Como os democratas vão explorar tema do aborto em eleições legislativas nos EUA; leia a análise


Agora eles têm um argumento concreto para se fundamentar — de que os republicanos, se tiverem a chance, farão o país regredir

Por Karen Tumulty
Atualização:

WASHINGTON POST - Com o extraordinário vazamento do rascunho de decisão que mostra a Suprema Corte se preparando para derrubar o caso Roe versus Wade, os democratas finalmente contam com algo que lhes faltou neste arriscado ano de eleição de meio de mandato: uma mensagem convincente.

Agora eles têm um argumento concreto para se fundamentar — de que os republicanos, se tiverem a chance, farão o país regredir; e não apenas em relação a direitos ao aborto, que têm sido concedidos ao longo de toda a vida de aproximadamente dois terços da população nascida após a histórica decisão judicial de 1973.

Pela primeira vez, eleitores deveriam ser impelidos a manter o foco não apenas em suas próprias frustrações a respeito de aumentos de preços, índices crescentes de crimes violentos e elevação na imigração ilegal. Seus votos neste outono não serão um mero protesto contra contra a direção do país e a inépcia da pífia maioria democrata em mudá-la; 2022 será também um referendo a respeito da agenda do Partido Republicano.

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Manifestantes protestam pelo direito ao aborto após vazamento de rascunho de decisão judicial sobre o tema Foto: Evelyn Hockstein/Reuters

A dúvida — agora mais evidente — é se os americanos querem entregar a direção de seu país a um partido que provavelmente não apenas tornará ilegal ou restringirá severamente o aborto em mais da metade dos Estados, mas também dificultará o voto, permitirá o banimento de livros e apagará o ensino de relações raciais neste país. Se um presidente republicano for eleito em 2024 e contar com apoio de um Congresso de maioria republicana, pode-se esperar que os republicanos tentem tudo isso em nível nacional.

Uma Suprema Corte conservadora disposta a derrubar o caso Roe versus Wade não é em si uma surpresa. O site Politico, que revelou em primeira mão o rascunho de autoria do ministro Samuel Alito, notou que o documento foi escrito em fevereiro, então há uma possibilidade de que o pensamento da corte possa ter mudado e continue a mudar. Mas a crueza da linguagem — “Sustentamos que Roe (…) deve ser derrubado” — retira o tema do campo da teoria. Assim como a asserção de Alito de que esta decisão “devolve o tema do aborto para os representantes eleitos pelo povo”.

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Ele está absolutamente correto a respeito disso.

Apoio popular

O direito básico ao aborto, especialmente nos estágios iniciais da gravidez, quando a maioria dos abortos ocorre, possui forte apoio do público há muito tempo. Índices de pesquisas têm se mostrado notavelmente estáveis em quase meio século desde que Roe versus Wade estabeleceu o direito ao aborto. Mas o tema jamais galvanizou aqueles que sustentam que o aborto continue legal da maneira que mobiliza seus oponentes.

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Enquanto Estados como Texas aprovam legislações que praticamente banem o procedimento, estrategistas de ambos os partidos ficaram surpresos com o pouco que escutam a respeito do tema em suas pesquisas e grupos focais — ou como a especialista em pesquisas republicana Christine Matthews disse-me na terça-feira, “por que o cachorro não latiu para isso?”. Pessoas em Estados moderados e progressistas tendem a minimizar essas novas leis restritivas qualificando-as como “algo que jamais aconteceria por aqui”.

Enquanto isso, os índices de aprovação do presidente Joe Biden têm despencado entre grupos como eleitores jovens, que compareceram às urnas em números recorde para colocá-lo no Salão Oval e estão decepcionados com seu fracasso em entregar a agenda progressista que eles querem ver. Houve também um declínio marcante no entusiasmo de mulheres de todas as idades, que votaram consistentemente nos democratas nas eleições intercalares de 2018 e novamente em 2020.

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A capacidade do governador da Virgínia, Glenn Youngkin (republicano), de conquistar o voto de mulheres brancas em 2021 foi mais um alerta vermelho para os democratas. Assim como seu comentário a um eleitor que lhe perguntou, privadamente, se ele “iria atrás dos defensores do aborto” se fosse eleito. “Serei muito honesto com você. A resposta direta é que, durante a campanha, eu não posso persegui-los”, respondeu Youngkin em um comentário registrado em vídeo. “Quando eu for governador e tiver maioria na Câmara, poderemos começar a ofensiva. Mas, enquanto tema de campanha, infelizmente, isso de fato não me ajudará a conquistar os eleitores independentes de quem preciso.”

Surpreende que republicanos, tanto nas eleições nacionais quanto nas locais, tenham escolhido até aqui disputar esta eleição alimentando ressentimentos e inventando ameaças como “assédio infantil”, em vez de falar especificamente a respeito do que planejam fazer? Quando o líder republicano do Senado, Mitch McConnell (Kentucky), foi questionado a respeito de qual seria a agenda republicana caso o partido retome o controle, ele respondeu: “É uma pergunta muito boa, e lhe darei a resposta assim que ganharmos”.

Continua incerto se os democratas serão capazes de capitalizar sobre tudo isso. O que eles nos mostraram até aqui deixa bastante espaço para a dúvida. Mas uma coisa é certa: chegou a hora dos eleitores exigirem mais daqueles que aspiram liderá-los. Eles merecem respostas concretas a respeito de que tipo de futuro têm adiante. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

WASHINGTON POST - Com o extraordinário vazamento do rascunho de decisão que mostra a Suprema Corte se preparando para derrubar o caso Roe versus Wade, os democratas finalmente contam com algo que lhes faltou neste arriscado ano de eleição de meio de mandato: uma mensagem convincente.

Agora eles têm um argumento concreto para se fundamentar — de que os republicanos, se tiverem a chance, farão o país regredir; e não apenas em relação a direitos ao aborto, que têm sido concedidos ao longo de toda a vida de aproximadamente dois terços da população nascida após a histórica decisão judicial de 1973.

Pela primeira vez, eleitores deveriam ser impelidos a manter o foco não apenas em suas próprias frustrações a respeito de aumentos de preços, índices crescentes de crimes violentos e elevação na imigração ilegal. Seus votos neste outono não serão um mero protesto contra contra a direção do país e a inépcia da pífia maioria democrata em mudá-la; 2022 será também um referendo a respeito da agenda do Partido Republicano.

Manifestantes protestam pelo direito ao aborto após vazamento de rascunho de decisão judicial sobre o tema Foto: Evelyn Hockstein/Reuters

A dúvida — agora mais evidente — é se os americanos querem entregar a direção de seu país a um partido que provavelmente não apenas tornará ilegal ou restringirá severamente o aborto em mais da metade dos Estados, mas também dificultará o voto, permitirá o banimento de livros e apagará o ensino de relações raciais neste país. Se um presidente republicano for eleito em 2024 e contar com apoio de um Congresso de maioria republicana, pode-se esperar que os republicanos tentem tudo isso em nível nacional.

Uma Suprema Corte conservadora disposta a derrubar o caso Roe versus Wade não é em si uma surpresa. O site Politico, que revelou em primeira mão o rascunho de autoria do ministro Samuel Alito, notou que o documento foi escrito em fevereiro, então há uma possibilidade de que o pensamento da corte possa ter mudado e continue a mudar. Mas a crueza da linguagem — “Sustentamos que Roe (…) deve ser derrubado” — retira o tema do campo da teoria. Assim como a asserção de Alito de que esta decisão “devolve o tema do aborto para os representantes eleitos pelo povo”.

Ele está absolutamente correto a respeito disso.

Apoio popular

O direito básico ao aborto, especialmente nos estágios iniciais da gravidez, quando a maioria dos abortos ocorre, possui forte apoio do público há muito tempo. Índices de pesquisas têm se mostrado notavelmente estáveis em quase meio século desde que Roe versus Wade estabeleceu o direito ao aborto. Mas o tema jamais galvanizou aqueles que sustentam que o aborto continue legal da maneira que mobiliza seus oponentes.

Enquanto Estados como Texas aprovam legislações que praticamente banem o procedimento, estrategistas de ambos os partidos ficaram surpresos com o pouco que escutam a respeito do tema em suas pesquisas e grupos focais — ou como a especialista em pesquisas republicana Christine Matthews disse-me na terça-feira, “por que o cachorro não latiu para isso?”. Pessoas em Estados moderados e progressistas tendem a minimizar essas novas leis restritivas qualificando-as como “algo que jamais aconteceria por aqui”.

Enquanto isso, os índices de aprovação do presidente Joe Biden têm despencado entre grupos como eleitores jovens, que compareceram às urnas em números recorde para colocá-lo no Salão Oval e estão decepcionados com seu fracasso em entregar a agenda progressista que eles querem ver. Houve também um declínio marcante no entusiasmo de mulheres de todas as idades, que votaram consistentemente nos democratas nas eleições intercalares de 2018 e novamente em 2020.

A capacidade do governador da Virgínia, Glenn Youngkin (republicano), de conquistar o voto de mulheres brancas em 2021 foi mais um alerta vermelho para os democratas. Assim como seu comentário a um eleitor que lhe perguntou, privadamente, se ele “iria atrás dos defensores do aborto” se fosse eleito. “Serei muito honesto com você. A resposta direta é que, durante a campanha, eu não posso persegui-los”, respondeu Youngkin em um comentário registrado em vídeo. “Quando eu for governador e tiver maioria na Câmara, poderemos começar a ofensiva. Mas, enquanto tema de campanha, infelizmente, isso de fato não me ajudará a conquistar os eleitores independentes de quem preciso.”

Surpreende que republicanos, tanto nas eleições nacionais quanto nas locais, tenham escolhido até aqui disputar esta eleição alimentando ressentimentos e inventando ameaças como “assédio infantil”, em vez de falar especificamente a respeito do que planejam fazer? Quando o líder republicano do Senado, Mitch McConnell (Kentucky), foi questionado a respeito de qual seria a agenda republicana caso o partido retome o controle, ele respondeu: “É uma pergunta muito boa, e lhe darei a resposta assim que ganharmos”.

Continua incerto se os democratas serão capazes de capitalizar sobre tudo isso. O que eles nos mostraram até aqui deixa bastante espaço para a dúvida. Mas uma coisa é certa: chegou a hora dos eleitores exigirem mais daqueles que aspiram liderá-los. Eles merecem respostas concretas a respeito de que tipo de futuro têm adiante. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

WASHINGTON POST - Com o extraordinário vazamento do rascunho de decisão que mostra a Suprema Corte se preparando para derrubar o caso Roe versus Wade, os democratas finalmente contam com algo que lhes faltou neste arriscado ano de eleição de meio de mandato: uma mensagem convincente.

Agora eles têm um argumento concreto para se fundamentar — de que os republicanos, se tiverem a chance, farão o país regredir; e não apenas em relação a direitos ao aborto, que têm sido concedidos ao longo de toda a vida de aproximadamente dois terços da população nascida após a histórica decisão judicial de 1973.

Pela primeira vez, eleitores deveriam ser impelidos a manter o foco não apenas em suas próprias frustrações a respeito de aumentos de preços, índices crescentes de crimes violentos e elevação na imigração ilegal. Seus votos neste outono não serão um mero protesto contra contra a direção do país e a inépcia da pífia maioria democrata em mudá-la; 2022 será também um referendo a respeito da agenda do Partido Republicano.

Manifestantes protestam pelo direito ao aborto após vazamento de rascunho de decisão judicial sobre o tema Foto: Evelyn Hockstein/Reuters

A dúvida — agora mais evidente — é se os americanos querem entregar a direção de seu país a um partido que provavelmente não apenas tornará ilegal ou restringirá severamente o aborto em mais da metade dos Estados, mas também dificultará o voto, permitirá o banimento de livros e apagará o ensino de relações raciais neste país. Se um presidente republicano for eleito em 2024 e contar com apoio de um Congresso de maioria republicana, pode-se esperar que os republicanos tentem tudo isso em nível nacional.

Uma Suprema Corte conservadora disposta a derrubar o caso Roe versus Wade não é em si uma surpresa. O site Politico, que revelou em primeira mão o rascunho de autoria do ministro Samuel Alito, notou que o documento foi escrito em fevereiro, então há uma possibilidade de que o pensamento da corte possa ter mudado e continue a mudar. Mas a crueza da linguagem — “Sustentamos que Roe (…) deve ser derrubado” — retira o tema do campo da teoria. Assim como a asserção de Alito de que esta decisão “devolve o tema do aborto para os representantes eleitos pelo povo”.

Ele está absolutamente correto a respeito disso.

Apoio popular

O direito básico ao aborto, especialmente nos estágios iniciais da gravidez, quando a maioria dos abortos ocorre, possui forte apoio do público há muito tempo. Índices de pesquisas têm se mostrado notavelmente estáveis em quase meio século desde que Roe versus Wade estabeleceu o direito ao aborto. Mas o tema jamais galvanizou aqueles que sustentam que o aborto continue legal da maneira que mobiliza seus oponentes.

Enquanto Estados como Texas aprovam legislações que praticamente banem o procedimento, estrategistas de ambos os partidos ficaram surpresos com o pouco que escutam a respeito do tema em suas pesquisas e grupos focais — ou como a especialista em pesquisas republicana Christine Matthews disse-me na terça-feira, “por que o cachorro não latiu para isso?”. Pessoas em Estados moderados e progressistas tendem a minimizar essas novas leis restritivas qualificando-as como “algo que jamais aconteceria por aqui”.

Enquanto isso, os índices de aprovação do presidente Joe Biden têm despencado entre grupos como eleitores jovens, que compareceram às urnas em números recorde para colocá-lo no Salão Oval e estão decepcionados com seu fracasso em entregar a agenda progressista que eles querem ver. Houve também um declínio marcante no entusiasmo de mulheres de todas as idades, que votaram consistentemente nos democratas nas eleições intercalares de 2018 e novamente em 2020.

A capacidade do governador da Virgínia, Glenn Youngkin (republicano), de conquistar o voto de mulheres brancas em 2021 foi mais um alerta vermelho para os democratas. Assim como seu comentário a um eleitor que lhe perguntou, privadamente, se ele “iria atrás dos defensores do aborto” se fosse eleito. “Serei muito honesto com você. A resposta direta é que, durante a campanha, eu não posso persegui-los”, respondeu Youngkin em um comentário registrado em vídeo. “Quando eu for governador e tiver maioria na Câmara, poderemos começar a ofensiva. Mas, enquanto tema de campanha, infelizmente, isso de fato não me ajudará a conquistar os eleitores independentes de quem preciso.”

Surpreende que republicanos, tanto nas eleições nacionais quanto nas locais, tenham escolhido até aqui disputar esta eleição alimentando ressentimentos e inventando ameaças como “assédio infantil”, em vez de falar especificamente a respeito do que planejam fazer? Quando o líder republicano do Senado, Mitch McConnell (Kentucky), foi questionado a respeito de qual seria a agenda republicana caso o partido retome o controle, ele respondeu: “É uma pergunta muito boa, e lhe darei a resposta assim que ganharmos”.

Continua incerto se os democratas serão capazes de capitalizar sobre tudo isso. O que eles nos mostraram até aqui deixa bastante espaço para a dúvida. Mas uma coisa é certa: chegou a hora dos eleitores exigirem mais daqueles que aspiram liderá-los. Eles merecem respostas concretas a respeito de que tipo de futuro têm adiante. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

WASHINGTON POST - Com o extraordinário vazamento do rascunho de decisão que mostra a Suprema Corte se preparando para derrubar o caso Roe versus Wade, os democratas finalmente contam com algo que lhes faltou neste arriscado ano de eleição de meio de mandato: uma mensagem convincente.

Agora eles têm um argumento concreto para se fundamentar — de que os republicanos, se tiverem a chance, farão o país regredir; e não apenas em relação a direitos ao aborto, que têm sido concedidos ao longo de toda a vida de aproximadamente dois terços da população nascida após a histórica decisão judicial de 1973.

Pela primeira vez, eleitores deveriam ser impelidos a manter o foco não apenas em suas próprias frustrações a respeito de aumentos de preços, índices crescentes de crimes violentos e elevação na imigração ilegal. Seus votos neste outono não serão um mero protesto contra contra a direção do país e a inépcia da pífia maioria democrata em mudá-la; 2022 será também um referendo a respeito da agenda do Partido Republicano.

Manifestantes protestam pelo direito ao aborto após vazamento de rascunho de decisão judicial sobre o tema Foto: Evelyn Hockstein/Reuters

A dúvida — agora mais evidente — é se os americanos querem entregar a direção de seu país a um partido que provavelmente não apenas tornará ilegal ou restringirá severamente o aborto em mais da metade dos Estados, mas também dificultará o voto, permitirá o banimento de livros e apagará o ensino de relações raciais neste país. Se um presidente republicano for eleito em 2024 e contar com apoio de um Congresso de maioria republicana, pode-se esperar que os republicanos tentem tudo isso em nível nacional.

Uma Suprema Corte conservadora disposta a derrubar o caso Roe versus Wade não é em si uma surpresa. O site Politico, que revelou em primeira mão o rascunho de autoria do ministro Samuel Alito, notou que o documento foi escrito em fevereiro, então há uma possibilidade de que o pensamento da corte possa ter mudado e continue a mudar. Mas a crueza da linguagem — “Sustentamos que Roe (…) deve ser derrubado” — retira o tema do campo da teoria. Assim como a asserção de Alito de que esta decisão “devolve o tema do aborto para os representantes eleitos pelo povo”.

Ele está absolutamente correto a respeito disso.

Apoio popular

O direito básico ao aborto, especialmente nos estágios iniciais da gravidez, quando a maioria dos abortos ocorre, possui forte apoio do público há muito tempo. Índices de pesquisas têm se mostrado notavelmente estáveis em quase meio século desde que Roe versus Wade estabeleceu o direito ao aborto. Mas o tema jamais galvanizou aqueles que sustentam que o aborto continue legal da maneira que mobiliza seus oponentes.

Enquanto Estados como Texas aprovam legislações que praticamente banem o procedimento, estrategistas de ambos os partidos ficaram surpresos com o pouco que escutam a respeito do tema em suas pesquisas e grupos focais — ou como a especialista em pesquisas republicana Christine Matthews disse-me na terça-feira, “por que o cachorro não latiu para isso?”. Pessoas em Estados moderados e progressistas tendem a minimizar essas novas leis restritivas qualificando-as como “algo que jamais aconteceria por aqui”.

Enquanto isso, os índices de aprovação do presidente Joe Biden têm despencado entre grupos como eleitores jovens, que compareceram às urnas em números recorde para colocá-lo no Salão Oval e estão decepcionados com seu fracasso em entregar a agenda progressista que eles querem ver. Houve também um declínio marcante no entusiasmo de mulheres de todas as idades, que votaram consistentemente nos democratas nas eleições intercalares de 2018 e novamente em 2020.

A capacidade do governador da Virgínia, Glenn Youngkin (republicano), de conquistar o voto de mulheres brancas em 2021 foi mais um alerta vermelho para os democratas. Assim como seu comentário a um eleitor que lhe perguntou, privadamente, se ele “iria atrás dos defensores do aborto” se fosse eleito. “Serei muito honesto com você. A resposta direta é que, durante a campanha, eu não posso persegui-los”, respondeu Youngkin em um comentário registrado em vídeo. “Quando eu for governador e tiver maioria na Câmara, poderemos começar a ofensiva. Mas, enquanto tema de campanha, infelizmente, isso de fato não me ajudará a conquistar os eleitores independentes de quem preciso.”

Surpreende que republicanos, tanto nas eleições nacionais quanto nas locais, tenham escolhido até aqui disputar esta eleição alimentando ressentimentos e inventando ameaças como “assédio infantil”, em vez de falar especificamente a respeito do que planejam fazer? Quando o líder republicano do Senado, Mitch McConnell (Kentucky), foi questionado a respeito de qual seria a agenda republicana caso o partido retome o controle, ele respondeu: “É uma pergunta muito boa, e lhe darei a resposta assim que ganharmos”.

Continua incerto se os democratas serão capazes de capitalizar sobre tudo isso. O que eles nos mostraram até aqui deixa bastante espaço para a dúvida. Mas uma coisa é certa: chegou a hora dos eleitores exigirem mais daqueles que aspiram liderá-los. Eles merecem respostas concretas a respeito de que tipo de futuro têm adiante. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

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