Conselho de Segurança da ONU aprova resolução que pede cessar-fogo na Faixa de Gaza


Resolução foi aprovada pela primeira vez no conselho após cinco meses de impasse e quatro vetos; EUA se abstiveram e permitiram aprovação

Por Redação
Atualização:

O Conselho de Segurança das ONU aprovou nesta segunda-feira, 25, sua primeira resolução pedindo um cessar-fogo na Faixa de Gaza após quatro tentativas fracassadas. Os Estados Unidos se abstiveram, permitindo a aprovação.

A resolução, apoiada por 14 países, incluindo China e Rússia, exige um cessar-fogo imediato durante o mês sagrado islâmico do Ramadã e a libertação de todos os reféns. A garantia do acesso humanitário para a Faixa de Gaza também está incluída no texto aprovado.

O texto foi sugerido pelo pelo grupo de dez membros não permanentes (Equador, Japão, Malta, Moçambique, Coreia do Sul, Serra Leoa, Eslovênia, Suíça, Argélia e Guiana). O embaixador da Argélia, o único país árabe na ONU, Amar Bendjama, comemorou a aprovação. “Finalmente, o Conselho de Segurança está assumindo a sua responsabilidade”, disse Bendjama.

continua após a publicidade

Quatro resoluções de cessar-fogo anteriores fracassaram, incluindo uma proposta pelos Estados Unidos na sexta-feira. A abstenção dos EUA provavelmente prejudicará ainda mais as relações do país com Israel em meio a divergências crescentes sobre o plano israelense de invadir a cidade de Rafah, onde milhões de palestinos estão abrigados após a destruição de outras cidades, e os bloqueios para entrega de ajuda humanitária. O impasse sobre o cessar-fogo no enclave durou cinco meses, durante os quais os EUA vetaram três resoluções e a Rússia e a China, uma.

Imagem mostra embaixadores aplaudindo a resolução de cessar-fogo na Faixa de Gaza, aprovada nesta segunda-feira no Conselho de Segurança da ONU Foto: Sarah Yenesel / EFE

A resolução, que é juridicamente vinculativa, foi negociada até o último minuto da sessão. O texto original pedia um cessar-fogo permanente, mas os EUA solicitaram que esse trecho fosse substituído por um cessar-fogo duradouro. Segundo diplomatas, esse detalhe deixa espaço para Israel continuar a campanha militar contra o Hamas, sob a justificativa de defesa do seu território após a invasão do grupo terrorista em 7 de outubro.

continua após a publicidade

A resolução também pede que ambos os lados criem condições para que o cessar-fogo possa ser mantido.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que a resolução seja implementada e disse que o seu fracasso seria “imperdoável”. “O Conselho de Segurança acaba de aprovar uma resolução há muito aguardada sobre Gaza, exigindo um cessar-fogo imediato e a libertação imediata e incondicional de todos os reféns. Esta resolução tem de ser implementada. O fracasso seria imperdoável”, escreveu no X.

Embora o conselho não tenha meios de aplicar a resolução, ele pode impor medidas punitivas a Israel caso a resolução não seja cumprida.

continua após a publicidade

A negociação em torno da resolução ainda contou com um pedido dos EUA para condenar o Hamas pelo ataque no dia 7 de outubro, mas Washington desistiu da exigência ao perceber que haveria resistência do conselho. O texto foi aprovado com o repúdio de “todos os atos de terrorismo”, com o destaque específico do sequestro para reféns, e “todos os ataques contra civis”

A abstenção foi uma mudança de política significativa para o governo de Joe Biden, após não conseguir aprovar a própria resolução na sexta por causa dos vetos da Rússia e da China. Os vetos anteriores dos EUA e o aumento da morte de civis na Faixa de Gaza colocaram o governo na mira de críticas tanto internas quanto na comunidade internacional, por ser o principal aliado de Israel. O país foi acusado de não defender a paz e a estabilidade mundial.

continua após a publicidade

Ao explicar a abstenção, a embaixadora dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, disse que “certas edições importantes foram ignoradas” pelos países e que os Estados Unidos “não concordaram com tudo na resolução”. “Esta resolução reconhece, com razão, que, durante o mês do Ramadã, temos de voltar a nos empenhar pela paz. O Hamas pode fazer isso aceitando o acordo [de cessar-fogo]”, declarou.

Os ataques do Hamas em 7 de outubro em Israel mataram cerca de 1,2 mil pessoas e cerca de 250 foram feitas reféns. Em resposta, a ofensiva de Israel em Gaza matou mais de 30 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças. Áreas residenciais e comerciais do enclave foram inteiramente destruídos pelos bombardeios israelenses.

Delegação de Israel cancela visita aos EUA após resolução

continua após a publicidade

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu cancelou a visita da delegação israelense à Casa Branca após os EUA não terem vetado a resolução, segundo a imprensa israelense. Segundo o comunicado do gabinete do premiê, a resolução prejudica o esforço militar em Gaza e “contradiz a posição [dos EUA] ao longo da guerra”. “A abstenção prejudica tanto o esforço de guerra quanto o esforço para libertar os reféns, porque oferece ao Hamas a esperança de que a pressão internacional lhes permita aceitar um cessar-fogo sem a libertação de nossos sequestrados”.

A visita da delegação israelense tinha o objetivo de discutir a ofensiva israelense planejada na cidade de Rafah e estava sob ameaça de ser cancelada antes da reunião do conselho, caso os EUA não vetassem a resolução.

Após a aprovação, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, afirmou que a abstenção não representa uma mudança dos EUA. “Não há razão para que isso seja visto como algum tipo de mudança”, disse Kirby.

continua após a publicidade

O porta-voz afirmou ainda que está desapontado. “Estamos muito desapontados por eles não virem a Washington para nos permitir ter uma conversa com eles sobre alternativas viáveis para eles entrarem no terreno em Rafa”, disse. /COM NYT, W.P.

O Conselho de Segurança das ONU aprovou nesta segunda-feira, 25, sua primeira resolução pedindo um cessar-fogo na Faixa de Gaza após quatro tentativas fracassadas. Os Estados Unidos se abstiveram, permitindo a aprovação.

A resolução, apoiada por 14 países, incluindo China e Rússia, exige um cessar-fogo imediato durante o mês sagrado islâmico do Ramadã e a libertação de todos os reféns. A garantia do acesso humanitário para a Faixa de Gaza também está incluída no texto aprovado.

O texto foi sugerido pelo pelo grupo de dez membros não permanentes (Equador, Japão, Malta, Moçambique, Coreia do Sul, Serra Leoa, Eslovênia, Suíça, Argélia e Guiana). O embaixador da Argélia, o único país árabe na ONU, Amar Bendjama, comemorou a aprovação. “Finalmente, o Conselho de Segurança está assumindo a sua responsabilidade”, disse Bendjama.

Quatro resoluções de cessar-fogo anteriores fracassaram, incluindo uma proposta pelos Estados Unidos na sexta-feira. A abstenção dos EUA provavelmente prejudicará ainda mais as relações do país com Israel em meio a divergências crescentes sobre o plano israelense de invadir a cidade de Rafah, onde milhões de palestinos estão abrigados após a destruição de outras cidades, e os bloqueios para entrega de ajuda humanitária. O impasse sobre o cessar-fogo no enclave durou cinco meses, durante os quais os EUA vetaram três resoluções e a Rússia e a China, uma.

Imagem mostra embaixadores aplaudindo a resolução de cessar-fogo na Faixa de Gaza, aprovada nesta segunda-feira no Conselho de Segurança da ONU Foto: Sarah Yenesel / EFE

A resolução, que é juridicamente vinculativa, foi negociada até o último minuto da sessão. O texto original pedia um cessar-fogo permanente, mas os EUA solicitaram que esse trecho fosse substituído por um cessar-fogo duradouro. Segundo diplomatas, esse detalhe deixa espaço para Israel continuar a campanha militar contra o Hamas, sob a justificativa de defesa do seu território após a invasão do grupo terrorista em 7 de outubro.

A resolução também pede que ambos os lados criem condições para que o cessar-fogo possa ser mantido.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que a resolução seja implementada e disse que o seu fracasso seria “imperdoável”. “O Conselho de Segurança acaba de aprovar uma resolução há muito aguardada sobre Gaza, exigindo um cessar-fogo imediato e a libertação imediata e incondicional de todos os reféns. Esta resolução tem de ser implementada. O fracasso seria imperdoável”, escreveu no X.

Embora o conselho não tenha meios de aplicar a resolução, ele pode impor medidas punitivas a Israel caso a resolução não seja cumprida.

A negociação em torno da resolução ainda contou com um pedido dos EUA para condenar o Hamas pelo ataque no dia 7 de outubro, mas Washington desistiu da exigência ao perceber que haveria resistência do conselho. O texto foi aprovado com o repúdio de “todos os atos de terrorismo”, com o destaque específico do sequestro para reféns, e “todos os ataques contra civis”

A abstenção foi uma mudança de política significativa para o governo de Joe Biden, após não conseguir aprovar a própria resolução na sexta por causa dos vetos da Rússia e da China. Os vetos anteriores dos EUA e o aumento da morte de civis na Faixa de Gaza colocaram o governo na mira de críticas tanto internas quanto na comunidade internacional, por ser o principal aliado de Israel. O país foi acusado de não defender a paz e a estabilidade mundial.

Ao explicar a abstenção, a embaixadora dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, disse que “certas edições importantes foram ignoradas” pelos países e que os Estados Unidos “não concordaram com tudo na resolução”. “Esta resolução reconhece, com razão, que, durante o mês do Ramadã, temos de voltar a nos empenhar pela paz. O Hamas pode fazer isso aceitando o acordo [de cessar-fogo]”, declarou.

Os ataques do Hamas em 7 de outubro em Israel mataram cerca de 1,2 mil pessoas e cerca de 250 foram feitas reféns. Em resposta, a ofensiva de Israel em Gaza matou mais de 30 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças. Áreas residenciais e comerciais do enclave foram inteiramente destruídos pelos bombardeios israelenses.

Delegação de Israel cancela visita aos EUA após resolução

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu cancelou a visita da delegação israelense à Casa Branca após os EUA não terem vetado a resolução, segundo a imprensa israelense. Segundo o comunicado do gabinete do premiê, a resolução prejudica o esforço militar em Gaza e “contradiz a posição [dos EUA] ao longo da guerra”. “A abstenção prejudica tanto o esforço de guerra quanto o esforço para libertar os reféns, porque oferece ao Hamas a esperança de que a pressão internacional lhes permita aceitar um cessar-fogo sem a libertação de nossos sequestrados”.

A visita da delegação israelense tinha o objetivo de discutir a ofensiva israelense planejada na cidade de Rafah e estava sob ameaça de ser cancelada antes da reunião do conselho, caso os EUA não vetassem a resolução.

Após a aprovação, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, afirmou que a abstenção não representa uma mudança dos EUA. “Não há razão para que isso seja visto como algum tipo de mudança”, disse Kirby.

O porta-voz afirmou ainda que está desapontado. “Estamos muito desapontados por eles não virem a Washington para nos permitir ter uma conversa com eles sobre alternativas viáveis para eles entrarem no terreno em Rafa”, disse. /COM NYT, W.P.

O Conselho de Segurança das ONU aprovou nesta segunda-feira, 25, sua primeira resolução pedindo um cessar-fogo na Faixa de Gaza após quatro tentativas fracassadas. Os Estados Unidos se abstiveram, permitindo a aprovação.

A resolução, apoiada por 14 países, incluindo China e Rússia, exige um cessar-fogo imediato durante o mês sagrado islâmico do Ramadã e a libertação de todos os reféns. A garantia do acesso humanitário para a Faixa de Gaza também está incluída no texto aprovado.

O texto foi sugerido pelo pelo grupo de dez membros não permanentes (Equador, Japão, Malta, Moçambique, Coreia do Sul, Serra Leoa, Eslovênia, Suíça, Argélia e Guiana). O embaixador da Argélia, o único país árabe na ONU, Amar Bendjama, comemorou a aprovação. “Finalmente, o Conselho de Segurança está assumindo a sua responsabilidade”, disse Bendjama.

Quatro resoluções de cessar-fogo anteriores fracassaram, incluindo uma proposta pelos Estados Unidos na sexta-feira. A abstenção dos EUA provavelmente prejudicará ainda mais as relações do país com Israel em meio a divergências crescentes sobre o plano israelense de invadir a cidade de Rafah, onde milhões de palestinos estão abrigados após a destruição de outras cidades, e os bloqueios para entrega de ajuda humanitária. O impasse sobre o cessar-fogo no enclave durou cinco meses, durante os quais os EUA vetaram três resoluções e a Rússia e a China, uma.

Imagem mostra embaixadores aplaudindo a resolução de cessar-fogo na Faixa de Gaza, aprovada nesta segunda-feira no Conselho de Segurança da ONU Foto: Sarah Yenesel / EFE

A resolução, que é juridicamente vinculativa, foi negociada até o último minuto da sessão. O texto original pedia um cessar-fogo permanente, mas os EUA solicitaram que esse trecho fosse substituído por um cessar-fogo duradouro. Segundo diplomatas, esse detalhe deixa espaço para Israel continuar a campanha militar contra o Hamas, sob a justificativa de defesa do seu território após a invasão do grupo terrorista em 7 de outubro.

A resolução também pede que ambos os lados criem condições para que o cessar-fogo possa ser mantido.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que a resolução seja implementada e disse que o seu fracasso seria “imperdoável”. “O Conselho de Segurança acaba de aprovar uma resolução há muito aguardada sobre Gaza, exigindo um cessar-fogo imediato e a libertação imediata e incondicional de todos os reféns. Esta resolução tem de ser implementada. O fracasso seria imperdoável”, escreveu no X.

Embora o conselho não tenha meios de aplicar a resolução, ele pode impor medidas punitivas a Israel caso a resolução não seja cumprida.

A negociação em torno da resolução ainda contou com um pedido dos EUA para condenar o Hamas pelo ataque no dia 7 de outubro, mas Washington desistiu da exigência ao perceber que haveria resistência do conselho. O texto foi aprovado com o repúdio de “todos os atos de terrorismo”, com o destaque específico do sequestro para reféns, e “todos os ataques contra civis”

A abstenção foi uma mudança de política significativa para o governo de Joe Biden, após não conseguir aprovar a própria resolução na sexta por causa dos vetos da Rússia e da China. Os vetos anteriores dos EUA e o aumento da morte de civis na Faixa de Gaza colocaram o governo na mira de críticas tanto internas quanto na comunidade internacional, por ser o principal aliado de Israel. O país foi acusado de não defender a paz e a estabilidade mundial.

Ao explicar a abstenção, a embaixadora dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, disse que “certas edições importantes foram ignoradas” pelos países e que os Estados Unidos “não concordaram com tudo na resolução”. “Esta resolução reconhece, com razão, que, durante o mês do Ramadã, temos de voltar a nos empenhar pela paz. O Hamas pode fazer isso aceitando o acordo [de cessar-fogo]”, declarou.

Os ataques do Hamas em 7 de outubro em Israel mataram cerca de 1,2 mil pessoas e cerca de 250 foram feitas reféns. Em resposta, a ofensiva de Israel em Gaza matou mais de 30 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças. Áreas residenciais e comerciais do enclave foram inteiramente destruídos pelos bombardeios israelenses.

Delegação de Israel cancela visita aos EUA após resolução

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu cancelou a visita da delegação israelense à Casa Branca após os EUA não terem vetado a resolução, segundo a imprensa israelense. Segundo o comunicado do gabinete do premiê, a resolução prejudica o esforço militar em Gaza e “contradiz a posição [dos EUA] ao longo da guerra”. “A abstenção prejudica tanto o esforço de guerra quanto o esforço para libertar os reféns, porque oferece ao Hamas a esperança de que a pressão internacional lhes permita aceitar um cessar-fogo sem a libertação de nossos sequestrados”.

A visita da delegação israelense tinha o objetivo de discutir a ofensiva israelense planejada na cidade de Rafah e estava sob ameaça de ser cancelada antes da reunião do conselho, caso os EUA não vetassem a resolução.

Após a aprovação, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, afirmou que a abstenção não representa uma mudança dos EUA. “Não há razão para que isso seja visto como algum tipo de mudança”, disse Kirby.

O porta-voz afirmou ainda que está desapontado. “Estamos muito desapontados por eles não virem a Washington para nos permitir ter uma conversa com eles sobre alternativas viáveis para eles entrarem no terreno em Rafa”, disse. /COM NYT, W.P.

O Conselho de Segurança das ONU aprovou nesta segunda-feira, 25, sua primeira resolução pedindo um cessar-fogo na Faixa de Gaza após quatro tentativas fracassadas. Os Estados Unidos se abstiveram, permitindo a aprovação.

A resolução, apoiada por 14 países, incluindo China e Rússia, exige um cessar-fogo imediato durante o mês sagrado islâmico do Ramadã e a libertação de todos os reféns. A garantia do acesso humanitário para a Faixa de Gaza também está incluída no texto aprovado.

O texto foi sugerido pelo pelo grupo de dez membros não permanentes (Equador, Japão, Malta, Moçambique, Coreia do Sul, Serra Leoa, Eslovênia, Suíça, Argélia e Guiana). O embaixador da Argélia, o único país árabe na ONU, Amar Bendjama, comemorou a aprovação. “Finalmente, o Conselho de Segurança está assumindo a sua responsabilidade”, disse Bendjama.

Quatro resoluções de cessar-fogo anteriores fracassaram, incluindo uma proposta pelos Estados Unidos na sexta-feira. A abstenção dos EUA provavelmente prejudicará ainda mais as relações do país com Israel em meio a divergências crescentes sobre o plano israelense de invadir a cidade de Rafah, onde milhões de palestinos estão abrigados após a destruição de outras cidades, e os bloqueios para entrega de ajuda humanitária. O impasse sobre o cessar-fogo no enclave durou cinco meses, durante os quais os EUA vetaram três resoluções e a Rússia e a China, uma.

Imagem mostra embaixadores aplaudindo a resolução de cessar-fogo na Faixa de Gaza, aprovada nesta segunda-feira no Conselho de Segurança da ONU Foto: Sarah Yenesel / EFE

A resolução, que é juridicamente vinculativa, foi negociada até o último minuto da sessão. O texto original pedia um cessar-fogo permanente, mas os EUA solicitaram que esse trecho fosse substituído por um cessar-fogo duradouro. Segundo diplomatas, esse detalhe deixa espaço para Israel continuar a campanha militar contra o Hamas, sob a justificativa de defesa do seu território após a invasão do grupo terrorista em 7 de outubro.

A resolução também pede que ambos os lados criem condições para que o cessar-fogo possa ser mantido.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que a resolução seja implementada e disse que o seu fracasso seria “imperdoável”. “O Conselho de Segurança acaba de aprovar uma resolução há muito aguardada sobre Gaza, exigindo um cessar-fogo imediato e a libertação imediata e incondicional de todos os reféns. Esta resolução tem de ser implementada. O fracasso seria imperdoável”, escreveu no X.

Embora o conselho não tenha meios de aplicar a resolução, ele pode impor medidas punitivas a Israel caso a resolução não seja cumprida.

A negociação em torno da resolução ainda contou com um pedido dos EUA para condenar o Hamas pelo ataque no dia 7 de outubro, mas Washington desistiu da exigência ao perceber que haveria resistência do conselho. O texto foi aprovado com o repúdio de “todos os atos de terrorismo”, com o destaque específico do sequestro para reféns, e “todos os ataques contra civis”

A abstenção foi uma mudança de política significativa para o governo de Joe Biden, após não conseguir aprovar a própria resolução na sexta por causa dos vetos da Rússia e da China. Os vetos anteriores dos EUA e o aumento da morte de civis na Faixa de Gaza colocaram o governo na mira de críticas tanto internas quanto na comunidade internacional, por ser o principal aliado de Israel. O país foi acusado de não defender a paz e a estabilidade mundial.

Ao explicar a abstenção, a embaixadora dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, disse que “certas edições importantes foram ignoradas” pelos países e que os Estados Unidos “não concordaram com tudo na resolução”. “Esta resolução reconhece, com razão, que, durante o mês do Ramadã, temos de voltar a nos empenhar pela paz. O Hamas pode fazer isso aceitando o acordo [de cessar-fogo]”, declarou.

Os ataques do Hamas em 7 de outubro em Israel mataram cerca de 1,2 mil pessoas e cerca de 250 foram feitas reféns. Em resposta, a ofensiva de Israel em Gaza matou mais de 30 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças. Áreas residenciais e comerciais do enclave foram inteiramente destruídos pelos bombardeios israelenses.

Delegação de Israel cancela visita aos EUA após resolução

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu cancelou a visita da delegação israelense à Casa Branca após os EUA não terem vetado a resolução, segundo a imprensa israelense. Segundo o comunicado do gabinete do premiê, a resolução prejudica o esforço militar em Gaza e “contradiz a posição [dos EUA] ao longo da guerra”. “A abstenção prejudica tanto o esforço de guerra quanto o esforço para libertar os reféns, porque oferece ao Hamas a esperança de que a pressão internacional lhes permita aceitar um cessar-fogo sem a libertação de nossos sequestrados”.

A visita da delegação israelense tinha o objetivo de discutir a ofensiva israelense planejada na cidade de Rafah e estava sob ameaça de ser cancelada antes da reunião do conselho, caso os EUA não vetassem a resolução.

Após a aprovação, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, afirmou que a abstenção não representa uma mudança dos EUA. “Não há razão para que isso seja visto como algum tipo de mudança”, disse Kirby.

O porta-voz afirmou ainda que está desapontado. “Estamos muito desapontados por eles não virem a Washington para nos permitir ter uma conversa com eles sobre alternativas viáveis para eles entrarem no terreno em Rafa”, disse. /COM NYT, W.P.

O Conselho de Segurança das ONU aprovou nesta segunda-feira, 25, sua primeira resolução pedindo um cessar-fogo na Faixa de Gaza após quatro tentativas fracassadas. Os Estados Unidos se abstiveram, permitindo a aprovação.

A resolução, apoiada por 14 países, incluindo China e Rússia, exige um cessar-fogo imediato durante o mês sagrado islâmico do Ramadã e a libertação de todos os reféns. A garantia do acesso humanitário para a Faixa de Gaza também está incluída no texto aprovado.

O texto foi sugerido pelo pelo grupo de dez membros não permanentes (Equador, Japão, Malta, Moçambique, Coreia do Sul, Serra Leoa, Eslovênia, Suíça, Argélia e Guiana). O embaixador da Argélia, o único país árabe na ONU, Amar Bendjama, comemorou a aprovação. “Finalmente, o Conselho de Segurança está assumindo a sua responsabilidade”, disse Bendjama.

Quatro resoluções de cessar-fogo anteriores fracassaram, incluindo uma proposta pelos Estados Unidos na sexta-feira. A abstenção dos EUA provavelmente prejudicará ainda mais as relações do país com Israel em meio a divergências crescentes sobre o plano israelense de invadir a cidade de Rafah, onde milhões de palestinos estão abrigados após a destruição de outras cidades, e os bloqueios para entrega de ajuda humanitária. O impasse sobre o cessar-fogo no enclave durou cinco meses, durante os quais os EUA vetaram três resoluções e a Rússia e a China, uma.

Imagem mostra embaixadores aplaudindo a resolução de cessar-fogo na Faixa de Gaza, aprovada nesta segunda-feira no Conselho de Segurança da ONU Foto: Sarah Yenesel / EFE

A resolução, que é juridicamente vinculativa, foi negociada até o último minuto da sessão. O texto original pedia um cessar-fogo permanente, mas os EUA solicitaram que esse trecho fosse substituído por um cessar-fogo duradouro. Segundo diplomatas, esse detalhe deixa espaço para Israel continuar a campanha militar contra o Hamas, sob a justificativa de defesa do seu território após a invasão do grupo terrorista em 7 de outubro.

A resolução também pede que ambos os lados criem condições para que o cessar-fogo possa ser mantido.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que a resolução seja implementada e disse que o seu fracasso seria “imperdoável”. “O Conselho de Segurança acaba de aprovar uma resolução há muito aguardada sobre Gaza, exigindo um cessar-fogo imediato e a libertação imediata e incondicional de todos os reféns. Esta resolução tem de ser implementada. O fracasso seria imperdoável”, escreveu no X.

Embora o conselho não tenha meios de aplicar a resolução, ele pode impor medidas punitivas a Israel caso a resolução não seja cumprida.

A negociação em torno da resolução ainda contou com um pedido dos EUA para condenar o Hamas pelo ataque no dia 7 de outubro, mas Washington desistiu da exigência ao perceber que haveria resistência do conselho. O texto foi aprovado com o repúdio de “todos os atos de terrorismo”, com o destaque específico do sequestro para reféns, e “todos os ataques contra civis”

A abstenção foi uma mudança de política significativa para o governo de Joe Biden, após não conseguir aprovar a própria resolução na sexta por causa dos vetos da Rússia e da China. Os vetos anteriores dos EUA e o aumento da morte de civis na Faixa de Gaza colocaram o governo na mira de críticas tanto internas quanto na comunidade internacional, por ser o principal aliado de Israel. O país foi acusado de não defender a paz e a estabilidade mundial.

Ao explicar a abstenção, a embaixadora dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, disse que “certas edições importantes foram ignoradas” pelos países e que os Estados Unidos “não concordaram com tudo na resolução”. “Esta resolução reconhece, com razão, que, durante o mês do Ramadã, temos de voltar a nos empenhar pela paz. O Hamas pode fazer isso aceitando o acordo [de cessar-fogo]”, declarou.

Os ataques do Hamas em 7 de outubro em Israel mataram cerca de 1,2 mil pessoas e cerca de 250 foram feitas reféns. Em resposta, a ofensiva de Israel em Gaza matou mais de 30 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças. Áreas residenciais e comerciais do enclave foram inteiramente destruídos pelos bombardeios israelenses.

Delegação de Israel cancela visita aos EUA após resolução

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu cancelou a visita da delegação israelense à Casa Branca após os EUA não terem vetado a resolução, segundo a imprensa israelense. Segundo o comunicado do gabinete do premiê, a resolução prejudica o esforço militar em Gaza e “contradiz a posição [dos EUA] ao longo da guerra”. “A abstenção prejudica tanto o esforço de guerra quanto o esforço para libertar os reféns, porque oferece ao Hamas a esperança de que a pressão internacional lhes permita aceitar um cessar-fogo sem a libertação de nossos sequestrados”.

A visita da delegação israelense tinha o objetivo de discutir a ofensiva israelense planejada na cidade de Rafah e estava sob ameaça de ser cancelada antes da reunião do conselho, caso os EUA não vetassem a resolução.

Após a aprovação, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, afirmou que a abstenção não representa uma mudança dos EUA. “Não há razão para que isso seja visto como algum tipo de mudança”, disse Kirby.

O porta-voz afirmou ainda que está desapontado. “Estamos muito desapontados por eles não virem a Washington para nos permitir ter uma conversa com eles sobre alternativas viáveis para eles entrarem no terreno em Rafa”, disse. /COM NYT, W.P.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.