Coreia do Sul facilita perguntas do vestibular para diminuir dependência de universidades privadas


O exame é conhecido por problemas extremamente difíceis, alguns dos quais parecem ter pouco a ver com o tópico do teste

Por Jin Yu Young

Apesar do tópico do exame ser língua coreana, os estudantes tiveram que responder questões sobre capital privado e ativos bancários com avaliação de risco. Problemas na seção de “sociedade” do teste desafiaram os alunos a decifrar análises hipotéticas em três dimensões da teoria de desenvolvimento cognitivo de Piaget.

Por anos, os estudantes sul-coreanos do último ano do ensino médio que prestam o vestibular anual conhecido como Teste de Capacidade Colegial-Escolástica, ou CSAT, tiveram de solucionar as ditas “questões matadoras”: problemas extremamente difíceis aparentemente incongruentes com a seção do teste nas quais eles são apresentados e às vezes fora do escopo do currículo do sistema público de educação.

A prova, famosa não apenas por seu rigor, também tem mantido o setor da educação privada em crescimento. Os cursinhos pré-vestibular ficam cheios de estudantes até a madrugada, e a importância de desempenhar bem no CSAT tem alimentado uma competitividade intensa entre os alunos que tentam entrar nas melhores universidades do país. Centenas de milhares de estudantes passam nove horas sentados até terminar o teste, que é organizado tipicamente em novembro.

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Jovens sul-coreanos assistem a uma aula em uma escola preparatória em um Goshichon, que significa "vila de exames" em coreano, em Seul. Foto: Lee Jae Won / REUTERS

Mas nesta semana, após autoridades do governo se queixarem a respeito das “questões matadoras”, o diretor da entidade que administra o exame se demitiu. “Resolvi assumir a responsabilidade e pedir demissão”, declarou o ex-presidente do Instituto Coreano de Currículo e Avaliação Lee Gue-min, em um comunicado emitido na segunda-feira. “Nós nos desculpamos por causar transtorno a alunos e pais que tenham enfrentado dificuldades na preparação para o exame.”

Lee, cujo mandato se encerraria em fevereiro de 2025, demitiu-se dias depois de autoridades do governo expressarem preocupações a respeito do teste incluir assuntos não abrangidos pelo currículo das escolas públicas. Na semana passada, o presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, pediu que temas não cobertos pela educação pública sejam removidos dos exames.

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Na quarta-feira, o Ministério da Educação anunciou que abandonaria as “questões matadoras” como maneira de diminuir a dependência das famílias em relação à educação privada e o fardo financeiro acarretado. As mudanças deverão ser aplicadas ao CSAT deste ano.

O setor de educação privada floresceu ao longo das décadas recentes graças aos cursinhos pré-vestibular. No ano passado, as famílias gastaram impressionantes 26 trilhões de won — cerca de US$ 20 bilhões — em educação privada, um aumento de 10% em relação ao ano anterior, de acordo com estatísticas do governo.

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O exame também tem sido abertamente criticado por acadêmicos, que ecoam preocupações do governo. “Fiquei perplexo e furioso”, postou no Facebook o professor de economia Kim Kwang-doo, da Universidade Sogang, de Seul, em reação a um problema do CSAT. “Haverá algum estudante de ensino médio capaz de resolver problemas deste grau de dificuldade sem a ajuda de graduados professores de escolas privadas?”

O esforço do governo em aliviar o fardo dos custos da educação privada pode ser bem-vindo para alguns, mas os envolvidos no negócio da educação privada afirmam que a iniciativa poderá fazer pouca diferença.

Estudantes frequentam cursinhos privados para se preparar para solucionar questões de todos os níveis de complexidade, não apenas as “matadoras”, afirmou Kang Ho-nam, vice-presidente-executivo de um serviço de ensino de matemática que usa inteligência artificial com sede em Seul.

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“A alteração do exame tão próximo à sua data deixará os estudantes ainda mais ansiosos, fazendo com que eles continuem a se matricular nos cursinhos privados”, afirmou ele, acrescentando que o CSAT era um exame abrangente.

Ao eliminar as questões mais difíceis, que a maioria dos estudantes pode errar, os alunos serão sujeitos a penalidades maiores por errar questões mais fáceis, sugeriu o ex-professor particular Koo Yong-hyun, que ajudou mais de 50 estudantes a se preparar para o CSAT na década recente. “Questões matadoras garantem que os esforços dos melhores alunos não sejam desperdiçados”, afirmou ele. / TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO

Apesar do tópico do exame ser língua coreana, os estudantes tiveram que responder questões sobre capital privado e ativos bancários com avaliação de risco. Problemas na seção de “sociedade” do teste desafiaram os alunos a decifrar análises hipotéticas em três dimensões da teoria de desenvolvimento cognitivo de Piaget.

Por anos, os estudantes sul-coreanos do último ano do ensino médio que prestam o vestibular anual conhecido como Teste de Capacidade Colegial-Escolástica, ou CSAT, tiveram de solucionar as ditas “questões matadoras”: problemas extremamente difíceis aparentemente incongruentes com a seção do teste nas quais eles são apresentados e às vezes fora do escopo do currículo do sistema público de educação.

A prova, famosa não apenas por seu rigor, também tem mantido o setor da educação privada em crescimento. Os cursinhos pré-vestibular ficam cheios de estudantes até a madrugada, e a importância de desempenhar bem no CSAT tem alimentado uma competitividade intensa entre os alunos que tentam entrar nas melhores universidades do país. Centenas de milhares de estudantes passam nove horas sentados até terminar o teste, que é organizado tipicamente em novembro.

Jovens sul-coreanos assistem a uma aula em uma escola preparatória em um Goshichon, que significa "vila de exames" em coreano, em Seul. Foto: Lee Jae Won / REUTERS

Mas nesta semana, após autoridades do governo se queixarem a respeito das “questões matadoras”, o diretor da entidade que administra o exame se demitiu. “Resolvi assumir a responsabilidade e pedir demissão”, declarou o ex-presidente do Instituto Coreano de Currículo e Avaliação Lee Gue-min, em um comunicado emitido na segunda-feira. “Nós nos desculpamos por causar transtorno a alunos e pais que tenham enfrentado dificuldades na preparação para o exame.”

Lee, cujo mandato se encerraria em fevereiro de 2025, demitiu-se dias depois de autoridades do governo expressarem preocupações a respeito do teste incluir assuntos não abrangidos pelo currículo das escolas públicas. Na semana passada, o presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, pediu que temas não cobertos pela educação pública sejam removidos dos exames.

Na quarta-feira, o Ministério da Educação anunciou que abandonaria as “questões matadoras” como maneira de diminuir a dependência das famílias em relação à educação privada e o fardo financeiro acarretado. As mudanças deverão ser aplicadas ao CSAT deste ano.

O setor de educação privada floresceu ao longo das décadas recentes graças aos cursinhos pré-vestibular. No ano passado, as famílias gastaram impressionantes 26 trilhões de won — cerca de US$ 20 bilhões — em educação privada, um aumento de 10% em relação ao ano anterior, de acordo com estatísticas do governo.

O exame também tem sido abertamente criticado por acadêmicos, que ecoam preocupações do governo. “Fiquei perplexo e furioso”, postou no Facebook o professor de economia Kim Kwang-doo, da Universidade Sogang, de Seul, em reação a um problema do CSAT. “Haverá algum estudante de ensino médio capaz de resolver problemas deste grau de dificuldade sem a ajuda de graduados professores de escolas privadas?”

O esforço do governo em aliviar o fardo dos custos da educação privada pode ser bem-vindo para alguns, mas os envolvidos no negócio da educação privada afirmam que a iniciativa poderá fazer pouca diferença.

Estudantes frequentam cursinhos privados para se preparar para solucionar questões de todos os níveis de complexidade, não apenas as “matadoras”, afirmou Kang Ho-nam, vice-presidente-executivo de um serviço de ensino de matemática que usa inteligência artificial com sede em Seul.

“A alteração do exame tão próximo à sua data deixará os estudantes ainda mais ansiosos, fazendo com que eles continuem a se matricular nos cursinhos privados”, afirmou ele, acrescentando que o CSAT era um exame abrangente.

Ao eliminar as questões mais difíceis, que a maioria dos estudantes pode errar, os alunos serão sujeitos a penalidades maiores por errar questões mais fáceis, sugeriu o ex-professor particular Koo Yong-hyun, que ajudou mais de 50 estudantes a se preparar para o CSAT na década recente. “Questões matadoras garantem que os esforços dos melhores alunos não sejam desperdiçados”, afirmou ele. / TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO

Apesar do tópico do exame ser língua coreana, os estudantes tiveram que responder questões sobre capital privado e ativos bancários com avaliação de risco. Problemas na seção de “sociedade” do teste desafiaram os alunos a decifrar análises hipotéticas em três dimensões da teoria de desenvolvimento cognitivo de Piaget.

Por anos, os estudantes sul-coreanos do último ano do ensino médio que prestam o vestibular anual conhecido como Teste de Capacidade Colegial-Escolástica, ou CSAT, tiveram de solucionar as ditas “questões matadoras”: problemas extremamente difíceis aparentemente incongruentes com a seção do teste nas quais eles são apresentados e às vezes fora do escopo do currículo do sistema público de educação.

A prova, famosa não apenas por seu rigor, também tem mantido o setor da educação privada em crescimento. Os cursinhos pré-vestibular ficam cheios de estudantes até a madrugada, e a importância de desempenhar bem no CSAT tem alimentado uma competitividade intensa entre os alunos que tentam entrar nas melhores universidades do país. Centenas de milhares de estudantes passam nove horas sentados até terminar o teste, que é organizado tipicamente em novembro.

Jovens sul-coreanos assistem a uma aula em uma escola preparatória em um Goshichon, que significa "vila de exames" em coreano, em Seul. Foto: Lee Jae Won / REUTERS

Mas nesta semana, após autoridades do governo se queixarem a respeito das “questões matadoras”, o diretor da entidade que administra o exame se demitiu. “Resolvi assumir a responsabilidade e pedir demissão”, declarou o ex-presidente do Instituto Coreano de Currículo e Avaliação Lee Gue-min, em um comunicado emitido na segunda-feira. “Nós nos desculpamos por causar transtorno a alunos e pais que tenham enfrentado dificuldades na preparação para o exame.”

Lee, cujo mandato se encerraria em fevereiro de 2025, demitiu-se dias depois de autoridades do governo expressarem preocupações a respeito do teste incluir assuntos não abrangidos pelo currículo das escolas públicas. Na semana passada, o presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, pediu que temas não cobertos pela educação pública sejam removidos dos exames.

Na quarta-feira, o Ministério da Educação anunciou que abandonaria as “questões matadoras” como maneira de diminuir a dependência das famílias em relação à educação privada e o fardo financeiro acarretado. As mudanças deverão ser aplicadas ao CSAT deste ano.

O setor de educação privada floresceu ao longo das décadas recentes graças aos cursinhos pré-vestibular. No ano passado, as famílias gastaram impressionantes 26 trilhões de won — cerca de US$ 20 bilhões — em educação privada, um aumento de 10% em relação ao ano anterior, de acordo com estatísticas do governo.

O exame também tem sido abertamente criticado por acadêmicos, que ecoam preocupações do governo. “Fiquei perplexo e furioso”, postou no Facebook o professor de economia Kim Kwang-doo, da Universidade Sogang, de Seul, em reação a um problema do CSAT. “Haverá algum estudante de ensino médio capaz de resolver problemas deste grau de dificuldade sem a ajuda de graduados professores de escolas privadas?”

O esforço do governo em aliviar o fardo dos custos da educação privada pode ser bem-vindo para alguns, mas os envolvidos no negócio da educação privada afirmam que a iniciativa poderá fazer pouca diferença.

Estudantes frequentam cursinhos privados para se preparar para solucionar questões de todos os níveis de complexidade, não apenas as “matadoras”, afirmou Kang Ho-nam, vice-presidente-executivo de um serviço de ensino de matemática que usa inteligência artificial com sede em Seul.

“A alteração do exame tão próximo à sua data deixará os estudantes ainda mais ansiosos, fazendo com que eles continuem a se matricular nos cursinhos privados”, afirmou ele, acrescentando que o CSAT era um exame abrangente.

Ao eliminar as questões mais difíceis, que a maioria dos estudantes pode errar, os alunos serão sujeitos a penalidades maiores por errar questões mais fáceis, sugeriu o ex-professor particular Koo Yong-hyun, que ajudou mais de 50 estudantes a se preparar para o CSAT na década recente. “Questões matadoras garantem que os esforços dos melhores alunos não sejam desperdiçados”, afirmou ele. / TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO

Apesar do tópico do exame ser língua coreana, os estudantes tiveram que responder questões sobre capital privado e ativos bancários com avaliação de risco. Problemas na seção de “sociedade” do teste desafiaram os alunos a decifrar análises hipotéticas em três dimensões da teoria de desenvolvimento cognitivo de Piaget.

Por anos, os estudantes sul-coreanos do último ano do ensino médio que prestam o vestibular anual conhecido como Teste de Capacidade Colegial-Escolástica, ou CSAT, tiveram de solucionar as ditas “questões matadoras”: problemas extremamente difíceis aparentemente incongruentes com a seção do teste nas quais eles são apresentados e às vezes fora do escopo do currículo do sistema público de educação.

A prova, famosa não apenas por seu rigor, também tem mantido o setor da educação privada em crescimento. Os cursinhos pré-vestibular ficam cheios de estudantes até a madrugada, e a importância de desempenhar bem no CSAT tem alimentado uma competitividade intensa entre os alunos que tentam entrar nas melhores universidades do país. Centenas de milhares de estudantes passam nove horas sentados até terminar o teste, que é organizado tipicamente em novembro.

Jovens sul-coreanos assistem a uma aula em uma escola preparatória em um Goshichon, que significa "vila de exames" em coreano, em Seul. Foto: Lee Jae Won / REUTERS

Mas nesta semana, após autoridades do governo se queixarem a respeito das “questões matadoras”, o diretor da entidade que administra o exame se demitiu. “Resolvi assumir a responsabilidade e pedir demissão”, declarou o ex-presidente do Instituto Coreano de Currículo e Avaliação Lee Gue-min, em um comunicado emitido na segunda-feira. “Nós nos desculpamos por causar transtorno a alunos e pais que tenham enfrentado dificuldades na preparação para o exame.”

Lee, cujo mandato se encerraria em fevereiro de 2025, demitiu-se dias depois de autoridades do governo expressarem preocupações a respeito do teste incluir assuntos não abrangidos pelo currículo das escolas públicas. Na semana passada, o presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, pediu que temas não cobertos pela educação pública sejam removidos dos exames.

Na quarta-feira, o Ministério da Educação anunciou que abandonaria as “questões matadoras” como maneira de diminuir a dependência das famílias em relação à educação privada e o fardo financeiro acarretado. As mudanças deverão ser aplicadas ao CSAT deste ano.

O setor de educação privada floresceu ao longo das décadas recentes graças aos cursinhos pré-vestibular. No ano passado, as famílias gastaram impressionantes 26 trilhões de won — cerca de US$ 20 bilhões — em educação privada, um aumento de 10% em relação ao ano anterior, de acordo com estatísticas do governo.

O exame também tem sido abertamente criticado por acadêmicos, que ecoam preocupações do governo. “Fiquei perplexo e furioso”, postou no Facebook o professor de economia Kim Kwang-doo, da Universidade Sogang, de Seul, em reação a um problema do CSAT. “Haverá algum estudante de ensino médio capaz de resolver problemas deste grau de dificuldade sem a ajuda de graduados professores de escolas privadas?”

O esforço do governo em aliviar o fardo dos custos da educação privada pode ser bem-vindo para alguns, mas os envolvidos no negócio da educação privada afirmam que a iniciativa poderá fazer pouca diferença.

Estudantes frequentam cursinhos privados para se preparar para solucionar questões de todos os níveis de complexidade, não apenas as “matadoras”, afirmou Kang Ho-nam, vice-presidente-executivo de um serviço de ensino de matemática que usa inteligência artificial com sede em Seul.

“A alteração do exame tão próximo à sua data deixará os estudantes ainda mais ansiosos, fazendo com que eles continuem a se matricular nos cursinhos privados”, afirmou ele, acrescentando que o CSAT era um exame abrangente.

Ao eliminar as questões mais difíceis, que a maioria dos estudantes pode errar, os alunos serão sujeitos a penalidades maiores por errar questões mais fáceis, sugeriu o ex-professor particular Koo Yong-hyun, que ajudou mais de 50 estudantes a se preparar para o CSAT na década recente. “Questões matadoras garantem que os esforços dos melhores alunos não sejam desperdiçados”, afirmou ele. / TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO

Apesar do tópico do exame ser língua coreana, os estudantes tiveram que responder questões sobre capital privado e ativos bancários com avaliação de risco. Problemas na seção de “sociedade” do teste desafiaram os alunos a decifrar análises hipotéticas em três dimensões da teoria de desenvolvimento cognitivo de Piaget.

Por anos, os estudantes sul-coreanos do último ano do ensino médio que prestam o vestibular anual conhecido como Teste de Capacidade Colegial-Escolástica, ou CSAT, tiveram de solucionar as ditas “questões matadoras”: problemas extremamente difíceis aparentemente incongruentes com a seção do teste nas quais eles são apresentados e às vezes fora do escopo do currículo do sistema público de educação.

A prova, famosa não apenas por seu rigor, também tem mantido o setor da educação privada em crescimento. Os cursinhos pré-vestibular ficam cheios de estudantes até a madrugada, e a importância de desempenhar bem no CSAT tem alimentado uma competitividade intensa entre os alunos que tentam entrar nas melhores universidades do país. Centenas de milhares de estudantes passam nove horas sentados até terminar o teste, que é organizado tipicamente em novembro.

Jovens sul-coreanos assistem a uma aula em uma escola preparatória em um Goshichon, que significa "vila de exames" em coreano, em Seul. Foto: Lee Jae Won / REUTERS

Mas nesta semana, após autoridades do governo se queixarem a respeito das “questões matadoras”, o diretor da entidade que administra o exame se demitiu. “Resolvi assumir a responsabilidade e pedir demissão”, declarou o ex-presidente do Instituto Coreano de Currículo e Avaliação Lee Gue-min, em um comunicado emitido na segunda-feira. “Nós nos desculpamos por causar transtorno a alunos e pais que tenham enfrentado dificuldades na preparação para o exame.”

Lee, cujo mandato se encerraria em fevereiro de 2025, demitiu-se dias depois de autoridades do governo expressarem preocupações a respeito do teste incluir assuntos não abrangidos pelo currículo das escolas públicas. Na semana passada, o presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, pediu que temas não cobertos pela educação pública sejam removidos dos exames.

Na quarta-feira, o Ministério da Educação anunciou que abandonaria as “questões matadoras” como maneira de diminuir a dependência das famílias em relação à educação privada e o fardo financeiro acarretado. As mudanças deverão ser aplicadas ao CSAT deste ano.

O setor de educação privada floresceu ao longo das décadas recentes graças aos cursinhos pré-vestibular. No ano passado, as famílias gastaram impressionantes 26 trilhões de won — cerca de US$ 20 bilhões — em educação privada, um aumento de 10% em relação ao ano anterior, de acordo com estatísticas do governo.

O exame também tem sido abertamente criticado por acadêmicos, que ecoam preocupações do governo. “Fiquei perplexo e furioso”, postou no Facebook o professor de economia Kim Kwang-doo, da Universidade Sogang, de Seul, em reação a um problema do CSAT. “Haverá algum estudante de ensino médio capaz de resolver problemas deste grau de dificuldade sem a ajuda de graduados professores de escolas privadas?”

O esforço do governo em aliviar o fardo dos custos da educação privada pode ser bem-vindo para alguns, mas os envolvidos no negócio da educação privada afirmam que a iniciativa poderá fazer pouca diferença.

Estudantes frequentam cursinhos privados para se preparar para solucionar questões de todos os níveis de complexidade, não apenas as “matadoras”, afirmou Kang Ho-nam, vice-presidente-executivo de um serviço de ensino de matemática que usa inteligência artificial com sede em Seul.

“A alteração do exame tão próximo à sua data deixará os estudantes ainda mais ansiosos, fazendo com que eles continuem a se matricular nos cursinhos privados”, afirmou ele, acrescentando que o CSAT era um exame abrangente.

Ao eliminar as questões mais difíceis, que a maioria dos estudantes pode errar, os alunos serão sujeitos a penalidades maiores por errar questões mais fáceis, sugeriu o ex-professor particular Koo Yong-hyun, que ajudou mais de 50 estudantes a se preparar para o CSAT na década recente. “Questões matadoras garantem que os esforços dos melhores alunos não sejam desperdiçados”, afirmou ele. / TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO

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