A vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos não aconteceu apenas pelos números do colégio eleitoral, mas também no voto popular. O republicano teve apoio sobretudo do eleitorado masculino, branco e que não possui ensino superior, que forma a maior força de sua base desde 2016. Comparado àquele ano, no entanto, Trump avançou nos votos de hispânicos e entre os jovens.
Kamala Harris confirmou o favoritismo entre mulheres e a população negra. Apesar das preocupações, 90% dos votos do eleitorado afro-americano foram para ela. Em 2020, no entanto, a chapa democrata se saiu melhor entre os hispânicos.
Veja como vários grupos em todo o país votaram nas eleições americanas, a partir das pesquisas preliminares conduzida pela Edison Research. Os gráficos mostram estimativas para os diversos grupos sociais.
Gênero
No cenário nacional, pouco mais da metade do eleitorado masculino apoiou Donald Trump. O mesmo padrão se repetiu entre as mulheres, com relação a Kamala Harris.
Esse cenário também foi observado em seis Estados decisivos: Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin.
Raça e etnia
Cerca de 10% do eleitorado nacional dos EUA era formado por hispânicos, semelhante ao observado em 2020. Kamala Harris teve uma maioria estreita desse eleitorado, O desempenho, no entanto, foi inferior ao de Joe Biden em 2020, que teve uma diferença de 33 pontos percentuais entre os hispânicos na disputa contra Trump.
Cerca de 70% desses eleitores classificaram a economia como “não tão boa” ou “ruim”, e uma maioria pequena entre esses apoiou Trump. Outros 40% dos hispânicos também disseram que a economia era a principal questão nas eleições – 66% desses preferiram Trump.
Nos Estados decisivos, Kamala Harris tendeu a ter desempenho inferior com os eleitores hispânicos em relação ao desempenho de Joe Biden em 2020, embora em graus variados.
Na Pensilvânia e Wisconsin, cerca de 6 em cada 10 eleitores hispânicos apoiaram a democrata. Em 2020, Biden teve desempenho melhor no primeiro e semelhante no segundo.
Na Carolina do Norte e em Nevada, cerca de metade dos eleitores hispânicos apoiou Kamala, e outra metade, Trump. Em ambos os estados, Biden se saiu melhor entre os eleitores hispânicos em 2020. Na Geórgia, menos de 6 em cada 10 apoiadores hispânicos apoiaram Kamala – desempenho levemente inferior ao de Biden em 2020.
Eleições nos EUA
Idade
Segundo pesquisas preliminares, cerca de 1 em cada 6 eleitores tinha entre 18 e 29 anos em todo o país e apoiaram Kamala em vez de Trump por diferença de 13 pontos percentuais. Em 2020, Biden venceu nessa faixa etária com uma margem de 24 pontos.
No entanto, Kamala teve um desempenho melhor entre os eleitores com ou acima dos 65 anos do que o presidente há quatro anos, quando Trump obteve uma vitória por cinco pontos percentuais. Desta vez, o republicano empatou com a democrata.
Trump teve desempenho superior entre os eleitores mais jovens em Michigan, com apoio da maioria dos eleitores com menos de 30 anos. Na Carolina do Norte, empatou com Kamala nessa faixa etária. Na Geórgia, Kamala teve a preferência de 60% dos eleitores com menos de 30 anos. Esse percentual no estado se repetiu, mas em favor de Trump, entre eleitores com 65 anos ou mais.
Eleitores brancos por educação e gênero
Trump ganhou os votos da maioria dos eleitores brancos em todo o país, indicam as pesquisas. Mas, assim como nas últimas eleições presidenciais, os padrões de apoio entre eleitores brancos mudam entre os que possuem diploma universitário e os que não possuem.
Eleitores brancos sem diploma universitário continuam a ser um dos grupos que mais expressam o apoio a Trump. Cerca de dois terços votaram no republicano, quase o mesmo apoio visto há quatro anos.
Em comparação, os brancos que possuem diploma universitário, que representa cerca de 33% dos eleitores em geral, votou em Kamala. Em 2020, essa fatia do eleitorado votou praticamente dividida pela metade: 51% a favor de Biden, 48%, de Trump.
Kamala teve desempenho melhor entre mulheres brancas graduadas. Nacionalmente, 60% dessa classe do eleitorado votou nela, num padrão que se repetiu no Michigan, Pensilvânia e Wisconsin. Homens brancos graduados foram 50% para cada lado, incluindo nos Estados decisivos. A exceção aconteceu na Pensilvânia, onde Kamala obteve vantagem sobre Trump.
Entre os eleitores brancos sem diploma universitário, tanto no cenário nacional quanto nos principais Estados decisivos, houve vitória de Trump entre homens e mulheres – embora a margem tenha sido maior entre homens. No cenário nacional, dois terços dos homens brancos sem diploma universitário apoiaram o republicano; entre as mulheres, a proporção foi de 6 em cada 10.
Gênero por raça
Mais homens hispânicos apoiaram Trump nesta eleição do que em 2020, quando 36% expressaram apoio ao republicano. Este ano, os votos superaram os 50% a favor de Trump.
O apoio cresceu entre as duas eleições sobretudo entre homens hispânicos em Estados como Texas e Flórida, onde eles são mais de 10% do eleitorado. Quase 2 em cada 3 homens apoiaram o presidente eleito nestes locais.
Kamala venceu entre mulheres hispânicas, mas com um desempenho ligeiramente inferior a Biden em 2020. Naquele ano, quase 70% desse eleitorado apoiou o democrata. Este ano, o apoio foi de 60%.
Na Flórida, o apoio de Trump entre os eleitores hispânicos se divide pela origem familiar. Cerca de 7 em cada 10 cubano-americanos apoiaram o ex-presidente, enquanto uma pequena maioria de porto-riquenhos apoiou Kamala.
Mulheres e homens negros continuam a apoiar os democratas de forma esmagadora. Nesta eleição e em 2020, cerca de 90% das mulheres negras votaram em Kamala e em Biden, respectivamente.
Embora os líderes democratas tenham expressado preocupação com as pesquisas pré-eleitorais com relação aos homens negros, cerca de 80% desse eleitorado votou em Kamala. O apoio é semelhante ao observado em 2020.
Em Michigan, Kamala teve um desempenho melhor entre os homens negros; quase 90% dos homens negros no Estado votaram nela, seugndo pesquisas preliminares. O apoio é próximo ao de mulheres negras.
Religião
Os eleitores católicos apoiaram Donald Trump em vez de Kamala por uma margem de dois dígitos. Em 2020, os católicos apoiaram Joe Biden, que se tornou o segundo presidente católico dos EUA, por uma vantagem de cinco pontos percentuais. Em ambas eleições, cerca de 25% dos eleitores eram católicos.
Outros grupos religiosos também repetiram o padrão de 2020. Cerca de 6 em cada 10 protestantes apoiaram Trump em vez de Kamala, e eles representavam cerca de 40% do eleitorado. Cerca de um quarto dos eleitores não relataram nenhuma religião e apoiaram Harris por uma margem de cerca de 3 para 1, ainda maior do que a margem de Biden em 2020.
O grupo religioso com o maior apoio a Trump foram os eleitores que se identificaram como brancos e cristãos convertidos, que representavam cerca de 20% dos eleitores. Cerca de 80% destes apoiaram o republicano, aumentando a vantagem que ele tinha obtido em 2020.