ENVIADOS AO RIO - Os líderes do G-20 reunidos no Rio de Janeiro nesta segunda-feira, 19, contaram com um cardápio de inspirações na culinária típica brasileira em seu almoço. As opções foram de tomate recheado com cuscuz nordestino a pirarucu com purê de raízes brasileiras como opção de prato principal.
O banquete foi servido durante o intervalo das discussões dos temas da cúpula deste ano no Rio de Janeiro. O evento começou nesta segunda-feira, 18, com o lançamento oficial da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza e segue esta tarde com as conversas sobre reforma da governança global.
Nas opções de almoço servido aos líderes que o Estadão teve acesso havia:
- Entrada: tomate recheado com cuscuz nordestino.
- Refeição principal: peixe pirarucu com purê de raízes brasileiras, acompanhado de feijão manteiguinha, chicória e tucupi.
- Opção: costelinha de boi no espeto de cana e arroz nordestino cremoso acompanhado de feijão verde e queijo coalho brasileiro.
As refeições contavam com sucos de frutas tropicais e amazônicas. De sobremesa havia pudim de castanha do Pará.
O almoço foi servido no local da plenária do Museus de Arte Moderna do Rio de Janeiro, onde as lideranças permanecem quase o dia todo para decidir pela aprovação ou não do texto base da declaração final da cúpula.
A Cúpula do G-20 (grupo dos 20) reúne as 19 maiores economias do mundo, a União Europeia e, a partir deste ano, a União Africana. Como anfitrião e presidente do G-20, o Brasil estabeleceu os três pilares de discussão pelas lideranças internacionais: combate à fome e à pobreza; reforma dos organismos de governança internacional; e transição energética e desenvolvimento sustentável.
Esta manhã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a adesão de 82 países à Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, principal tópico da presidência brasileira na reunião e talvez o único que tenha algum avanço concreto, já que as demais frentes tem sido alvo de embates entre os países, especialmente a Argentina.
O presidente Javier Milei tem sido resistente a endossar temas debatidos pelos chefes de Estado na reunião, como a taxação de grandes fortunas e a igualdade de gênero, o que tem ameaçado o fracasso do texto final do G-20. Diplomatas brasileiros e de países europeus tentam convencer a Casa Rosada a assinar o documento mesmo com as discordâncias em nome do consenso do grupo. Nos bastidores, diplomatas dizem que “tudo depende do espírito” do argentino nesta cúpula.
As discussões retornam esta tarde em outro tema espinhoso não só para Milei, mas para o futuro presidente dos EUA, Donald Trump: a reforma da governança global. Após a eleição do republicano, o libertário se sente empoderado para ir contra agendas como multilateralismo, clima e igualdade de gênero.
A grande surpresa dos últimos dias também foi a oposição argentina à taxação de super-ricos. O governo Milei havia concordado com a proposta do governo Lula sobre o assunto, em julho, quando os ministros de Finanças do G-20 assinaram a proposta de taxação. A objeção só foi apresentada no Rio, enquanto Milei se encontrava com o presidente americano Donald Trump, nos Estados Unidos.