Cronologia: Um ano da morte de George Floyd


Entre o assassinato que chacoalhou os Estados Unidos e a condenação dos acusados, país passou por repentinas e significativas mudanças políticas

Por David Leonhardt e Ian Prasad Philbrick

Em maio de 2020, o homicídio de George Floyd em Minneapolis, nos Estados Unidos, causou uma onda de indignação. Floyd, um homem negro de 46 anos, foi morto por um policial branco, Derek Chauvin, durante uma ocorrência policial gravada por uma testemunha.

Após a morte de Floyd, o país passou por repentinas e significativas mudanças políticas. Confira uma linha do tempo dos principais acontecimentos dos últimos doze meses:

O sobrinho de George Floyd, Brandon Williams, visita a praça Black Lives Matter para marcar um ano do assassinato que chocou o país Foto: Chip Somodevilla/Getty Images/AFP
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25 de maio de 2020

George Floyd é assassinado pela polícia.

George Floyd, um homem afro-americano de 46 anos, é assassinado na esquina de uma rua em Minneapolis após ser algemado e imobilizado no chão por Derek Chauvin e outros policiais que atendiam a uma ocorrência de falsificação de documentos. Darnella Frazier, de 17 anos, começa a gravar Derek, branco, se ajoelhar em cima do pescoço de George, que repetidamente diz: “Eu não consigo respirar."

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O vídeo de Darnella serviu para contradizer a alegação inicial da polícia de que a morte de George Floyd estaria associada a um “incidente médico” que a vítima apresentou durante a abordagem.

26 DE MAIO

Os quatro policiais envolvidos na ação são demitidos.

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O chefe da Polícia de Minneapolis, Medaria Arradondo, demite os quatro policiais envolvidos na prisão de George Floyd. Centenas de manifestantes contra a violência policial tomam as ruas da cidade naquela noite.

27 DE MAIO

Protestos  crescem e se espalham pelos Estados Unidos.

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Manifestantes protestam contra homicídio de George Floyd em Washington, nos Estados Unidos Foto: Alex Wong/Getty Images/AFP

Protestos e marchas acontecem em várias cidades para denunciar as mortes de negros sob custódia policial, inclusive a de George Floyd, em Minneapolis, a de Breonna Taylor, em Louisville, e a de Ahmaud Arbery em Brunswick, na Geórgia.

28 DE MAIO

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Delegacia em Minneapolis é incendiada. 

A delegacia em Minneapolis onde os policiais envolvidos no assassinato de George Floyd trabalhavam fica em chamas durante os protestos. O governador do Estado Tim Walz aciona a Guarda Nacional enquanto centenas de edifícios pegam fogo durante os protestos, que se prolongam por várias noites. “Vamos ser bem claros: a situação em Minneapolis não é mais, de modo algum, sobre a morte de George Floyd, sim um ataque à sociedade civil, instigando medo e perturbando nossas grandes cidades”, disse o governador Walz.

29 DE MAIO

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Derek Chauvin é preso. O policial que se ajoelhou no pescoço de George Floyd, Derek Chauvin, é preso e processado por homicídio em terceiro grau e homicídio culposo em segundo grau.

O presidente Donald Trump ameaça usar força militar para suprimir os protestos. No Twitter, ele chama os manifestantes de “bandidos” e afirma: “Quando os saques começarem, os tiroteios vão começar”

Ex-policial de Minneapolis Derek Chauvin foi preso em junho de 2020 Foto: Hennepin County Jail / AFP

30 DE MAIO

Casa Branca é trancada. Quando uma multidão de manifestantes se junta do lado de fora da Casa Branca, o Serviço secreto tranca temporariamente a sede da presidência e Trump é levado para um bunker subterrâneo por segurança.

Em Atlanta, centenas de manifestantes tomam as ruas perto do Parque Olímpico Centenário deixando um rastro de vidraças quebradas. Dois universitários que deixavam atos após o toque de recolher são retirados de um carro por policiais, que, por sua vez, disparam armas de choque neles.

Em Nova York, a polícia e os manifestantes entram em choque no Brooklyn e na baixa Manhattan, deixando feridos dos dois lados.

31 DE MAIO

Dia pacífico de manifestações termina com noite violenta.

Centenas de milhares de pessoas participam de atos pacíficos pelos Estados Unidos, mas, em algumas cidades, ocorrem centenas de prisões depois de manifestantes entrarem novamente em choque com a polícia. Algumas áreas são saqueadas. As tropas da Guarda Nacional são enviadas para mais de vinte e quatro Estados.

A polícia atira gás lacrimogênio próximo à Casa Branca para dispersar os manifestantes que haviam depredado vidraças de importantes prédios, tombado carros e provocado incêndios. A fumaça era vista próxima ao Monumento Washington.

É o sexto dia de agitação nacional desde o assassinato de George Floyd. Prefeitos impõem toques de recolher, e vários governadores mobilizam a Guarda Nacional, mas não conseguem conter a expansão dos protestos.

1 DE JUNHO

Protestos são reprimidos para presidente Trump tirar foto.

Manifestantes que se aglomeravam do lado de fora da Casa Branca contra a brutalidade policial são varridos da Praça Lafayette, em Washington, por policiais e tropas da Guarda Nacional com bombas de efeito moral e gás lacrimogênio, entre outros artefatos. A área é limpa para que o presidente Trump possa tirar uma foto com a bíblia na mão em frente à igreja de Saint John.

Trump posou para fotos com uma Bíblia na mão Foto: BRENDAN SMIALOWSKI/AFP

Manifestantes que protestavam pacificamente na Filadélfia entram em uma rodovia e sofrem uma emboscada do esquadrão da Swat. Os oficiais começas a usar spray de pimenta e gás lacrimogênio nos manifestantes, que reclamam de não conseguirem respirar. O toque de recolher é imposto em Nova York.

2 DE JUNHO

Símbolos dos Confederados se tornam um alvo dos protestos.

A estátua de 131 anos alusiva aos Confederados é derrubada em Alexandria, no Estado da Virgínia, um dos mais de 160 símbolos públicos relacionados aos Confederados e que foram removidos ou renomeados em 2020 após o assassinato de George Floyd – mais do que nos quatro anos anteriores juntos, de acordo com o grupo de estudos Southern Poverty Law Center.

3 DE JUNHO

Policiais de Minneapolis passam a responder por mais processos.

O Procurador-Geral do Estado de Minnessota, Keth Elisson, anuncia novos processos sobre o assassinato de George Floyd: homicídio de segundo grau contra Derek Chauvin, auxílio e cumplicidade no homicídio de segundo grau para os três outros policiais de Minneapolis que estavam presentes e não intervieram na abordagem.

4 DE JUNHO

Policiais de Buffalo são afastados após empurrão em manifestante de 75 anos.

Dois policiais da cidade de Buffalo, no Estado de Nova York, são afastados e têm seus salários suspensos após a divulgação de um vídeo que os flagrava empurrando um manifestante de 75 anos. Ele foi hospitalizado com uma lesão na cabeça. Outros políciais são vistos no vídeo passando perto do idoso, imóvel no chão, sem prestar socorro.

Centenas de pessoas se juntam em torno da capela de Minneapolis para uma cerimônia em memória de George Floyd, que é lembrado por pessoas próximas como amigo, pai, tio, mas também vítima da injustiça racial cujo assassinato sob custódia policial levou legiões de pessoas às ruas.

No Estado da Virgínia, o governador Ralph Northam ordena a remoção da estátua de Robert Lee na cidade de Richmond.

5 DE JUNHO

Frase “Vidas negras importam” é pintada perto da Casa Branca.

Trabalhadores da capital, Washington, pintam em cor amarela a frase “Vidas negras importam” em letras gigantes ao longo da rua próxima à Casa Branca que ficou marcada como centro dos confrontos entre supostos defensores da lei e da ordem e manifestantes antirracistas.

Lema também foi pintado na rua 16th street Foto: Joshua Roberts/Reuters

O Corpo de Fuzileiros Navais emite diretrizes detalhadas sobre a remoção e proibição de exibições públicas da bandeira dos Confederados em suas instalações - uma ordem que se estende a canecas, pôsteres e adesivos.

Um dos fundadores da Reddit, Alexis Ohanian, anuncia a renúncia do quadro da empresa de notícias e encouraja a companhia a substituí-lo por um candidato negro.

Mais de uma dúzia de jogadores negros de futebol americano divulgam um vídeo clamando à NFL, liga de futebol americano, a condenar a opressão sofrida por negros e a pedir desculpas por não apoiar atletas que protestaram pacificamente.

6 DE JUNHO

Protestos se espalham pelo mundo.

Dezenas de milhares de manifestantes vão às ruas na Austrália, Grã-Bretanha, França, Alemanha e outras nações em apoio aos protestos nos Estados Unidos contra o assassinato de George Floyd, enquanto denunciam o racismo em seus próprios países.

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Aos poucos, diversos países europeus aderem ao movimento Black Lives Matter, em resposta à violenta morte do afroamericano George Floyd por um policial branco, nos Estados Unidos. Neste domingo, os europeus ergueram seus punhos e gritaram contra os abusos de forças policiais, apesar da pandemia do novo coronavírus

7 DE JUNHO

Maioria do Conselho Municipal de Minneapolis assume compromisso de reformular Departamento de Polícia da cidade

A maioria dos membros da Câmara Municipal de Minneapolis sobe em um palco com grandes letras maiúsculas que dizem "Desfinancie a polícia", em um parque, enquanto prometem desmantelar o Departamento de Polícia da cidade. Eles prometem criar um novo sistema público de segurança em uma cidade onde a aplicação da lei vem, há muito tempo, sendo acusada de ser brutal com moradores negros.

8 DE JUNHO

Manifestantes estabelecem “zona autônoma” em Seattle.

Nas ruas próximas a uma delegacia no bairro do Capitol Hill, em Seattle, manifestantes e policiais passaram uma semana de noites de impasse.

Mas enfrentando uma série de críticas quanto à forma com que lidou com os protestos após o assassinato de George Floyd, o Departamento de Polícia de Seattle ofereceu uma concessão: os policiais poderiam abandonar o prédio do posto policial, fechar as janelas e deixar os manifestantes agirem livremente do lado de fora.

Os manifestantes removeram as barricadas que serviam de escudo para as ruas e reivindicaram a ocupação de outros quarteirões próximos, criando a chamada “Zona autônoma do Capitol Hill”

Milhares de pessoas se alinharam por horas para ver o corpo de George Floyd em Houston, cidade onde passou maior parte da vida. A  visitação pública se prolongou por mais de seis horas e se tornou não apenas um protesto, mas um memorial aberto pelo filho falecido da cidade.

9 DE JUNHO

George Floyd tem funeral privado. No funeral de George Floyd, ele é lembrado como filho, irmão, tio e pai que foi em vida. Floyd, que cresceu em um conjunto habitacional público na região predominantemente negra de Black Thir Ward, era considerado um filho nativo.

Cada orador invoca o momento político que surgiu após o que aconteceu em Minneapolis, e o reverendo Al Sharpton elogia Floyd.

O corpo de George Floyd é transportado para sepultamento em Houston Foto: David J. Phillip/EFE

No mesmo dia, o canal HBO remove do seu catálogo o filme E o vento levou, de 1939, um cânone do cinema americano, criticado por romantizar a Guerra de Secessão enquanto ocultava questões raciais da época. E Greg Glassman, fundador e executivo chefe da CrossFit, anuncia sua saída da empresa após postar no Twitter um texto que menosprezava tanto a pandemia de covid-19 quanto o assassinato de George Floyd.

10 DE JUNHO

Nascar anuncia banimento de bandeiras dos Confederados. A Nascar, categoria americana de automoblismo, anuncia que vai proibir a bandeira dos Confederados em seus eventos e ações promocionais, se tornando a última liga esportiva a reconsiderar a permanência do emblema na sociedade americana. Walmart se compromete a por fim à sua prática de colocar os produtos de beleza para negros em embalagens de vidro lacradas nas prateleiras, após uma onda de críticas de que a medida era uma forma de discriminação racial.

12 DE JUNHO

Policial de Atlanta atira fatalmente em Rayshard Brooks.

Após policiais de Atlanta serem chamados para uma ocorrência no estacionamento de um restaurante fast food, um oficial mata Rayshard Brooks, um homem negro que pegou no sono em seu carro na área de entregas à delivery. Rayshard brigou com os policiais depois de eles tentarem prendê-lo por dirigir drogado, e pegou uma das armas de choque antes de um outro policial disparar sua arma de fogo nas costas da vítima.

12 DE JUNHO

Estado de Nova York bane estrangulamentos. O Estado de Nova York se torna um dos primeiros a tomar medidas significativas para restringir a brutalidade policial após o assassinato de George Floyd, banindo o uso de estrangulamentos em abordagens e acabando com uma lei de meio século que mantinha secretos os registros de avaliação de disciplina da Polícia.

19 DE JUNHO

Juneteenth passa a ser mais conhecido. Muitos comemoram Juneteenth, o feriado que comemora a emancipação dos escravos nos Estados Unidos e que é abraçado pela comunidade negra americana desde o final dos anos 1800. Grandes companhias, como Twitter, Nike e Allstate o transformaram em um feriado pago aos funcionários.

A agência de notícias Associated Press muda seu guia de estilo de escrita e sugere o uso da letra “B”, em maiúsculo, em termos como “Black” para se referir a pessoas em um contexto racial, ético e cultural. 

O Estado do Colorado limita a prerrogativa de policiais usarem a imunidade da função como recurso diante de processos em tribunais estaduais. A lei ganhou o apoio de chefes de polícia do Estado e de associações de xerifes locais. O Estado também baniu o uso de força excessiva para prender e apreender uma pessoa suspeita somente de acusações não- violentas e de grau leve.

Manifestantes participam de marcha para marcar o Juneteenth emWashington DC Foto: Michael Reynolds/EFE/EPA

23 DE JUNHO

Movimento “Ocupe a prefeitura” ganha força em Nova York. Cerca de 100 manifestantes começam a ocupar o parque da Prefeitura na baixa Manhattan – alguns deles passando a noite no local – em um esforço de chamar a atenção às demandas do grupo para um corte no orçamento do Departamento de Polícia

24 DE JUNHO

Conselho escolar de Seattle suspende parceria com a polícia. De forma unânime, membros do conselho escolar de Seattle suspendem a presença de cinco policiais em escolas públicas. Estudantes negros compõem 14% dos matriculados, mas representam aproximadamente metade dos estudantes enviados à polícia, de acordo com o jornal Seattle Times. A decisão vem seis dias depois de o conselho escolar de Milwaukee também votar de forma unânime para cancelar todas as parcerias e contratos com a polícia local.

25 DE JUNHO

Atração “Splash Mountain”, na Disney, passa por revisão. A Disney afirma que vai reformular uma das suas principais atrações, a “Splash Mountain”, que destaca personagens e músicas do filme racista Canção do Sul, de 1946. O percurso, que existe há 31 anos, vai ser remodelado com base no filme A princesa e o sapo, de 2009, que apresentou a primeira princesa negra da Disney, Tiana.

26 DE JUNHO

Governador da Georgia assina assina lei contra crimes de ódio.

O governador Brian Kemp assina lei contra crimes de ódio na Geórgia, um dos poucos Estados sem uma legislação do tipo, após aprovação que contou com o apoio dos dois principais partidos americanos, o Democrata e o Republicano. O projeto de lei estava parado havia anos, mas retomou força após a morte de Ahmaud Arbery, um homem negro que foi fatalmente atingido por uma arma de fogo perto de Brunswick, na Geórgia, em fevereiro de 2020. A lei permite que penas extras sejam aplicadas para crimes motivados pela raça, cor, religião, nacionalidade, sexo, orientação sexual, gênero ou deficiência da vítima.

Em resposta à queda de estátuas e monumentos, o presidente Trump emite uma ordem executiva que instrui as autoridades policiais federais a processar as pessoas que danificaram monumentos ou estátuas federais. Também ameaça reter financiamento de governos locais que não protegem suas próprias estátuas de vândalos.

30 DE JUNHO

Mississippi remove um emblema confederado da bandeira do Estado.

O governador Tate Reeves sanciona uma medida que remove um emblema confederado da bandeira do Estado do Mississippi. A legislação determina o prazo de 15 dias para a remoção “pronta, digna e respeitosa” da bandeira, que apresentava as barras azuis e estrelas brancas da bandeira da Confederação.

A cruz azul na diagonal, demarcada por pequenas estrelas brancas com um fundo vermelho representou os estados do sul, contrários à abolição da escravatura, durante a Guerra Civil americana Foto: Patrick T. Fallon/AFP

1 DE JULHO

Los Angeles corta seu orçamento policial em 150 milhões de dólares.

O conselho municipal de Los Angeles corta o orçamento da polícia com planos de reinvestir os fundos em comunidades marginalizadas, mas ativistas destacam que os 150 milhões de dólares foram uma pequena fração do orçamento de 1,8 bilhão de dólares do departamento.

9 DE JULHO

Nova York pinta frase “Vidas negras importam” na frente da Trump Tower. A cidade de Nova York pinta a frase “Vidas negras importam” em letras amarelas gigantes na rua onde está localizada a Trump Tower.

15 DE JULHO

Agentes federais em Portland tiram pessoas das ruas e as levam em vans sem identificação.

Agentes federais vestidos com roupas camufladas e equipamento tático de guerra vão às ruas de Portland e levam pessoas em vans sem identificação, entre outras táticas militarizadas, no que a governadora do Estado do Oregon, Kate Brown, chama de “um flagrante abuso de poder”.

17 DE JULHO

Morre o parlamentar John Lewis. O deputado John Lewis, defensor da não-violência ferido na histórica manifestação em Selma, morre aos 80 anos.

"Eu sempre estive em algum tipo de luta - por liberdade, igualdade, direitos humanos - por toda a minha vida", disse Lewis ao anunciar, em dezembro, que estava em tratamento para o câncer Foto: Gary Cameron/REUTERS

25 DE JULHO

A WNBA dedica sua temporada à Breonna Taylor.

A WNBA, liga americana feminina de basquete, começa uma temporada dedicada à Breonna Taylor e cheia de iniciativas de justiça social. Símbolos e logotipos declarando “Vidas negras importam” e “Digam o nome dela” são proeminentes, e as jogadoras usam camisetas com o nome de Breonna, que foi morta em seu apartamento por policiais em Louisville, no Estado de Kentucky.

13 DE AGOSTO

Austin corta um terço de seu orçamento policial. O Conselho municipal da cidade de Austin aprova um corte de 21,5 milhões de dólares no orçamento para seu Departamento de Polícia e uma redistribuição das funções policiais atuais que, se for totalmente implementada, tiraria mais 130 milhões de dólares em recursos.

23 DE AGOSTO

Jacob Blake é baleado por um policial em Wisconsin. O país é novamente impactado por terríveis imagens de celular, desta vez mostrando Jacob Blake, de 29 anos, sendo baleado várias vezes nas costas por um policial de Kenosha, no Estado de Wisconsin. O tiroteio, que ocorreu na frente dos três filhos de Jacob enquanto ele tentava entrar em seu carro segurando uma faca, o deixou parcialmente paralisado.

25 DE AGOSTO

Dois manifestantes são mortos durante protestos em Kenosha. Enquanto os manifestantes protestavam contra a ação da polícia que baleou Jacob Blake e enchiam as ruas de Kenosha, Kyle Rittenhouse, de 17 anos, é filmado em um vídeo aparentemente atirando em três pessoas enquanto carregava um rifle militar.

Posteriormente, ele recebeu duas acusações de homicídio doloso, com intenção de matar, em primeiro grau.

O adolescente Kyle Rittenhouse, que matou duas pessoas, caminha armado durante protestos em Kenosha Foto: Adam Rogan/The Journal Times via AP

26 DE AGOSTO

Equipe do Milwaukee Bucks abandona jogo de playoff da NBA

O time do Milwaukee Bucks abandonou um jogo de playoff da NBA, a liga americana de basquete masculino, contra o Orlando Magic para protestar contra a abordagem que baleou Jacob Blake. Eles logo se juntam ao time do Orlando Magic e outras equipes da NBA, da WNBA e outras ligas esportivas importantes. O movimento eleva dramaticamente uma temporada de atletas se manifestando por justiça social.

28 de AGOSTO

Milhares comparecem a marcha em Washington. Milhares se reúnem no Memorial Lincoln para um protesto visando relembrar a Marcha em Washington em 1963, mesmo local onde Martin Luther King Jr. proferiu sua célebre frase "Eu tenho um sonho". 

23 DE SETEMBRO

Grande júri se recusa a acusar oficiais pelo assassinato de Breonna Taylor.

Um grande júri decide não acusar os dois policiais que atiraram em Breonna Taylor, acusando um ex-detetive por atirar imprudentemente em outro apartamento durante a invasão ao apartamento dela. Dois policiais de Louisville são baleados durante as manifestações que se seguem.

A decisão vem depois de mais de 100 dias de protestos e uma investigação de um mês sobre a morte de Breonna, jovem de 26 anos, técnica de enfermagem, que foi baleada seis vezes por policiais que executavam uma busca. O namorado dela havia dado um tiro nos policiais quando eles invadiram o apartamento e disse mais tarde que achava que eles eram intrusos.

29 DE SETEMBRO

Trump diz aos “Proud Boys” para "recuar e aguardar" Questionado pelo moderador do primeiro debate presidencial se ele estava disposto a condenar os supremacistas brancos e pedir aos grupos de milícia que se retirassem, o presidente Trump disse aos Proud Boys - um grupo totalmente masculino e de extrema direita conhecido por brigar em protestos - que recuassem e aguardassem.  

Membro do Proud Boys diante depolicial durante manifestação de ativistas de extrema direita em Portland Foto: John Locher/AP

12 DE OUTUBRO

Monumento aos soldados da União é colocado abaixo em Santa Fé, no Estado do Novo México

Um monumento que ficou de pé por mais de 150 anos foi derrubado em um protesto no Dia dos Povos Indígenas. Os manifestantes usaram cordas e correntes para derrubar o obelisco, que foi dedicado aos soldados da União que lutaram nas batalhas da Guerra Civil no Novo México. O monumento tinha uma inscrição que homenageava os “heróis” que lutaram contra os “índios selvagens”.

26 DE OUTUBRO

Policiais da Filadélfia atiram fatalmente em Walter Wallace Jr. Dois policiais da Filadélfia atiram fatalmente em Walter Wallace Jr., um homem negro de 27 anos que estava armado com uma faca. Em um vídeo que circula nas redes sociais, alguém grita repetidamente a Wallace para abaixar a arma. A câmera aponta para o chão quando cerca de uma dúzia de tiros são ouvidos. Depois que Wallace cai no chão, sua mãe grita e corre para seu corpo.

3 DE NOVEMBRO

Eleitores escolhem novo presidente.

Depois de vencer as primárias democratas devido com apoio dos eleitores negros do partido, Joe Biden obtém uma vitória decisiva sobre o presidente Trump, chegando à Casa Branca junto com Kamala Harris, a primeira mulher, a primeira negra e a primeira asiática-americana a ser eleita vice-presidente.

A derrota de Trump, a rara saída de um presidente após apenas um mandato, ocorre depois de quatro anos caóticos em que ele promoveu divisões gritantes entre os americanos, incluindo sua implacável postura frente a imigrantes e pessoas não-brancas. Ainda assim, em uma eleição que gerou um aumento no comparecimento entre cada grupo eleitoral americano, Trump conquistou percentuais maiores de eleitores não-brancos em 2020 do que em 2016.

Os eleitores do Mississippi aprovam uma nova bandeira para o Estado com uma flor de magnólia e listras vermelhas, amarelas e azuis, substituindo a de 1894 que apresentava o emblema dos Confederados. 

O democrata Joe Biden foi vice-presidente de Barack Obama Foto: Angela Weiss/AFP

22 DE DEZEMBRO

Policial de Columbus atira fatalmente em Andre Hill.

Andre Hill, um homem negro de 47 anos, é morto por um policial em Columbus, Ohio, semanas depois que um assistente do xerife do condado de Franklin matou Casey Goodson, um homem negro, dando início a uma rodada de protestos contra a brutalidade policial.

30 DE DEZEMBRO

Minneapolis tem primeiro assassinato em abordagem policial desde George Floyd. Um policial de Minneapolis atira fatalmente em um homem que também atirou em policiais depois que eles se aproximaram de seu carro durante uma inspeção para verificar a presença de arma de fogo. Foi a primeira morte cometida por um membro do departamento desde o assassinato de George Floyd em maio.

6 DE JANEIRO DE 2021

Apoiadores do presidente Trump invadem o Capitólio dos Estados Unidos.

Após um discurso do presidente Trump em Washington, durante o qual o presidente incitou seus partidários a "lutarem como no inferno", centena de apoiadores do republicano passaram por cima de policiais e barreiras e invadiram o Capitólio dos Estados Unidos, o Congresso americano, para impedir a certificação da vitória de Biden.

Quatro pessoas, incluindo um oficial da Polícia do Capitólio dos EUA, Brian D. Sicknick, morrem durante os confrontos, e uma quinta - Ashli ​​Babbitt, uma apoiadora desarmada de Trump - foi baleada e morta por um oficial da Polícia do Capitólio enquanto se movia em direção ao plenário da Câmara.

Manifestantes pró-Trump invadem o Capitólio, em Washington, para defender presidente contra 'fraude eleitoral'. Foto: Evelyn Hockstein for The Washington Post

Cerca de 140 policiais da Polícia do Capitólio e do Departamento Metropolitano de Polícia da capital ficaram feridos, mas muitos ativistas que participaram dos protestos organizados pelo movimento Black Lives Matter dizem que a polícia não usou a força para deter os apoiadores de Trump, que eram, em sua maioria, brancos.

20 DE JANEIRO

Joe Biden toma posse como o 46º presidente.

A posse de Joe Biden como 46º presidente dos Estados Unidos e de Kamala Harris como vice-presidente ocorre em Washington. Em seu discurso de posse, o presidente promete derrotar a supremacia branca e usa uma série de ordens executivas no primeiro dia para declarar que "promover a equidade, os direitos civis, a justiça racial e a igualdade de oportunidades é responsabilidade de todo o nosso governo.”

4 DE MARÇO

Câmara aprova um projeto de reforma do polícia em homenagem a George Floyd.

Os democratas aprovaram na Câmara uma ampla revisão do policiamento federal com objetivo de combater a discriminação racial e o uso excessivo da força na aplicação da lei, enquanto os legisladores buscam retomar as negociações suprapartidárias sobre o assunto. O projeto não foi aprovado no Senado.

O presidente Biden esperava que os parlamentares chegassem a um acordo antes de 25 de maio, aniversário da morte de Floyd. Mas o acordo permaneceu inviável, apesar das contínuas negociações a portas fechadas entre a deputada Karen Bass, democrata da Califórnia, e os senadores Cory Booker, democrata de Nova Jersey, e Tim Scott, republicano da Carolina do Sul.

12 DE MARÇO

Família de George Floyd fecha acordo com Minneapolis por 27 milhões de dólares. A cidade de Minneapolis concorda em pagar 27 milhões de dólares à família de Floyd, cujo assassinato desencadeou meses de protestos. Quando o acordo foi anunciado por autoridades municipais e advogados da família de Floyd, Chauvin sentou-se em um tribunal a cerca de um quilômetro de distância, onde os jurados estavam sendo selecionados para seu julgamento.

29 DE MARÇO

Começa o julgamento do assassinato de George Floyd. Um dos processos judiciais mais observados em décadas começa. O promotor Jerry W. Blackwell chamou a atenção dos jurados para o vídeo da prisão de Floyd, dizendo: "Você pode acreditar emseus olhos, que é homicídio - é assassinato".  Eric J. Nelson, o advogado de Derek Chauvin, acusado pelo crime, disse aos jurados que examinassem outras provas, dizendo que o caso “é claramente mais do que cerca de 9 minutos e 29 segundos”, referindo-se ao tempo que Chauvin se ajoelhou sobre o pescoço de Floyd.

O advogado da família de George Floyd, Ben Crump, e o reverendo Al Sharpton, participam de ato do lado de fora da corte. Foto: Kerem Yucel/ AFP

11 DE ABRIL

Policial atira fatalmente e mata Daunte Wright em Minnesota. Durante uma abordagem de trânsito, policial atira fatalmente em Daunte Wright, um homem negro, no Brooklyn Center, Minnesota, a cerca de 16 quilômetros de onde Chauvin estava sendo julgado. Centenas de manifestantes saem novamente às ruas.

20 DE ABRIL

Derek Chauvin é considerado culpado pelo assassinato de George Floyd. O policial Derek Chauvin é considerado culpado de homicídio de segundo grau, homicídio de terceiro grau e homicídio culposo de George Floyd. O júri tomou a decisão após 10 horas.A pena para assassinato em segundo grau é de 12 anos, de acordo com as diretrizes de sentença de Minnesota, embora o Estado tenha pedido uma sentença mais alta. Minutos antes do veredicto, um policial em Columbus, Ohio, atirou e matou Khia Bryant, uma garota negra de 16 anos que parecia estar prestes a esfaquear uma mulher com uma faca na entrada do orfanato onde vivia.

O ex-policial Derek Chauvin é algemado após júri condená-lo pela morte de George Floyd Foto: Pool via REUTERS

25 DE MAIO

Visita à Casa Branca.

No primeiro aniversário do assassinato de Floyd, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recebeu a família do homem na Casa Branca. O encontro aconteceu em meio a pressões sobre a aprovação de um projeto de lei contra a violência policial no Congresso americano. Por todo o país, de Chicago a Seattle e Washington, os americanos estão se lembrando de Floyd e do impacto de sua morte no país. /Tradução de Mattheus Reis.

Em maio de 2020, o homicídio de George Floyd em Minneapolis, nos Estados Unidos, causou uma onda de indignação. Floyd, um homem negro de 46 anos, foi morto por um policial branco, Derek Chauvin, durante uma ocorrência policial gravada por uma testemunha.

Após a morte de Floyd, o país passou por repentinas e significativas mudanças políticas. Confira uma linha do tempo dos principais acontecimentos dos últimos doze meses:

O sobrinho de George Floyd, Brandon Williams, visita a praça Black Lives Matter para marcar um ano do assassinato que chocou o país Foto: Chip Somodevilla/Getty Images/AFP

25 de maio de 2020

George Floyd é assassinado pela polícia.

George Floyd, um homem afro-americano de 46 anos, é assassinado na esquina de uma rua em Minneapolis após ser algemado e imobilizado no chão por Derek Chauvin e outros policiais que atendiam a uma ocorrência de falsificação de documentos. Darnella Frazier, de 17 anos, começa a gravar Derek, branco, se ajoelhar em cima do pescoço de George, que repetidamente diz: “Eu não consigo respirar."

O vídeo de Darnella serviu para contradizer a alegação inicial da polícia de que a morte de George Floyd estaria associada a um “incidente médico” que a vítima apresentou durante a abordagem.

26 DE MAIO

Os quatro policiais envolvidos na ação são demitidos.

O chefe da Polícia de Minneapolis, Medaria Arradondo, demite os quatro policiais envolvidos na prisão de George Floyd. Centenas de manifestantes contra a violência policial tomam as ruas da cidade naquela noite.

27 DE MAIO

Protestos  crescem e se espalham pelos Estados Unidos.

Manifestantes protestam contra homicídio de George Floyd em Washington, nos Estados Unidos Foto: Alex Wong/Getty Images/AFP

Protestos e marchas acontecem em várias cidades para denunciar as mortes de negros sob custódia policial, inclusive a de George Floyd, em Minneapolis, a de Breonna Taylor, em Louisville, e a de Ahmaud Arbery em Brunswick, na Geórgia.

28 DE MAIO

Delegacia em Minneapolis é incendiada. 

A delegacia em Minneapolis onde os policiais envolvidos no assassinato de George Floyd trabalhavam fica em chamas durante os protestos. O governador do Estado Tim Walz aciona a Guarda Nacional enquanto centenas de edifícios pegam fogo durante os protestos, que se prolongam por várias noites. “Vamos ser bem claros: a situação em Minneapolis não é mais, de modo algum, sobre a morte de George Floyd, sim um ataque à sociedade civil, instigando medo e perturbando nossas grandes cidades”, disse o governador Walz.

29 DE MAIO

Derek Chauvin é preso. O policial que se ajoelhou no pescoço de George Floyd, Derek Chauvin, é preso e processado por homicídio em terceiro grau e homicídio culposo em segundo grau.

O presidente Donald Trump ameaça usar força militar para suprimir os protestos. No Twitter, ele chama os manifestantes de “bandidos” e afirma: “Quando os saques começarem, os tiroteios vão começar”

Ex-policial de Minneapolis Derek Chauvin foi preso em junho de 2020 Foto: Hennepin County Jail / AFP

30 DE MAIO

Casa Branca é trancada. Quando uma multidão de manifestantes se junta do lado de fora da Casa Branca, o Serviço secreto tranca temporariamente a sede da presidência e Trump é levado para um bunker subterrâneo por segurança.

Em Atlanta, centenas de manifestantes tomam as ruas perto do Parque Olímpico Centenário deixando um rastro de vidraças quebradas. Dois universitários que deixavam atos após o toque de recolher são retirados de um carro por policiais, que, por sua vez, disparam armas de choque neles.

Em Nova York, a polícia e os manifestantes entram em choque no Brooklyn e na baixa Manhattan, deixando feridos dos dois lados.

31 DE MAIO

Dia pacífico de manifestações termina com noite violenta.

Centenas de milhares de pessoas participam de atos pacíficos pelos Estados Unidos, mas, em algumas cidades, ocorrem centenas de prisões depois de manifestantes entrarem novamente em choque com a polícia. Algumas áreas são saqueadas. As tropas da Guarda Nacional são enviadas para mais de vinte e quatro Estados.

A polícia atira gás lacrimogênio próximo à Casa Branca para dispersar os manifestantes que haviam depredado vidraças de importantes prédios, tombado carros e provocado incêndios. A fumaça era vista próxima ao Monumento Washington.

É o sexto dia de agitação nacional desde o assassinato de George Floyd. Prefeitos impõem toques de recolher, e vários governadores mobilizam a Guarda Nacional, mas não conseguem conter a expansão dos protestos.

1 DE JUNHO

Protestos são reprimidos para presidente Trump tirar foto.

Manifestantes que se aglomeravam do lado de fora da Casa Branca contra a brutalidade policial são varridos da Praça Lafayette, em Washington, por policiais e tropas da Guarda Nacional com bombas de efeito moral e gás lacrimogênio, entre outros artefatos. A área é limpa para que o presidente Trump possa tirar uma foto com a bíblia na mão em frente à igreja de Saint John.

Trump posou para fotos com uma Bíblia na mão Foto: BRENDAN SMIALOWSKI/AFP

Manifestantes que protestavam pacificamente na Filadélfia entram em uma rodovia e sofrem uma emboscada do esquadrão da Swat. Os oficiais começas a usar spray de pimenta e gás lacrimogênio nos manifestantes, que reclamam de não conseguirem respirar. O toque de recolher é imposto em Nova York.

2 DE JUNHO

Símbolos dos Confederados se tornam um alvo dos protestos.

A estátua de 131 anos alusiva aos Confederados é derrubada em Alexandria, no Estado da Virgínia, um dos mais de 160 símbolos públicos relacionados aos Confederados e que foram removidos ou renomeados em 2020 após o assassinato de George Floyd – mais do que nos quatro anos anteriores juntos, de acordo com o grupo de estudos Southern Poverty Law Center.

3 DE JUNHO

Policiais de Minneapolis passam a responder por mais processos.

O Procurador-Geral do Estado de Minnessota, Keth Elisson, anuncia novos processos sobre o assassinato de George Floyd: homicídio de segundo grau contra Derek Chauvin, auxílio e cumplicidade no homicídio de segundo grau para os três outros policiais de Minneapolis que estavam presentes e não intervieram na abordagem.

4 DE JUNHO

Policiais de Buffalo são afastados após empurrão em manifestante de 75 anos.

Dois policiais da cidade de Buffalo, no Estado de Nova York, são afastados e têm seus salários suspensos após a divulgação de um vídeo que os flagrava empurrando um manifestante de 75 anos. Ele foi hospitalizado com uma lesão na cabeça. Outros políciais são vistos no vídeo passando perto do idoso, imóvel no chão, sem prestar socorro.

Centenas de pessoas se juntam em torno da capela de Minneapolis para uma cerimônia em memória de George Floyd, que é lembrado por pessoas próximas como amigo, pai, tio, mas também vítima da injustiça racial cujo assassinato sob custódia policial levou legiões de pessoas às ruas.

No Estado da Virgínia, o governador Ralph Northam ordena a remoção da estátua de Robert Lee na cidade de Richmond.

5 DE JUNHO

Frase “Vidas negras importam” é pintada perto da Casa Branca.

Trabalhadores da capital, Washington, pintam em cor amarela a frase “Vidas negras importam” em letras gigantes ao longo da rua próxima à Casa Branca que ficou marcada como centro dos confrontos entre supostos defensores da lei e da ordem e manifestantes antirracistas.

Lema também foi pintado na rua 16th street Foto: Joshua Roberts/Reuters

O Corpo de Fuzileiros Navais emite diretrizes detalhadas sobre a remoção e proibição de exibições públicas da bandeira dos Confederados em suas instalações - uma ordem que se estende a canecas, pôsteres e adesivos.

Um dos fundadores da Reddit, Alexis Ohanian, anuncia a renúncia do quadro da empresa de notícias e encouraja a companhia a substituí-lo por um candidato negro.

Mais de uma dúzia de jogadores negros de futebol americano divulgam um vídeo clamando à NFL, liga de futebol americano, a condenar a opressão sofrida por negros e a pedir desculpas por não apoiar atletas que protestaram pacificamente.

6 DE JUNHO

Protestos se espalham pelo mundo.

Dezenas de milhares de manifestantes vão às ruas na Austrália, Grã-Bretanha, França, Alemanha e outras nações em apoio aos protestos nos Estados Unidos contra o assassinato de George Floyd, enquanto denunciam o racismo em seus próprios países.

Seu navegador não suporta esse video.

Aos poucos, diversos países europeus aderem ao movimento Black Lives Matter, em resposta à violenta morte do afroamericano George Floyd por um policial branco, nos Estados Unidos. Neste domingo, os europeus ergueram seus punhos e gritaram contra os abusos de forças policiais, apesar da pandemia do novo coronavírus

7 DE JUNHO

Maioria do Conselho Municipal de Minneapolis assume compromisso de reformular Departamento de Polícia da cidade

A maioria dos membros da Câmara Municipal de Minneapolis sobe em um palco com grandes letras maiúsculas que dizem "Desfinancie a polícia", em um parque, enquanto prometem desmantelar o Departamento de Polícia da cidade. Eles prometem criar um novo sistema público de segurança em uma cidade onde a aplicação da lei vem, há muito tempo, sendo acusada de ser brutal com moradores negros.

8 DE JUNHO

Manifestantes estabelecem “zona autônoma” em Seattle.

Nas ruas próximas a uma delegacia no bairro do Capitol Hill, em Seattle, manifestantes e policiais passaram uma semana de noites de impasse.

Mas enfrentando uma série de críticas quanto à forma com que lidou com os protestos após o assassinato de George Floyd, o Departamento de Polícia de Seattle ofereceu uma concessão: os policiais poderiam abandonar o prédio do posto policial, fechar as janelas e deixar os manifestantes agirem livremente do lado de fora.

Os manifestantes removeram as barricadas que serviam de escudo para as ruas e reivindicaram a ocupação de outros quarteirões próximos, criando a chamada “Zona autônoma do Capitol Hill”

Milhares de pessoas se alinharam por horas para ver o corpo de George Floyd em Houston, cidade onde passou maior parte da vida. A  visitação pública se prolongou por mais de seis horas e se tornou não apenas um protesto, mas um memorial aberto pelo filho falecido da cidade.

9 DE JUNHO

George Floyd tem funeral privado. No funeral de George Floyd, ele é lembrado como filho, irmão, tio e pai que foi em vida. Floyd, que cresceu em um conjunto habitacional público na região predominantemente negra de Black Thir Ward, era considerado um filho nativo.

Cada orador invoca o momento político que surgiu após o que aconteceu em Minneapolis, e o reverendo Al Sharpton elogia Floyd.

O corpo de George Floyd é transportado para sepultamento em Houston Foto: David J. Phillip/EFE

No mesmo dia, o canal HBO remove do seu catálogo o filme E o vento levou, de 1939, um cânone do cinema americano, criticado por romantizar a Guerra de Secessão enquanto ocultava questões raciais da época. E Greg Glassman, fundador e executivo chefe da CrossFit, anuncia sua saída da empresa após postar no Twitter um texto que menosprezava tanto a pandemia de covid-19 quanto o assassinato de George Floyd.

10 DE JUNHO

Nascar anuncia banimento de bandeiras dos Confederados. A Nascar, categoria americana de automoblismo, anuncia que vai proibir a bandeira dos Confederados em seus eventos e ações promocionais, se tornando a última liga esportiva a reconsiderar a permanência do emblema na sociedade americana. Walmart se compromete a por fim à sua prática de colocar os produtos de beleza para negros em embalagens de vidro lacradas nas prateleiras, após uma onda de críticas de que a medida era uma forma de discriminação racial.

12 DE JUNHO

Policial de Atlanta atira fatalmente em Rayshard Brooks.

Após policiais de Atlanta serem chamados para uma ocorrência no estacionamento de um restaurante fast food, um oficial mata Rayshard Brooks, um homem negro que pegou no sono em seu carro na área de entregas à delivery. Rayshard brigou com os policiais depois de eles tentarem prendê-lo por dirigir drogado, e pegou uma das armas de choque antes de um outro policial disparar sua arma de fogo nas costas da vítima.

12 DE JUNHO

Estado de Nova York bane estrangulamentos. O Estado de Nova York se torna um dos primeiros a tomar medidas significativas para restringir a brutalidade policial após o assassinato de George Floyd, banindo o uso de estrangulamentos em abordagens e acabando com uma lei de meio século que mantinha secretos os registros de avaliação de disciplina da Polícia.

19 DE JUNHO

Juneteenth passa a ser mais conhecido. Muitos comemoram Juneteenth, o feriado que comemora a emancipação dos escravos nos Estados Unidos e que é abraçado pela comunidade negra americana desde o final dos anos 1800. Grandes companhias, como Twitter, Nike e Allstate o transformaram em um feriado pago aos funcionários.

A agência de notícias Associated Press muda seu guia de estilo de escrita e sugere o uso da letra “B”, em maiúsculo, em termos como “Black” para se referir a pessoas em um contexto racial, ético e cultural. 

O Estado do Colorado limita a prerrogativa de policiais usarem a imunidade da função como recurso diante de processos em tribunais estaduais. A lei ganhou o apoio de chefes de polícia do Estado e de associações de xerifes locais. O Estado também baniu o uso de força excessiva para prender e apreender uma pessoa suspeita somente de acusações não- violentas e de grau leve.

Manifestantes participam de marcha para marcar o Juneteenth emWashington DC Foto: Michael Reynolds/EFE/EPA

23 DE JUNHO

Movimento “Ocupe a prefeitura” ganha força em Nova York. Cerca de 100 manifestantes começam a ocupar o parque da Prefeitura na baixa Manhattan – alguns deles passando a noite no local – em um esforço de chamar a atenção às demandas do grupo para um corte no orçamento do Departamento de Polícia

24 DE JUNHO

Conselho escolar de Seattle suspende parceria com a polícia. De forma unânime, membros do conselho escolar de Seattle suspendem a presença de cinco policiais em escolas públicas. Estudantes negros compõem 14% dos matriculados, mas representam aproximadamente metade dos estudantes enviados à polícia, de acordo com o jornal Seattle Times. A decisão vem seis dias depois de o conselho escolar de Milwaukee também votar de forma unânime para cancelar todas as parcerias e contratos com a polícia local.

25 DE JUNHO

Atração “Splash Mountain”, na Disney, passa por revisão. A Disney afirma que vai reformular uma das suas principais atrações, a “Splash Mountain”, que destaca personagens e músicas do filme racista Canção do Sul, de 1946. O percurso, que existe há 31 anos, vai ser remodelado com base no filme A princesa e o sapo, de 2009, que apresentou a primeira princesa negra da Disney, Tiana.

26 DE JUNHO

Governador da Georgia assina assina lei contra crimes de ódio.

O governador Brian Kemp assina lei contra crimes de ódio na Geórgia, um dos poucos Estados sem uma legislação do tipo, após aprovação que contou com o apoio dos dois principais partidos americanos, o Democrata e o Republicano. O projeto de lei estava parado havia anos, mas retomou força após a morte de Ahmaud Arbery, um homem negro que foi fatalmente atingido por uma arma de fogo perto de Brunswick, na Geórgia, em fevereiro de 2020. A lei permite que penas extras sejam aplicadas para crimes motivados pela raça, cor, religião, nacionalidade, sexo, orientação sexual, gênero ou deficiência da vítima.

Em resposta à queda de estátuas e monumentos, o presidente Trump emite uma ordem executiva que instrui as autoridades policiais federais a processar as pessoas que danificaram monumentos ou estátuas federais. Também ameaça reter financiamento de governos locais que não protegem suas próprias estátuas de vândalos.

30 DE JUNHO

Mississippi remove um emblema confederado da bandeira do Estado.

O governador Tate Reeves sanciona uma medida que remove um emblema confederado da bandeira do Estado do Mississippi. A legislação determina o prazo de 15 dias para a remoção “pronta, digna e respeitosa” da bandeira, que apresentava as barras azuis e estrelas brancas da bandeira da Confederação.

A cruz azul na diagonal, demarcada por pequenas estrelas brancas com um fundo vermelho representou os estados do sul, contrários à abolição da escravatura, durante a Guerra Civil americana Foto: Patrick T. Fallon/AFP

1 DE JULHO

Los Angeles corta seu orçamento policial em 150 milhões de dólares.

O conselho municipal de Los Angeles corta o orçamento da polícia com planos de reinvestir os fundos em comunidades marginalizadas, mas ativistas destacam que os 150 milhões de dólares foram uma pequena fração do orçamento de 1,8 bilhão de dólares do departamento.

9 DE JULHO

Nova York pinta frase “Vidas negras importam” na frente da Trump Tower. A cidade de Nova York pinta a frase “Vidas negras importam” em letras amarelas gigantes na rua onde está localizada a Trump Tower.

15 DE JULHO

Agentes federais em Portland tiram pessoas das ruas e as levam em vans sem identificação.

Agentes federais vestidos com roupas camufladas e equipamento tático de guerra vão às ruas de Portland e levam pessoas em vans sem identificação, entre outras táticas militarizadas, no que a governadora do Estado do Oregon, Kate Brown, chama de “um flagrante abuso de poder”.

17 DE JULHO

Morre o parlamentar John Lewis. O deputado John Lewis, defensor da não-violência ferido na histórica manifestação em Selma, morre aos 80 anos.

"Eu sempre estive em algum tipo de luta - por liberdade, igualdade, direitos humanos - por toda a minha vida", disse Lewis ao anunciar, em dezembro, que estava em tratamento para o câncer Foto: Gary Cameron/REUTERS

25 DE JULHO

A WNBA dedica sua temporada à Breonna Taylor.

A WNBA, liga americana feminina de basquete, começa uma temporada dedicada à Breonna Taylor e cheia de iniciativas de justiça social. Símbolos e logotipos declarando “Vidas negras importam” e “Digam o nome dela” são proeminentes, e as jogadoras usam camisetas com o nome de Breonna, que foi morta em seu apartamento por policiais em Louisville, no Estado de Kentucky.

13 DE AGOSTO

Austin corta um terço de seu orçamento policial. O Conselho municipal da cidade de Austin aprova um corte de 21,5 milhões de dólares no orçamento para seu Departamento de Polícia e uma redistribuição das funções policiais atuais que, se for totalmente implementada, tiraria mais 130 milhões de dólares em recursos.

23 DE AGOSTO

Jacob Blake é baleado por um policial em Wisconsin. O país é novamente impactado por terríveis imagens de celular, desta vez mostrando Jacob Blake, de 29 anos, sendo baleado várias vezes nas costas por um policial de Kenosha, no Estado de Wisconsin. O tiroteio, que ocorreu na frente dos três filhos de Jacob enquanto ele tentava entrar em seu carro segurando uma faca, o deixou parcialmente paralisado.

25 DE AGOSTO

Dois manifestantes são mortos durante protestos em Kenosha. Enquanto os manifestantes protestavam contra a ação da polícia que baleou Jacob Blake e enchiam as ruas de Kenosha, Kyle Rittenhouse, de 17 anos, é filmado em um vídeo aparentemente atirando em três pessoas enquanto carregava um rifle militar.

Posteriormente, ele recebeu duas acusações de homicídio doloso, com intenção de matar, em primeiro grau.

O adolescente Kyle Rittenhouse, que matou duas pessoas, caminha armado durante protestos em Kenosha Foto: Adam Rogan/The Journal Times via AP

26 DE AGOSTO

Equipe do Milwaukee Bucks abandona jogo de playoff da NBA

O time do Milwaukee Bucks abandonou um jogo de playoff da NBA, a liga americana de basquete masculino, contra o Orlando Magic para protestar contra a abordagem que baleou Jacob Blake. Eles logo se juntam ao time do Orlando Magic e outras equipes da NBA, da WNBA e outras ligas esportivas importantes. O movimento eleva dramaticamente uma temporada de atletas se manifestando por justiça social.

28 de AGOSTO

Milhares comparecem a marcha em Washington. Milhares se reúnem no Memorial Lincoln para um protesto visando relembrar a Marcha em Washington em 1963, mesmo local onde Martin Luther King Jr. proferiu sua célebre frase "Eu tenho um sonho". 

23 DE SETEMBRO

Grande júri se recusa a acusar oficiais pelo assassinato de Breonna Taylor.

Um grande júri decide não acusar os dois policiais que atiraram em Breonna Taylor, acusando um ex-detetive por atirar imprudentemente em outro apartamento durante a invasão ao apartamento dela. Dois policiais de Louisville são baleados durante as manifestações que se seguem.

A decisão vem depois de mais de 100 dias de protestos e uma investigação de um mês sobre a morte de Breonna, jovem de 26 anos, técnica de enfermagem, que foi baleada seis vezes por policiais que executavam uma busca. O namorado dela havia dado um tiro nos policiais quando eles invadiram o apartamento e disse mais tarde que achava que eles eram intrusos.

29 DE SETEMBRO

Trump diz aos “Proud Boys” para "recuar e aguardar" Questionado pelo moderador do primeiro debate presidencial se ele estava disposto a condenar os supremacistas brancos e pedir aos grupos de milícia que se retirassem, o presidente Trump disse aos Proud Boys - um grupo totalmente masculino e de extrema direita conhecido por brigar em protestos - que recuassem e aguardassem.  

Membro do Proud Boys diante depolicial durante manifestação de ativistas de extrema direita em Portland Foto: John Locher/AP

12 DE OUTUBRO

Monumento aos soldados da União é colocado abaixo em Santa Fé, no Estado do Novo México

Um monumento que ficou de pé por mais de 150 anos foi derrubado em um protesto no Dia dos Povos Indígenas. Os manifestantes usaram cordas e correntes para derrubar o obelisco, que foi dedicado aos soldados da União que lutaram nas batalhas da Guerra Civil no Novo México. O monumento tinha uma inscrição que homenageava os “heróis” que lutaram contra os “índios selvagens”.

26 DE OUTUBRO

Policiais da Filadélfia atiram fatalmente em Walter Wallace Jr. Dois policiais da Filadélfia atiram fatalmente em Walter Wallace Jr., um homem negro de 27 anos que estava armado com uma faca. Em um vídeo que circula nas redes sociais, alguém grita repetidamente a Wallace para abaixar a arma. A câmera aponta para o chão quando cerca de uma dúzia de tiros são ouvidos. Depois que Wallace cai no chão, sua mãe grita e corre para seu corpo.

3 DE NOVEMBRO

Eleitores escolhem novo presidente.

Depois de vencer as primárias democratas devido com apoio dos eleitores negros do partido, Joe Biden obtém uma vitória decisiva sobre o presidente Trump, chegando à Casa Branca junto com Kamala Harris, a primeira mulher, a primeira negra e a primeira asiática-americana a ser eleita vice-presidente.

A derrota de Trump, a rara saída de um presidente após apenas um mandato, ocorre depois de quatro anos caóticos em que ele promoveu divisões gritantes entre os americanos, incluindo sua implacável postura frente a imigrantes e pessoas não-brancas. Ainda assim, em uma eleição que gerou um aumento no comparecimento entre cada grupo eleitoral americano, Trump conquistou percentuais maiores de eleitores não-brancos em 2020 do que em 2016.

Os eleitores do Mississippi aprovam uma nova bandeira para o Estado com uma flor de magnólia e listras vermelhas, amarelas e azuis, substituindo a de 1894 que apresentava o emblema dos Confederados. 

O democrata Joe Biden foi vice-presidente de Barack Obama Foto: Angela Weiss/AFP

22 DE DEZEMBRO

Policial de Columbus atira fatalmente em Andre Hill.

Andre Hill, um homem negro de 47 anos, é morto por um policial em Columbus, Ohio, semanas depois que um assistente do xerife do condado de Franklin matou Casey Goodson, um homem negro, dando início a uma rodada de protestos contra a brutalidade policial.

30 DE DEZEMBRO

Minneapolis tem primeiro assassinato em abordagem policial desde George Floyd. Um policial de Minneapolis atira fatalmente em um homem que também atirou em policiais depois que eles se aproximaram de seu carro durante uma inspeção para verificar a presença de arma de fogo. Foi a primeira morte cometida por um membro do departamento desde o assassinato de George Floyd em maio.

6 DE JANEIRO DE 2021

Apoiadores do presidente Trump invadem o Capitólio dos Estados Unidos.

Após um discurso do presidente Trump em Washington, durante o qual o presidente incitou seus partidários a "lutarem como no inferno", centena de apoiadores do republicano passaram por cima de policiais e barreiras e invadiram o Capitólio dos Estados Unidos, o Congresso americano, para impedir a certificação da vitória de Biden.

Quatro pessoas, incluindo um oficial da Polícia do Capitólio dos EUA, Brian D. Sicknick, morrem durante os confrontos, e uma quinta - Ashli ​​Babbitt, uma apoiadora desarmada de Trump - foi baleada e morta por um oficial da Polícia do Capitólio enquanto se movia em direção ao plenário da Câmara.

Manifestantes pró-Trump invadem o Capitólio, em Washington, para defender presidente contra 'fraude eleitoral'. Foto: Evelyn Hockstein for The Washington Post

Cerca de 140 policiais da Polícia do Capitólio e do Departamento Metropolitano de Polícia da capital ficaram feridos, mas muitos ativistas que participaram dos protestos organizados pelo movimento Black Lives Matter dizem que a polícia não usou a força para deter os apoiadores de Trump, que eram, em sua maioria, brancos.

20 DE JANEIRO

Joe Biden toma posse como o 46º presidente.

A posse de Joe Biden como 46º presidente dos Estados Unidos e de Kamala Harris como vice-presidente ocorre em Washington. Em seu discurso de posse, o presidente promete derrotar a supremacia branca e usa uma série de ordens executivas no primeiro dia para declarar que "promover a equidade, os direitos civis, a justiça racial e a igualdade de oportunidades é responsabilidade de todo o nosso governo.”

4 DE MARÇO

Câmara aprova um projeto de reforma do polícia em homenagem a George Floyd.

Os democratas aprovaram na Câmara uma ampla revisão do policiamento federal com objetivo de combater a discriminação racial e o uso excessivo da força na aplicação da lei, enquanto os legisladores buscam retomar as negociações suprapartidárias sobre o assunto. O projeto não foi aprovado no Senado.

O presidente Biden esperava que os parlamentares chegassem a um acordo antes de 25 de maio, aniversário da morte de Floyd. Mas o acordo permaneceu inviável, apesar das contínuas negociações a portas fechadas entre a deputada Karen Bass, democrata da Califórnia, e os senadores Cory Booker, democrata de Nova Jersey, e Tim Scott, republicano da Carolina do Sul.

12 DE MARÇO

Família de George Floyd fecha acordo com Minneapolis por 27 milhões de dólares. A cidade de Minneapolis concorda em pagar 27 milhões de dólares à família de Floyd, cujo assassinato desencadeou meses de protestos. Quando o acordo foi anunciado por autoridades municipais e advogados da família de Floyd, Chauvin sentou-se em um tribunal a cerca de um quilômetro de distância, onde os jurados estavam sendo selecionados para seu julgamento.

29 DE MARÇO

Começa o julgamento do assassinato de George Floyd. Um dos processos judiciais mais observados em décadas começa. O promotor Jerry W. Blackwell chamou a atenção dos jurados para o vídeo da prisão de Floyd, dizendo: "Você pode acreditar emseus olhos, que é homicídio - é assassinato".  Eric J. Nelson, o advogado de Derek Chauvin, acusado pelo crime, disse aos jurados que examinassem outras provas, dizendo que o caso “é claramente mais do que cerca de 9 minutos e 29 segundos”, referindo-se ao tempo que Chauvin se ajoelhou sobre o pescoço de Floyd.

O advogado da família de George Floyd, Ben Crump, e o reverendo Al Sharpton, participam de ato do lado de fora da corte. Foto: Kerem Yucel/ AFP

11 DE ABRIL

Policial atira fatalmente e mata Daunte Wright em Minnesota. Durante uma abordagem de trânsito, policial atira fatalmente em Daunte Wright, um homem negro, no Brooklyn Center, Minnesota, a cerca de 16 quilômetros de onde Chauvin estava sendo julgado. Centenas de manifestantes saem novamente às ruas.

20 DE ABRIL

Derek Chauvin é considerado culpado pelo assassinato de George Floyd. O policial Derek Chauvin é considerado culpado de homicídio de segundo grau, homicídio de terceiro grau e homicídio culposo de George Floyd. O júri tomou a decisão após 10 horas.A pena para assassinato em segundo grau é de 12 anos, de acordo com as diretrizes de sentença de Minnesota, embora o Estado tenha pedido uma sentença mais alta. Minutos antes do veredicto, um policial em Columbus, Ohio, atirou e matou Khia Bryant, uma garota negra de 16 anos que parecia estar prestes a esfaquear uma mulher com uma faca na entrada do orfanato onde vivia.

O ex-policial Derek Chauvin é algemado após júri condená-lo pela morte de George Floyd Foto: Pool via REUTERS

25 DE MAIO

Visita à Casa Branca.

No primeiro aniversário do assassinato de Floyd, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recebeu a família do homem na Casa Branca. O encontro aconteceu em meio a pressões sobre a aprovação de um projeto de lei contra a violência policial no Congresso americano. Por todo o país, de Chicago a Seattle e Washington, os americanos estão se lembrando de Floyd e do impacto de sua morte no país. /Tradução de Mattheus Reis.

Em maio de 2020, o homicídio de George Floyd em Minneapolis, nos Estados Unidos, causou uma onda de indignação. Floyd, um homem negro de 46 anos, foi morto por um policial branco, Derek Chauvin, durante uma ocorrência policial gravada por uma testemunha.

Após a morte de Floyd, o país passou por repentinas e significativas mudanças políticas. Confira uma linha do tempo dos principais acontecimentos dos últimos doze meses:

O sobrinho de George Floyd, Brandon Williams, visita a praça Black Lives Matter para marcar um ano do assassinato que chocou o país Foto: Chip Somodevilla/Getty Images/AFP

25 de maio de 2020

George Floyd é assassinado pela polícia.

George Floyd, um homem afro-americano de 46 anos, é assassinado na esquina de uma rua em Minneapolis após ser algemado e imobilizado no chão por Derek Chauvin e outros policiais que atendiam a uma ocorrência de falsificação de documentos. Darnella Frazier, de 17 anos, começa a gravar Derek, branco, se ajoelhar em cima do pescoço de George, que repetidamente diz: “Eu não consigo respirar."

O vídeo de Darnella serviu para contradizer a alegação inicial da polícia de que a morte de George Floyd estaria associada a um “incidente médico” que a vítima apresentou durante a abordagem.

26 DE MAIO

Os quatro policiais envolvidos na ação são demitidos.

O chefe da Polícia de Minneapolis, Medaria Arradondo, demite os quatro policiais envolvidos na prisão de George Floyd. Centenas de manifestantes contra a violência policial tomam as ruas da cidade naquela noite.

27 DE MAIO

Protestos  crescem e se espalham pelos Estados Unidos.

Manifestantes protestam contra homicídio de George Floyd em Washington, nos Estados Unidos Foto: Alex Wong/Getty Images/AFP

Protestos e marchas acontecem em várias cidades para denunciar as mortes de negros sob custódia policial, inclusive a de George Floyd, em Minneapolis, a de Breonna Taylor, em Louisville, e a de Ahmaud Arbery em Brunswick, na Geórgia.

28 DE MAIO

Delegacia em Minneapolis é incendiada. 

A delegacia em Minneapolis onde os policiais envolvidos no assassinato de George Floyd trabalhavam fica em chamas durante os protestos. O governador do Estado Tim Walz aciona a Guarda Nacional enquanto centenas de edifícios pegam fogo durante os protestos, que se prolongam por várias noites. “Vamos ser bem claros: a situação em Minneapolis não é mais, de modo algum, sobre a morte de George Floyd, sim um ataque à sociedade civil, instigando medo e perturbando nossas grandes cidades”, disse o governador Walz.

29 DE MAIO

Derek Chauvin é preso. O policial que se ajoelhou no pescoço de George Floyd, Derek Chauvin, é preso e processado por homicídio em terceiro grau e homicídio culposo em segundo grau.

O presidente Donald Trump ameaça usar força militar para suprimir os protestos. No Twitter, ele chama os manifestantes de “bandidos” e afirma: “Quando os saques começarem, os tiroteios vão começar”

Ex-policial de Minneapolis Derek Chauvin foi preso em junho de 2020 Foto: Hennepin County Jail / AFP

30 DE MAIO

Casa Branca é trancada. Quando uma multidão de manifestantes se junta do lado de fora da Casa Branca, o Serviço secreto tranca temporariamente a sede da presidência e Trump é levado para um bunker subterrâneo por segurança.

Em Atlanta, centenas de manifestantes tomam as ruas perto do Parque Olímpico Centenário deixando um rastro de vidraças quebradas. Dois universitários que deixavam atos após o toque de recolher são retirados de um carro por policiais, que, por sua vez, disparam armas de choque neles.

Em Nova York, a polícia e os manifestantes entram em choque no Brooklyn e na baixa Manhattan, deixando feridos dos dois lados.

31 DE MAIO

Dia pacífico de manifestações termina com noite violenta.

Centenas de milhares de pessoas participam de atos pacíficos pelos Estados Unidos, mas, em algumas cidades, ocorrem centenas de prisões depois de manifestantes entrarem novamente em choque com a polícia. Algumas áreas são saqueadas. As tropas da Guarda Nacional são enviadas para mais de vinte e quatro Estados.

A polícia atira gás lacrimogênio próximo à Casa Branca para dispersar os manifestantes que haviam depredado vidraças de importantes prédios, tombado carros e provocado incêndios. A fumaça era vista próxima ao Monumento Washington.

É o sexto dia de agitação nacional desde o assassinato de George Floyd. Prefeitos impõem toques de recolher, e vários governadores mobilizam a Guarda Nacional, mas não conseguem conter a expansão dos protestos.

1 DE JUNHO

Protestos são reprimidos para presidente Trump tirar foto.

Manifestantes que se aglomeravam do lado de fora da Casa Branca contra a brutalidade policial são varridos da Praça Lafayette, em Washington, por policiais e tropas da Guarda Nacional com bombas de efeito moral e gás lacrimogênio, entre outros artefatos. A área é limpa para que o presidente Trump possa tirar uma foto com a bíblia na mão em frente à igreja de Saint John.

Trump posou para fotos com uma Bíblia na mão Foto: BRENDAN SMIALOWSKI/AFP

Manifestantes que protestavam pacificamente na Filadélfia entram em uma rodovia e sofrem uma emboscada do esquadrão da Swat. Os oficiais começas a usar spray de pimenta e gás lacrimogênio nos manifestantes, que reclamam de não conseguirem respirar. O toque de recolher é imposto em Nova York.

2 DE JUNHO

Símbolos dos Confederados se tornam um alvo dos protestos.

A estátua de 131 anos alusiva aos Confederados é derrubada em Alexandria, no Estado da Virgínia, um dos mais de 160 símbolos públicos relacionados aos Confederados e que foram removidos ou renomeados em 2020 após o assassinato de George Floyd – mais do que nos quatro anos anteriores juntos, de acordo com o grupo de estudos Southern Poverty Law Center.

3 DE JUNHO

Policiais de Minneapolis passam a responder por mais processos.

O Procurador-Geral do Estado de Minnessota, Keth Elisson, anuncia novos processos sobre o assassinato de George Floyd: homicídio de segundo grau contra Derek Chauvin, auxílio e cumplicidade no homicídio de segundo grau para os três outros policiais de Minneapolis que estavam presentes e não intervieram na abordagem.

4 DE JUNHO

Policiais de Buffalo são afastados após empurrão em manifestante de 75 anos.

Dois policiais da cidade de Buffalo, no Estado de Nova York, são afastados e têm seus salários suspensos após a divulgação de um vídeo que os flagrava empurrando um manifestante de 75 anos. Ele foi hospitalizado com uma lesão na cabeça. Outros políciais são vistos no vídeo passando perto do idoso, imóvel no chão, sem prestar socorro.

Centenas de pessoas se juntam em torno da capela de Minneapolis para uma cerimônia em memória de George Floyd, que é lembrado por pessoas próximas como amigo, pai, tio, mas também vítima da injustiça racial cujo assassinato sob custódia policial levou legiões de pessoas às ruas.

No Estado da Virgínia, o governador Ralph Northam ordena a remoção da estátua de Robert Lee na cidade de Richmond.

5 DE JUNHO

Frase “Vidas negras importam” é pintada perto da Casa Branca.

Trabalhadores da capital, Washington, pintam em cor amarela a frase “Vidas negras importam” em letras gigantes ao longo da rua próxima à Casa Branca que ficou marcada como centro dos confrontos entre supostos defensores da lei e da ordem e manifestantes antirracistas.

Lema também foi pintado na rua 16th street Foto: Joshua Roberts/Reuters

O Corpo de Fuzileiros Navais emite diretrizes detalhadas sobre a remoção e proibição de exibições públicas da bandeira dos Confederados em suas instalações - uma ordem que se estende a canecas, pôsteres e adesivos.

Um dos fundadores da Reddit, Alexis Ohanian, anuncia a renúncia do quadro da empresa de notícias e encouraja a companhia a substituí-lo por um candidato negro.

Mais de uma dúzia de jogadores negros de futebol americano divulgam um vídeo clamando à NFL, liga de futebol americano, a condenar a opressão sofrida por negros e a pedir desculpas por não apoiar atletas que protestaram pacificamente.

6 DE JUNHO

Protestos se espalham pelo mundo.

Dezenas de milhares de manifestantes vão às ruas na Austrália, Grã-Bretanha, França, Alemanha e outras nações em apoio aos protestos nos Estados Unidos contra o assassinato de George Floyd, enquanto denunciam o racismo em seus próprios países.

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Aos poucos, diversos países europeus aderem ao movimento Black Lives Matter, em resposta à violenta morte do afroamericano George Floyd por um policial branco, nos Estados Unidos. Neste domingo, os europeus ergueram seus punhos e gritaram contra os abusos de forças policiais, apesar da pandemia do novo coronavírus

7 DE JUNHO

Maioria do Conselho Municipal de Minneapolis assume compromisso de reformular Departamento de Polícia da cidade

A maioria dos membros da Câmara Municipal de Minneapolis sobe em um palco com grandes letras maiúsculas que dizem "Desfinancie a polícia", em um parque, enquanto prometem desmantelar o Departamento de Polícia da cidade. Eles prometem criar um novo sistema público de segurança em uma cidade onde a aplicação da lei vem, há muito tempo, sendo acusada de ser brutal com moradores negros.

8 DE JUNHO

Manifestantes estabelecem “zona autônoma” em Seattle.

Nas ruas próximas a uma delegacia no bairro do Capitol Hill, em Seattle, manifestantes e policiais passaram uma semana de noites de impasse.

Mas enfrentando uma série de críticas quanto à forma com que lidou com os protestos após o assassinato de George Floyd, o Departamento de Polícia de Seattle ofereceu uma concessão: os policiais poderiam abandonar o prédio do posto policial, fechar as janelas e deixar os manifestantes agirem livremente do lado de fora.

Os manifestantes removeram as barricadas que serviam de escudo para as ruas e reivindicaram a ocupação de outros quarteirões próximos, criando a chamada “Zona autônoma do Capitol Hill”

Milhares de pessoas se alinharam por horas para ver o corpo de George Floyd em Houston, cidade onde passou maior parte da vida. A  visitação pública se prolongou por mais de seis horas e se tornou não apenas um protesto, mas um memorial aberto pelo filho falecido da cidade.

9 DE JUNHO

George Floyd tem funeral privado. No funeral de George Floyd, ele é lembrado como filho, irmão, tio e pai que foi em vida. Floyd, que cresceu em um conjunto habitacional público na região predominantemente negra de Black Thir Ward, era considerado um filho nativo.

Cada orador invoca o momento político que surgiu após o que aconteceu em Minneapolis, e o reverendo Al Sharpton elogia Floyd.

O corpo de George Floyd é transportado para sepultamento em Houston Foto: David J. Phillip/EFE

No mesmo dia, o canal HBO remove do seu catálogo o filme E o vento levou, de 1939, um cânone do cinema americano, criticado por romantizar a Guerra de Secessão enquanto ocultava questões raciais da época. E Greg Glassman, fundador e executivo chefe da CrossFit, anuncia sua saída da empresa após postar no Twitter um texto que menosprezava tanto a pandemia de covid-19 quanto o assassinato de George Floyd.

10 DE JUNHO

Nascar anuncia banimento de bandeiras dos Confederados. A Nascar, categoria americana de automoblismo, anuncia que vai proibir a bandeira dos Confederados em seus eventos e ações promocionais, se tornando a última liga esportiva a reconsiderar a permanência do emblema na sociedade americana. Walmart se compromete a por fim à sua prática de colocar os produtos de beleza para negros em embalagens de vidro lacradas nas prateleiras, após uma onda de críticas de que a medida era uma forma de discriminação racial.

12 DE JUNHO

Policial de Atlanta atira fatalmente em Rayshard Brooks.

Após policiais de Atlanta serem chamados para uma ocorrência no estacionamento de um restaurante fast food, um oficial mata Rayshard Brooks, um homem negro que pegou no sono em seu carro na área de entregas à delivery. Rayshard brigou com os policiais depois de eles tentarem prendê-lo por dirigir drogado, e pegou uma das armas de choque antes de um outro policial disparar sua arma de fogo nas costas da vítima.

12 DE JUNHO

Estado de Nova York bane estrangulamentos. O Estado de Nova York se torna um dos primeiros a tomar medidas significativas para restringir a brutalidade policial após o assassinato de George Floyd, banindo o uso de estrangulamentos em abordagens e acabando com uma lei de meio século que mantinha secretos os registros de avaliação de disciplina da Polícia.

19 DE JUNHO

Juneteenth passa a ser mais conhecido. Muitos comemoram Juneteenth, o feriado que comemora a emancipação dos escravos nos Estados Unidos e que é abraçado pela comunidade negra americana desde o final dos anos 1800. Grandes companhias, como Twitter, Nike e Allstate o transformaram em um feriado pago aos funcionários.

A agência de notícias Associated Press muda seu guia de estilo de escrita e sugere o uso da letra “B”, em maiúsculo, em termos como “Black” para se referir a pessoas em um contexto racial, ético e cultural. 

O Estado do Colorado limita a prerrogativa de policiais usarem a imunidade da função como recurso diante de processos em tribunais estaduais. A lei ganhou o apoio de chefes de polícia do Estado e de associações de xerifes locais. O Estado também baniu o uso de força excessiva para prender e apreender uma pessoa suspeita somente de acusações não- violentas e de grau leve.

Manifestantes participam de marcha para marcar o Juneteenth emWashington DC Foto: Michael Reynolds/EFE/EPA

23 DE JUNHO

Movimento “Ocupe a prefeitura” ganha força em Nova York. Cerca de 100 manifestantes começam a ocupar o parque da Prefeitura na baixa Manhattan – alguns deles passando a noite no local – em um esforço de chamar a atenção às demandas do grupo para um corte no orçamento do Departamento de Polícia

24 DE JUNHO

Conselho escolar de Seattle suspende parceria com a polícia. De forma unânime, membros do conselho escolar de Seattle suspendem a presença de cinco policiais em escolas públicas. Estudantes negros compõem 14% dos matriculados, mas representam aproximadamente metade dos estudantes enviados à polícia, de acordo com o jornal Seattle Times. A decisão vem seis dias depois de o conselho escolar de Milwaukee também votar de forma unânime para cancelar todas as parcerias e contratos com a polícia local.

25 DE JUNHO

Atração “Splash Mountain”, na Disney, passa por revisão. A Disney afirma que vai reformular uma das suas principais atrações, a “Splash Mountain”, que destaca personagens e músicas do filme racista Canção do Sul, de 1946. O percurso, que existe há 31 anos, vai ser remodelado com base no filme A princesa e o sapo, de 2009, que apresentou a primeira princesa negra da Disney, Tiana.

26 DE JUNHO

Governador da Georgia assina assina lei contra crimes de ódio.

O governador Brian Kemp assina lei contra crimes de ódio na Geórgia, um dos poucos Estados sem uma legislação do tipo, após aprovação que contou com o apoio dos dois principais partidos americanos, o Democrata e o Republicano. O projeto de lei estava parado havia anos, mas retomou força após a morte de Ahmaud Arbery, um homem negro que foi fatalmente atingido por uma arma de fogo perto de Brunswick, na Geórgia, em fevereiro de 2020. A lei permite que penas extras sejam aplicadas para crimes motivados pela raça, cor, religião, nacionalidade, sexo, orientação sexual, gênero ou deficiência da vítima.

Em resposta à queda de estátuas e monumentos, o presidente Trump emite uma ordem executiva que instrui as autoridades policiais federais a processar as pessoas que danificaram monumentos ou estátuas federais. Também ameaça reter financiamento de governos locais que não protegem suas próprias estátuas de vândalos.

30 DE JUNHO

Mississippi remove um emblema confederado da bandeira do Estado.

O governador Tate Reeves sanciona uma medida que remove um emblema confederado da bandeira do Estado do Mississippi. A legislação determina o prazo de 15 dias para a remoção “pronta, digna e respeitosa” da bandeira, que apresentava as barras azuis e estrelas brancas da bandeira da Confederação.

A cruz azul na diagonal, demarcada por pequenas estrelas brancas com um fundo vermelho representou os estados do sul, contrários à abolição da escravatura, durante a Guerra Civil americana Foto: Patrick T. Fallon/AFP

1 DE JULHO

Los Angeles corta seu orçamento policial em 150 milhões de dólares.

O conselho municipal de Los Angeles corta o orçamento da polícia com planos de reinvestir os fundos em comunidades marginalizadas, mas ativistas destacam que os 150 milhões de dólares foram uma pequena fração do orçamento de 1,8 bilhão de dólares do departamento.

9 DE JULHO

Nova York pinta frase “Vidas negras importam” na frente da Trump Tower. A cidade de Nova York pinta a frase “Vidas negras importam” em letras amarelas gigantes na rua onde está localizada a Trump Tower.

15 DE JULHO

Agentes federais em Portland tiram pessoas das ruas e as levam em vans sem identificação.

Agentes federais vestidos com roupas camufladas e equipamento tático de guerra vão às ruas de Portland e levam pessoas em vans sem identificação, entre outras táticas militarizadas, no que a governadora do Estado do Oregon, Kate Brown, chama de “um flagrante abuso de poder”.

17 DE JULHO

Morre o parlamentar John Lewis. O deputado John Lewis, defensor da não-violência ferido na histórica manifestação em Selma, morre aos 80 anos.

"Eu sempre estive em algum tipo de luta - por liberdade, igualdade, direitos humanos - por toda a minha vida", disse Lewis ao anunciar, em dezembro, que estava em tratamento para o câncer Foto: Gary Cameron/REUTERS

25 DE JULHO

A WNBA dedica sua temporada à Breonna Taylor.

A WNBA, liga americana feminina de basquete, começa uma temporada dedicada à Breonna Taylor e cheia de iniciativas de justiça social. Símbolos e logotipos declarando “Vidas negras importam” e “Digam o nome dela” são proeminentes, e as jogadoras usam camisetas com o nome de Breonna, que foi morta em seu apartamento por policiais em Louisville, no Estado de Kentucky.

13 DE AGOSTO

Austin corta um terço de seu orçamento policial. O Conselho municipal da cidade de Austin aprova um corte de 21,5 milhões de dólares no orçamento para seu Departamento de Polícia e uma redistribuição das funções policiais atuais que, se for totalmente implementada, tiraria mais 130 milhões de dólares em recursos.

23 DE AGOSTO

Jacob Blake é baleado por um policial em Wisconsin. O país é novamente impactado por terríveis imagens de celular, desta vez mostrando Jacob Blake, de 29 anos, sendo baleado várias vezes nas costas por um policial de Kenosha, no Estado de Wisconsin. O tiroteio, que ocorreu na frente dos três filhos de Jacob enquanto ele tentava entrar em seu carro segurando uma faca, o deixou parcialmente paralisado.

25 DE AGOSTO

Dois manifestantes são mortos durante protestos em Kenosha. Enquanto os manifestantes protestavam contra a ação da polícia que baleou Jacob Blake e enchiam as ruas de Kenosha, Kyle Rittenhouse, de 17 anos, é filmado em um vídeo aparentemente atirando em três pessoas enquanto carregava um rifle militar.

Posteriormente, ele recebeu duas acusações de homicídio doloso, com intenção de matar, em primeiro grau.

O adolescente Kyle Rittenhouse, que matou duas pessoas, caminha armado durante protestos em Kenosha Foto: Adam Rogan/The Journal Times via AP

26 DE AGOSTO

Equipe do Milwaukee Bucks abandona jogo de playoff da NBA

O time do Milwaukee Bucks abandonou um jogo de playoff da NBA, a liga americana de basquete masculino, contra o Orlando Magic para protestar contra a abordagem que baleou Jacob Blake. Eles logo se juntam ao time do Orlando Magic e outras equipes da NBA, da WNBA e outras ligas esportivas importantes. O movimento eleva dramaticamente uma temporada de atletas se manifestando por justiça social.

28 de AGOSTO

Milhares comparecem a marcha em Washington. Milhares se reúnem no Memorial Lincoln para um protesto visando relembrar a Marcha em Washington em 1963, mesmo local onde Martin Luther King Jr. proferiu sua célebre frase "Eu tenho um sonho". 

23 DE SETEMBRO

Grande júri se recusa a acusar oficiais pelo assassinato de Breonna Taylor.

Um grande júri decide não acusar os dois policiais que atiraram em Breonna Taylor, acusando um ex-detetive por atirar imprudentemente em outro apartamento durante a invasão ao apartamento dela. Dois policiais de Louisville são baleados durante as manifestações que se seguem.

A decisão vem depois de mais de 100 dias de protestos e uma investigação de um mês sobre a morte de Breonna, jovem de 26 anos, técnica de enfermagem, que foi baleada seis vezes por policiais que executavam uma busca. O namorado dela havia dado um tiro nos policiais quando eles invadiram o apartamento e disse mais tarde que achava que eles eram intrusos.

29 DE SETEMBRO

Trump diz aos “Proud Boys” para "recuar e aguardar" Questionado pelo moderador do primeiro debate presidencial se ele estava disposto a condenar os supremacistas brancos e pedir aos grupos de milícia que se retirassem, o presidente Trump disse aos Proud Boys - um grupo totalmente masculino e de extrema direita conhecido por brigar em protestos - que recuassem e aguardassem.  

Membro do Proud Boys diante depolicial durante manifestação de ativistas de extrema direita em Portland Foto: John Locher/AP

12 DE OUTUBRO

Monumento aos soldados da União é colocado abaixo em Santa Fé, no Estado do Novo México

Um monumento que ficou de pé por mais de 150 anos foi derrubado em um protesto no Dia dos Povos Indígenas. Os manifestantes usaram cordas e correntes para derrubar o obelisco, que foi dedicado aos soldados da União que lutaram nas batalhas da Guerra Civil no Novo México. O monumento tinha uma inscrição que homenageava os “heróis” que lutaram contra os “índios selvagens”.

26 DE OUTUBRO

Policiais da Filadélfia atiram fatalmente em Walter Wallace Jr. Dois policiais da Filadélfia atiram fatalmente em Walter Wallace Jr., um homem negro de 27 anos que estava armado com uma faca. Em um vídeo que circula nas redes sociais, alguém grita repetidamente a Wallace para abaixar a arma. A câmera aponta para o chão quando cerca de uma dúzia de tiros são ouvidos. Depois que Wallace cai no chão, sua mãe grita e corre para seu corpo.

3 DE NOVEMBRO

Eleitores escolhem novo presidente.

Depois de vencer as primárias democratas devido com apoio dos eleitores negros do partido, Joe Biden obtém uma vitória decisiva sobre o presidente Trump, chegando à Casa Branca junto com Kamala Harris, a primeira mulher, a primeira negra e a primeira asiática-americana a ser eleita vice-presidente.

A derrota de Trump, a rara saída de um presidente após apenas um mandato, ocorre depois de quatro anos caóticos em que ele promoveu divisões gritantes entre os americanos, incluindo sua implacável postura frente a imigrantes e pessoas não-brancas. Ainda assim, em uma eleição que gerou um aumento no comparecimento entre cada grupo eleitoral americano, Trump conquistou percentuais maiores de eleitores não-brancos em 2020 do que em 2016.

Os eleitores do Mississippi aprovam uma nova bandeira para o Estado com uma flor de magnólia e listras vermelhas, amarelas e azuis, substituindo a de 1894 que apresentava o emblema dos Confederados. 

O democrata Joe Biden foi vice-presidente de Barack Obama Foto: Angela Weiss/AFP

22 DE DEZEMBRO

Policial de Columbus atira fatalmente em Andre Hill.

Andre Hill, um homem negro de 47 anos, é morto por um policial em Columbus, Ohio, semanas depois que um assistente do xerife do condado de Franklin matou Casey Goodson, um homem negro, dando início a uma rodada de protestos contra a brutalidade policial.

30 DE DEZEMBRO

Minneapolis tem primeiro assassinato em abordagem policial desde George Floyd. Um policial de Minneapolis atira fatalmente em um homem que também atirou em policiais depois que eles se aproximaram de seu carro durante uma inspeção para verificar a presença de arma de fogo. Foi a primeira morte cometida por um membro do departamento desde o assassinato de George Floyd em maio.

6 DE JANEIRO DE 2021

Apoiadores do presidente Trump invadem o Capitólio dos Estados Unidos.

Após um discurso do presidente Trump em Washington, durante o qual o presidente incitou seus partidários a "lutarem como no inferno", centena de apoiadores do republicano passaram por cima de policiais e barreiras e invadiram o Capitólio dos Estados Unidos, o Congresso americano, para impedir a certificação da vitória de Biden.

Quatro pessoas, incluindo um oficial da Polícia do Capitólio dos EUA, Brian D. Sicknick, morrem durante os confrontos, e uma quinta - Ashli ​​Babbitt, uma apoiadora desarmada de Trump - foi baleada e morta por um oficial da Polícia do Capitólio enquanto se movia em direção ao plenário da Câmara.

Manifestantes pró-Trump invadem o Capitólio, em Washington, para defender presidente contra 'fraude eleitoral'. Foto: Evelyn Hockstein for The Washington Post

Cerca de 140 policiais da Polícia do Capitólio e do Departamento Metropolitano de Polícia da capital ficaram feridos, mas muitos ativistas que participaram dos protestos organizados pelo movimento Black Lives Matter dizem que a polícia não usou a força para deter os apoiadores de Trump, que eram, em sua maioria, brancos.

20 DE JANEIRO

Joe Biden toma posse como o 46º presidente.

A posse de Joe Biden como 46º presidente dos Estados Unidos e de Kamala Harris como vice-presidente ocorre em Washington. Em seu discurso de posse, o presidente promete derrotar a supremacia branca e usa uma série de ordens executivas no primeiro dia para declarar que "promover a equidade, os direitos civis, a justiça racial e a igualdade de oportunidades é responsabilidade de todo o nosso governo.”

4 DE MARÇO

Câmara aprova um projeto de reforma do polícia em homenagem a George Floyd.

Os democratas aprovaram na Câmara uma ampla revisão do policiamento federal com objetivo de combater a discriminação racial e o uso excessivo da força na aplicação da lei, enquanto os legisladores buscam retomar as negociações suprapartidárias sobre o assunto. O projeto não foi aprovado no Senado.

O presidente Biden esperava que os parlamentares chegassem a um acordo antes de 25 de maio, aniversário da morte de Floyd. Mas o acordo permaneceu inviável, apesar das contínuas negociações a portas fechadas entre a deputada Karen Bass, democrata da Califórnia, e os senadores Cory Booker, democrata de Nova Jersey, e Tim Scott, republicano da Carolina do Sul.

12 DE MARÇO

Família de George Floyd fecha acordo com Minneapolis por 27 milhões de dólares. A cidade de Minneapolis concorda em pagar 27 milhões de dólares à família de Floyd, cujo assassinato desencadeou meses de protestos. Quando o acordo foi anunciado por autoridades municipais e advogados da família de Floyd, Chauvin sentou-se em um tribunal a cerca de um quilômetro de distância, onde os jurados estavam sendo selecionados para seu julgamento.

29 DE MARÇO

Começa o julgamento do assassinato de George Floyd. Um dos processos judiciais mais observados em décadas começa. O promotor Jerry W. Blackwell chamou a atenção dos jurados para o vídeo da prisão de Floyd, dizendo: "Você pode acreditar emseus olhos, que é homicídio - é assassinato".  Eric J. Nelson, o advogado de Derek Chauvin, acusado pelo crime, disse aos jurados que examinassem outras provas, dizendo que o caso “é claramente mais do que cerca de 9 minutos e 29 segundos”, referindo-se ao tempo que Chauvin se ajoelhou sobre o pescoço de Floyd.

O advogado da família de George Floyd, Ben Crump, e o reverendo Al Sharpton, participam de ato do lado de fora da corte. Foto: Kerem Yucel/ AFP

11 DE ABRIL

Policial atira fatalmente e mata Daunte Wright em Minnesota. Durante uma abordagem de trânsito, policial atira fatalmente em Daunte Wright, um homem negro, no Brooklyn Center, Minnesota, a cerca de 16 quilômetros de onde Chauvin estava sendo julgado. Centenas de manifestantes saem novamente às ruas.

20 DE ABRIL

Derek Chauvin é considerado culpado pelo assassinato de George Floyd. O policial Derek Chauvin é considerado culpado de homicídio de segundo grau, homicídio de terceiro grau e homicídio culposo de George Floyd. O júri tomou a decisão após 10 horas.A pena para assassinato em segundo grau é de 12 anos, de acordo com as diretrizes de sentença de Minnesota, embora o Estado tenha pedido uma sentença mais alta. Minutos antes do veredicto, um policial em Columbus, Ohio, atirou e matou Khia Bryant, uma garota negra de 16 anos que parecia estar prestes a esfaquear uma mulher com uma faca na entrada do orfanato onde vivia.

O ex-policial Derek Chauvin é algemado após júri condená-lo pela morte de George Floyd Foto: Pool via REUTERS

25 DE MAIO

Visita à Casa Branca.

No primeiro aniversário do assassinato de Floyd, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recebeu a família do homem na Casa Branca. O encontro aconteceu em meio a pressões sobre a aprovação de um projeto de lei contra a violência policial no Congresso americano. Por todo o país, de Chicago a Seattle e Washington, os americanos estão se lembrando de Floyd e do impacto de sua morte no país. /Tradução de Mattheus Reis.

Em maio de 2020, o homicídio de George Floyd em Minneapolis, nos Estados Unidos, causou uma onda de indignação. Floyd, um homem negro de 46 anos, foi morto por um policial branco, Derek Chauvin, durante uma ocorrência policial gravada por uma testemunha.

Após a morte de Floyd, o país passou por repentinas e significativas mudanças políticas. Confira uma linha do tempo dos principais acontecimentos dos últimos doze meses:

O sobrinho de George Floyd, Brandon Williams, visita a praça Black Lives Matter para marcar um ano do assassinato que chocou o país Foto: Chip Somodevilla/Getty Images/AFP

25 de maio de 2020

George Floyd é assassinado pela polícia.

George Floyd, um homem afro-americano de 46 anos, é assassinado na esquina de uma rua em Minneapolis após ser algemado e imobilizado no chão por Derek Chauvin e outros policiais que atendiam a uma ocorrência de falsificação de documentos. Darnella Frazier, de 17 anos, começa a gravar Derek, branco, se ajoelhar em cima do pescoço de George, que repetidamente diz: “Eu não consigo respirar."

O vídeo de Darnella serviu para contradizer a alegação inicial da polícia de que a morte de George Floyd estaria associada a um “incidente médico” que a vítima apresentou durante a abordagem.

26 DE MAIO

Os quatro policiais envolvidos na ação são demitidos.

O chefe da Polícia de Minneapolis, Medaria Arradondo, demite os quatro policiais envolvidos na prisão de George Floyd. Centenas de manifestantes contra a violência policial tomam as ruas da cidade naquela noite.

27 DE MAIO

Protestos  crescem e se espalham pelos Estados Unidos.

Manifestantes protestam contra homicídio de George Floyd em Washington, nos Estados Unidos Foto: Alex Wong/Getty Images/AFP

Protestos e marchas acontecem em várias cidades para denunciar as mortes de negros sob custódia policial, inclusive a de George Floyd, em Minneapolis, a de Breonna Taylor, em Louisville, e a de Ahmaud Arbery em Brunswick, na Geórgia.

28 DE MAIO

Delegacia em Minneapolis é incendiada. 

A delegacia em Minneapolis onde os policiais envolvidos no assassinato de George Floyd trabalhavam fica em chamas durante os protestos. O governador do Estado Tim Walz aciona a Guarda Nacional enquanto centenas de edifícios pegam fogo durante os protestos, que se prolongam por várias noites. “Vamos ser bem claros: a situação em Minneapolis não é mais, de modo algum, sobre a morte de George Floyd, sim um ataque à sociedade civil, instigando medo e perturbando nossas grandes cidades”, disse o governador Walz.

29 DE MAIO

Derek Chauvin é preso. O policial que se ajoelhou no pescoço de George Floyd, Derek Chauvin, é preso e processado por homicídio em terceiro grau e homicídio culposo em segundo grau.

O presidente Donald Trump ameaça usar força militar para suprimir os protestos. No Twitter, ele chama os manifestantes de “bandidos” e afirma: “Quando os saques começarem, os tiroteios vão começar”

Ex-policial de Minneapolis Derek Chauvin foi preso em junho de 2020 Foto: Hennepin County Jail / AFP

30 DE MAIO

Casa Branca é trancada. Quando uma multidão de manifestantes se junta do lado de fora da Casa Branca, o Serviço secreto tranca temporariamente a sede da presidência e Trump é levado para um bunker subterrâneo por segurança.

Em Atlanta, centenas de manifestantes tomam as ruas perto do Parque Olímpico Centenário deixando um rastro de vidraças quebradas. Dois universitários que deixavam atos após o toque de recolher são retirados de um carro por policiais, que, por sua vez, disparam armas de choque neles.

Em Nova York, a polícia e os manifestantes entram em choque no Brooklyn e na baixa Manhattan, deixando feridos dos dois lados.

31 DE MAIO

Dia pacífico de manifestações termina com noite violenta.

Centenas de milhares de pessoas participam de atos pacíficos pelos Estados Unidos, mas, em algumas cidades, ocorrem centenas de prisões depois de manifestantes entrarem novamente em choque com a polícia. Algumas áreas são saqueadas. As tropas da Guarda Nacional são enviadas para mais de vinte e quatro Estados.

A polícia atira gás lacrimogênio próximo à Casa Branca para dispersar os manifestantes que haviam depredado vidraças de importantes prédios, tombado carros e provocado incêndios. A fumaça era vista próxima ao Monumento Washington.

É o sexto dia de agitação nacional desde o assassinato de George Floyd. Prefeitos impõem toques de recolher, e vários governadores mobilizam a Guarda Nacional, mas não conseguem conter a expansão dos protestos.

1 DE JUNHO

Protestos são reprimidos para presidente Trump tirar foto.

Manifestantes que se aglomeravam do lado de fora da Casa Branca contra a brutalidade policial são varridos da Praça Lafayette, em Washington, por policiais e tropas da Guarda Nacional com bombas de efeito moral e gás lacrimogênio, entre outros artefatos. A área é limpa para que o presidente Trump possa tirar uma foto com a bíblia na mão em frente à igreja de Saint John.

Trump posou para fotos com uma Bíblia na mão Foto: BRENDAN SMIALOWSKI/AFP

Manifestantes que protestavam pacificamente na Filadélfia entram em uma rodovia e sofrem uma emboscada do esquadrão da Swat. Os oficiais começas a usar spray de pimenta e gás lacrimogênio nos manifestantes, que reclamam de não conseguirem respirar. O toque de recolher é imposto em Nova York.

2 DE JUNHO

Símbolos dos Confederados se tornam um alvo dos protestos.

A estátua de 131 anos alusiva aos Confederados é derrubada em Alexandria, no Estado da Virgínia, um dos mais de 160 símbolos públicos relacionados aos Confederados e que foram removidos ou renomeados em 2020 após o assassinato de George Floyd – mais do que nos quatro anos anteriores juntos, de acordo com o grupo de estudos Southern Poverty Law Center.

3 DE JUNHO

Policiais de Minneapolis passam a responder por mais processos.

O Procurador-Geral do Estado de Minnessota, Keth Elisson, anuncia novos processos sobre o assassinato de George Floyd: homicídio de segundo grau contra Derek Chauvin, auxílio e cumplicidade no homicídio de segundo grau para os três outros policiais de Minneapolis que estavam presentes e não intervieram na abordagem.

4 DE JUNHO

Policiais de Buffalo são afastados após empurrão em manifestante de 75 anos.

Dois policiais da cidade de Buffalo, no Estado de Nova York, são afastados e têm seus salários suspensos após a divulgação de um vídeo que os flagrava empurrando um manifestante de 75 anos. Ele foi hospitalizado com uma lesão na cabeça. Outros políciais são vistos no vídeo passando perto do idoso, imóvel no chão, sem prestar socorro.

Centenas de pessoas se juntam em torno da capela de Minneapolis para uma cerimônia em memória de George Floyd, que é lembrado por pessoas próximas como amigo, pai, tio, mas também vítima da injustiça racial cujo assassinato sob custódia policial levou legiões de pessoas às ruas.

No Estado da Virgínia, o governador Ralph Northam ordena a remoção da estátua de Robert Lee na cidade de Richmond.

5 DE JUNHO

Frase “Vidas negras importam” é pintada perto da Casa Branca.

Trabalhadores da capital, Washington, pintam em cor amarela a frase “Vidas negras importam” em letras gigantes ao longo da rua próxima à Casa Branca que ficou marcada como centro dos confrontos entre supostos defensores da lei e da ordem e manifestantes antirracistas.

Lema também foi pintado na rua 16th street Foto: Joshua Roberts/Reuters

O Corpo de Fuzileiros Navais emite diretrizes detalhadas sobre a remoção e proibição de exibições públicas da bandeira dos Confederados em suas instalações - uma ordem que se estende a canecas, pôsteres e adesivos.

Um dos fundadores da Reddit, Alexis Ohanian, anuncia a renúncia do quadro da empresa de notícias e encouraja a companhia a substituí-lo por um candidato negro.

Mais de uma dúzia de jogadores negros de futebol americano divulgam um vídeo clamando à NFL, liga de futebol americano, a condenar a opressão sofrida por negros e a pedir desculpas por não apoiar atletas que protestaram pacificamente.

6 DE JUNHO

Protestos se espalham pelo mundo.

Dezenas de milhares de manifestantes vão às ruas na Austrália, Grã-Bretanha, França, Alemanha e outras nações em apoio aos protestos nos Estados Unidos contra o assassinato de George Floyd, enquanto denunciam o racismo em seus próprios países.

Seu navegador não suporta esse video.

Aos poucos, diversos países europeus aderem ao movimento Black Lives Matter, em resposta à violenta morte do afroamericano George Floyd por um policial branco, nos Estados Unidos. Neste domingo, os europeus ergueram seus punhos e gritaram contra os abusos de forças policiais, apesar da pandemia do novo coronavírus

7 DE JUNHO

Maioria do Conselho Municipal de Minneapolis assume compromisso de reformular Departamento de Polícia da cidade

A maioria dos membros da Câmara Municipal de Minneapolis sobe em um palco com grandes letras maiúsculas que dizem "Desfinancie a polícia", em um parque, enquanto prometem desmantelar o Departamento de Polícia da cidade. Eles prometem criar um novo sistema público de segurança em uma cidade onde a aplicação da lei vem, há muito tempo, sendo acusada de ser brutal com moradores negros.

8 DE JUNHO

Manifestantes estabelecem “zona autônoma” em Seattle.

Nas ruas próximas a uma delegacia no bairro do Capitol Hill, em Seattle, manifestantes e policiais passaram uma semana de noites de impasse.

Mas enfrentando uma série de críticas quanto à forma com que lidou com os protestos após o assassinato de George Floyd, o Departamento de Polícia de Seattle ofereceu uma concessão: os policiais poderiam abandonar o prédio do posto policial, fechar as janelas e deixar os manifestantes agirem livremente do lado de fora.

Os manifestantes removeram as barricadas que serviam de escudo para as ruas e reivindicaram a ocupação de outros quarteirões próximos, criando a chamada “Zona autônoma do Capitol Hill”

Milhares de pessoas se alinharam por horas para ver o corpo de George Floyd em Houston, cidade onde passou maior parte da vida. A  visitação pública se prolongou por mais de seis horas e se tornou não apenas um protesto, mas um memorial aberto pelo filho falecido da cidade.

9 DE JUNHO

George Floyd tem funeral privado. No funeral de George Floyd, ele é lembrado como filho, irmão, tio e pai que foi em vida. Floyd, que cresceu em um conjunto habitacional público na região predominantemente negra de Black Thir Ward, era considerado um filho nativo.

Cada orador invoca o momento político que surgiu após o que aconteceu em Minneapolis, e o reverendo Al Sharpton elogia Floyd.

O corpo de George Floyd é transportado para sepultamento em Houston Foto: David J. Phillip/EFE

No mesmo dia, o canal HBO remove do seu catálogo o filme E o vento levou, de 1939, um cânone do cinema americano, criticado por romantizar a Guerra de Secessão enquanto ocultava questões raciais da época. E Greg Glassman, fundador e executivo chefe da CrossFit, anuncia sua saída da empresa após postar no Twitter um texto que menosprezava tanto a pandemia de covid-19 quanto o assassinato de George Floyd.

10 DE JUNHO

Nascar anuncia banimento de bandeiras dos Confederados. A Nascar, categoria americana de automoblismo, anuncia que vai proibir a bandeira dos Confederados em seus eventos e ações promocionais, se tornando a última liga esportiva a reconsiderar a permanência do emblema na sociedade americana. Walmart se compromete a por fim à sua prática de colocar os produtos de beleza para negros em embalagens de vidro lacradas nas prateleiras, após uma onda de críticas de que a medida era uma forma de discriminação racial.

12 DE JUNHO

Policial de Atlanta atira fatalmente em Rayshard Brooks.

Após policiais de Atlanta serem chamados para uma ocorrência no estacionamento de um restaurante fast food, um oficial mata Rayshard Brooks, um homem negro que pegou no sono em seu carro na área de entregas à delivery. Rayshard brigou com os policiais depois de eles tentarem prendê-lo por dirigir drogado, e pegou uma das armas de choque antes de um outro policial disparar sua arma de fogo nas costas da vítima.

12 DE JUNHO

Estado de Nova York bane estrangulamentos. O Estado de Nova York se torna um dos primeiros a tomar medidas significativas para restringir a brutalidade policial após o assassinato de George Floyd, banindo o uso de estrangulamentos em abordagens e acabando com uma lei de meio século que mantinha secretos os registros de avaliação de disciplina da Polícia.

19 DE JUNHO

Juneteenth passa a ser mais conhecido. Muitos comemoram Juneteenth, o feriado que comemora a emancipação dos escravos nos Estados Unidos e que é abraçado pela comunidade negra americana desde o final dos anos 1800. Grandes companhias, como Twitter, Nike e Allstate o transformaram em um feriado pago aos funcionários.

A agência de notícias Associated Press muda seu guia de estilo de escrita e sugere o uso da letra “B”, em maiúsculo, em termos como “Black” para se referir a pessoas em um contexto racial, ético e cultural. 

O Estado do Colorado limita a prerrogativa de policiais usarem a imunidade da função como recurso diante de processos em tribunais estaduais. A lei ganhou o apoio de chefes de polícia do Estado e de associações de xerifes locais. O Estado também baniu o uso de força excessiva para prender e apreender uma pessoa suspeita somente de acusações não- violentas e de grau leve.

Manifestantes participam de marcha para marcar o Juneteenth emWashington DC Foto: Michael Reynolds/EFE/EPA

23 DE JUNHO

Movimento “Ocupe a prefeitura” ganha força em Nova York. Cerca de 100 manifestantes começam a ocupar o parque da Prefeitura na baixa Manhattan – alguns deles passando a noite no local – em um esforço de chamar a atenção às demandas do grupo para um corte no orçamento do Departamento de Polícia

24 DE JUNHO

Conselho escolar de Seattle suspende parceria com a polícia. De forma unânime, membros do conselho escolar de Seattle suspendem a presença de cinco policiais em escolas públicas. Estudantes negros compõem 14% dos matriculados, mas representam aproximadamente metade dos estudantes enviados à polícia, de acordo com o jornal Seattle Times. A decisão vem seis dias depois de o conselho escolar de Milwaukee também votar de forma unânime para cancelar todas as parcerias e contratos com a polícia local.

25 DE JUNHO

Atração “Splash Mountain”, na Disney, passa por revisão. A Disney afirma que vai reformular uma das suas principais atrações, a “Splash Mountain”, que destaca personagens e músicas do filme racista Canção do Sul, de 1946. O percurso, que existe há 31 anos, vai ser remodelado com base no filme A princesa e o sapo, de 2009, que apresentou a primeira princesa negra da Disney, Tiana.

26 DE JUNHO

Governador da Georgia assina assina lei contra crimes de ódio.

O governador Brian Kemp assina lei contra crimes de ódio na Geórgia, um dos poucos Estados sem uma legislação do tipo, após aprovação que contou com o apoio dos dois principais partidos americanos, o Democrata e o Republicano. O projeto de lei estava parado havia anos, mas retomou força após a morte de Ahmaud Arbery, um homem negro que foi fatalmente atingido por uma arma de fogo perto de Brunswick, na Geórgia, em fevereiro de 2020. A lei permite que penas extras sejam aplicadas para crimes motivados pela raça, cor, religião, nacionalidade, sexo, orientação sexual, gênero ou deficiência da vítima.

Em resposta à queda de estátuas e monumentos, o presidente Trump emite uma ordem executiva que instrui as autoridades policiais federais a processar as pessoas que danificaram monumentos ou estátuas federais. Também ameaça reter financiamento de governos locais que não protegem suas próprias estátuas de vândalos.

30 DE JUNHO

Mississippi remove um emblema confederado da bandeira do Estado.

O governador Tate Reeves sanciona uma medida que remove um emblema confederado da bandeira do Estado do Mississippi. A legislação determina o prazo de 15 dias para a remoção “pronta, digna e respeitosa” da bandeira, que apresentava as barras azuis e estrelas brancas da bandeira da Confederação.

A cruz azul na diagonal, demarcada por pequenas estrelas brancas com um fundo vermelho representou os estados do sul, contrários à abolição da escravatura, durante a Guerra Civil americana Foto: Patrick T. Fallon/AFP

1 DE JULHO

Los Angeles corta seu orçamento policial em 150 milhões de dólares.

O conselho municipal de Los Angeles corta o orçamento da polícia com planos de reinvestir os fundos em comunidades marginalizadas, mas ativistas destacam que os 150 milhões de dólares foram uma pequena fração do orçamento de 1,8 bilhão de dólares do departamento.

9 DE JULHO

Nova York pinta frase “Vidas negras importam” na frente da Trump Tower. A cidade de Nova York pinta a frase “Vidas negras importam” em letras amarelas gigantes na rua onde está localizada a Trump Tower.

15 DE JULHO

Agentes federais em Portland tiram pessoas das ruas e as levam em vans sem identificação.

Agentes federais vestidos com roupas camufladas e equipamento tático de guerra vão às ruas de Portland e levam pessoas em vans sem identificação, entre outras táticas militarizadas, no que a governadora do Estado do Oregon, Kate Brown, chama de “um flagrante abuso de poder”.

17 DE JULHO

Morre o parlamentar John Lewis. O deputado John Lewis, defensor da não-violência ferido na histórica manifestação em Selma, morre aos 80 anos.

"Eu sempre estive em algum tipo de luta - por liberdade, igualdade, direitos humanos - por toda a minha vida", disse Lewis ao anunciar, em dezembro, que estava em tratamento para o câncer Foto: Gary Cameron/REUTERS

25 DE JULHO

A WNBA dedica sua temporada à Breonna Taylor.

A WNBA, liga americana feminina de basquete, começa uma temporada dedicada à Breonna Taylor e cheia de iniciativas de justiça social. Símbolos e logotipos declarando “Vidas negras importam” e “Digam o nome dela” são proeminentes, e as jogadoras usam camisetas com o nome de Breonna, que foi morta em seu apartamento por policiais em Louisville, no Estado de Kentucky.

13 DE AGOSTO

Austin corta um terço de seu orçamento policial. O Conselho municipal da cidade de Austin aprova um corte de 21,5 milhões de dólares no orçamento para seu Departamento de Polícia e uma redistribuição das funções policiais atuais que, se for totalmente implementada, tiraria mais 130 milhões de dólares em recursos.

23 DE AGOSTO

Jacob Blake é baleado por um policial em Wisconsin. O país é novamente impactado por terríveis imagens de celular, desta vez mostrando Jacob Blake, de 29 anos, sendo baleado várias vezes nas costas por um policial de Kenosha, no Estado de Wisconsin. O tiroteio, que ocorreu na frente dos três filhos de Jacob enquanto ele tentava entrar em seu carro segurando uma faca, o deixou parcialmente paralisado.

25 DE AGOSTO

Dois manifestantes são mortos durante protestos em Kenosha. Enquanto os manifestantes protestavam contra a ação da polícia que baleou Jacob Blake e enchiam as ruas de Kenosha, Kyle Rittenhouse, de 17 anos, é filmado em um vídeo aparentemente atirando em três pessoas enquanto carregava um rifle militar.

Posteriormente, ele recebeu duas acusações de homicídio doloso, com intenção de matar, em primeiro grau.

O adolescente Kyle Rittenhouse, que matou duas pessoas, caminha armado durante protestos em Kenosha Foto: Adam Rogan/The Journal Times via AP

26 DE AGOSTO

Equipe do Milwaukee Bucks abandona jogo de playoff da NBA

O time do Milwaukee Bucks abandonou um jogo de playoff da NBA, a liga americana de basquete masculino, contra o Orlando Magic para protestar contra a abordagem que baleou Jacob Blake. Eles logo se juntam ao time do Orlando Magic e outras equipes da NBA, da WNBA e outras ligas esportivas importantes. O movimento eleva dramaticamente uma temporada de atletas se manifestando por justiça social.

28 de AGOSTO

Milhares comparecem a marcha em Washington. Milhares se reúnem no Memorial Lincoln para um protesto visando relembrar a Marcha em Washington em 1963, mesmo local onde Martin Luther King Jr. proferiu sua célebre frase "Eu tenho um sonho". 

23 DE SETEMBRO

Grande júri se recusa a acusar oficiais pelo assassinato de Breonna Taylor.

Um grande júri decide não acusar os dois policiais que atiraram em Breonna Taylor, acusando um ex-detetive por atirar imprudentemente em outro apartamento durante a invasão ao apartamento dela. Dois policiais de Louisville são baleados durante as manifestações que se seguem.

A decisão vem depois de mais de 100 dias de protestos e uma investigação de um mês sobre a morte de Breonna, jovem de 26 anos, técnica de enfermagem, que foi baleada seis vezes por policiais que executavam uma busca. O namorado dela havia dado um tiro nos policiais quando eles invadiram o apartamento e disse mais tarde que achava que eles eram intrusos.

29 DE SETEMBRO

Trump diz aos “Proud Boys” para "recuar e aguardar" Questionado pelo moderador do primeiro debate presidencial se ele estava disposto a condenar os supremacistas brancos e pedir aos grupos de milícia que se retirassem, o presidente Trump disse aos Proud Boys - um grupo totalmente masculino e de extrema direita conhecido por brigar em protestos - que recuassem e aguardassem.  

Membro do Proud Boys diante depolicial durante manifestação de ativistas de extrema direita em Portland Foto: John Locher/AP

12 DE OUTUBRO

Monumento aos soldados da União é colocado abaixo em Santa Fé, no Estado do Novo México

Um monumento que ficou de pé por mais de 150 anos foi derrubado em um protesto no Dia dos Povos Indígenas. Os manifestantes usaram cordas e correntes para derrubar o obelisco, que foi dedicado aos soldados da União que lutaram nas batalhas da Guerra Civil no Novo México. O monumento tinha uma inscrição que homenageava os “heróis” que lutaram contra os “índios selvagens”.

26 DE OUTUBRO

Policiais da Filadélfia atiram fatalmente em Walter Wallace Jr. Dois policiais da Filadélfia atiram fatalmente em Walter Wallace Jr., um homem negro de 27 anos que estava armado com uma faca. Em um vídeo que circula nas redes sociais, alguém grita repetidamente a Wallace para abaixar a arma. A câmera aponta para o chão quando cerca de uma dúzia de tiros são ouvidos. Depois que Wallace cai no chão, sua mãe grita e corre para seu corpo.

3 DE NOVEMBRO

Eleitores escolhem novo presidente.

Depois de vencer as primárias democratas devido com apoio dos eleitores negros do partido, Joe Biden obtém uma vitória decisiva sobre o presidente Trump, chegando à Casa Branca junto com Kamala Harris, a primeira mulher, a primeira negra e a primeira asiática-americana a ser eleita vice-presidente.

A derrota de Trump, a rara saída de um presidente após apenas um mandato, ocorre depois de quatro anos caóticos em que ele promoveu divisões gritantes entre os americanos, incluindo sua implacável postura frente a imigrantes e pessoas não-brancas. Ainda assim, em uma eleição que gerou um aumento no comparecimento entre cada grupo eleitoral americano, Trump conquistou percentuais maiores de eleitores não-brancos em 2020 do que em 2016.

Os eleitores do Mississippi aprovam uma nova bandeira para o Estado com uma flor de magnólia e listras vermelhas, amarelas e azuis, substituindo a de 1894 que apresentava o emblema dos Confederados. 

O democrata Joe Biden foi vice-presidente de Barack Obama Foto: Angela Weiss/AFP

22 DE DEZEMBRO

Policial de Columbus atira fatalmente em Andre Hill.

Andre Hill, um homem negro de 47 anos, é morto por um policial em Columbus, Ohio, semanas depois que um assistente do xerife do condado de Franklin matou Casey Goodson, um homem negro, dando início a uma rodada de protestos contra a brutalidade policial.

30 DE DEZEMBRO

Minneapolis tem primeiro assassinato em abordagem policial desde George Floyd. Um policial de Minneapolis atira fatalmente em um homem que também atirou em policiais depois que eles se aproximaram de seu carro durante uma inspeção para verificar a presença de arma de fogo. Foi a primeira morte cometida por um membro do departamento desde o assassinato de George Floyd em maio.

6 DE JANEIRO DE 2021

Apoiadores do presidente Trump invadem o Capitólio dos Estados Unidos.

Após um discurso do presidente Trump em Washington, durante o qual o presidente incitou seus partidários a "lutarem como no inferno", centena de apoiadores do republicano passaram por cima de policiais e barreiras e invadiram o Capitólio dos Estados Unidos, o Congresso americano, para impedir a certificação da vitória de Biden.

Quatro pessoas, incluindo um oficial da Polícia do Capitólio dos EUA, Brian D. Sicknick, morrem durante os confrontos, e uma quinta - Ashli ​​Babbitt, uma apoiadora desarmada de Trump - foi baleada e morta por um oficial da Polícia do Capitólio enquanto se movia em direção ao plenário da Câmara.

Manifestantes pró-Trump invadem o Capitólio, em Washington, para defender presidente contra 'fraude eleitoral'. Foto: Evelyn Hockstein for The Washington Post

Cerca de 140 policiais da Polícia do Capitólio e do Departamento Metropolitano de Polícia da capital ficaram feridos, mas muitos ativistas que participaram dos protestos organizados pelo movimento Black Lives Matter dizem que a polícia não usou a força para deter os apoiadores de Trump, que eram, em sua maioria, brancos.

20 DE JANEIRO

Joe Biden toma posse como o 46º presidente.

A posse de Joe Biden como 46º presidente dos Estados Unidos e de Kamala Harris como vice-presidente ocorre em Washington. Em seu discurso de posse, o presidente promete derrotar a supremacia branca e usa uma série de ordens executivas no primeiro dia para declarar que "promover a equidade, os direitos civis, a justiça racial e a igualdade de oportunidades é responsabilidade de todo o nosso governo.”

4 DE MARÇO

Câmara aprova um projeto de reforma do polícia em homenagem a George Floyd.

Os democratas aprovaram na Câmara uma ampla revisão do policiamento federal com objetivo de combater a discriminação racial e o uso excessivo da força na aplicação da lei, enquanto os legisladores buscam retomar as negociações suprapartidárias sobre o assunto. O projeto não foi aprovado no Senado.

O presidente Biden esperava que os parlamentares chegassem a um acordo antes de 25 de maio, aniversário da morte de Floyd. Mas o acordo permaneceu inviável, apesar das contínuas negociações a portas fechadas entre a deputada Karen Bass, democrata da Califórnia, e os senadores Cory Booker, democrata de Nova Jersey, e Tim Scott, republicano da Carolina do Sul.

12 DE MARÇO

Família de George Floyd fecha acordo com Minneapolis por 27 milhões de dólares. A cidade de Minneapolis concorda em pagar 27 milhões de dólares à família de Floyd, cujo assassinato desencadeou meses de protestos. Quando o acordo foi anunciado por autoridades municipais e advogados da família de Floyd, Chauvin sentou-se em um tribunal a cerca de um quilômetro de distância, onde os jurados estavam sendo selecionados para seu julgamento.

29 DE MARÇO

Começa o julgamento do assassinato de George Floyd. Um dos processos judiciais mais observados em décadas começa. O promotor Jerry W. Blackwell chamou a atenção dos jurados para o vídeo da prisão de Floyd, dizendo: "Você pode acreditar emseus olhos, que é homicídio - é assassinato".  Eric J. Nelson, o advogado de Derek Chauvin, acusado pelo crime, disse aos jurados que examinassem outras provas, dizendo que o caso “é claramente mais do que cerca de 9 minutos e 29 segundos”, referindo-se ao tempo que Chauvin se ajoelhou sobre o pescoço de Floyd.

O advogado da família de George Floyd, Ben Crump, e o reverendo Al Sharpton, participam de ato do lado de fora da corte. Foto: Kerem Yucel/ AFP

11 DE ABRIL

Policial atira fatalmente e mata Daunte Wright em Minnesota. Durante uma abordagem de trânsito, policial atira fatalmente em Daunte Wright, um homem negro, no Brooklyn Center, Minnesota, a cerca de 16 quilômetros de onde Chauvin estava sendo julgado. Centenas de manifestantes saem novamente às ruas.

20 DE ABRIL

Derek Chauvin é considerado culpado pelo assassinato de George Floyd. O policial Derek Chauvin é considerado culpado de homicídio de segundo grau, homicídio de terceiro grau e homicídio culposo de George Floyd. O júri tomou a decisão após 10 horas.A pena para assassinato em segundo grau é de 12 anos, de acordo com as diretrizes de sentença de Minnesota, embora o Estado tenha pedido uma sentença mais alta. Minutos antes do veredicto, um policial em Columbus, Ohio, atirou e matou Khia Bryant, uma garota negra de 16 anos que parecia estar prestes a esfaquear uma mulher com uma faca na entrada do orfanato onde vivia.

O ex-policial Derek Chauvin é algemado após júri condená-lo pela morte de George Floyd Foto: Pool via REUTERS

25 DE MAIO

Visita à Casa Branca.

No primeiro aniversário do assassinato de Floyd, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recebeu a família do homem na Casa Branca. O encontro aconteceu em meio a pressões sobre a aprovação de um projeto de lei contra a violência policial no Congresso americano. Por todo o país, de Chicago a Seattle e Washington, os americanos estão se lembrando de Floyd e do impacto de sua morte no país. /Tradução de Mattheus Reis.

Em maio de 2020, o homicídio de George Floyd em Minneapolis, nos Estados Unidos, causou uma onda de indignação. Floyd, um homem negro de 46 anos, foi morto por um policial branco, Derek Chauvin, durante uma ocorrência policial gravada por uma testemunha.

Após a morte de Floyd, o país passou por repentinas e significativas mudanças políticas. Confira uma linha do tempo dos principais acontecimentos dos últimos doze meses:

O sobrinho de George Floyd, Brandon Williams, visita a praça Black Lives Matter para marcar um ano do assassinato que chocou o país Foto: Chip Somodevilla/Getty Images/AFP

25 de maio de 2020

George Floyd é assassinado pela polícia.

George Floyd, um homem afro-americano de 46 anos, é assassinado na esquina de uma rua em Minneapolis após ser algemado e imobilizado no chão por Derek Chauvin e outros policiais que atendiam a uma ocorrência de falsificação de documentos. Darnella Frazier, de 17 anos, começa a gravar Derek, branco, se ajoelhar em cima do pescoço de George, que repetidamente diz: “Eu não consigo respirar."

O vídeo de Darnella serviu para contradizer a alegação inicial da polícia de que a morte de George Floyd estaria associada a um “incidente médico” que a vítima apresentou durante a abordagem.

26 DE MAIO

Os quatro policiais envolvidos na ação são demitidos.

O chefe da Polícia de Minneapolis, Medaria Arradondo, demite os quatro policiais envolvidos na prisão de George Floyd. Centenas de manifestantes contra a violência policial tomam as ruas da cidade naquela noite.

27 DE MAIO

Protestos  crescem e se espalham pelos Estados Unidos.

Manifestantes protestam contra homicídio de George Floyd em Washington, nos Estados Unidos Foto: Alex Wong/Getty Images/AFP

Protestos e marchas acontecem em várias cidades para denunciar as mortes de negros sob custódia policial, inclusive a de George Floyd, em Minneapolis, a de Breonna Taylor, em Louisville, e a de Ahmaud Arbery em Brunswick, na Geórgia.

28 DE MAIO

Delegacia em Minneapolis é incendiada. 

A delegacia em Minneapolis onde os policiais envolvidos no assassinato de George Floyd trabalhavam fica em chamas durante os protestos. O governador do Estado Tim Walz aciona a Guarda Nacional enquanto centenas de edifícios pegam fogo durante os protestos, que se prolongam por várias noites. “Vamos ser bem claros: a situação em Minneapolis não é mais, de modo algum, sobre a morte de George Floyd, sim um ataque à sociedade civil, instigando medo e perturbando nossas grandes cidades”, disse o governador Walz.

29 DE MAIO

Derek Chauvin é preso. O policial que se ajoelhou no pescoço de George Floyd, Derek Chauvin, é preso e processado por homicídio em terceiro grau e homicídio culposo em segundo grau.

O presidente Donald Trump ameaça usar força militar para suprimir os protestos. No Twitter, ele chama os manifestantes de “bandidos” e afirma: “Quando os saques começarem, os tiroteios vão começar”

Ex-policial de Minneapolis Derek Chauvin foi preso em junho de 2020 Foto: Hennepin County Jail / AFP

30 DE MAIO

Casa Branca é trancada. Quando uma multidão de manifestantes se junta do lado de fora da Casa Branca, o Serviço secreto tranca temporariamente a sede da presidência e Trump é levado para um bunker subterrâneo por segurança.

Em Atlanta, centenas de manifestantes tomam as ruas perto do Parque Olímpico Centenário deixando um rastro de vidraças quebradas. Dois universitários que deixavam atos após o toque de recolher são retirados de um carro por policiais, que, por sua vez, disparam armas de choque neles.

Em Nova York, a polícia e os manifestantes entram em choque no Brooklyn e na baixa Manhattan, deixando feridos dos dois lados.

31 DE MAIO

Dia pacífico de manifestações termina com noite violenta.

Centenas de milhares de pessoas participam de atos pacíficos pelos Estados Unidos, mas, em algumas cidades, ocorrem centenas de prisões depois de manifestantes entrarem novamente em choque com a polícia. Algumas áreas são saqueadas. As tropas da Guarda Nacional são enviadas para mais de vinte e quatro Estados.

A polícia atira gás lacrimogênio próximo à Casa Branca para dispersar os manifestantes que haviam depredado vidraças de importantes prédios, tombado carros e provocado incêndios. A fumaça era vista próxima ao Monumento Washington.

É o sexto dia de agitação nacional desde o assassinato de George Floyd. Prefeitos impõem toques de recolher, e vários governadores mobilizam a Guarda Nacional, mas não conseguem conter a expansão dos protestos.

1 DE JUNHO

Protestos são reprimidos para presidente Trump tirar foto.

Manifestantes que se aglomeravam do lado de fora da Casa Branca contra a brutalidade policial são varridos da Praça Lafayette, em Washington, por policiais e tropas da Guarda Nacional com bombas de efeito moral e gás lacrimogênio, entre outros artefatos. A área é limpa para que o presidente Trump possa tirar uma foto com a bíblia na mão em frente à igreja de Saint John.

Trump posou para fotos com uma Bíblia na mão Foto: BRENDAN SMIALOWSKI/AFP

Manifestantes que protestavam pacificamente na Filadélfia entram em uma rodovia e sofrem uma emboscada do esquadrão da Swat. Os oficiais começas a usar spray de pimenta e gás lacrimogênio nos manifestantes, que reclamam de não conseguirem respirar. O toque de recolher é imposto em Nova York.

2 DE JUNHO

Símbolos dos Confederados se tornam um alvo dos protestos.

A estátua de 131 anos alusiva aos Confederados é derrubada em Alexandria, no Estado da Virgínia, um dos mais de 160 símbolos públicos relacionados aos Confederados e que foram removidos ou renomeados em 2020 após o assassinato de George Floyd – mais do que nos quatro anos anteriores juntos, de acordo com o grupo de estudos Southern Poverty Law Center.

3 DE JUNHO

Policiais de Minneapolis passam a responder por mais processos.

O Procurador-Geral do Estado de Minnessota, Keth Elisson, anuncia novos processos sobre o assassinato de George Floyd: homicídio de segundo grau contra Derek Chauvin, auxílio e cumplicidade no homicídio de segundo grau para os três outros policiais de Minneapolis que estavam presentes e não intervieram na abordagem.

4 DE JUNHO

Policiais de Buffalo são afastados após empurrão em manifestante de 75 anos.

Dois policiais da cidade de Buffalo, no Estado de Nova York, são afastados e têm seus salários suspensos após a divulgação de um vídeo que os flagrava empurrando um manifestante de 75 anos. Ele foi hospitalizado com uma lesão na cabeça. Outros políciais são vistos no vídeo passando perto do idoso, imóvel no chão, sem prestar socorro.

Centenas de pessoas se juntam em torno da capela de Minneapolis para uma cerimônia em memória de George Floyd, que é lembrado por pessoas próximas como amigo, pai, tio, mas também vítima da injustiça racial cujo assassinato sob custódia policial levou legiões de pessoas às ruas.

No Estado da Virgínia, o governador Ralph Northam ordena a remoção da estátua de Robert Lee na cidade de Richmond.

5 DE JUNHO

Frase “Vidas negras importam” é pintada perto da Casa Branca.

Trabalhadores da capital, Washington, pintam em cor amarela a frase “Vidas negras importam” em letras gigantes ao longo da rua próxima à Casa Branca que ficou marcada como centro dos confrontos entre supostos defensores da lei e da ordem e manifestantes antirracistas.

Lema também foi pintado na rua 16th street Foto: Joshua Roberts/Reuters

O Corpo de Fuzileiros Navais emite diretrizes detalhadas sobre a remoção e proibição de exibições públicas da bandeira dos Confederados em suas instalações - uma ordem que se estende a canecas, pôsteres e adesivos.

Um dos fundadores da Reddit, Alexis Ohanian, anuncia a renúncia do quadro da empresa de notícias e encouraja a companhia a substituí-lo por um candidato negro.

Mais de uma dúzia de jogadores negros de futebol americano divulgam um vídeo clamando à NFL, liga de futebol americano, a condenar a opressão sofrida por negros e a pedir desculpas por não apoiar atletas que protestaram pacificamente.

6 DE JUNHO

Protestos se espalham pelo mundo.

Dezenas de milhares de manifestantes vão às ruas na Austrália, Grã-Bretanha, França, Alemanha e outras nações em apoio aos protestos nos Estados Unidos contra o assassinato de George Floyd, enquanto denunciam o racismo em seus próprios países.

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Aos poucos, diversos países europeus aderem ao movimento Black Lives Matter, em resposta à violenta morte do afroamericano George Floyd por um policial branco, nos Estados Unidos. Neste domingo, os europeus ergueram seus punhos e gritaram contra os abusos de forças policiais, apesar da pandemia do novo coronavírus

7 DE JUNHO

Maioria do Conselho Municipal de Minneapolis assume compromisso de reformular Departamento de Polícia da cidade

A maioria dos membros da Câmara Municipal de Minneapolis sobe em um palco com grandes letras maiúsculas que dizem "Desfinancie a polícia", em um parque, enquanto prometem desmantelar o Departamento de Polícia da cidade. Eles prometem criar um novo sistema público de segurança em uma cidade onde a aplicação da lei vem, há muito tempo, sendo acusada de ser brutal com moradores negros.

8 DE JUNHO

Manifestantes estabelecem “zona autônoma” em Seattle.

Nas ruas próximas a uma delegacia no bairro do Capitol Hill, em Seattle, manifestantes e policiais passaram uma semana de noites de impasse.

Mas enfrentando uma série de críticas quanto à forma com que lidou com os protestos após o assassinato de George Floyd, o Departamento de Polícia de Seattle ofereceu uma concessão: os policiais poderiam abandonar o prédio do posto policial, fechar as janelas e deixar os manifestantes agirem livremente do lado de fora.

Os manifestantes removeram as barricadas que serviam de escudo para as ruas e reivindicaram a ocupação de outros quarteirões próximos, criando a chamada “Zona autônoma do Capitol Hill”

Milhares de pessoas se alinharam por horas para ver o corpo de George Floyd em Houston, cidade onde passou maior parte da vida. A  visitação pública se prolongou por mais de seis horas e se tornou não apenas um protesto, mas um memorial aberto pelo filho falecido da cidade.

9 DE JUNHO

George Floyd tem funeral privado. No funeral de George Floyd, ele é lembrado como filho, irmão, tio e pai que foi em vida. Floyd, que cresceu em um conjunto habitacional público na região predominantemente negra de Black Thir Ward, era considerado um filho nativo.

Cada orador invoca o momento político que surgiu após o que aconteceu em Minneapolis, e o reverendo Al Sharpton elogia Floyd.

O corpo de George Floyd é transportado para sepultamento em Houston Foto: David J. Phillip/EFE

No mesmo dia, o canal HBO remove do seu catálogo o filme E o vento levou, de 1939, um cânone do cinema americano, criticado por romantizar a Guerra de Secessão enquanto ocultava questões raciais da época. E Greg Glassman, fundador e executivo chefe da CrossFit, anuncia sua saída da empresa após postar no Twitter um texto que menosprezava tanto a pandemia de covid-19 quanto o assassinato de George Floyd.

10 DE JUNHO

Nascar anuncia banimento de bandeiras dos Confederados. A Nascar, categoria americana de automoblismo, anuncia que vai proibir a bandeira dos Confederados em seus eventos e ações promocionais, se tornando a última liga esportiva a reconsiderar a permanência do emblema na sociedade americana. Walmart se compromete a por fim à sua prática de colocar os produtos de beleza para negros em embalagens de vidro lacradas nas prateleiras, após uma onda de críticas de que a medida era uma forma de discriminação racial.

12 DE JUNHO

Policial de Atlanta atira fatalmente em Rayshard Brooks.

Após policiais de Atlanta serem chamados para uma ocorrência no estacionamento de um restaurante fast food, um oficial mata Rayshard Brooks, um homem negro que pegou no sono em seu carro na área de entregas à delivery. Rayshard brigou com os policiais depois de eles tentarem prendê-lo por dirigir drogado, e pegou uma das armas de choque antes de um outro policial disparar sua arma de fogo nas costas da vítima.

12 DE JUNHO

Estado de Nova York bane estrangulamentos. O Estado de Nova York se torna um dos primeiros a tomar medidas significativas para restringir a brutalidade policial após o assassinato de George Floyd, banindo o uso de estrangulamentos em abordagens e acabando com uma lei de meio século que mantinha secretos os registros de avaliação de disciplina da Polícia.

19 DE JUNHO

Juneteenth passa a ser mais conhecido. Muitos comemoram Juneteenth, o feriado que comemora a emancipação dos escravos nos Estados Unidos e que é abraçado pela comunidade negra americana desde o final dos anos 1800. Grandes companhias, como Twitter, Nike e Allstate o transformaram em um feriado pago aos funcionários.

A agência de notícias Associated Press muda seu guia de estilo de escrita e sugere o uso da letra “B”, em maiúsculo, em termos como “Black” para se referir a pessoas em um contexto racial, ético e cultural. 

O Estado do Colorado limita a prerrogativa de policiais usarem a imunidade da função como recurso diante de processos em tribunais estaduais. A lei ganhou o apoio de chefes de polícia do Estado e de associações de xerifes locais. O Estado também baniu o uso de força excessiva para prender e apreender uma pessoa suspeita somente de acusações não- violentas e de grau leve.

Manifestantes participam de marcha para marcar o Juneteenth emWashington DC Foto: Michael Reynolds/EFE/EPA

23 DE JUNHO

Movimento “Ocupe a prefeitura” ganha força em Nova York. Cerca de 100 manifestantes começam a ocupar o parque da Prefeitura na baixa Manhattan – alguns deles passando a noite no local – em um esforço de chamar a atenção às demandas do grupo para um corte no orçamento do Departamento de Polícia

24 DE JUNHO

Conselho escolar de Seattle suspende parceria com a polícia. De forma unânime, membros do conselho escolar de Seattle suspendem a presença de cinco policiais em escolas públicas. Estudantes negros compõem 14% dos matriculados, mas representam aproximadamente metade dos estudantes enviados à polícia, de acordo com o jornal Seattle Times. A decisão vem seis dias depois de o conselho escolar de Milwaukee também votar de forma unânime para cancelar todas as parcerias e contratos com a polícia local.

25 DE JUNHO

Atração “Splash Mountain”, na Disney, passa por revisão. A Disney afirma que vai reformular uma das suas principais atrações, a “Splash Mountain”, que destaca personagens e músicas do filme racista Canção do Sul, de 1946. O percurso, que existe há 31 anos, vai ser remodelado com base no filme A princesa e o sapo, de 2009, que apresentou a primeira princesa negra da Disney, Tiana.

26 DE JUNHO

Governador da Georgia assina assina lei contra crimes de ódio.

O governador Brian Kemp assina lei contra crimes de ódio na Geórgia, um dos poucos Estados sem uma legislação do tipo, após aprovação que contou com o apoio dos dois principais partidos americanos, o Democrata e o Republicano. O projeto de lei estava parado havia anos, mas retomou força após a morte de Ahmaud Arbery, um homem negro que foi fatalmente atingido por uma arma de fogo perto de Brunswick, na Geórgia, em fevereiro de 2020. A lei permite que penas extras sejam aplicadas para crimes motivados pela raça, cor, religião, nacionalidade, sexo, orientação sexual, gênero ou deficiência da vítima.

Em resposta à queda de estátuas e monumentos, o presidente Trump emite uma ordem executiva que instrui as autoridades policiais federais a processar as pessoas que danificaram monumentos ou estátuas federais. Também ameaça reter financiamento de governos locais que não protegem suas próprias estátuas de vândalos.

30 DE JUNHO

Mississippi remove um emblema confederado da bandeira do Estado.

O governador Tate Reeves sanciona uma medida que remove um emblema confederado da bandeira do Estado do Mississippi. A legislação determina o prazo de 15 dias para a remoção “pronta, digna e respeitosa” da bandeira, que apresentava as barras azuis e estrelas brancas da bandeira da Confederação.

A cruz azul na diagonal, demarcada por pequenas estrelas brancas com um fundo vermelho representou os estados do sul, contrários à abolição da escravatura, durante a Guerra Civil americana Foto: Patrick T. Fallon/AFP

1 DE JULHO

Los Angeles corta seu orçamento policial em 150 milhões de dólares.

O conselho municipal de Los Angeles corta o orçamento da polícia com planos de reinvestir os fundos em comunidades marginalizadas, mas ativistas destacam que os 150 milhões de dólares foram uma pequena fração do orçamento de 1,8 bilhão de dólares do departamento.

9 DE JULHO

Nova York pinta frase “Vidas negras importam” na frente da Trump Tower. A cidade de Nova York pinta a frase “Vidas negras importam” em letras amarelas gigantes na rua onde está localizada a Trump Tower.

15 DE JULHO

Agentes federais em Portland tiram pessoas das ruas e as levam em vans sem identificação.

Agentes federais vestidos com roupas camufladas e equipamento tático de guerra vão às ruas de Portland e levam pessoas em vans sem identificação, entre outras táticas militarizadas, no que a governadora do Estado do Oregon, Kate Brown, chama de “um flagrante abuso de poder”.

17 DE JULHO

Morre o parlamentar John Lewis. O deputado John Lewis, defensor da não-violência ferido na histórica manifestação em Selma, morre aos 80 anos.

"Eu sempre estive em algum tipo de luta - por liberdade, igualdade, direitos humanos - por toda a minha vida", disse Lewis ao anunciar, em dezembro, que estava em tratamento para o câncer Foto: Gary Cameron/REUTERS

25 DE JULHO

A WNBA dedica sua temporada à Breonna Taylor.

A WNBA, liga americana feminina de basquete, começa uma temporada dedicada à Breonna Taylor e cheia de iniciativas de justiça social. Símbolos e logotipos declarando “Vidas negras importam” e “Digam o nome dela” são proeminentes, e as jogadoras usam camisetas com o nome de Breonna, que foi morta em seu apartamento por policiais em Louisville, no Estado de Kentucky.

13 DE AGOSTO

Austin corta um terço de seu orçamento policial. O Conselho municipal da cidade de Austin aprova um corte de 21,5 milhões de dólares no orçamento para seu Departamento de Polícia e uma redistribuição das funções policiais atuais que, se for totalmente implementada, tiraria mais 130 milhões de dólares em recursos.

23 DE AGOSTO

Jacob Blake é baleado por um policial em Wisconsin. O país é novamente impactado por terríveis imagens de celular, desta vez mostrando Jacob Blake, de 29 anos, sendo baleado várias vezes nas costas por um policial de Kenosha, no Estado de Wisconsin. O tiroteio, que ocorreu na frente dos três filhos de Jacob enquanto ele tentava entrar em seu carro segurando uma faca, o deixou parcialmente paralisado.

25 DE AGOSTO

Dois manifestantes são mortos durante protestos em Kenosha. Enquanto os manifestantes protestavam contra a ação da polícia que baleou Jacob Blake e enchiam as ruas de Kenosha, Kyle Rittenhouse, de 17 anos, é filmado em um vídeo aparentemente atirando em três pessoas enquanto carregava um rifle militar.

Posteriormente, ele recebeu duas acusações de homicídio doloso, com intenção de matar, em primeiro grau.

O adolescente Kyle Rittenhouse, que matou duas pessoas, caminha armado durante protestos em Kenosha Foto: Adam Rogan/The Journal Times via AP

26 DE AGOSTO

Equipe do Milwaukee Bucks abandona jogo de playoff da NBA

O time do Milwaukee Bucks abandonou um jogo de playoff da NBA, a liga americana de basquete masculino, contra o Orlando Magic para protestar contra a abordagem que baleou Jacob Blake. Eles logo se juntam ao time do Orlando Magic e outras equipes da NBA, da WNBA e outras ligas esportivas importantes. O movimento eleva dramaticamente uma temporada de atletas se manifestando por justiça social.

28 de AGOSTO

Milhares comparecem a marcha em Washington. Milhares se reúnem no Memorial Lincoln para um protesto visando relembrar a Marcha em Washington em 1963, mesmo local onde Martin Luther King Jr. proferiu sua célebre frase "Eu tenho um sonho". 

23 DE SETEMBRO

Grande júri se recusa a acusar oficiais pelo assassinato de Breonna Taylor.

Um grande júri decide não acusar os dois policiais que atiraram em Breonna Taylor, acusando um ex-detetive por atirar imprudentemente em outro apartamento durante a invasão ao apartamento dela. Dois policiais de Louisville são baleados durante as manifestações que se seguem.

A decisão vem depois de mais de 100 dias de protestos e uma investigação de um mês sobre a morte de Breonna, jovem de 26 anos, técnica de enfermagem, que foi baleada seis vezes por policiais que executavam uma busca. O namorado dela havia dado um tiro nos policiais quando eles invadiram o apartamento e disse mais tarde que achava que eles eram intrusos.

29 DE SETEMBRO

Trump diz aos “Proud Boys” para "recuar e aguardar" Questionado pelo moderador do primeiro debate presidencial se ele estava disposto a condenar os supremacistas brancos e pedir aos grupos de milícia que se retirassem, o presidente Trump disse aos Proud Boys - um grupo totalmente masculino e de extrema direita conhecido por brigar em protestos - que recuassem e aguardassem.  

Membro do Proud Boys diante depolicial durante manifestação de ativistas de extrema direita em Portland Foto: John Locher/AP

12 DE OUTUBRO

Monumento aos soldados da União é colocado abaixo em Santa Fé, no Estado do Novo México

Um monumento que ficou de pé por mais de 150 anos foi derrubado em um protesto no Dia dos Povos Indígenas. Os manifestantes usaram cordas e correntes para derrubar o obelisco, que foi dedicado aos soldados da União que lutaram nas batalhas da Guerra Civil no Novo México. O monumento tinha uma inscrição que homenageava os “heróis” que lutaram contra os “índios selvagens”.

26 DE OUTUBRO

Policiais da Filadélfia atiram fatalmente em Walter Wallace Jr. Dois policiais da Filadélfia atiram fatalmente em Walter Wallace Jr., um homem negro de 27 anos que estava armado com uma faca. Em um vídeo que circula nas redes sociais, alguém grita repetidamente a Wallace para abaixar a arma. A câmera aponta para o chão quando cerca de uma dúzia de tiros são ouvidos. Depois que Wallace cai no chão, sua mãe grita e corre para seu corpo.

3 DE NOVEMBRO

Eleitores escolhem novo presidente.

Depois de vencer as primárias democratas devido com apoio dos eleitores negros do partido, Joe Biden obtém uma vitória decisiva sobre o presidente Trump, chegando à Casa Branca junto com Kamala Harris, a primeira mulher, a primeira negra e a primeira asiática-americana a ser eleita vice-presidente.

A derrota de Trump, a rara saída de um presidente após apenas um mandato, ocorre depois de quatro anos caóticos em que ele promoveu divisões gritantes entre os americanos, incluindo sua implacável postura frente a imigrantes e pessoas não-brancas. Ainda assim, em uma eleição que gerou um aumento no comparecimento entre cada grupo eleitoral americano, Trump conquistou percentuais maiores de eleitores não-brancos em 2020 do que em 2016.

Os eleitores do Mississippi aprovam uma nova bandeira para o Estado com uma flor de magnólia e listras vermelhas, amarelas e azuis, substituindo a de 1894 que apresentava o emblema dos Confederados. 

O democrata Joe Biden foi vice-presidente de Barack Obama Foto: Angela Weiss/AFP

22 DE DEZEMBRO

Policial de Columbus atira fatalmente em Andre Hill.

Andre Hill, um homem negro de 47 anos, é morto por um policial em Columbus, Ohio, semanas depois que um assistente do xerife do condado de Franklin matou Casey Goodson, um homem negro, dando início a uma rodada de protestos contra a brutalidade policial.

30 DE DEZEMBRO

Minneapolis tem primeiro assassinato em abordagem policial desde George Floyd. Um policial de Minneapolis atira fatalmente em um homem que também atirou em policiais depois que eles se aproximaram de seu carro durante uma inspeção para verificar a presença de arma de fogo. Foi a primeira morte cometida por um membro do departamento desde o assassinato de George Floyd em maio.

6 DE JANEIRO DE 2021

Apoiadores do presidente Trump invadem o Capitólio dos Estados Unidos.

Após um discurso do presidente Trump em Washington, durante o qual o presidente incitou seus partidários a "lutarem como no inferno", centena de apoiadores do republicano passaram por cima de policiais e barreiras e invadiram o Capitólio dos Estados Unidos, o Congresso americano, para impedir a certificação da vitória de Biden.

Quatro pessoas, incluindo um oficial da Polícia do Capitólio dos EUA, Brian D. Sicknick, morrem durante os confrontos, e uma quinta - Ashli ​​Babbitt, uma apoiadora desarmada de Trump - foi baleada e morta por um oficial da Polícia do Capitólio enquanto se movia em direção ao plenário da Câmara.

Manifestantes pró-Trump invadem o Capitólio, em Washington, para defender presidente contra 'fraude eleitoral'. Foto: Evelyn Hockstein for The Washington Post

Cerca de 140 policiais da Polícia do Capitólio e do Departamento Metropolitano de Polícia da capital ficaram feridos, mas muitos ativistas que participaram dos protestos organizados pelo movimento Black Lives Matter dizem que a polícia não usou a força para deter os apoiadores de Trump, que eram, em sua maioria, brancos.

20 DE JANEIRO

Joe Biden toma posse como o 46º presidente.

A posse de Joe Biden como 46º presidente dos Estados Unidos e de Kamala Harris como vice-presidente ocorre em Washington. Em seu discurso de posse, o presidente promete derrotar a supremacia branca e usa uma série de ordens executivas no primeiro dia para declarar que "promover a equidade, os direitos civis, a justiça racial e a igualdade de oportunidades é responsabilidade de todo o nosso governo.”

4 DE MARÇO

Câmara aprova um projeto de reforma do polícia em homenagem a George Floyd.

Os democratas aprovaram na Câmara uma ampla revisão do policiamento federal com objetivo de combater a discriminação racial e o uso excessivo da força na aplicação da lei, enquanto os legisladores buscam retomar as negociações suprapartidárias sobre o assunto. O projeto não foi aprovado no Senado.

O presidente Biden esperava que os parlamentares chegassem a um acordo antes de 25 de maio, aniversário da morte de Floyd. Mas o acordo permaneceu inviável, apesar das contínuas negociações a portas fechadas entre a deputada Karen Bass, democrata da Califórnia, e os senadores Cory Booker, democrata de Nova Jersey, e Tim Scott, republicano da Carolina do Sul.

12 DE MARÇO

Família de George Floyd fecha acordo com Minneapolis por 27 milhões de dólares. A cidade de Minneapolis concorda em pagar 27 milhões de dólares à família de Floyd, cujo assassinato desencadeou meses de protestos. Quando o acordo foi anunciado por autoridades municipais e advogados da família de Floyd, Chauvin sentou-se em um tribunal a cerca de um quilômetro de distância, onde os jurados estavam sendo selecionados para seu julgamento.

29 DE MARÇO

Começa o julgamento do assassinato de George Floyd. Um dos processos judiciais mais observados em décadas começa. O promotor Jerry W. Blackwell chamou a atenção dos jurados para o vídeo da prisão de Floyd, dizendo: "Você pode acreditar emseus olhos, que é homicídio - é assassinato".  Eric J. Nelson, o advogado de Derek Chauvin, acusado pelo crime, disse aos jurados que examinassem outras provas, dizendo que o caso “é claramente mais do que cerca de 9 minutos e 29 segundos”, referindo-se ao tempo que Chauvin se ajoelhou sobre o pescoço de Floyd.

O advogado da família de George Floyd, Ben Crump, e o reverendo Al Sharpton, participam de ato do lado de fora da corte. Foto: Kerem Yucel/ AFP

11 DE ABRIL

Policial atira fatalmente e mata Daunte Wright em Minnesota. Durante uma abordagem de trânsito, policial atira fatalmente em Daunte Wright, um homem negro, no Brooklyn Center, Minnesota, a cerca de 16 quilômetros de onde Chauvin estava sendo julgado. Centenas de manifestantes saem novamente às ruas.

20 DE ABRIL

Derek Chauvin é considerado culpado pelo assassinato de George Floyd. O policial Derek Chauvin é considerado culpado de homicídio de segundo grau, homicídio de terceiro grau e homicídio culposo de George Floyd. O júri tomou a decisão após 10 horas.A pena para assassinato em segundo grau é de 12 anos, de acordo com as diretrizes de sentença de Minnesota, embora o Estado tenha pedido uma sentença mais alta. Minutos antes do veredicto, um policial em Columbus, Ohio, atirou e matou Khia Bryant, uma garota negra de 16 anos que parecia estar prestes a esfaquear uma mulher com uma faca na entrada do orfanato onde vivia.

O ex-policial Derek Chauvin é algemado após júri condená-lo pela morte de George Floyd Foto: Pool via REUTERS

25 DE MAIO

Visita à Casa Branca.

No primeiro aniversário do assassinato de Floyd, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recebeu a família do homem na Casa Branca. O encontro aconteceu em meio a pressões sobre a aprovação de um projeto de lei contra a violência policial no Congresso americano. Por todo o país, de Chicago a Seattle e Washington, os americanos estão se lembrando de Floyd e do impacto de sua morte no país. /Tradução de Mattheus Reis.

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