Os direitos das crianças são "gravemente afetados" pela crise da covid-19 em quase todo o mundo, uma vez que a pandemia aumenta o risco de haver trabalho e casamentos infantis forçados, alertou nesta terça-feira, 25, uma ONG internacional com sede em Amsterdã.
As consequências econômicas da pandemia e as medidas impostas pelos governos para conter a propagação da doença "têm um impacto desastroso sobre muitas crianças", advertiu a ONG de defesa dos direitos infantis KidsRights.
"Esta crise joga por terra anos de progresso no bem-estar das crianças", diz em comunicado o fundador e presidente da ONG, Marc Dulleart. O fechamento de escolas tornou os jovens "muito vulneráveis" ao trabalho e casamento infantil, destaca a organização.
A pressão sobre o sistema de saúde também interrompeu alguns programas de imunização contra doenças como poliomielite e sarampo, e "provocará um aumento da mortalidade infantil, com centenas de milhares de mortes adicionais", afirma a KidsRights.
Segundo a ONG, a suspensão das campanhas de vacinação contra o sarampo em 23 países já afetou mais de 78 milhões de crianças menores de 9 anos.
Dispensar uma atenção especial aos direitos das crianças é "mais necessário do que nunca", assinala Dulleart.
A Islândia ocupa o primeiro lugar na listagem anual, sobre a base de dados da Organização das Nações Unidas, seguida da Suíça e Finlândia. Chade, Afeganistão e Serra Leoa ocupam as últimas posições. Os dados constam da publicação do KidsRights Index 2020, que classifica 182 países segundo o respeito a estes direitos. / AFP