Cristina Kirchner diz que não será candidata em 2023, após 20 anos no cenário político argentino


A atual vice-presidente foi condenada a seis anos de prisão e inabilitação política por corrupção, mas poderia se candidatar já que penas só podem ser aplicadas após o trânsito em julgado na Suprema Corte

Por Redação

A vice-presidente Cristina Fernández de Kirchner, figura central da política argentina nos últimos 20 anos, amada por seus apoiadores e odiada por seus detratores, afirmou na noite da terça-feira, 6, que não será “candidata a nenhum cargo” nas eleições de 2023. Minutos antes, ela havia sido condenada a seis anos de prisão e inabilitação política perpétua em um julgamento por corrupção.

“Não vou ser candidata a nada, nem a presidente, nem a senadora. Meu nome não estará em nenhuma cédula. Termino em 10 de dezembro e volto, como fiz em 10 de dezembro de 2015 (quando começou o governo de Mauricio Macri), para minha casa, para a mesma casa de onde saí em 25 de maio de 2003 para acompanhar meu então companheiro”, afirmou Cristina, em referência ao marido Néstor Kirchner (2003-2007), morto em 2010.

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A vice-presidente postou uma mensagem de vídeo gravada de seu gabinete no Senado minutos depois da leitura da sentença. Cristina afirmou que o julgamento foi um “pelotão de fuzilamento”, atribuiu sua pena a uma “máfia judicial paraestatal” e concluiu com a mais inesperada notícia política, ao se distanciar da corrida eleitoral para 2023, apesar da expectativa gerada nos últimos meses.

Após condenação, Cristina afirma que não vai se candidatar em 2023 Foto: EITAN ABRAMOVICH / AFP

“Não vou submeter a força política que me deu a honra de ser presidente por duas vezes e vice-presidente uma vez a ser maltratada durante o período eleitoral”, explicou Cristina, sobre seu motivo para não concorrer às eleições de 2023.

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A ex-presidente - líder de um setor de centro-esquerda do peronismo - lembrou ainda que, além de seus dois mandatos (2007-2015) e do marido, também contribuiu “para a vitória de 2019, quando ninguém dava dois pesos para o peronismo”. “É isso que estão me cobrando e por isso me inabilitam”, comentou.

Denúncias de perseguição

Combativa, temperamental e astuta, a advogada de profissão, de 69 anos, denunciou o julgamento desde o primeiro minuto como uma perseguição política e negou a acusação dos procuradores, ao assegurar que por mais de três anos de audiências “não foram apresentadas provas” de crimes, apesar das afirmações do Ministério Público.

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Presidente por dois mandatos entre 2007 e 2015, Cristina foi julgada por corrupção na atribuição de licitações de obras públicas na província de Santa Cruz (sul), seu berço político. Seus foros e apelações certas a preservam de ser presa enquanto não houver trânsito em julgado na Suprema Corte do país. Por este motivo, ela poderia se candidatar às eleições gerais de 2023.

No julgamento, que começou em maio de 2019 e foi realizado pelo Tribunal Oral Federal 2, em Buenos Aires, os juízes consideraram Cristina culpada do crime de administração fraudulenta de fundos públicos, mas absolveram-na das acusações de associação ilícita.

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Por isso, a pena fixada para a vice-presidente na chamada “Causa Vialidad” é inferior à pena de prisão de 12 anos que o Ministério Público havia solicitado. O tribunal também ordenou o confisco dos bens do crime, que consistem em uma quantia de 84,835 bilhões de pesos (cerca de R$ 2,523 bilhões).

Polarização

O julgamento transcorreu em um clima de intensa polarização política e de deterioração da situação econômica na Argentina.

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Dias depois de o Ministério Público haver pedido 12 anos de prisão e a inabilitação política permanente da ex-presidente, Cristina foi atacada por um homem que puxou duas vezes o gatilho de uma pistola muito perto de sua cabeça, mas a arma não disparou.

O autor do atentado se misturou às centenas de apoiadores que faziam vigília em frente à sua casa em Buenos Aires para prestar solidariedade a Cristina. “Sinto que estou viva por Deus e pela Virgem”, disse ela em sua primeira aparição pública após o atentado.

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, afirmou ainda na terça-feira que “uma pessoa inocente foi condenada”, após a divulgação da sentença. “Hoje, na Argentina, uma pessoa inocente foi condenada. Alguém que os poderes jurídicos tentam estigmatizar através de juízes complacentes que passeiam por aí em aviões privados e mansões de luxo nos fins de semana”, escreveu o presidente na sua conta do Twitter.

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Fernández se referiu assim ao anúncio que fez na segunda-feira de que pediria à justiça para investigar empresários, juízes, procuradores e ex-funcionários públicos por supostamente fazerem parte de um esquema de corrupção.

O mandatário denunciou na sua mensagem que a condenação de sua vice “é o resultado de um julgamento em que as formas mínimas de um processo justo não foram tratadas”, começando com “o princípio de não julgar duas vezes o mesmo ato”.

Fernández expressou a sua solidariedade com a vice-presidente “sabendo que ela é vítima de uma perseguição absolutamente injusta”. / AFP e EFE

A vice-presidente Cristina Fernández de Kirchner, figura central da política argentina nos últimos 20 anos, amada por seus apoiadores e odiada por seus detratores, afirmou na noite da terça-feira, 6, que não será “candidata a nenhum cargo” nas eleições de 2023. Minutos antes, ela havia sido condenada a seis anos de prisão e inabilitação política perpétua em um julgamento por corrupção.

“Não vou ser candidata a nada, nem a presidente, nem a senadora. Meu nome não estará em nenhuma cédula. Termino em 10 de dezembro e volto, como fiz em 10 de dezembro de 2015 (quando começou o governo de Mauricio Macri), para minha casa, para a mesma casa de onde saí em 25 de maio de 2003 para acompanhar meu então companheiro”, afirmou Cristina, em referência ao marido Néstor Kirchner (2003-2007), morto em 2010.

A vice-presidente postou uma mensagem de vídeo gravada de seu gabinete no Senado minutos depois da leitura da sentença. Cristina afirmou que o julgamento foi um “pelotão de fuzilamento”, atribuiu sua pena a uma “máfia judicial paraestatal” e concluiu com a mais inesperada notícia política, ao se distanciar da corrida eleitoral para 2023, apesar da expectativa gerada nos últimos meses.

Após condenação, Cristina afirma que não vai se candidatar em 2023 Foto: EITAN ABRAMOVICH / AFP

“Não vou submeter a força política que me deu a honra de ser presidente por duas vezes e vice-presidente uma vez a ser maltratada durante o período eleitoral”, explicou Cristina, sobre seu motivo para não concorrer às eleições de 2023.

A ex-presidente - líder de um setor de centro-esquerda do peronismo - lembrou ainda que, além de seus dois mandatos (2007-2015) e do marido, também contribuiu “para a vitória de 2019, quando ninguém dava dois pesos para o peronismo”. “É isso que estão me cobrando e por isso me inabilitam”, comentou.

Denúncias de perseguição

Combativa, temperamental e astuta, a advogada de profissão, de 69 anos, denunciou o julgamento desde o primeiro minuto como uma perseguição política e negou a acusação dos procuradores, ao assegurar que por mais de três anos de audiências “não foram apresentadas provas” de crimes, apesar das afirmações do Ministério Público.

Presidente por dois mandatos entre 2007 e 2015, Cristina foi julgada por corrupção na atribuição de licitações de obras públicas na província de Santa Cruz (sul), seu berço político. Seus foros e apelações certas a preservam de ser presa enquanto não houver trânsito em julgado na Suprema Corte do país. Por este motivo, ela poderia se candidatar às eleições gerais de 2023.

No julgamento, que começou em maio de 2019 e foi realizado pelo Tribunal Oral Federal 2, em Buenos Aires, os juízes consideraram Cristina culpada do crime de administração fraudulenta de fundos públicos, mas absolveram-na das acusações de associação ilícita.

Por isso, a pena fixada para a vice-presidente na chamada “Causa Vialidad” é inferior à pena de prisão de 12 anos que o Ministério Público havia solicitado. O tribunal também ordenou o confisco dos bens do crime, que consistem em uma quantia de 84,835 bilhões de pesos (cerca de R$ 2,523 bilhões).

Polarização

O julgamento transcorreu em um clima de intensa polarização política e de deterioração da situação econômica na Argentina.

Dias depois de o Ministério Público haver pedido 12 anos de prisão e a inabilitação política permanente da ex-presidente, Cristina foi atacada por um homem que puxou duas vezes o gatilho de uma pistola muito perto de sua cabeça, mas a arma não disparou.

O autor do atentado se misturou às centenas de apoiadores que faziam vigília em frente à sua casa em Buenos Aires para prestar solidariedade a Cristina. “Sinto que estou viva por Deus e pela Virgem”, disse ela em sua primeira aparição pública após o atentado.

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, afirmou ainda na terça-feira que “uma pessoa inocente foi condenada”, após a divulgação da sentença. “Hoje, na Argentina, uma pessoa inocente foi condenada. Alguém que os poderes jurídicos tentam estigmatizar através de juízes complacentes que passeiam por aí em aviões privados e mansões de luxo nos fins de semana”, escreveu o presidente na sua conta do Twitter.

Fernández se referiu assim ao anúncio que fez na segunda-feira de que pediria à justiça para investigar empresários, juízes, procuradores e ex-funcionários públicos por supostamente fazerem parte de um esquema de corrupção.

O mandatário denunciou na sua mensagem que a condenação de sua vice “é o resultado de um julgamento em que as formas mínimas de um processo justo não foram tratadas”, começando com “o princípio de não julgar duas vezes o mesmo ato”.

Fernández expressou a sua solidariedade com a vice-presidente “sabendo que ela é vítima de uma perseguição absolutamente injusta”. / AFP e EFE

A vice-presidente Cristina Fernández de Kirchner, figura central da política argentina nos últimos 20 anos, amada por seus apoiadores e odiada por seus detratores, afirmou na noite da terça-feira, 6, que não será “candidata a nenhum cargo” nas eleições de 2023. Minutos antes, ela havia sido condenada a seis anos de prisão e inabilitação política perpétua em um julgamento por corrupção.

“Não vou ser candidata a nada, nem a presidente, nem a senadora. Meu nome não estará em nenhuma cédula. Termino em 10 de dezembro e volto, como fiz em 10 de dezembro de 2015 (quando começou o governo de Mauricio Macri), para minha casa, para a mesma casa de onde saí em 25 de maio de 2003 para acompanhar meu então companheiro”, afirmou Cristina, em referência ao marido Néstor Kirchner (2003-2007), morto em 2010.

A vice-presidente postou uma mensagem de vídeo gravada de seu gabinete no Senado minutos depois da leitura da sentença. Cristina afirmou que o julgamento foi um “pelotão de fuzilamento”, atribuiu sua pena a uma “máfia judicial paraestatal” e concluiu com a mais inesperada notícia política, ao se distanciar da corrida eleitoral para 2023, apesar da expectativa gerada nos últimos meses.

Após condenação, Cristina afirma que não vai se candidatar em 2023 Foto: EITAN ABRAMOVICH / AFP

“Não vou submeter a força política que me deu a honra de ser presidente por duas vezes e vice-presidente uma vez a ser maltratada durante o período eleitoral”, explicou Cristina, sobre seu motivo para não concorrer às eleições de 2023.

A ex-presidente - líder de um setor de centro-esquerda do peronismo - lembrou ainda que, além de seus dois mandatos (2007-2015) e do marido, também contribuiu “para a vitória de 2019, quando ninguém dava dois pesos para o peronismo”. “É isso que estão me cobrando e por isso me inabilitam”, comentou.

Denúncias de perseguição

Combativa, temperamental e astuta, a advogada de profissão, de 69 anos, denunciou o julgamento desde o primeiro minuto como uma perseguição política e negou a acusação dos procuradores, ao assegurar que por mais de três anos de audiências “não foram apresentadas provas” de crimes, apesar das afirmações do Ministério Público.

Presidente por dois mandatos entre 2007 e 2015, Cristina foi julgada por corrupção na atribuição de licitações de obras públicas na província de Santa Cruz (sul), seu berço político. Seus foros e apelações certas a preservam de ser presa enquanto não houver trânsito em julgado na Suprema Corte do país. Por este motivo, ela poderia se candidatar às eleições gerais de 2023.

No julgamento, que começou em maio de 2019 e foi realizado pelo Tribunal Oral Federal 2, em Buenos Aires, os juízes consideraram Cristina culpada do crime de administração fraudulenta de fundos públicos, mas absolveram-na das acusações de associação ilícita.

Por isso, a pena fixada para a vice-presidente na chamada “Causa Vialidad” é inferior à pena de prisão de 12 anos que o Ministério Público havia solicitado. O tribunal também ordenou o confisco dos bens do crime, que consistem em uma quantia de 84,835 bilhões de pesos (cerca de R$ 2,523 bilhões).

Polarização

O julgamento transcorreu em um clima de intensa polarização política e de deterioração da situação econômica na Argentina.

Dias depois de o Ministério Público haver pedido 12 anos de prisão e a inabilitação política permanente da ex-presidente, Cristina foi atacada por um homem que puxou duas vezes o gatilho de uma pistola muito perto de sua cabeça, mas a arma não disparou.

O autor do atentado se misturou às centenas de apoiadores que faziam vigília em frente à sua casa em Buenos Aires para prestar solidariedade a Cristina. “Sinto que estou viva por Deus e pela Virgem”, disse ela em sua primeira aparição pública após o atentado.

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, afirmou ainda na terça-feira que “uma pessoa inocente foi condenada”, após a divulgação da sentença. “Hoje, na Argentina, uma pessoa inocente foi condenada. Alguém que os poderes jurídicos tentam estigmatizar através de juízes complacentes que passeiam por aí em aviões privados e mansões de luxo nos fins de semana”, escreveu o presidente na sua conta do Twitter.

Fernández se referiu assim ao anúncio que fez na segunda-feira de que pediria à justiça para investigar empresários, juízes, procuradores e ex-funcionários públicos por supostamente fazerem parte de um esquema de corrupção.

O mandatário denunciou na sua mensagem que a condenação de sua vice “é o resultado de um julgamento em que as formas mínimas de um processo justo não foram tratadas”, começando com “o princípio de não julgar duas vezes o mesmo ato”.

Fernández expressou a sua solidariedade com a vice-presidente “sabendo que ela é vítima de uma perseguição absolutamente injusta”. / AFP e EFE

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