Cuba tem protestos contra o governo em Havana e várias cidades


Manifestantes saem às ruas para denunciar as graves crises sanitária e econômica e o que eles qualificam de negligência do regime

Por Redação
Atualização:

HAVANA - Milhares de cubanos saíram às ruas de várias cidades de Cuba neste domingo, 11, para protestar contra o governo em meio a uma grave crise econômica e sanitária no país. Estes foram os primeiros protestos contra o regime desde a manifestação de 1994 em Havana, que ficou conhecida como “maleconazo”. 

Na pequena cidade de San Antonio de los Baños, a 33 km da capital, Havana, a marcha pacífica foi interceptada pelas forças de segurança e partidários do governo, o que levou a violentos confrontos e prisões.

Além de San Antonio de los Baños, um pequeno município rural de 50 mil habitantes, também foram registrados protestos nos municípios de Güira de Melena e Alquízar – todos na Província de Artemisa –, Palma Soriano, em Santiago de Cuba, em alguns bairros de Havana e no malecón, onde houve confrontos com a polícia e prisões.

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Manifestantes protestam em frente ao Capitólio de Havana, na capital cubana Foto: AP Photo/Ramon Espinosa

Gritando principalmente “Pátria e vida”, título de uma canção polêmica, mas também “Abaixo a ditadura!” e “Não temos medo”, os manifestantes, na maioria jovens, caminharam pelas ruas de San Antonio de los Baños para manifestar sua frustração por meses de crise, queda nas remessas do exterior, restrições por causa da pandemia que afetaram o turismo e o que eles qualificam de negligência do governo.

“Ai, meu Deus!”, ouve-se em um vídeo uma mulher dizer enquanto a passeata passa por ela aos gritos de “Queremos liberdade” e insultos ao presidente cubano, Miguel Díaz-Canel.

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Policiais à paisana prendem manifestante em Havana durante protestos em Cuba Foto: AP Photo/Ramon Espinosa

O presidente cubano foi no domingo a San Antonio de los Baños e se reuniu com partidários em uma praça da cidade e atribuiu ao embargo dos EUA a falta de alimentos e remédios na ilha.

No fim da tarde, Díaz-Canel falou à nação pela TV e acusou os Estados Unidos de serem responsáveis pelo protesto. Ele enviou as forças especiais às ruas da capital, pediu a seus apoiadores que enfrentem as “provocações”, e disse que seus partidários estão dispostos a defender o governo com suas vidas. “A ordem está dada. Às ruas, revolucionários”, incentivou.

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Presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel (à esquerda), convocou atos pró-governo Foto: EFE/Yander Zamora

Também neste domingo, 11, os exilados cubanos manifestaram seu apoio aos protestos em Cuba e pediram aos Estados Unidos que liderem uma intervenção internacional para evitar que os manifestantes sejam vítimas de “um banho de sangue”.

“Chegou o dia em que o povo cubano se levantou”, disse Orlando Gutiérrez, da Assembleia de Resistência Cubana, uma plataforma de organizações opositoras de dentro e fora da ilha. Gutiérrez, que vive exilado em Miami e também preside o Diretório Democrático Cubano, destacou que, segundo suas fontes em Cuba, ocorreram protestos em mais de 15 cidades da ilha. “Está muito claro o que o povo de Cuba quer, que termine esse regime”, afirmou.

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A Assembleia de Resistência Cubana exortou o povo a permanecer nas ruas e pediu à polícia e às Forças Armadas que fiquem do lado do povo.  Desde o começo da pandemia do coronavírus, os cubanos são obrigados a esperar em longas filas para obter alimentos, uma situação que se somou a uma grave escassez de medicamentos, o que desencadeou um mal-estar social generalizado.

Cubanos nos Estados Unidos fazem manifestação de apoio aos protestos em Cuba Foto: EFE/EPA/CRISTOBAL HERRERA-ULASHKEVICH

Protestos em Cuba e crise de covid-19 na ilha

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Cuba registrou no domingo mais um recorde de infecções por covid-19 em 24 horas, com 6.923 novos casos e 47 mortos. Desde o início da pandemia, o país registrou 238.491 infecções e 1.537 mortos, segundo números do governo.

“São números alarmantes, que aumentam a cada dia”, disse o chefe de epidemiologia do Ministério de Saúde cubano, Francisco Durán. A situação é especialmente tensa na província turística de Matanzas, localizada a 100 km de Havana, onde o alto número de infecções pode causar o colapso dos serviços de saúde.

Com hashtags como #SOSCuba, #SOSMatanzas e #SalvemosCuba, os pedidos de ajuda se multiplicam nas redes sociais, até mesmo por artistas e famosos. A população também pede ao governo que facilite o envio de doações do exterior.

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No sábado, um grupo de oposição pediu a criação de “um corredor humanitário”, iniciativa rapidamente rejeitada pelo governo. “Conceitos ligados a corredor humanitário e ajuda humanitária estão associados a zonas de conflito e não se aplicam a Cuba”, disse o diretor de Assuntos Consulares e Atenção aos Cubanos Residentes no Exterior, Ernesto Soberón, em entrevista coletiva.

Soberón também denunciou “uma campanha” que tem como objetivo “apresentar uma imagem de caos total em Cuba, que não corresponde à situação atual do país”. No entanto, Soberón anunciou que o governo abrirá uma conta de e-mail para agilizar as doações do exterior.

Novos protestos em Cuba, 27 anos depois

Em 5 de agosto de 1994, milhares de cubanos saíram às ruas de Havana para protestar contra as políticas do governo, no primeiro levante contra o regime de Fidel Castro, que assumiu o poder em 1959.

Cuba enfrentava a depressão econômica após o fim da União Soviética. O combustível e a comida eram escassos na ilha, que enfrentava períodos de falta de energia, impossibilitando o uso de ventiladores em meio a um calor intenso, e de bombas de água.

Muitos cubanos, em desespero, chegaram a procurar embaixadas estrangeiras para pedir asilo e sequestraram barcos para tentar fugir para os EUA. No dia 5 de agosto, depois que a polícia tentou impedir o sequestro de uma barca, centenas de cubanos invadiram o Malecón, calçadão à beira-mar em Havana, gritando “Liberdade”, no que representou uma das poucas ameaças internas sérias ao regime.

Os manifestantes só se acalmaram quando Fidel chegou ao local em um jipe. Os distúrbios serviram como um prelúdio para um êxodo em massa naquele verão de mais de 35.000 cubanos, uma ação civil que resultou em uma mudança na política dos EUA em relação aos migrantes cubanos que permanece em vigor. / REUTERS, EFE e AFP

HAVANA - Milhares de cubanos saíram às ruas de várias cidades de Cuba neste domingo, 11, para protestar contra o governo em meio a uma grave crise econômica e sanitária no país. Estes foram os primeiros protestos contra o regime desde a manifestação de 1994 em Havana, que ficou conhecida como “maleconazo”. 

Na pequena cidade de San Antonio de los Baños, a 33 km da capital, Havana, a marcha pacífica foi interceptada pelas forças de segurança e partidários do governo, o que levou a violentos confrontos e prisões.

Além de San Antonio de los Baños, um pequeno município rural de 50 mil habitantes, também foram registrados protestos nos municípios de Güira de Melena e Alquízar – todos na Província de Artemisa –, Palma Soriano, em Santiago de Cuba, em alguns bairros de Havana e no malecón, onde houve confrontos com a polícia e prisões.

Manifestantes protestam em frente ao Capitólio de Havana, na capital cubana Foto: AP Photo/Ramon Espinosa

Gritando principalmente “Pátria e vida”, título de uma canção polêmica, mas também “Abaixo a ditadura!” e “Não temos medo”, os manifestantes, na maioria jovens, caminharam pelas ruas de San Antonio de los Baños para manifestar sua frustração por meses de crise, queda nas remessas do exterior, restrições por causa da pandemia que afetaram o turismo e o que eles qualificam de negligência do governo.

“Ai, meu Deus!”, ouve-se em um vídeo uma mulher dizer enquanto a passeata passa por ela aos gritos de “Queremos liberdade” e insultos ao presidente cubano, Miguel Díaz-Canel.

Policiais à paisana prendem manifestante em Havana durante protestos em Cuba Foto: AP Photo/Ramon Espinosa

O presidente cubano foi no domingo a San Antonio de los Baños e se reuniu com partidários em uma praça da cidade e atribuiu ao embargo dos EUA a falta de alimentos e remédios na ilha.

No fim da tarde, Díaz-Canel falou à nação pela TV e acusou os Estados Unidos de serem responsáveis pelo protesto. Ele enviou as forças especiais às ruas da capital, pediu a seus apoiadores que enfrentem as “provocações”, e disse que seus partidários estão dispostos a defender o governo com suas vidas. “A ordem está dada. Às ruas, revolucionários”, incentivou.

Presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel (à esquerda), convocou atos pró-governo Foto: EFE/Yander Zamora

Também neste domingo, 11, os exilados cubanos manifestaram seu apoio aos protestos em Cuba e pediram aos Estados Unidos que liderem uma intervenção internacional para evitar que os manifestantes sejam vítimas de “um banho de sangue”.

“Chegou o dia em que o povo cubano se levantou”, disse Orlando Gutiérrez, da Assembleia de Resistência Cubana, uma plataforma de organizações opositoras de dentro e fora da ilha. Gutiérrez, que vive exilado em Miami e também preside o Diretório Democrático Cubano, destacou que, segundo suas fontes em Cuba, ocorreram protestos em mais de 15 cidades da ilha. “Está muito claro o que o povo de Cuba quer, que termine esse regime”, afirmou.

A Assembleia de Resistência Cubana exortou o povo a permanecer nas ruas e pediu à polícia e às Forças Armadas que fiquem do lado do povo.  Desde o começo da pandemia do coronavírus, os cubanos são obrigados a esperar em longas filas para obter alimentos, uma situação que se somou a uma grave escassez de medicamentos, o que desencadeou um mal-estar social generalizado.

Cubanos nos Estados Unidos fazem manifestação de apoio aos protestos em Cuba Foto: EFE/EPA/CRISTOBAL HERRERA-ULASHKEVICH

Protestos em Cuba e crise de covid-19 na ilha

Cuba registrou no domingo mais um recorde de infecções por covid-19 em 24 horas, com 6.923 novos casos e 47 mortos. Desde o início da pandemia, o país registrou 238.491 infecções e 1.537 mortos, segundo números do governo.

“São números alarmantes, que aumentam a cada dia”, disse o chefe de epidemiologia do Ministério de Saúde cubano, Francisco Durán. A situação é especialmente tensa na província turística de Matanzas, localizada a 100 km de Havana, onde o alto número de infecções pode causar o colapso dos serviços de saúde.

Com hashtags como #SOSCuba, #SOSMatanzas e #SalvemosCuba, os pedidos de ajuda se multiplicam nas redes sociais, até mesmo por artistas e famosos. A população também pede ao governo que facilite o envio de doações do exterior.

No sábado, um grupo de oposição pediu a criação de “um corredor humanitário”, iniciativa rapidamente rejeitada pelo governo. “Conceitos ligados a corredor humanitário e ajuda humanitária estão associados a zonas de conflito e não se aplicam a Cuba”, disse o diretor de Assuntos Consulares e Atenção aos Cubanos Residentes no Exterior, Ernesto Soberón, em entrevista coletiva.

Soberón também denunciou “uma campanha” que tem como objetivo “apresentar uma imagem de caos total em Cuba, que não corresponde à situação atual do país”. No entanto, Soberón anunciou que o governo abrirá uma conta de e-mail para agilizar as doações do exterior.

Novos protestos em Cuba, 27 anos depois

Em 5 de agosto de 1994, milhares de cubanos saíram às ruas de Havana para protestar contra as políticas do governo, no primeiro levante contra o regime de Fidel Castro, que assumiu o poder em 1959.

Cuba enfrentava a depressão econômica após o fim da União Soviética. O combustível e a comida eram escassos na ilha, que enfrentava períodos de falta de energia, impossibilitando o uso de ventiladores em meio a um calor intenso, e de bombas de água.

Muitos cubanos, em desespero, chegaram a procurar embaixadas estrangeiras para pedir asilo e sequestraram barcos para tentar fugir para os EUA. No dia 5 de agosto, depois que a polícia tentou impedir o sequestro de uma barca, centenas de cubanos invadiram o Malecón, calçadão à beira-mar em Havana, gritando “Liberdade”, no que representou uma das poucas ameaças internas sérias ao regime.

Os manifestantes só se acalmaram quando Fidel chegou ao local em um jipe. Os distúrbios serviram como um prelúdio para um êxodo em massa naquele verão de mais de 35.000 cubanos, uma ação civil que resultou em uma mudança na política dos EUA em relação aos migrantes cubanos que permanece em vigor. / REUTERS, EFE e AFP

HAVANA - Milhares de cubanos saíram às ruas de várias cidades de Cuba neste domingo, 11, para protestar contra o governo em meio a uma grave crise econômica e sanitária no país. Estes foram os primeiros protestos contra o regime desde a manifestação de 1994 em Havana, que ficou conhecida como “maleconazo”. 

Na pequena cidade de San Antonio de los Baños, a 33 km da capital, Havana, a marcha pacífica foi interceptada pelas forças de segurança e partidários do governo, o que levou a violentos confrontos e prisões.

Além de San Antonio de los Baños, um pequeno município rural de 50 mil habitantes, também foram registrados protestos nos municípios de Güira de Melena e Alquízar – todos na Província de Artemisa –, Palma Soriano, em Santiago de Cuba, em alguns bairros de Havana e no malecón, onde houve confrontos com a polícia e prisões.

Manifestantes protestam em frente ao Capitólio de Havana, na capital cubana Foto: AP Photo/Ramon Espinosa

Gritando principalmente “Pátria e vida”, título de uma canção polêmica, mas também “Abaixo a ditadura!” e “Não temos medo”, os manifestantes, na maioria jovens, caminharam pelas ruas de San Antonio de los Baños para manifestar sua frustração por meses de crise, queda nas remessas do exterior, restrições por causa da pandemia que afetaram o turismo e o que eles qualificam de negligência do governo.

“Ai, meu Deus!”, ouve-se em um vídeo uma mulher dizer enquanto a passeata passa por ela aos gritos de “Queremos liberdade” e insultos ao presidente cubano, Miguel Díaz-Canel.

Policiais à paisana prendem manifestante em Havana durante protestos em Cuba Foto: AP Photo/Ramon Espinosa

O presidente cubano foi no domingo a San Antonio de los Baños e se reuniu com partidários em uma praça da cidade e atribuiu ao embargo dos EUA a falta de alimentos e remédios na ilha.

No fim da tarde, Díaz-Canel falou à nação pela TV e acusou os Estados Unidos de serem responsáveis pelo protesto. Ele enviou as forças especiais às ruas da capital, pediu a seus apoiadores que enfrentem as “provocações”, e disse que seus partidários estão dispostos a defender o governo com suas vidas. “A ordem está dada. Às ruas, revolucionários”, incentivou.

Presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel (à esquerda), convocou atos pró-governo Foto: EFE/Yander Zamora

Também neste domingo, 11, os exilados cubanos manifestaram seu apoio aos protestos em Cuba e pediram aos Estados Unidos que liderem uma intervenção internacional para evitar que os manifestantes sejam vítimas de “um banho de sangue”.

“Chegou o dia em que o povo cubano se levantou”, disse Orlando Gutiérrez, da Assembleia de Resistência Cubana, uma plataforma de organizações opositoras de dentro e fora da ilha. Gutiérrez, que vive exilado em Miami e também preside o Diretório Democrático Cubano, destacou que, segundo suas fontes em Cuba, ocorreram protestos em mais de 15 cidades da ilha. “Está muito claro o que o povo de Cuba quer, que termine esse regime”, afirmou.

A Assembleia de Resistência Cubana exortou o povo a permanecer nas ruas e pediu à polícia e às Forças Armadas que fiquem do lado do povo.  Desde o começo da pandemia do coronavírus, os cubanos são obrigados a esperar em longas filas para obter alimentos, uma situação que se somou a uma grave escassez de medicamentos, o que desencadeou um mal-estar social generalizado.

Cubanos nos Estados Unidos fazem manifestação de apoio aos protestos em Cuba Foto: EFE/EPA/CRISTOBAL HERRERA-ULASHKEVICH

Protestos em Cuba e crise de covid-19 na ilha

Cuba registrou no domingo mais um recorde de infecções por covid-19 em 24 horas, com 6.923 novos casos e 47 mortos. Desde o início da pandemia, o país registrou 238.491 infecções e 1.537 mortos, segundo números do governo.

“São números alarmantes, que aumentam a cada dia”, disse o chefe de epidemiologia do Ministério de Saúde cubano, Francisco Durán. A situação é especialmente tensa na província turística de Matanzas, localizada a 100 km de Havana, onde o alto número de infecções pode causar o colapso dos serviços de saúde.

Com hashtags como #SOSCuba, #SOSMatanzas e #SalvemosCuba, os pedidos de ajuda se multiplicam nas redes sociais, até mesmo por artistas e famosos. A população também pede ao governo que facilite o envio de doações do exterior.

No sábado, um grupo de oposição pediu a criação de “um corredor humanitário”, iniciativa rapidamente rejeitada pelo governo. “Conceitos ligados a corredor humanitário e ajuda humanitária estão associados a zonas de conflito e não se aplicam a Cuba”, disse o diretor de Assuntos Consulares e Atenção aos Cubanos Residentes no Exterior, Ernesto Soberón, em entrevista coletiva.

Soberón também denunciou “uma campanha” que tem como objetivo “apresentar uma imagem de caos total em Cuba, que não corresponde à situação atual do país”. No entanto, Soberón anunciou que o governo abrirá uma conta de e-mail para agilizar as doações do exterior.

Novos protestos em Cuba, 27 anos depois

Em 5 de agosto de 1994, milhares de cubanos saíram às ruas de Havana para protestar contra as políticas do governo, no primeiro levante contra o regime de Fidel Castro, que assumiu o poder em 1959.

Cuba enfrentava a depressão econômica após o fim da União Soviética. O combustível e a comida eram escassos na ilha, que enfrentava períodos de falta de energia, impossibilitando o uso de ventiladores em meio a um calor intenso, e de bombas de água.

Muitos cubanos, em desespero, chegaram a procurar embaixadas estrangeiras para pedir asilo e sequestraram barcos para tentar fugir para os EUA. No dia 5 de agosto, depois que a polícia tentou impedir o sequestro de uma barca, centenas de cubanos invadiram o Malecón, calçadão à beira-mar em Havana, gritando “Liberdade”, no que representou uma das poucas ameaças internas sérias ao regime.

Os manifestantes só se acalmaram quando Fidel chegou ao local em um jipe. Os distúrbios serviram como um prelúdio para um êxodo em massa naquele verão de mais de 35.000 cubanos, uma ação civil que resultou em uma mudança na política dos EUA em relação aos migrantes cubanos que permanece em vigor. / REUTERS, EFE e AFP

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