A ex-governadora da Carolina do Sul Nikki Haley negou que vá desistir da campanha depois da derrota para Donald Trump na primária de New Hampshire nesta terça-feira, 23. O revés, no entanto, complica o seu esforço de se apresentar aos eleitores do partido Republicano como alternativa viável ao ex-presidente na corrida pela Casa Branca, segundo analistas ouvidos pelo Estadão.
A vitória de Trump foi projetada pela agência AP minutos depois que as últimas urnas fecharam no Estado, que era considerado decisivo para Haley.
“Eu quero parabenizar Donald Trump pela vitória hoje. Ele mereceu e eu reconheço isso”, disse ela logo após a derrota. “Agora todos vocês vão ouvir a conversa da classe política. Eles se apressam em dizer que a corrida acabou, mas eu tenho uma notícia para todos eles: New Hampshire é a primeira do país, não é a última. Essa disputa está longe de acabar, ainda há dezenas de Estados para percorrer” acrescentou em meio aos aplausos dos apoiadores.
Agora, as atenções se voltam para a Carolina do Sul, que já foi governada por Haley. A primária está marcada para 24 de fevereiro e foi descrita por ela como um “momento difícil para Trump”, embora as pesquisas apontem para mais um vitória do ex-presidente.
Segundo o agregador de pesquisas FiveThirtyEight ele tem, em média, 62% das intenções de voto entre os republicanos do Estado enquanto ela aparece com 25%.
Mesmo diante das previsões, Nikki Haley se mostrou confiante em seu discurso. “Os eleitores da Carolina do Sul não querem uma coroação. Eles querem uma eleição e daremos isso para eles. Estamos apenas começando”, disse ela.
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Analistas, no entanto, apontam que o esforço para se mostrar um alternativa viável ao ex-presidente ficou mais difícil com a derrota desta noite em New Hampshire. “Nikki Haley joga agora pelo futuro político dela, e ela vai ficar na campanha enquanto achar que isto é politicamente positivo, mas sem nenhuma perspectiva de ser nomeada pelo partido”, avalia o professor de ciência política do Berea College, Carlos Gustavo Poggio.
Donald Trump deve ser o candidato do partido republicano para disputar a Casa Branca pela terceira vez consecutiva, mesmo com uma série de problemas com a justiça. O ex-presidente responde pela tentativa de reverter a derrota para Joe Biden, em 2020, pelos documentos secretos encontrados na mansão de Mar-a-Lago, Flórida, e pela suposta compra de silêncio da atriz pornô Stormy Daniels.
Se as previsões se confirmarem, ele deve enfrentar Joe Biden mais uma vez na eleição geral de novembro.