Internacionais na FAAP e pesquisadora visitante na University of Southern California.

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