ENVIADA ESPECIAL AO RIO DE JANEIRO - O ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, e da Economia da Argentina, Sergio Massa, não participam do encontro do Mercosul nesta quarta-feira, 6, no Rio de Janeiro. As reuniões antecedem o encontro de chefes de Estado, ato final da presidência do Brasil à frente do bloco sul-americano.
O governo brasileiro será representado hoje pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, ministra do Planejamento, Simone Tebet, e ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira. Antes do encontro, o chanceler disse à agência Reuters que não vê risco de conflito entre a Venezuela e a Guiana. Na noite de ontem, o ditador Nicolás Maduro ordenou a criação do Estado da Guiana Essequiba no território que corresponde a 75% do país vizinho e designou o o general Alexis Rodríguez Cabello como interventor.
O presidente Lula já chegou ao Rio de Janeiro e tem agenda no BNDES, mas sem relação com o Mercosul.
A Argentina, por sua vez, será representada pela secretária de Relações Econômicas Internacionais do Ministério das Relações Exteriores, Cecília Todesca Bocco. O ministro da Economia Sergio Massa concorreu à presidência da Argentina este ano e foi derrotado pelo libertário Javier Milei. Após o resultado, Massa cogitou se licenciar do cargo até a posse, marcada para 10 de dezembro, mas desistiu da ideia. Por isso, havia a expectativa de que ele participasse do encontro de ministros da Fazendo e presidentes dos Bancos Centrais.
Leia também
A Bolívia, que está formalizando o processo de adesão ao bloco, também participa do encontro com os ministros da Economia e das Relações Exteriores. E o presidente Luis Arce é esperado para a Cúpula de amanhã.
A reunião de chefes de Estado da quinta-feira, 7, encerra a presidência brasileira no Mercosul. O presidente Lula pretendia anunciar a conclusão do acordo com a União Europeia esta semana, mas a ideia foi descartada nos bastidores. O problema é que a Argentina resiste em assinar o livre comércio com a UE nos últimos dias do governo peronista, que será substituído pelo libertário Javier Milei no domingo, 10.
Sem o acordo, a Cúpula dá sinais de esvaziamento. Ainda é esperada uma declaração final para informar o avanço das negociações com os europeus nas últimas semanas e o anúncio do livre comércio com Singapura - o primeiro acordo fora do bloco em 12 anos.