A Coreia do Norte fez, nesta quarta-feira, 12, o primeiro teste com um míssil balístico de longo alcance em três meses. O lançamento do míssil intercontinental ocorreu apenas alguns dias depois que o país protestou contra a suposta violação de seu espaço aéreo por um avião dos Estados Unidos.
O míssil foi lançado de Pyongyang, a capital norte-coreana, e caiu em águas entre a Península Coreana e o Japão. Seul “detectou o lançamento do que se acredita ser um míssil balístico de longo alcance, dirigido ao Mar do Leste (nome utilizado para designar o Mar do Japão nas duas Coreias), a partir da região de Pyongyang às 10h desta quarta (22h de terça, pelo horário de Brasília)”, segundo informou o Estado Maior sul-coreano, em comunicado.
Hirokazu Matsuno, porta-voz do governo japonês, disse que o míssil voou por 74 minutos, estabelecendo novo recorde para qualquer projétil já lançado pela Coreia do Norte. O projétil “foi lançado em um ângulo muito aberto e aterrissou no Mar do Leste, após voar cerca de 1 mil quilômetros”, segundo informações do comando militar de Seul.
A última vez em que a Coreia do Norte lançou um míssil deste porte foi em 13 de abril deste ano, quando disparou um Hwasong-18, seu primeiro míssil balístico de longo alcance, que utiliza combustível sólido, mais eficiente que o líquido. Este lançamento coincide com a participação do presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol, na cúpula da Otan que com sede em Vilna, na Lituânia.
Estados Unidos condenaram lançamento
Militares da Coreia do Sul classificam o teste de “grave provocação” e pediram a Coreia do Norte que interrompa os lançamentos de mísseis. No começo da semana, a Coreia do Norte divulgou uma série de comunicados acusando os EUA de ter usado um avião espião militar para sobrevoar sua exclusiva zona econômica ao leste várias vezes em um único dia.
Como resposta, os Estados Unidos repreenderam o lançamento da Coreia do Norte e pediram a Pyongyang que cesse suas ações desestabilizadoras, além de alertar que tomará “todas as medidas necessárias” para garantir sua segurança e a de seus aliados, Japão e Coreia do Sul.
O alerta consta de um comunicado emitido pelo porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Adam Hodge, no qual salientou que este lançamento constitui uma violação “flagrante” das resoluções da ONU e que aumenta as tensões na região.
Segundo Hodge, Joe Biden está analisando a situação em coordenação com seus aliados e parceiros. Esta ação demonstra que a Coreia do Norte “continua priorizando seus programas de armas de destruição em massa e mísseis balísticos acima do melhor de seu poder”, enfatiza o comunicado, no qual os EUA instam outros países a condenar estes atos e também pedem que Pyongyang aceite participar de “negociações sérias”, acrescentou Hodge./EFE