A contagem de vítimas do ciclone Idai já chegou a 815 mortos até segunda-feira, 1º, entre Moçambique, Zimbábue e Malauí. Em Beira, cidade do Moçambique que teve 90% de seu território destruído, voluntários da Cruz Vermelha improvisam espaço para tratarem as vítimas da tragédia. De acordo com o diretor nacional de Saúde, Ussein Isse, há também a possibilidade de que o país agora sofra com uma epidemia de cólera.
Abaixo, entenda os principais pontos sobre o que aconteceu em Moçambique após a passagem do ciclone Idai:
O que aconteceu em Moçambique?
Mais de 500 pessoas foram mortas e outras 840 mil tiveram suas vidas afetadas quando o ciclone Idai atingiu Moçambique, em 18 de março. As tempestades e os ventos fortes destruíram casas, pontes, escolas e hospitais, antes de irem em direção ao Zimbábue e ao Malauí. Beira, a segunda maior cidade do país e ponto de concentração da ajuda humanitária enviada à região, teve 90% de seu território destruído.
No Zimbábue, segundo país na rota do ciclone Idai, a contagem de corpos já chegou a 259 vítimas, de acordo com relatório oficial divulgado pela agência EFE. Já no Malauí, que recebeu o ciclone ainda em estado de “tempestade tropical”, as autoridades registraram 56 mortes causadas pela tempestade e pelos ventos fortes.
Há uma epidemia de cólera em Moçambique?
A epidemia não foi oficialmente declarada, mas nas 24 horas seguintes ao primeiro caso de cólera foi anunciado em Moçambique, outras 139 pessoas foram diagnosticadas com a doença. Hoje, já são mais de 1.000 pessoas declaradas com cólera na região, com uma vítima fatal. Dos casos decretados, apenas 97 continuam em tratamento, enquanto o restante já recebeu alta, de acordo com Isse.
As autoridades afirmam que o ciclone Idai destruiu mais de 50 unidades de saúde no país. Mais de mil doses de vacina foram enviadas emergencialmente para a região, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Brasil oferece ajuda humanitária a Moçambique
Em nota divulgada pelo Itamaraty, o governo brasileiro afirmou que irá deslocar dois aviões de transporte Hércules C-130, da Força Aérea Brasileira (FAB), com 870 quilos de medicamentos e insumos para Moçambique. Na lista, estão antibióticos, antitérmicos, anti-hipertensivos, ataduras, gazes, luvas, máscaras, seringas, esparadrapos e outros itens de primeiros socorros.
Nesta primeira etapa, irão 20 especialistas em resgate e salvamento da Força Nacional do Ministério da Justiça e Segurança Pública, além de uma equipe com outros 20 membros do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Minas Gerais. Além disso, o país também deve repassar cerca de R$ 440 mil para a região.
Médicos cubanos estão prestando serviços em Moçambique?
Sim. Em um primeiro momento, Cuba enviou 274 médicos para ajudarem na região de Moçambique. Mais tarde, o governo cubano também destinou um hospital de campanha, com todo o equipamento necessário para a ajuda humanitária, e outros 40 médicos extras.
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O ciclone Idai devastou Moçambique e deixou pelo menos 468 mortos no país. Após mais de uma semana da catástrofe, alguns moradores que permaneciam isolados receberam ajuda pela primeira vez.
Quais países enviaram ajuda humanitária para Moçambique?
Além do Brasil, outros países têm deslocado equipes e doações para ajudar as vítimas do ciclone Idai. A China enviou um esquadrão com 65 integrantes e 20 toneladas com suprimentos emergenciais. Os Emirados Árabes Unidos afirmaram que providenciariam cerca de R$ 19,1 milhões em ajudas humanitárias para serem distribuídas entre Moçambique, Zimbábue e Malauí.
A Noruega também se prontificou a ajudar a região com cerca de R$ 2,7 milhões. Um dos primeiros países a anunciarem ajuda humanitária após a passagem do ciclone, o Reino Unido direcionou cerca de R$ 112,2 milhões. A União Europeia enviou R$ 15,3 milhões e o Canadá mandou uma contribuição de R$ 13,7 milhões.
Além da ajuda financeira, alguns países também estão direcionando equipes de resgate para a região. A Angola mandou ambulância, veículos e quatro helicópteros com medicamentos e alimentos, enquanto a África do Sul enviou 80 membros das Forças Armadas e serviços de saúde. Portugal, por sua vez, arrecadou R$ 3,5 milhões através de sua Cruz Vermelha, e irá reforçar a ajuda com peritos e quadros da Força Nacional, dos Bombeiros e do Instituto Nacional de Emergência Médica.
Número de vítimas do ciclone Idai, na África, ultrapassa os 300 mortos
Como ajudar Moçambique?
Algumas ONGs e organizações internacionais estão arrecadando doações online que serão encaminhadas para a região de Moçambique. A Save the Children está aceitando quantias a partir de R$10, com pagamentos por cartão de crédito, PayPal e Google Play.
A Médicos Sem Fronteiras recolhe contribuições no mesmo valor, além de oferecer kits específicos com 27 filtros estéreis para transfusão sanguínea (R$ 60), comprimidos de cloro para purificar água (R$ 89) ou litros de soro (R$ 318). O pagamento pode ser feito por cartão, boleto ou PayPal.
Em uma seção do site dedicada especialmente à tragédia de Moçambique, a Unicef está recolhendo doações únicas e mensais, com valores que são debitados automaticamente da conta corrente ou do cartão de crédito.
O Programa Mundial de Alimentação das Nações Unidas explica que já conta com agentes da própria organização em Moçambique e frisa que está fazendo o possível para distribuir comida às crianças e famílias sobreviventes. Os valores podem ser únicos ou mensais.
Uma equipe de ajuda humanitária da ONU está arrecadando doações de R$ 10 a R$200, que serão destinadas a comida, medicamentos e construção de novos abrigos.