Decisão americana de fornecer armas aos curdos sírios provoca revolta da Turquia


Autoridades do país consideraram 'inaceitável' a medida anunciada na véspera pelo governo de Donald Trump, que enviará armas pesadas para milícias como as Unidades de Proteção do Povo, que Ancara considera um grupo terrorista

Por Redação
Atualização:

ISTAMBUL - A Turquia expressou sua revolta com o que chamou de decisão "inaceitável" dos Estados Unidos de fornecer armas às milícias curdas na Síria, que celebraram a iniciativa e afirmaram que a medida "acelerará a derrota" do grupo extremista Estado Islâmico (EI).

O aumento da tensão entre Washington e Ancara coincide com a visita a Washington do chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, nesta quarta-feira, com o objetivo de obter o apoio dos Estados Unidos para um projeto destinado a reduzir a violência na Síria. 

A decisão da Casa Branca de autorizar o Pentágono a fornecer armas às Unidades de Proteção do Povo (YPG) Curdo, que Ancara considera um grupo "terrorista", foi anunciada na terça-feira, uma semana antes do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, viajar a Washington. 

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Soldado americano (D) conversa com combatente curdo das Unidades de Proteção do Povo (YPG) durante operação contra o Estado Islâmico na cidade síria de Derik Foto: AFP PHOTO / DELIL SOULEIMAN

"Fornecer armas às YPG é inaceitável. Tal política não beneficiará ninguém", disse o vice-primeiro-ministro turco Nurettin Canikli. "Esperamos que este erro seja retificado", acrescentou Canikli.

As YPG são uma parte essencial das Forças Democráticas Sírias (FDS), uma aliança de combatentes curdos e árabes considerada por Washington como a força local mais eficaz para enfrentar o EI. 

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A Turquia, no entanto, considera as YPG o braço sírio dos separatistas curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado um grupo "terrorista" por Ancara e seus aliados ocidentais.

"As YPG e o PKK são grupos terroristas, não existe nenhuma diferença entre eles. E cada arma enviada representa uma ameaça para a Turquia", declarou o chanceler turco, Mevlut Cavusoglu. 

"Nas SDF também há elementos árabes. Para uma operação em Raqqa é preciso separar as YPG dos árabes nas SDF. Será benéfico entrar em Raqqa com as forças árabes, e podem acrescentar a elas forças da oposição moderadas. Isso é muito importante para que a operação seja bem-sucedida. Raqqa é uma cidade com 99% de árabes sunitas. É preciso planejar bem o futuro das cidades na Síria para não dar passos equivocados", avaliou o ministro. 

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O tema abalou nos últimos meses as relações entre Estados Unidos e Turquia, dois membros importantes da Otan e da coalizão internacional que luta contra os jihadistas, ao mesmo tempo que ilustra a complexidade do conflito sírio, principalmente na região norte do país. 

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O regime sírio rejeitou nesta segunda-feira que a ONU ou as forças internacionais supervisionem a aplicação de um acordo que propõe a criação de ‘zonas de segurança’.

Ancara e Moscou, embora de lados opostos no conflito sírio, aumentaram a cooperação recentemente e na semana passada patrocinaram um memorando para criar "zonas de distensão" destinadas a reduzir a violência na Síria, conflito que deixou mais 320.000 mortos desde 2011.

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As FDS, que iniciaram em novembro uma ofensiva contra Raqqa, o principal reduto do EI na Síria, com o apoio aéreo e logístico dos Estados Unidos, celebraram o que chamaram de "decisão importante" da Casa Branca. O anúncio "oficial do apoio é o resultado da grande eficácia das YPG e do conjunto das FDS nos combates contra o terrorismo" na Síria, afirmou Talal Sello, porta-voz das FDS. 

A decisão desagradou a Turquia, que esperava com a eleição de Trump uma mudança de postura de Washington a respeito das milícias curdas, que a administração do ex-presidente Barack Obama decidiu apoiar para tentar conter a expansão dos extremistas.

Erdogan declarou recentemente que tinha a esperança de escrever uma "nova página" das relações entre Turquia e Estados Unidos com Trump. Ele indicou que tentaria, na viagem a Washington, dissuadir o presidente americano de apoiar as milícias curdas para expulsar o grupo EI de Raqqa. / AFP e EFE

ISTAMBUL - A Turquia expressou sua revolta com o que chamou de decisão "inaceitável" dos Estados Unidos de fornecer armas às milícias curdas na Síria, que celebraram a iniciativa e afirmaram que a medida "acelerará a derrota" do grupo extremista Estado Islâmico (EI).

O aumento da tensão entre Washington e Ancara coincide com a visita a Washington do chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, nesta quarta-feira, com o objetivo de obter o apoio dos Estados Unidos para um projeto destinado a reduzir a violência na Síria. 

A decisão da Casa Branca de autorizar o Pentágono a fornecer armas às Unidades de Proteção do Povo (YPG) Curdo, que Ancara considera um grupo "terrorista", foi anunciada na terça-feira, uma semana antes do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, viajar a Washington. 

Soldado americano (D) conversa com combatente curdo das Unidades de Proteção do Povo (YPG) durante operação contra o Estado Islâmico na cidade síria de Derik Foto: AFP PHOTO / DELIL SOULEIMAN

"Fornecer armas às YPG é inaceitável. Tal política não beneficiará ninguém", disse o vice-primeiro-ministro turco Nurettin Canikli. "Esperamos que este erro seja retificado", acrescentou Canikli.

As YPG são uma parte essencial das Forças Democráticas Sírias (FDS), uma aliança de combatentes curdos e árabes considerada por Washington como a força local mais eficaz para enfrentar o EI. 

A Turquia, no entanto, considera as YPG o braço sírio dos separatistas curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado um grupo "terrorista" por Ancara e seus aliados ocidentais.

"As YPG e o PKK são grupos terroristas, não existe nenhuma diferença entre eles. E cada arma enviada representa uma ameaça para a Turquia", declarou o chanceler turco, Mevlut Cavusoglu. 

"Nas SDF também há elementos árabes. Para uma operação em Raqqa é preciso separar as YPG dos árabes nas SDF. Será benéfico entrar em Raqqa com as forças árabes, e podem acrescentar a elas forças da oposição moderadas. Isso é muito importante para que a operação seja bem-sucedida. Raqqa é uma cidade com 99% de árabes sunitas. É preciso planejar bem o futuro das cidades na Síria para não dar passos equivocados", avaliou o ministro. 

O tema abalou nos últimos meses as relações entre Estados Unidos e Turquia, dois membros importantes da Otan e da coalizão internacional que luta contra os jihadistas, ao mesmo tempo que ilustra a complexidade do conflito sírio, principalmente na região norte do país. 

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O regime sírio rejeitou nesta segunda-feira que a ONU ou as forças internacionais supervisionem a aplicação de um acordo que propõe a criação de ‘zonas de segurança’.

Ancara e Moscou, embora de lados opostos no conflito sírio, aumentaram a cooperação recentemente e na semana passada patrocinaram um memorando para criar "zonas de distensão" destinadas a reduzir a violência na Síria, conflito que deixou mais 320.000 mortos desde 2011.

As FDS, que iniciaram em novembro uma ofensiva contra Raqqa, o principal reduto do EI na Síria, com o apoio aéreo e logístico dos Estados Unidos, celebraram o que chamaram de "decisão importante" da Casa Branca. O anúncio "oficial do apoio é o resultado da grande eficácia das YPG e do conjunto das FDS nos combates contra o terrorismo" na Síria, afirmou Talal Sello, porta-voz das FDS. 

A decisão desagradou a Turquia, que esperava com a eleição de Trump uma mudança de postura de Washington a respeito das milícias curdas, que a administração do ex-presidente Barack Obama decidiu apoiar para tentar conter a expansão dos extremistas.

Erdogan declarou recentemente que tinha a esperança de escrever uma "nova página" das relações entre Turquia e Estados Unidos com Trump. Ele indicou que tentaria, na viagem a Washington, dissuadir o presidente americano de apoiar as milícias curdas para expulsar o grupo EI de Raqqa. / AFP e EFE

ISTAMBUL - A Turquia expressou sua revolta com o que chamou de decisão "inaceitável" dos Estados Unidos de fornecer armas às milícias curdas na Síria, que celebraram a iniciativa e afirmaram que a medida "acelerará a derrota" do grupo extremista Estado Islâmico (EI).

O aumento da tensão entre Washington e Ancara coincide com a visita a Washington do chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, nesta quarta-feira, com o objetivo de obter o apoio dos Estados Unidos para um projeto destinado a reduzir a violência na Síria. 

A decisão da Casa Branca de autorizar o Pentágono a fornecer armas às Unidades de Proteção do Povo (YPG) Curdo, que Ancara considera um grupo "terrorista", foi anunciada na terça-feira, uma semana antes do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, viajar a Washington. 

Soldado americano (D) conversa com combatente curdo das Unidades de Proteção do Povo (YPG) durante operação contra o Estado Islâmico na cidade síria de Derik Foto: AFP PHOTO / DELIL SOULEIMAN

"Fornecer armas às YPG é inaceitável. Tal política não beneficiará ninguém", disse o vice-primeiro-ministro turco Nurettin Canikli. "Esperamos que este erro seja retificado", acrescentou Canikli.

As YPG são uma parte essencial das Forças Democráticas Sírias (FDS), uma aliança de combatentes curdos e árabes considerada por Washington como a força local mais eficaz para enfrentar o EI. 

A Turquia, no entanto, considera as YPG o braço sírio dos separatistas curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado um grupo "terrorista" por Ancara e seus aliados ocidentais.

"As YPG e o PKK são grupos terroristas, não existe nenhuma diferença entre eles. E cada arma enviada representa uma ameaça para a Turquia", declarou o chanceler turco, Mevlut Cavusoglu. 

"Nas SDF também há elementos árabes. Para uma operação em Raqqa é preciso separar as YPG dos árabes nas SDF. Será benéfico entrar em Raqqa com as forças árabes, e podem acrescentar a elas forças da oposição moderadas. Isso é muito importante para que a operação seja bem-sucedida. Raqqa é uma cidade com 99% de árabes sunitas. É preciso planejar bem o futuro das cidades na Síria para não dar passos equivocados", avaliou o ministro. 

O tema abalou nos últimos meses as relações entre Estados Unidos e Turquia, dois membros importantes da Otan e da coalizão internacional que luta contra os jihadistas, ao mesmo tempo que ilustra a complexidade do conflito sírio, principalmente na região norte do país. 

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O regime sírio rejeitou nesta segunda-feira que a ONU ou as forças internacionais supervisionem a aplicação de um acordo que propõe a criação de ‘zonas de segurança’.

Ancara e Moscou, embora de lados opostos no conflito sírio, aumentaram a cooperação recentemente e na semana passada patrocinaram um memorando para criar "zonas de distensão" destinadas a reduzir a violência na Síria, conflito que deixou mais 320.000 mortos desde 2011.

As FDS, que iniciaram em novembro uma ofensiva contra Raqqa, o principal reduto do EI na Síria, com o apoio aéreo e logístico dos Estados Unidos, celebraram o que chamaram de "decisão importante" da Casa Branca. O anúncio "oficial do apoio é o resultado da grande eficácia das YPG e do conjunto das FDS nos combates contra o terrorismo" na Síria, afirmou Talal Sello, porta-voz das FDS. 

A decisão desagradou a Turquia, que esperava com a eleição de Trump uma mudança de postura de Washington a respeito das milícias curdas, que a administração do ex-presidente Barack Obama decidiu apoiar para tentar conter a expansão dos extremistas.

Erdogan declarou recentemente que tinha a esperança de escrever uma "nova página" das relações entre Turquia e Estados Unidos com Trump. Ele indicou que tentaria, na viagem a Washington, dissuadir o presidente americano de apoiar as milícias curdas para expulsar o grupo EI de Raqqa. / AFP e EFE

ISTAMBUL - A Turquia expressou sua revolta com o que chamou de decisão "inaceitável" dos Estados Unidos de fornecer armas às milícias curdas na Síria, que celebraram a iniciativa e afirmaram que a medida "acelerará a derrota" do grupo extremista Estado Islâmico (EI).

O aumento da tensão entre Washington e Ancara coincide com a visita a Washington do chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, nesta quarta-feira, com o objetivo de obter o apoio dos Estados Unidos para um projeto destinado a reduzir a violência na Síria. 

A decisão da Casa Branca de autorizar o Pentágono a fornecer armas às Unidades de Proteção do Povo (YPG) Curdo, que Ancara considera um grupo "terrorista", foi anunciada na terça-feira, uma semana antes do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, viajar a Washington. 

Soldado americano (D) conversa com combatente curdo das Unidades de Proteção do Povo (YPG) durante operação contra o Estado Islâmico na cidade síria de Derik Foto: AFP PHOTO / DELIL SOULEIMAN

"Fornecer armas às YPG é inaceitável. Tal política não beneficiará ninguém", disse o vice-primeiro-ministro turco Nurettin Canikli. "Esperamos que este erro seja retificado", acrescentou Canikli.

As YPG são uma parte essencial das Forças Democráticas Sírias (FDS), uma aliança de combatentes curdos e árabes considerada por Washington como a força local mais eficaz para enfrentar o EI. 

A Turquia, no entanto, considera as YPG o braço sírio dos separatistas curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado um grupo "terrorista" por Ancara e seus aliados ocidentais.

"As YPG e o PKK são grupos terroristas, não existe nenhuma diferença entre eles. E cada arma enviada representa uma ameaça para a Turquia", declarou o chanceler turco, Mevlut Cavusoglu. 

"Nas SDF também há elementos árabes. Para uma operação em Raqqa é preciso separar as YPG dos árabes nas SDF. Será benéfico entrar em Raqqa com as forças árabes, e podem acrescentar a elas forças da oposição moderadas. Isso é muito importante para que a operação seja bem-sucedida. Raqqa é uma cidade com 99% de árabes sunitas. É preciso planejar bem o futuro das cidades na Síria para não dar passos equivocados", avaliou o ministro. 

O tema abalou nos últimos meses as relações entre Estados Unidos e Turquia, dois membros importantes da Otan e da coalizão internacional que luta contra os jihadistas, ao mesmo tempo que ilustra a complexidade do conflito sírio, principalmente na região norte do país. 

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O regime sírio rejeitou nesta segunda-feira que a ONU ou as forças internacionais supervisionem a aplicação de um acordo que propõe a criação de ‘zonas de segurança’.

Ancara e Moscou, embora de lados opostos no conflito sírio, aumentaram a cooperação recentemente e na semana passada patrocinaram um memorando para criar "zonas de distensão" destinadas a reduzir a violência na Síria, conflito que deixou mais 320.000 mortos desde 2011.

As FDS, que iniciaram em novembro uma ofensiva contra Raqqa, o principal reduto do EI na Síria, com o apoio aéreo e logístico dos Estados Unidos, celebraram o que chamaram de "decisão importante" da Casa Branca. O anúncio "oficial do apoio é o resultado da grande eficácia das YPG e do conjunto das FDS nos combates contra o terrorismo" na Síria, afirmou Talal Sello, porta-voz das FDS. 

A decisão desagradou a Turquia, que esperava com a eleição de Trump uma mudança de postura de Washington a respeito das milícias curdas, que a administração do ex-presidente Barack Obama decidiu apoiar para tentar conter a expansão dos extremistas.

Erdogan declarou recentemente que tinha a esperança de escrever uma "nova página" das relações entre Turquia e Estados Unidos com Trump. Ele indicou que tentaria, na viagem a Washington, dissuadir o presidente americano de apoiar as milícias curdas para expulsar o grupo EI de Raqqa. / AFP e EFE

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