Com ampla maioria, Partido Conservador vence eleição e abre caminho para Brexit


Partido liderado pelo premiê conquistou 365 cadeiras contra 203 dos trabalhistas de um total de 650, maior vitória desde 1987

Por Redação

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson conquistou a maioria absoluta no Parlamento, com seu Partido Conservador obtendo 365 cadeiras de um total de 650, de acordo com resultados oficiais publicados nesta sexta-feira, 13. Os trabalhistas de Jeremy Corbyn ficaram com 203. Jornais do Reino Unido falam em "vitória histórica".

"Obrigado a todos os que votaram em nosso grande país, participaram como voluntários, se apresentaram como candidatos. Vivemos na maior democracia do mundo", escreveu Johnson em sua conta no Twitter Foto: Toby Melville / Reuters

Pesquisa de boca de urna do instituto Ipsos Mori divulgada em conjunto pelas emissoras BBC, ITV e Sky já havia indicado na quinta-feira uma vitória com ampla maioria do Partido Conservador. Segundo o levantamento, o partido de Johnson elegeria 368 deputados e obteria uma maioria folgada no Parlamento: 86 cadeiras, 51 a mais do que na eleição passada, em 2017. Apenas Margaret Thatcher, em 1983 e 1987, conseguiu uma bancada maior. 

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O resultado, embora um pouco diferente da previsão, confirma as expectativas: os conservadores conseguiram 48 cadeiras a mais que em 2017, enquanto os trabalhistas perderam 59. Com a ampla maioria, o primeiro-ministro não deve ter dificuldades para aprovar seu acordo sobre o Brexit no Parlamento, encerrando um longo período de instabilidade na política britânica.

Os separatistas do Partido Nacionalista Escocês​ (SNP) ficaram em terceiro lugar, com 48 assentos (13 a mais) e os centristas do Partido Liberal Democrata, muito atrás, com 11 deputados (1 a menos).

A líder do Liberal Democrata, a escocesa pró-União Europeia (UE) Jo Swinson, perdeu sua cadeira para a candidata do SNP, Nicola Sturgeon. Jo baseou sua campanha na revogação do Brexit.

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O novo governo também terá uma boa margem de manobra no Parlamento para aprovar leis mais restritivas à imigração, um novo orçamento e acordos de livre-comércio com outros países, algumas das principais promessas de campanha de Johnson.

Reações

As principais bolsas europeias, exceto a de Londres, reagiram à vitória dos conservadores nas eleições com importantes altas nesta sexta. O CAC-40 abriu o pregão com alta de 1,4%, um recorde do ano. A bolsa de Frankfurt começou o dia com alta de 1,22%, assim como as de Madri (1,56%) e Milão (1,38%). Londres abriu o dia em queda, mas depois registrou alta de 0,61%.

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"Obrigado a todos os que votaram em nosso grande país, participaram como voluntários, se apresentaram como candidatos. Vivemos na maior democracia do mundo", escreveu Johnson em sua conta no Twitter. O ex-prefeito de Londres comemorou "um novo mandato forte para realizar o Brexit (...), unir o país e levá-lo adiante".

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"Vou acabar com todas estas bobagens e vamos fazer (o Brexit) a tempo, em 31 de janeiro, sem 'sim', sem 'mas', sem 'talvez'", afirmou o premiê antes de um encontro com a rainha Elizabeth II no Palácio de Buckingham para receber a missão de formar o governo.

Corbyn se declarou "muito decepcionado" com o resultado e anunciou que não liderará os trabalhistas nas próximas eleições.

Após o anúncio de sua reeleição como deputado pela circunscrição de Islington Norte, em Londres, Corbyn disse que seu partido empreenderá "uma reflexão sobre o resultado destas eleições".

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O presidente americano, Donald Trump, felicitou Johnson por sua "grande vitória". "Reino Unido e Estados Unidos serão livres agora para estabelecer um grande acordo comercial após o Brexit", escreveu ele em sua conta no Twitter.

A chanceler alemã, Angela Merkel, prometeu trabalhar de perto com Johnson. "Fico feliz com a continuação da nossa cooperação para a amizade e uma estreita colaboração entre nossos dois países", afirmou ela na mesma rede social.

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O presidente da França, Emmanuel Macron, alertou que o Reino Unido não deve se transformar em um "competidor desleal" da UE após o Brexit. "Minha vontade é que o Reino Unido siga sendo um país aliado, amigo e um sócio muito próximo. A condição para isso é definir as regras para uma relação leal", afirmou ele, ao fim de uma reunião em Bruxelas.

O líder do governo espanhol, Pedro Sánchez, felicitou o premiê britânico e pediu que ele trabalhe "para um Brexit ordenado que garanta os direitos e liberdades da cidadania". "Apostamos em uma relação futura mais estreita possível entre UE e Reino Unido", escreveu ele no Twitter.

Já a Rússia duvida que uma vitória do conservador leve a uma melhora nas relação com o Reino Unido. "Esperamos sempre que quem vença as eleições, independente do país, aposte no diálogo e no restabelecimento de boas relações com nosso país. Mas não sei se essas expectativas se encaixam ao caso dos conservadores" britânicos, ressaltou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, a jornalistas.

Mas o presidente russo, Vladimir Putin, destacou que quer um "diálogo construtivo" com Boris Johnson.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse que a União Europeia está "preparada" para negociar sua futura relação com Londres. "A UE está preparada para a próxima fase. Vamos negociar um acordo comercial que permitirá regras de jogo justas", afirmou Michel.

Negociação de tratados

Com o novo governo de maioria conservadora, as políticas interna e externa do Reino Unido devem passar por uma série de mudanças.  

O Brexit, por exemplo, deve ser aprovado em breve. Boris Johnson prometeu levar de volta ao Parlamento britânico o projeto de lei para ratificar o acordo de saída da União Europeia fechado com Bruxelas e garantir sua aprovação antes do dia 31 de janeiro. Todos os candidatos do Partido Conservador apoiaram o acordo - então, é esperado que a lei passe com facilidade. A oposição não conseguirá nem propor emendas.

Além disso, a negociação de novos tratados com os 27 países da UE, que poderia demorar até o final de dezembro de 2022, segundo as regras atuais, pode ser encurtada. Os conservadores prometeram, durante a campanha, não estender o período de transição para depois de 2020. Especialistas em comércio, no entanto, dizem que o prazo é pouco realista e poderia levar o Reino Unido a enfrentar uma saída desordenada do bloco europeu.

Orçamento e imigração

O Partido Conservador também prometeu um orçamento pós-Brexit em fevereiro, ampliando os gastos do governo com os serviços de saúde, educação e segurança. O ministro das Finanças, Sajid Javid, também prometeu mudar dispositivos fiscais vigentes para permitir que ele possa gastar £ 20 bilhões ao ano, nos próximos cinco anos, em obras de infraestrutura.

O líder trabalhista, Jeremy Corbyn,aguardadeclaração sobre resultado das eleições Foto: Alberto Pezzali / AFP

A política de imigração deve ser endurecida. Os conservadores planejam adotar um sistema com contagem de pontos, ao estilo australiano, com o objetivo de reduzir a entrada de estrangeiros, principalmente aqueles que têm pouca qualificação. A regra, que afetará também cidadãos da União Europeia, é permitir o acesso ao Reino Unido somente a quem já tem uma oferta de emprego.

Por último, o comércio exterior também deve passar por mudanças. Boris Johnson pretende, dentro de três anos, fazer com que 80% do comércio exterior britânico esteja coberto por acordos de livre-comércio. O conservador planeja priorizar tratados com Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia e Japão. / Célia Froufe, com agências

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson conquistou a maioria absoluta no Parlamento, com seu Partido Conservador obtendo 365 cadeiras de um total de 650, de acordo com resultados oficiais publicados nesta sexta-feira, 13. Os trabalhistas de Jeremy Corbyn ficaram com 203. Jornais do Reino Unido falam em "vitória histórica".

"Obrigado a todos os que votaram em nosso grande país, participaram como voluntários, se apresentaram como candidatos. Vivemos na maior democracia do mundo", escreveu Johnson em sua conta no Twitter Foto: Toby Melville / Reuters

Pesquisa de boca de urna do instituto Ipsos Mori divulgada em conjunto pelas emissoras BBC, ITV e Sky já havia indicado na quinta-feira uma vitória com ampla maioria do Partido Conservador. Segundo o levantamento, o partido de Johnson elegeria 368 deputados e obteria uma maioria folgada no Parlamento: 86 cadeiras, 51 a mais do que na eleição passada, em 2017. Apenas Margaret Thatcher, em 1983 e 1987, conseguiu uma bancada maior. 

O resultado, embora um pouco diferente da previsão, confirma as expectativas: os conservadores conseguiram 48 cadeiras a mais que em 2017, enquanto os trabalhistas perderam 59. Com a ampla maioria, o primeiro-ministro não deve ter dificuldades para aprovar seu acordo sobre o Brexit no Parlamento, encerrando um longo período de instabilidade na política britânica.

Os separatistas do Partido Nacionalista Escocês​ (SNP) ficaram em terceiro lugar, com 48 assentos (13 a mais) e os centristas do Partido Liberal Democrata, muito atrás, com 11 deputados (1 a menos).

A líder do Liberal Democrata, a escocesa pró-União Europeia (UE) Jo Swinson, perdeu sua cadeira para a candidata do SNP, Nicola Sturgeon. Jo baseou sua campanha na revogação do Brexit.

O novo governo também terá uma boa margem de manobra no Parlamento para aprovar leis mais restritivas à imigração, um novo orçamento e acordos de livre-comércio com outros países, algumas das principais promessas de campanha de Johnson.

Reações

As principais bolsas europeias, exceto a de Londres, reagiram à vitória dos conservadores nas eleições com importantes altas nesta sexta. O CAC-40 abriu o pregão com alta de 1,4%, um recorde do ano. A bolsa de Frankfurt começou o dia com alta de 1,22%, assim como as de Madri (1,56%) e Milão (1,38%). Londres abriu o dia em queda, mas depois registrou alta de 0,61%.

"Obrigado a todos os que votaram em nosso grande país, participaram como voluntários, se apresentaram como candidatos. Vivemos na maior democracia do mundo", escreveu Johnson em sua conta no Twitter. O ex-prefeito de Londres comemorou "um novo mandato forte para realizar o Brexit (...), unir o país e levá-lo adiante".

"Vou acabar com todas estas bobagens e vamos fazer (o Brexit) a tempo, em 31 de janeiro, sem 'sim', sem 'mas', sem 'talvez'", afirmou o premiê antes de um encontro com a rainha Elizabeth II no Palácio de Buckingham para receber a missão de formar o governo.

Corbyn se declarou "muito decepcionado" com o resultado e anunciou que não liderará os trabalhistas nas próximas eleições.

Após o anúncio de sua reeleição como deputado pela circunscrição de Islington Norte, em Londres, Corbyn disse que seu partido empreenderá "uma reflexão sobre o resultado destas eleições".

O presidente americano, Donald Trump, felicitou Johnson por sua "grande vitória". "Reino Unido e Estados Unidos serão livres agora para estabelecer um grande acordo comercial após o Brexit", escreveu ele em sua conta no Twitter.

A chanceler alemã, Angela Merkel, prometeu trabalhar de perto com Johnson. "Fico feliz com a continuação da nossa cooperação para a amizade e uma estreita colaboração entre nossos dois países", afirmou ela na mesma rede social.

O presidente da França, Emmanuel Macron, alertou que o Reino Unido não deve se transformar em um "competidor desleal" da UE após o Brexit. "Minha vontade é que o Reino Unido siga sendo um país aliado, amigo e um sócio muito próximo. A condição para isso é definir as regras para uma relação leal", afirmou ele, ao fim de uma reunião em Bruxelas.

O líder do governo espanhol, Pedro Sánchez, felicitou o premiê britânico e pediu que ele trabalhe "para um Brexit ordenado que garanta os direitos e liberdades da cidadania". "Apostamos em uma relação futura mais estreita possível entre UE e Reino Unido", escreveu ele no Twitter.

Já a Rússia duvida que uma vitória do conservador leve a uma melhora nas relação com o Reino Unido. "Esperamos sempre que quem vença as eleições, independente do país, aposte no diálogo e no restabelecimento de boas relações com nosso país. Mas não sei se essas expectativas se encaixam ao caso dos conservadores" britânicos, ressaltou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, a jornalistas.

Mas o presidente russo, Vladimir Putin, destacou que quer um "diálogo construtivo" com Boris Johnson.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse que a União Europeia está "preparada" para negociar sua futura relação com Londres. "A UE está preparada para a próxima fase. Vamos negociar um acordo comercial que permitirá regras de jogo justas", afirmou Michel.

Negociação de tratados

Com o novo governo de maioria conservadora, as políticas interna e externa do Reino Unido devem passar por uma série de mudanças.  

O Brexit, por exemplo, deve ser aprovado em breve. Boris Johnson prometeu levar de volta ao Parlamento britânico o projeto de lei para ratificar o acordo de saída da União Europeia fechado com Bruxelas e garantir sua aprovação antes do dia 31 de janeiro. Todos os candidatos do Partido Conservador apoiaram o acordo - então, é esperado que a lei passe com facilidade. A oposição não conseguirá nem propor emendas.

Além disso, a negociação de novos tratados com os 27 países da UE, que poderia demorar até o final de dezembro de 2022, segundo as regras atuais, pode ser encurtada. Os conservadores prometeram, durante a campanha, não estender o período de transição para depois de 2020. Especialistas em comércio, no entanto, dizem que o prazo é pouco realista e poderia levar o Reino Unido a enfrentar uma saída desordenada do bloco europeu.

Orçamento e imigração

O Partido Conservador também prometeu um orçamento pós-Brexit em fevereiro, ampliando os gastos do governo com os serviços de saúde, educação e segurança. O ministro das Finanças, Sajid Javid, também prometeu mudar dispositivos fiscais vigentes para permitir que ele possa gastar £ 20 bilhões ao ano, nos próximos cinco anos, em obras de infraestrutura.

O líder trabalhista, Jeremy Corbyn,aguardadeclaração sobre resultado das eleições Foto: Alberto Pezzali / AFP

A política de imigração deve ser endurecida. Os conservadores planejam adotar um sistema com contagem de pontos, ao estilo australiano, com o objetivo de reduzir a entrada de estrangeiros, principalmente aqueles que têm pouca qualificação. A regra, que afetará também cidadãos da União Europeia, é permitir o acesso ao Reino Unido somente a quem já tem uma oferta de emprego.

Por último, o comércio exterior também deve passar por mudanças. Boris Johnson pretende, dentro de três anos, fazer com que 80% do comércio exterior britânico esteja coberto por acordos de livre-comércio. O conservador planeja priorizar tratados com Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia e Japão. / Célia Froufe, com agências

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson conquistou a maioria absoluta no Parlamento, com seu Partido Conservador obtendo 365 cadeiras de um total de 650, de acordo com resultados oficiais publicados nesta sexta-feira, 13. Os trabalhistas de Jeremy Corbyn ficaram com 203. Jornais do Reino Unido falam em "vitória histórica".

"Obrigado a todos os que votaram em nosso grande país, participaram como voluntários, se apresentaram como candidatos. Vivemos na maior democracia do mundo", escreveu Johnson em sua conta no Twitter Foto: Toby Melville / Reuters

Pesquisa de boca de urna do instituto Ipsos Mori divulgada em conjunto pelas emissoras BBC, ITV e Sky já havia indicado na quinta-feira uma vitória com ampla maioria do Partido Conservador. Segundo o levantamento, o partido de Johnson elegeria 368 deputados e obteria uma maioria folgada no Parlamento: 86 cadeiras, 51 a mais do que na eleição passada, em 2017. Apenas Margaret Thatcher, em 1983 e 1987, conseguiu uma bancada maior. 

O resultado, embora um pouco diferente da previsão, confirma as expectativas: os conservadores conseguiram 48 cadeiras a mais que em 2017, enquanto os trabalhistas perderam 59. Com a ampla maioria, o primeiro-ministro não deve ter dificuldades para aprovar seu acordo sobre o Brexit no Parlamento, encerrando um longo período de instabilidade na política britânica.

Os separatistas do Partido Nacionalista Escocês​ (SNP) ficaram em terceiro lugar, com 48 assentos (13 a mais) e os centristas do Partido Liberal Democrata, muito atrás, com 11 deputados (1 a menos).

A líder do Liberal Democrata, a escocesa pró-União Europeia (UE) Jo Swinson, perdeu sua cadeira para a candidata do SNP, Nicola Sturgeon. Jo baseou sua campanha na revogação do Brexit.

O novo governo também terá uma boa margem de manobra no Parlamento para aprovar leis mais restritivas à imigração, um novo orçamento e acordos de livre-comércio com outros países, algumas das principais promessas de campanha de Johnson.

Reações

As principais bolsas europeias, exceto a de Londres, reagiram à vitória dos conservadores nas eleições com importantes altas nesta sexta. O CAC-40 abriu o pregão com alta de 1,4%, um recorde do ano. A bolsa de Frankfurt começou o dia com alta de 1,22%, assim como as de Madri (1,56%) e Milão (1,38%). Londres abriu o dia em queda, mas depois registrou alta de 0,61%.

"Obrigado a todos os que votaram em nosso grande país, participaram como voluntários, se apresentaram como candidatos. Vivemos na maior democracia do mundo", escreveu Johnson em sua conta no Twitter. O ex-prefeito de Londres comemorou "um novo mandato forte para realizar o Brexit (...), unir o país e levá-lo adiante".

"Vou acabar com todas estas bobagens e vamos fazer (o Brexit) a tempo, em 31 de janeiro, sem 'sim', sem 'mas', sem 'talvez'", afirmou o premiê antes de um encontro com a rainha Elizabeth II no Palácio de Buckingham para receber a missão de formar o governo.

Corbyn se declarou "muito decepcionado" com o resultado e anunciou que não liderará os trabalhistas nas próximas eleições.

Após o anúncio de sua reeleição como deputado pela circunscrição de Islington Norte, em Londres, Corbyn disse que seu partido empreenderá "uma reflexão sobre o resultado destas eleições".

O presidente americano, Donald Trump, felicitou Johnson por sua "grande vitória". "Reino Unido e Estados Unidos serão livres agora para estabelecer um grande acordo comercial após o Brexit", escreveu ele em sua conta no Twitter.

A chanceler alemã, Angela Merkel, prometeu trabalhar de perto com Johnson. "Fico feliz com a continuação da nossa cooperação para a amizade e uma estreita colaboração entre nossos dois países", afirmou ela na mesma rede social.

O presidente da França, Emmanuel Macron, alertou que o Reino Unido não deve se transformar em um "competidor desleal" da UE após o Brexit. "Minha vontade é que o Reino Unido siga sendo um país aliado, amigo e um sócio muito próximo. A condição para isso é definir as regras para uma relação leal", afirmou ele, ao fim de uma reunião em Bruxelas.

O líder do governo espanhol, Pedro Sánchez, felicitou o premiê britânico e pediu que ele trabalhe "para um Brexit ordenado que garanta os direitos e liberdades da cidadania". "Apostamos em uma relação futura mais estreita possível entre UE e Reino Unido", escreveu ele no Twitter.

Já a Rússia duvida que uma vitória do conservador leve a uma melhora nas relação com o Reino Unido. "Esperamos sempre que quem vença as eleições, independente do país, aposte no diálogo e no restabelecimento de boas relações com nosso país. Mas não sei se essas expectativas se encaixam ao caso dos conservadores" britânicos, ressaltou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, a jornalistas.

Mas o presidente russo, Vladimir Putin, destacou que quer um "diálogo construtivo" com Boris Johnson.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse que a União Europeia está "preparada" para negociar sua futura relação com Londres. "A UE está preparada para a próxima fase. Vamos negociar um acordo comercial que permitirá regras de jogo justas", afirmou Michel.

Negociação de tratados

Com o novo governo de maioria conservadora, as políticas interna e externa do Reino Unido devem passar por uma série de mudanças.  

O Brexit, por exemplo, deve ser aprovado em breve. Boris Johnson prometeu levar de volta ao Parlamento britânico o projeto de lei para ratificar o acordo de saída da União Europeia fechado com Bruxelas e garantir sua aprovação antes do dia 31 de janeiro. Todos os candidatos do Partido Conservador apoiaram o acordo - então, é esperado que a lei passe com facilidade. A oposição não conseguirá nem propor emendas.

Além disso, a negociação de novos tratados com os 27 países da UE, que poderia demorar até o final de dezembro de 2022, segundo as regras atuais, pode ser encurtada. Os conservadores prometeram, durante a campanha, não estender o período de transição para depois de 2020. Especialistas em comércio, no entanto, dizem que o prazo é pouco realista e poderia levar o Reino Unido a enfrentar uma saída desordenada do bloco europeu.

Orçamento e imigração

O Partido Conservador também prometeu um orçamento pós-Brexit em fevereiro, ampliando os gastos do governo com os serviços de saúde, educação e segurança. O ministro das Finanças, Sajid Javid, também prometeu mudar dispositivos fiscais vigentes para permitir que ele possa gastar £ 20 bilhões ao ano, nos próximos cinco anos, em obras de infraestrutura.

O líder trabalhista, Jeremy Corbyn,aguardadeclaração sobre resultado das eleições Foto: Alberto Pezzali / AFP

A política de imigração deve ser endurecida. Os conservadores planejam adotar um sistema com contagem de pontos, ao estilo australiano, com o objetivo de reduzir a entrada de estrangeiros, principalmente aqueles que têm pouca qualificação. A regra, que afetará também cidadãos da União Europeia, é permitir o acesso ao Reino Unido somente a quem já tem uma oferta de emprego.

Por último, o comércio exterior também deve passar por mudanças. Boris Johnson pretende, dentro de três anos, fazer com que 80% do comércio exterior britânico esteja coberto por acordos de livre-comércio. O conservador planeja priorizar tratados com Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia e Japão. / Célia Froufe, com agências

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