HAVANA - O governo de Cuba informou na quarta-feira que espera assinar ao menos metade dos acordos com os EUA antes da posse, no dia 20 de janeiro, do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que ameaçou colocar em risco a reaproximação entre os ex-rivais da Guerra Fria.
Autoridades cubanas e americanas realizaram conversas em Havana para discutir o que mais poderia ser concluído durante as últimas semanas de governo do atual presidente, Barack Obama, e concordaram em organizar mais visitas de alto escalão e encontros técnicos.
Segundo analistas, quanto mais Cuba e os EUA fortalecerem os laços agora, mais irreversível a reaproximação irá se tornar. "No momento estamos negociando mais 12 (acordos) com objetivo de conseguirmos concluir e assinar a maioria deles", disse a diretora de assuntos americanos no Ministério das Relações Exteriores de Cuba, Josefina Vidal, durante entrevista coletiva.
Os acordos seriam de áreas como sismologia e meteorologia, disse a diplomata, acrescentando que Cuba e EUA já assinaram 12 acordos em dois anos desde que concordaram em normalizar relações, acabando com décadas de hostilidade. Ambos também abriram embaixadas, restauraram voos comerciais e abriram opções de viagens.
Os acordos entre EUA e Cuba desde a retomada das relações diplomáticas
Mas algumas pessoas temem que tudo isso possa estar em risco, à medida que Trump disse que reverterá a abertura a não ser que Cuba ofereça aos EUA o que chamou de um "acordo melhor".
Josefina Vidal se negou a comentar o discurso de Trump, mas disse esperar que sua administração reconheça que a reaproximação possui apoio da maioria dos cubanos e americanos. / REUTERS