DENVER - Uma adolescente do Estado americano da Flórida apontada por autoridades como "perigosa, armada e enfeitiçada" pelo massacre de Columbine foi encontrada morta nesta quarta-feira, 17, no Colorado depois de ter viajado para o Estado dias antes do 20º aniversário do icônico ataque, no sábado. Segundo autoridades, ela cometeu suicídio.
As autoridades locais faziam uma busca por acreditar que ela representava uma ameaça por causa de sua obsessão pelo massacre. As escolas na cidade americana de Denver suspenderam as aulas enquanto a polícia a procurava.
A jovem, identificada como Sol Pais, de 18 anos, foi encontrada morta na base do Monte Evans, perto de Denver. "Não há mais ameaças à comunidade", informou, pelo Twitter, o escritório do FBI em Denver.
Obcecada com o ataque na escola de Ensino Médio de Columbine, há 20 anos, Sol viajou da Flórida para o Colorado, onde comprou uma arma e munição. Ela havia sido vista pela última vez nas colinas ao redor de Denver.
"Ela está armada e é considerada extremamente perigosa", alertou mais cedo a polícia do condado de Jefferson.
Aniversário
Sol ainda não era nascida quando dois estudantes de Columbine iniciaram seu ataque, matando 12 colegas e uma professora, suicidando-se em seguida.
O medo aumentou com a proximidade do 20º aniversário daquele que já foi o mais letal ataque a tiros em escolas na história americana, deflagrando uma era de ataques em massa em escolas nos EUA, assim como em lugares públicos.
"As escolas nos bairros na área metropolitana ficarão fechadas nesta quarta-feira, 17 de abril, devido a preocupações de segurança", anunciou hoje mais cedo no Twitter o Departamento de Educação do Colorado, elevando e ampliando uma advertência dada na véspera, após alerta emitido pelo FBI.
As autoridades publicaram fotos de Pais, uma jovem de cabelo castanho abaixo do ombro, de 1,65 metro de altura. Da última vez que foi vista, ela usava uma camiseta preta, calça no estilo militar e botas pretas.
O agente especial responsável pelo escritório do FBI em Denver, Dean Phillips, disse que Pais já havia manifestado, no passado, uma "obsessão" com o massacre de Columbine e seus autores.
A preocupação dos investigadores aumentou, quando souberam de sua chegada na segunda-feira ao aeroporto internacional de Denver, procedente de Miami, e que ela comprou arma e munição.
"Estamos tentando encontrá-la desde então", disse Phillips em uma entrevista coletiva na terça à noite, em Denver.
'Problema mental'
Na entrevista, Phillips afirmou que Sol Pais era considerada uma "ameaça real", mas que não havia uma ameaça específica - nem para Columbine, nem para qualquer outra escola.
"Ela tinha uma obsessão com Columbine, com os autores de Columbine. Ela fez comentários sobre isso, mas não identificou uma ameaça específica a uma escola específica", completou Phillips ontem.
O jornal The Miami Herald informou que a jovem morava em Surfside, na Flórida, e que seus pais anunciaram seu desaparecimento na segunda à noite. Em entrevista ao jornal, o pai de Solis disse que "talvez" ela tivesse um "problema mental".
Desde Columbine, outros ataques em massa em escolas americanas abalaram o país: na escola Virginia Tech, em Blacksburg, na Virgínia, em abril de 2007; na Escola de Ensino Fundamental Sandy Hook, em Newton, Connecticut, em dezembro de 2012; e na Escola de Ensino Médio Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, na Flórida, em fevereiro de 2018. / AFP e REUTERS