SEUL - Os presidentes da Coreia do Sul, Moon Jae-in, e dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiram nesta quinta-feira, 4, adiar as manobras militares anuais que ambos países realizam para depois dos Jogos Olímpicos de Inverno, em PyeongChang, em um momento marcado pela aproximação de sul-coreanos e norte-coreanos.
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"Os dois líderes decidiram que os exercícios militares dos Estados Unidos e Coreia do Sul não vão ser realizados no período olímpico, e concordaram que as Forças Armadas de ambos os países devem se concentrar em garantir a segurança dos Jogos", segundo comunicado da presidência sul-coreana.
A decisão foi tomada depois que o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, expressou seu desejo de participar dos Jogos Olímpicos de Inverno que serão realizados na cidade sul-coreana de PyeongChang entre os dias 9 e 25 de fevereiro, data em torno da qual Seul e Washington costumam iniciar seus exercícios militares.
"Acredito que ajudaria muito para assegurar o sucesso dos Jogos de Inverno de PyeongChang que o senhor mostrasse a intenção de atrasar os exercícios durante o evento", disse Moon a Trump, segundo a transcrição da conversa.
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Trump concordou em adiar as manobras e disse a Moon que pode comunicar a Pyongyang que não haverá guerra durante a reunião esportiva.
Seul já havia pedido no final do ano a Washington que considerasse o adiamento dos exercícios para evitar que o regime norte-coreano, que considera estas manobras como um ensaio para invadir seu território, responda realizando um novo teste nuclear.
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Além disso, nesta semana a Coreia do Sul respondeu aos gestos da Coreia do Nrote, país com o qual tecnicamente está em guerra há mais de 65 anos, propondo conversas de alto nível no dia 9 de janeiro para tratar a possível participação do Norte no evento esportivo. O regime norte-coreano ainda não confirmou se participará da reunião.
A aproximação entre os dois países pode contribuir para aliviar a tensão após os lançamentos de mísseis e os testes nucleares de Pyongyang e as beligerantes respostas de Donald Trump que marcaram 2017. / EFE e AFP